Revolta de Aragarças
Apesar da anistia concedida por JK aos militares envolvidos na Revolta de Jacareacanga em fevereiro de 1956, o clima de insatisfação e de conspiração contra o governo continuou, sobretudo na Aeronáutica.
A Revolta de Aragarças, que eclodiu em 2 de dezembro de 1959, começou a ser articulada em 1957. A nova conspiração teve a participação do ex-líder de Jacareacanga, tenente-coronel aviador Haroldo Veloso, e de dezenas de outros militares e civis, entre os quais o tenente-coronel João Paulo Moreira Burnier, que foi o seu principal líder. O objetivo era iniciar um "movimento revolucionário" para afastar do poder o grupo que o controlava, cujos elementos seriam, segundo os líderes da conspiração, corruptos e comprometidos com o comunismo internacional.
Partindo do Rio de Janeiro, com três aviões Douglas C-47 e um avião comercial da Panair sequestrado, e de Belo Horizonte, com um Beechcraft particular, os rebeldes rumaram para Aragarças, em Goiás. Pretendiam bombardear os palácios Laranjeiras e do Catete, no Rio, e ocupar também as bases de Santarém e Jacareacanga, no Pará, entre outras. Na realidade, nem o bombardeio aos palácios, nem a ocupação das bases chegaram a ocorrer, e a rebelião ficou restrita a Aragarças. A revolta durou apenas 36 horas. Seus líderes fugiram nos aviões para o Paraguai, Bolívia e Argentina, e só retornaram ao Brasil no governo Jânio Quadros.
Rui Barbosa Moreira Lima (Biografia)
(Nasceu em Colinas, Maranhão, 12 de junho de 1919 — Faleceu no Rio de Janeiro, 13 de agosto de 2013) foi um piloto militar de caça e Tenente-brigadeiro-do-ar brasileiro. Até o início de 2013, era um dos três únicos caçadores veteranos da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial ainda vivos.
Moreira Lima atuou ao lado dos militares legalistas que se opuseram ao Golpe de 1964, tendo sido perseguido e torturado pela ditadura militar que se seguiu.
Carreira
É um dos Fundadores da Associação Democrática e Nacionalista dos Militares (Adnam)
Foi o piloto de combate da esquadrilha verde no 1° Grupo de Aviação de Caça (GAvCa) da Força Aérea Brasileira durante a Segunda Guerra Mundial. Durante o combate, executou 94 missões. A primeira aconteceu em 6 de novembro de 1944 e a última em 1 de maio de 1945.
Além disso, foi comandante da Base Aérea de Santa Cruz entre 14 de agosto de 1962 e 2 de abril de 1964, quando foi afastado após o golpe militar. Foi cassado e preso pela Ditadura Militar. Foi posteriormente anistiado.
É o autor do livro Senta a Pua! no qual conta as memórias dos combates no teatro de operações na Itália.
Perguntado se a tese apresentada no livro "1964 – O DNA da Revolução" (dos ex-oficiais Jônathas de Barros Nunes e Gastão Rúbio de Sá Weyne), que afirma que todo o golpe foi engendrado por cerca de 300 oficiais, o brigadeiro não teve dúvidas: "não li o livro, mas os autores devem estar com a razão. Foram poucos".
Rui Moreira Lima, o militar que recusou a ditadura, faleceu terça-feira 13/08/2013, no Rio de Janeiro, o brigadeiro Rui Moreira Lima, aos 94 anos. Em decorrência de complicações de um AVC sofrido.
Em outubro de 2012, ele prestou depoimento à Comissão Nacional da Verdade, que iniciou então um grupo de trabalho sobre militares perseguidos pela Ditadura Militar.
Em seu depoimento, Moreira Lima também foi questionado a respeito dos antecedentes do golpe. Para ele, o grupo que tomou o poder à força era uma minoria dentro das Forças Armadas.
A CNV (A Comissão Nacional da Verdade) identificou 6.591 militares presos, torturados ou processados pela Ditadura Militar.
Os documentos mostram que não houve apenas torturas, mas mortes de militares que foram contra a ditadura. Um dos casos aconteceu em Porto Alegre. Na capital gaúcha, o tenente-coronel da Aeronáutica Alfeu Monteiro foi morto em 4 de abril de 1964 com cinco tiros pelas costas. Os disparos foram feitos por militares, após Monteiro resistir à prisão.
A Comissão identificou a prática de torturas em unidades militares no Rio, em Natal, Salvador, Fortaleza, no Recife e Porto Alegre.
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