por José Gilbert Arruda Martins
Segundo a imprensa já são cinco os moradores de rua mortos
por causa do frio em São Paulo. A pergunta que não quer calar: As mortes são
realmente por causa do frio? As pessoas estão nas ruas por que? Quais as causas
desse abandono? Por que tantos moradores de rua em São Paulo, Brasília, Rio,
Curitiba...?
Não é o frio que mata. Todos sabem disso ou deveriam saber.
O que mata é a profunda desigualdade de renda.
O que mata é a profunda exclusão social devido a essa
desigualdade de renda.
O que mata é um sistema que prega o individualismo extremo.
O que mata é a invisibilidade.
O Brasil tem um número bastante grande de pessoas em
situação de rua, e nenhuma política pública que resolva definitivamente o
problema.
Segundo pesquisa feita em 2007 e 2008 pelo Ministério do
Desenvolvimento Social e Combate à fome os números de pessoas em situação de
rua no país são os seguintes:
“O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
realizou entre os anos de 2007 e 2008 uma pesquisa em 71 cidades brasileiras
com população superior a 300 mil habitantes, abrangendo as capitais (exceto São
Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre). Segundo essa pesquisa, cujos
dados foram divulgados em 2008, há 31.922 indivíduos que utilizam as ruas como
moradia, no entanto, esses números são bem maiores, pois cidades importantes
não se incluíram na pesquisa.
Os municípios brasileiros que possuem mais moradores em
situação de rua são: Rio de Janeiro (4.585), Salvador (3.289), Curitiba
(2.776), Brasília (1.734), Fortaleza (1.701), São José dos Campos (1.633),
Campinas (1.027), Santos (713), Nova Iguaçu (649), Juiz de Fora (607) e Goiânia
(563).
Entre a população em referência predominam as pessoas do
sexo masculino (82%), com idade entre 25 e 44 anos (53%) e que nunca estudaram
ou não concluíram o ensino fundamental (63,5%). Em relação à cor, 39,1% são
pardos, 27,9% negros, 29,5% brancos, 1,3% indígenas, 1% amarelo oriental e 1,2%
de cor não identificada.”
Como os próprios especialistas dizem o número de cerca de 31
mil pessoas em situação de rua não é real, pois a pesquisa abrangeu apenas 71
cidades, o número pode ser bem maior.
Segundo o jornalão Folha de São Paulo a cidade tem mais de
15 mil pessoas em situação de rua.
Se a capital paulista tem 15 mil, quantos existem nas ruas
do Rio?
Veja bem, São Paulo, a Metrópole da América do Sul, capital
do Estado mais rico da Federação brasileira, convive com um contingente enorme
de excluídos do sistema.
E ainda colocam a culpa em Deus, nos próprios moradores de
rua, nas drogas etc.
Além de distribuir lençóis, além da Política Pública (que
são importantes) mas paliativos. Precisamos de distribuição de rendas efetiva.
Mais renda, mais escolas, mais Políticas Públicas.
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