sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Pioneiras da Ciência no Brasil - 5ª Edição

na Plataforma Lattes

Aos machistas de origem, em formação ou enrustidos, essa é uma matéria que vale muito a pena lê.

A mulheres brasileiras, que conseguiram, depois de muita luta, o direito à escola apenas no século XIX e ao voto no século XX (1932), SEMPRE FORAM produtoras de ciência, vejam a matéria do CNPQ.

Em parceria com a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), o CNPq lança hoje a quinta edição das Pioneiras da Ciência no Brasil. O Programa Mulher e Ciência já lançou  quatro séries de verbetes sobre as pioneiras das ciências no Brasil, com a divulgação do trabalho de várias cientistas e pesquisadoras brasileiras que participaram e contribuíram de forma relevante para o desenvolvimento cientifico e a formação de recursos humanos para a ciência e tecnologia no Brasil.



Ayda Ignez Arruda (1936-1983)Matemática

Ayda Ignez Arruda nasceu em Lajes, Santa Catarina, no dia 27 de junho de 1936, filha de Lourenço Waltrick Arruda e Izabel Pereira do Amarante. Bacharelou-se em matemática em 1958 e concluiu a sua licenciatura no ano de 1959, ambos na Faculdade de Filosofia da Universidade Católica do Paraná.









Diana Mussa (1932-2007)Paleobotânica

Diana Mussa nasceu em 19 de janeiro de 1932, na cidade de Campos dos Goytacazes (RJ), em uma família de professores, imigrantes libaneses. Ainda no Líbano, seu pai, Nagib Mussa, ministrava aulas de Língua Francesa e sua mãe, Maria Chacur Mussa, de Língua Inglesa, em uma escola dirigida por seu avô, David Mussa.







Ester de Camargo Fonseca Moraes (1920 -2002)Farmacêutica

Nascida na cidade de Paraibuna, no Estado de São Paulo, em 8 de dezembro de 1920, Ester de Camargo Fonseca Moraes, pioneira na implantação da Toxicologia no Brasil, torna-se referência no ensino da Toxicologia no país, atuando por 44 anos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF/USP).








Gioconda Mussolini (1913-1969)Antropóloga

Gioconda Mussolini (nascida em São Paulo em 1913) foi a primeira mulher, no Brasil, a fazer da Antropologia Social a sua profissão, tendo sido docente e pesquisadora na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo, desde 1935 até o dia da sua morte, em maio de 1969.








Lucilia TavaresPsicóloga

No Laboratório de Psychologia da Colônia de Psychopathas do Engenho de Dentro, que funcionou de 1923 a 1932, sob a direção do psicólogo polonês Waclaw Radecki (1887-1953), atuaram diversos profissionais homens (médicos, advogados, filósofos) e duas mulheres: sua esposa Halina Radecka (1897-1980) e Lucília Tavares. Pouco se conhece sobre esta última.









Maria Judith Zuzarte Cortesão (1914-2007)Educadora Ambiental

Judith, nascida Maria Judith Zuzarte Cortesão, gostava de ser chamada simplesmente pelo seu segundo nome, prescindindo, no tratamento pessoal, dos muitos títulos que obteve. Foi uma mulher única, por sua personalidade irrequieta, criativa, inteligente, múltipla e generosa e por sua trajetória de vida, que é aqui contada brevemente, pela visão de uma aluna e discípula sua.






Rosa Virgínia Barreto de Mattos Oliveira e Silva (1940-2012)Linguista

A linguista histórica brasileira Rosa Virgínia Barreto de Mattos Oliveira e Silva nasceu em 27 de julho de 1940 em Salvador Bahia e faleceu na mesma cidade no dia 16 de julho de 2012. Sempre que indagada sobre a sua opção pelos estudos históricos do português, dizia que, "ainda na sua graduação logo no início dos anos sessenta do século passado, foi mordida, definitivamente, pela história da língua".









Sonia Gumes Andrade (1928 - )Médica patologista

Sonia Gumes Andrade nasceu no município baiano de Caetité em 1928, em uma família letrada, com grande influência cultural na cidade. A mãe, Marieta Gumes era professora, filha de Maria Teodolina das Neves Lobão, primeira professora de Caetité a lecionar para uma classe de homens, entre os quais, encontrava-se Anísio Teixeira.










O Programa Mulher e Ciência agradece mais uma vez a contribuição de vários/as pesquisadores/as, professores/as, analistas em ciência e tecnologia do CNPq e instituições que sugeriram nomes e colaboraram na produção dos verbetes aqui publicados. Ressalte-se que um dos objetivos principais do Programa Mulher e Ciência é contribuir para a criação de espaços de visibilidade para as mulheres cientistas e as suas contribuições nas diferentes áreas do conhecimento.
Com a continuidade da divulgação da história e memória das pesquisadoras e cientistas brasileiras, solicitamos a sua colaboração no mapeamento de outras cientistas que tenham trabalho  relevante e ainda pouco divulgado ou, então, em relação a outras ações que possam contribuir para o incentivo e divulgação das mulheres nas ciências. Escreva para a equipe do Programa Mulher e Ciência pelo endereço:

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Educação é o remédio contra o ódio, ensina Frei Betto

no Portal do Sindicato dos Bancários de Brasília


“Falar em direitos humanos na América Latina é luxo”.  A frase é de Carlos Alberto Libânio Christo, o Frei Betto, que nesta terça-feira (17) compartilhou um pouco de sua experiência e visão do mundo, durante cerca de duas horas,  com uma plateia que lotou o Teatro dos Bancários. Sereno, carismático e com uma grande bagagem cultural, o frade dominicano encantou a todos ao abordar o tema Política e Direitos Humanos, em mais uma edição do projeto Brasília Debate, promovido pelo Sindicato.

O religioso iniciou a palestra com um alerta: “Quem tem nojo de política é governado por quem não tem”. Prosseguiu, lembrando que em tudo há política.  “É como uma faca de dois gumes e como a religião. Ela serve para oprimir ou para libertar”. E advertiu que “na hora em que nos omitimos na política, estamos dando um cheque em branco para quem está no poder”.
Conhecido por sua atuação política contra o regime militar, embora nunca tenha se filiado a nenhum partido político, Frei Betto avalia que os eleitores votam mal “porque vivemos num mundo onde a política é controlada pela minoria”. E pondera: “Nós progressistas temos muita culpa no cartório”.
Frei Betto também ressaltou que a busca da cultura é o remédio contra o ódio, para termos um Brasil diferente.
Ódio e preconceito
Na opinião do frade, que considera o ódio e o preconceito os dois grandes inimigos dos direitos humanos, de nada adiantam programas, conferências e acordos se os governos e autoridades, responsáveis pelas liberdades básicas de todos os cidadãos, são cúmplices do racismo, da violência contra as mulheres e crianças, das torturas etc.
Lembrando que no próximo dia 10 comemora-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos, Frei Betto sugere que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948, seja aprimorada, e passe a incluir também os direitos da natureza. O documento é a base da luta contra a opressão e a discriminação, defende a igualdade e a dignidade das pessoas e reconhece que os direitos humanos e as liberdades fundamentais devem ser aplicados a cada cidadão do planeta.
“Direitos humanos e sistema capitalista são incompatíveis”, apregoa o frei, acrescentando que a pirâmide da desigualdade cresce aceleradamente. “O sistema quer formar consumistas. É uma luta desigual que predomina na sociedade”.
Autor de 60 livros, o frade dominicano que dissemina a religião como instrumento transformador do mundo, destacou que Jesus veio para trazer a semente de um novo projeto civilizatório, baseado no amor, “um mundo como Deus quer, de partilha, multiplicação de pães”. E enfatizou que defende sempre o oprimido, ainda que aparentemente ele não tenha razão. 
Aula de cidadania
Para o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, a palestra foi uma verdadeira aula de cidadania.  Segundo ele, numa clara demonstração de satisfação, os participantes pediram a continuidade do projeto.  
O Sindicato vai elaborar uma cartilha com o conteúdo do debate, que será disponibilizada aos bancários e toda a sociedade interessada no tema.

Mariluce Fernandes
Do Seebb Brasília

Contra o racismo, população negra deve tomar as ruas, conclui Brasília Debate

no Portal do Sindicato dos Bancários de Brasília



Na terça-feira (24), o Teatro dos Bancários recebeu mais uma edição do Brasília Debate. No mês em que se celebra a morte do maior líder negro do período colonial, Zumbi dos Palmares, a participação e resistência do povo negro na formação do país foi o tema do evento que reuniu sindicalistas, pesquisadores e integrantes do movimento negro. 

O presidente da Confederação Nacional das Associações Quilombolas (Confaq), José Antonio Ventura, deu início à conversa, apresentando a luta dos remanescentes de quilombos a partir da sua história no movimento. Vítimas da ganância de grandes empresários pelas riquezas naturais de Minas Gerais, muitos quilombolas foram expulsos de suas terras férteis, fruto do trabalho árduo no campo.

“Criamos a Confaq para organizar a luta dos quilombolas sem qualquer ligação a partidos políticos ou religião, uma vez que o movimento tem que ser autônomo, inclusive para deixar de ser massa de manobra política”, destaca Ventura.

De acordo com Ventura, o apoio jurídico foi fundamental para o movimento dos quilombolas para questionar o lento processo de titulação dos quilombos, que, em muitos casos, encontram-se em situações precárias por consequência do abandono do poder público. “Se, de 1988 para cá, só foram titulados 200 territórios quilombolas, imagina os 4.800 que ainda esperam pela titulação”, questiona.

O negro no mercado trabalho

Pesquisadora e doutoranda em Política Social da Universidade de Brasília (UnB), Marjorie Nogueira Chaves apresentou dados sobre a participação do negro no mundo do trabalho. A partir dessa perspectiva, a pesquisadora afirmou que é necessário fazer uma análise histórica do papel do negro da sociedade para, então, compreender os reflexos observados na atualidade. 

“A desigualdade racial é uma herança da experiência do escravismo, que, como vimos, persiste ainda hoje com o racismo estrutural - que promove essa diferenciação entre os grupos raciais e dificulta o acesso da população negra para determinados bens e serviços. Pautar a questão racial no mercado de trabalho é extremamente importante para se pensar políticas que possam inserir a população negra no mercado de trabalho com dignidade”, declarou a pesquisadora em entrevista à TV Bancários.

II Censo da Diversidade

No sistema financeiro, o negro tem ganhado mais espaço, apesar da baixa presença das mulheres negras. De acordo com o II Censo da Diversidade, realizado pelas entidades que representam os trabalhadores bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), houve um aumento de 19% para 24,7% de bancários e bancárias que se autodeclaram negros. Do total de bancários entrevistados, as mulheres negras representam apenas 3%. Em relação à remuneração, o salário da mulher negra é 67% menor que o do homem branco.

“O número reduzido de bancários e bancárias negros é o maior indicativo de que o racismo institucional está presente também no trabalho bancário. Recebemos uma denúncia recentemente de que uma gerente do Itaú afirmou não contratar pessoas negras para trabalhar no atendimento supondo que os clientes se recusariam a receber apoio desses funcionários”, contou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.



Mobilidade social 
Para além da questão do emprego, o racismo dificulta a mobilidade social da população negra, dissolvendo como prática comum na sociedade o critério racial. O estereótipo, que objetifica e fetichiza as mulheres negras enquanto coloca os homens negros na mira da polícia, é potencializado pelo processo de embranquecimento que busca padronizar o povo negro conforme os traços da população branca.

Racismo na educação
Mestre em Educação pela Universidade de Brasília (UnB), Antonio Gomes da Costa Neto abordou o racismo contido no livro de Monteiro Lobato, Caçadas de Pedrinho, distribuído nas escolas de todo o país por meio do Programa Nacional Biblioteca da Escola (Pnbe). A nota explicativa do livro chama a atenção para o período em que a história foi escrita, alertando sobre a proibição da caça às onças em território brasileiro, porém, ignora o fato de sempre associar a cor preta às coisas ruins. 

“Em 1934, período em que o livro foi escrito, a educação pública tinha como base a eugenia, que buscava o embranquecimento e fortalecia a ideia de uma raça superior à outra. A partir de 1988, quando o racismo passou a ser criminalizado, o preconceito e a discriminação não podem ser utilizados no Pnbe e, a partir de 1996, passa a vigorar a Lei 10.639, que obriga o ensino sobre a história e cultura afrobrasileira”, contextualiza o estudioso. Diante desse contexto, acrescenta ele, ficam claras as intervenções que inferiorizam o povo negro.

Sobre o pedido de auditoria operacional no Programa Brasil Quilombola, Antonio Gomes informou que o Tribunal de Contas da União (TCU) detectou a má gerência do projeto desde sua elaboração.

“Os problemas encontrados no Programa são consequências do racismo institucional e cultural enraizado na sociedade brasileira. O capitalismo tem vários interesses que não são os nossos”, conclui.

Tradição e descendência
Em estudo realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, elaborado em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), o risco de um jovem negro ser assassinado no Brasil é 2,5 vezes maior que a possibilidade de um jovem branco ser vítima de homicídio.

A partir de dados como o do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial 2014, Makota Celinha, praticante de religião de matriz africana, expôs sobre o extermínio da juventude negra e as agressões aos terreiros. Para a religiosa, “ser preto nesse país ainda é um capital de risco na bolsa de valores da vida”, uma vez que a todo instante os jovens negros são perseguidos pelo ódio à cor, ao gênero e à origem social.

Em entrevista à TV Bancários, Makota Celinha ressaltou a utópica laicidade do Estado enquanto são registrados dezenas de atos de violência contra os terreiros de candomblé e umbanda pelo país. “Nós ainda convivemos de forma guetizada e o Estado brasileiro ainda é um dos maiores propulsores dessa intolerância quando não nos reconhece como espaço de saber, enquanto espaço de fazer social. Sobrevivemos da resistência”, declarou.

Escravidão negra investigada

O presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Humberto Adami, repassou aos presentes os informes sobre a investigação da escravidão no país, destacando a presença das comissões estaduais em 14 seccionais da OAB.

O relatório parcial das atividades da Comissão Nacional, da qual o presidente do Sindicato faz parte, será apresentado no dia 2 de dezembro, enquanto o relatório final ficará para dezembro de 2016.

Empossada na quinta-feira (26), a presidenta da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB-DF, Lucélia Aguiar, destacou a presença de diversos profissionais para fazer algumas pesquisas de caráter investigatório em casarões e fazendas que contavam com o trabalho de pessoas negras que foram escravizadas. “Além dos/as advogados/as, a Comissão tem o auxílio de historiadores/as, jornalistas e da própria população do DF, para identificar esses locais. Já temos indicativos de que em Planaltina e em algumas cidades do entorno haviam negros/as escravizados/as”, afirmou.

Música negra

O debate foi encerrado ao som de muito rap, com a apresentação dos grupos Sobreviventes de Rua, Dom Secreto & TriMáfia. 

Joanna Alves
Colaboração para o Seeb Brasília

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

O Voto "ERA" a expressão máxima da soberania popular

por José Gilbert Arruda Martins

Os senhores FHC,, Aécio Cunha Neves, Agripino Maia, Eduardo Cunha, Paulo da Força Sindical, Geraldo Alckmin entre outros, estão rasgando a Constituição da República brasileira, com o golpe do impeachment.



A Constituição Brasileira de 1988, diz em seu artigo 14: "A soberania popular exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos...".

Qual o valor que os senhores citados acima estão dando aos mais de 54 milhões de votos dados a Dilma Roussef no segundo turno das eleições legitimas de 2014? Nenhum, essa é a verdade dos fatos.

O PSDB se juntou aos piores políticos da história recente do Brasil e rasgou sua breve história. FHC, com uma biografia interessante, jogou-a no lixo quando apoia movimentos golpistas.

A soberania popular precisa ser respeitada, do contrário, poderemos entrar em uma situação de completo vale tudo.

As instituições precisam ser respeitadas, do contrário, corremos o risco de retroceder aos tempos sombrios da ditadura militar, onde o Estado de Direito não existia, nenhuma lei era respeitada, nenhuma garantia constitucional era levada a efeito.

O Brasil não pode aceitar que um irresponsável, um meliante, um corrupto, para dizer pouco, conduza um poder importante da República e, ainda por cima, instale um processo de cassação de uma presidente democraticamente eleita.

O Supremo Tribunal Federal (STF) precisa dar um basta nessa palhaçada. Não é possível, que num país, que sofreu absurdamente com uma ditadura militar que nos retirou a liberdade mas que foi, a duras penas, derrubada com a luta dos trabalhadores e do povo, possa assistir inerte à queda de um governo eleito de forma justa e legítima.

O PSDB, o DEM e parte do PMDB, agrupam hoje um conjunto substancial de políticos com problemas com a justiça comum e eleitoral, entre eles, o senhor Aécio Cunha Neves, por isso a luta desses senhores para derrubar o governo e impedir que a Procuradoria Geral da República, insista com as investigações.

Cadê o Supremo?

Acorda Brasil!!!

Nação Hip Hop completa 10 anos e projeta ampliar lutas contra o conservadorismo

na Rede Brasil Atual

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Missão do movimento é explorar o Hip-Hop como ação política que dá voz às periferias, aos pobres e oprimidos

São Paulo – No último final de semana, militantes do coletivo Nação Hip-Hop de vários estados do Brasil, se reuniram no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, para eleger uma nova diretoria e traçar novas pautas do movimento.
A missão do movimento, que completa dez anos em 2015, é desenvolver o hip-hop como ação política que dá voz às periferias, aos pobres e oprimidos.
Em entrevista à TVT, o ex-presidente do coletivo, Beto Teorio, conta que o coletivo é inspirado nos movimentos sociais. “A Nação Hip-Hop é uma entidade de luta dentro do movimento artístico. Assim como tem as entidades que organizam os estudantes e trabalhadores, nós entendemos que a entidade vem com essa perspectiva de organizar a luta dos integrantes do movimento.”
Para o vereador Anderson Domingo (PT-SP), a união dos movimentos sociais é importante para esclarecer pautas e fazer frente ao conservadorismo. “É interessante que o encontra esteja acontecendo enquanto vivemos um momento conservador e reacionário, além de ser um momento que se confunde as bandeiras e propostas de luta. A Nação consegue trazer pra nós esse reflexão.”
A rapper e integrante da frente Mulheres no Hip-Hop, Sharylaine, conta que o movimento é mais que musical e inspira cotidianamente seus seguidores. “Nós temos que conhecer a raiz dessa cultura que nós absorvemos. Porque o hip-hop é um estilo de vida, a gente vive o movimento no dia a dia.”
Anderson Hot Black, integrante do Nação Hip-Hop em Sergipe, afirma que a organização tem influência direta também em conquistas sociais obtidas da luta das minorias, sobretudo da população negra. "Antes tínhamos que falar qual gangue ou em qual cadeia tínhamos passado. O Estado avançou nos últimos 10 anos, e isso também é fruto da nossa luta.”



Lula: unidade, atuação no Congresso e papel da mídia são decisivos contra golpe

na Rede Brasil Atual

Contra impeachment

por Eduardo Maretti, da RBA

São Paulo – Inúmeras entidades da sociedade civil, partidos políticos e representantes de diversos setores do movimento sindical promoveram hoje, no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo, uma “reunião organizativa” para iniciar discussões e estabelecer estratégias de ação contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou três pontos – segundo ele, fundamentais – que os setores progressistas devem considerar nos debates e nas mobilizações: as ações políticas de deputados progressistas ou contra o impeachment dentro do Congresso Nacional, a atuação na mídia no processo e a unidade do movimento social, sindicalismo e partidos contra o golpe.
“Não podemos perder de vista a ação institucional dentro do Congresso. A gente pode colocar milhares ou até milhões de pessoas na rua, e acontecer o que aconteceu nas Diretas Já. O movimento social, os partidos políticos, as entidades da sociedade civil têm um peso importante de mobilização, até para politizar a sociedade brasileira, mas é preciso saber construir a maioria que precisamos no Congresso para evitarmos ser pegos de surpresa”, disse o ex-presidente.
Lula afirmou ser necessária, nessa mobilização, a participação dos ministros Ricardo Berzoini, Jaques Wagner, da presidenta Dilma, de presidentes de partido, deputados e senadores. “Temos que ter uma contabilidade” (dos votos).
Em segundo lugar, é preciso prestar atenção no “comportamento da nossa gloriosa e democrática imprensa”, afirmou. “A imprensa pode ter um papel extraordinário de ajudar a informar corretamente a sociedade, informar o que está em jogo, o que seria muito bom.” Porém, a mídia pode fazer “uma opção” e ter uma “tendência para esse ou aquele lado”. “Se ela fizer uma opção, é importante que fizesse uma opção pelo lado decente da política brasileira, pelo respeito à democracia e o Estado de Direito.”
Em terceiro lugar, na opinião do ex-presidente, o movimento contra o impeachment não deve perder de vista a unidade. “Para a gente construir a unidade é preciso ter uma bandeira realmente única entre nós, independentemente de cada entidade continuar com sua bandeira.” Essa bandeira, disse Lula, é a luta pela manutenção da democracia, pelo Estado de Direito e pela soberania do voto popular.
Ele usou uma imagem para ilustrar a necessidade de unidade na conjuntura de crise. "É como se estivéssemos andando num trem descarrilado. Não temos agora que ficar brigando em qual vagão a gente vai. A gente tem que colocar o trem no trilho. Quando estiver no trilho, a gente vai brigar para ver qual o vagão, se de primeira, de segunda, de executivo", defendeu. "O dado concreto é que, para reconstruir o direito de brigar outra vez, a gente não pode permitir que haja um golpe de Estado via impeachment."

Agenda

A Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo reúnem-se hoje para traçar estratégias e agenda para a continuidade do movimento, que, segundo Lula, já começou maior do que as Diretas Já em 1984.
A presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, disse que o movimento iniciado da manhã de hoje deve se inspirar na vitória dos estudantes secundaristas de São Paulo, que provocou o recuo do governador Geraldo Alckmin (PSDB) no projeto de reorganização das escolas no estado. “O movimento estudantil mostrou que ninguém é invencível. Alckmin não é invencível, Eduardo Cunha não é invencível e a direita não é invencível”, afirmou Carina.
O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirmou que “aqueles que querem o impeachment são os mesmos que trabalham contra os interesses dos trabalhadores no Congresso Nacional, os que votam leis contra as mulheres, os negros e as crianças”. O dirigente acrescentou que “o Brasil não precisa da agenda de Eduardo Cunha, mas retomar o caminho do crescimento, da geração de emprego e renda”.
Para o presidente do PT, Rui Falcão, desde a semana passada, com o processo de impeachment desencadeado, Eduardo Cunha conseguiu a proeza de unir a esquerda. Segundo ele, a luta pelo Estado de Direito precisa “abarcar” todos os setores sociais, incluindo deputados e senadores. Ele lembrou ainda os governadores do Nordeste, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), como forças políticas que já estão participando ativamente da defesa do mandato de Dilma Rousseff.
Representando o PDT, Luiz Antônio de Medeiros, secretário de Coordenação das Subprefeituras em São Paulo, garantiu que seu partido está “empenhado com todas as suas forças na manutenção do mandato de Dilma”.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou que foi ao evento contra o impeachment em função de decisão pessoal, não em nome da central. O secretário-geral da UGT, Francisco Canindé Pegado, afirmou representar a entidade e seu presidente, Ricardo Patah: “A UGT é contra o impeachment e vamos defender o mandato (da presidenta da República) até o fim”.
Leia mais:

domingo, 6 de dezembro de 2015

O Projeto do PSDB para a Educação Pública no Brasil

por José Gilbert Arruda Martins

Quando o PSDB governou o Brasil por 8 anos com FHC, uma universidade pública foi criada, nenhuma escola técnica, o sistema de ensino do fundamental ao superior foi completamente sucateado.




Em São Paulo, onde o partido governa há mais de 20 anos, o que temos visto é o extermínio de jovens negros da periferia, e sucateamento da educação pública em todos os seus níveis.

No Paraná, Beto Richa (PSDB), mostrou ao país e ao mundo, como o partido da Social Democracia Brasileira trata a educação pública e seus profissionais, porrada, prisões e muita violência.

O projeto do PSDB para a educação pública está mais que posto, está mais que claro. Sucatear, com a tal da reorganização, fechando cerca de 180 escolas, acabando com cerca de 311 mil vagas, superlotando as salas de aula, aumentando a quantidade de horas/aula dos professores e professoras.

Todos sabem que a educação pública de qualidade é, sem sombra de dúvidas, o instrumento mais importante que o país e a sociedade têm para romper com o ciclo de miséria, pobreza e marginalidade herdados por séculos de exclusão e abandono.

O PSDB, no entanto, apesar de ter conhecimento desse fato, não se incomoda em ir para o outro lado, fechando escolas, batendo em professor e estudantes, retirando ou diminuindo recursos destinados à educação pública.

O PSDB, que não avançou em nada no que se refere à educação, quando governou o país por 8 anos, mostra de forma inequívoca, a qual interesse defende, os tucanos, há muito tempo escolheram o lado do capital, o lado dos rentistas, o lado das elites ricas daqui e de fora, mas, por incrível que pareça, parte da sociedade não consegue enxergar.

FHC entregou o patrimônio nacional aos interesses do grande capital a preço de banana na década de 1990.

FHC, "Modernizou" a administração pública brasileira, criando leis que desregulamentaram a economia brasileira, agências reguladoras e todo um aparato aparentemente modernizante, que facilitou enormemente a atuação dos grandes capitalistas internacionais e o controle do capital especulativo sobre grande parte da economia brasileira, tanto na área privada como na atuação estatal.

A herança maldita do PSDB, com as privatizações, com o sucateamento da educação pública, com a desregulamentação da economia, deixou o país em uma arapuca de difícil desarme, os governos Lula e Dilma, e, a sociedade como um todo, mas principalmente os pobres e a classe trabalhadora, estão "pagando o pato"

A educação pública, como era normal que acontecesse, mesmo com os grandes avanços dos últimos anos, sofre profundamente, os estudante secundaristas de São Paulo, estão, concretamente, conhecendo o projeto do PSDB para a área de educação do Brasil.






O que Tancredo diria a Eduardo Cunha, por Fernando Morais

no Tijolaço

tancredo

A frase clássica de que a história se repete – a primeira vez, como tragédia; a segunda. como farsa – acaba de marcar mais um triste ponto em sua trajetória de profecia. Lendo o artigo de Fernando Moraes, hoje, na Folha,é inevitável pensar em o quanto o neto é menor que o avô.

O dia da infâmia

Fernando Morais, na Folha
Minha geração testemunhou o que eu acreditava ter sido o episódio mais infame da história do Congresso. Na madrugada de 2 de abril de 1964, o senador Auro de Moura Andrade declarou vaga a Presidência da República, sob o falso pretexto de que João Goulart teria deixado o país, consumando o golpe que nos levou a 21 anos de ditadura.
Indignado, o polido deputado Tancredo Neves surpreendeu o plenário aos gritos de “Canalha! Canalha!”.
No crepúsculo deste 2 de dezembro, um patético descendente dos golpistas de 64 deu início ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A natureza do golpe é a mesma, embora os interesses, no caso os do deputado Eduardo Cunha, sejam ainda mais torpes. E no mesmo plenário onde antes o avô enfrentara o usurpador, o senador Aécio Neves celebrou com os golpistas este segundo Dia da Infâmia.
Jamais imaginei que pudéssemos chegar à lama em que o gangsterismo de uns e o oportunismo de outros mergulharam o país. O Brasil passou um ano emparedado entre a chantagem de Eduardo Cunha –que abusa do cargo para escapar ao julgamento de seus delitos– e a hipocrisia da oposição, que vem namorando o golpe desde que perdeu as eleições presidenciais para o PT, pela quarta vez consecutiva.
Pediram uma ridícula recontagem de votos; entraram com ações para anular a eleição; ocuparam os meios de comunicação para divulgar delações inexistentes; compraram pareceres no balcão de juristas de ocasião e, escondidos atrás de siglas desconhecidas, botaram seus exércitos nas ruas, sempre magnificados nas contas da imprensa.
Nada conseguiram, a não ser tumultuar a vida política e agravar irresponsavelmente a situação da economia, sabotando o país com suas pautas-bomba.
Nada conseguiram por duas singelas razões: Dilma é uma mulher honesta e o povo sabe que, mesmo com todos os problemas, a oposição foi incapaz de apresentar um projeto de país alternativo aos avanços dos governos Lula e Dilma.
Aos inconformados com as urnas restou o comparsa que eles plantaram na presidência da Câmara –como se sabe, o PSDB, o DEM e o PPS votaram em Eduardo Cunha contra o candidato do PT, Arlindo Chinaglia. Dono de “capivara” policial mais extensa que a biografia, Cunha disparou a arma colocada em suas mãos por Hélio Bicudo.
O triste de tudo isso é saber que o ódio de Bicudo ao PT não vem de divergências políticas e ideológicas, mas por ter-lhe escapado das mãos uma sinecura –ou, como ele declarou aos jornais, “um alto cargo, provavelmente fora do país”.
Dilma não será processada por ter roubado, desviado, mentido, acobertado ou ameaçado. Será processada porque tomou decisões para manter em dia pagamentos de compromissos sociais, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida.
O TCU viu crimes nessas decisões, embora não os visse em atos semelhantes de outros governos. Mas é o relator das contas do governo, o ministro Augusto Nardes, e não Dilma, que é investigado na Operação Zelotes, junto com o sobrinho. E é o presidente do TCU, Aroldo Cedraz, e não Dilma, que é citado na Lava Jato, junto com o filho. Todos suspeitos de tráfico de influência. Provoca náusea, mas não surpreende.
“Claras las cosas, oscuro el chocolate”, dizem os portenhos. Agora a linha divisória está clara. Vamos ver quem está do lado da lei, do Estado democrático de Direito, da democracia e do respeito ao voto do povo.
E veremos quem se alia ao oportunismo, ao gangsterismo, ao vale-tudo pelo poder. Não tenho dúvidas: a presidente Dilma sairá maior dessa guerra, mais uma entre tantas que enfrentou, sem jamais ter se ajoelhado diante de seus algozes.

Um parlamento fora da democracia, por Janio de Freitas

no Tijolaço

camcunha


O fato de, aparentemente, faltar ao dueto Cunha-Oposição o número de votos necessários à abertura do processo de impeachment não pode obscurecer – ou impedir-nos de clarear – outro: a situação a que foi levada a Câmara dos Deputados brasileira é, neste momento, a negação de um equilíbrio democrático dos poderes republicanos.
A análise de Janio de Freitas, hoje, na Folha, é uma demonstração, límpida,  do que a Casa se tornou não apenas sob o domínio de Eduardo Cunha, mas porque este contou com tolerância e até proteção – dentro e fora dela – para transformar o parlamento em arma de chantagem política.

Um poder marginal

Janio de Freitas, na Folha
É pouca –se houver alguma– a percepção de que já estamos fora do regime democrático. É a realidade, porém. Está negada a validade do sistema jurídico, essencial no regime democrático, que tem por base o respeito aos direitos fundamentais e aos deveres a que estão sujeitos não só cidadãos em geral, mas também os ocupantes dos poderes constituídos.
A situação da atual Câmara dos Deputados foge aos seus deveres e responsabilidades constitucionais. Estar sujeita à condução de um parlamentar a quem são imputados vários atos criminosos já configura anomalia incompatível com a condição de Poder Legislativo. Assim conduzida, a Câmara dos Deputados sequer consegue que o seu Conselho de Ética opine sobre ser admissível, ou não, uma investigação superficial das acusações de delinquência e crime ao presidente da Casa.
O que se tem passado na Câmara, ao longo de todo este primeiro ano de nova legislatura, não são os meros artifícios com que casas legislativas contornam dificuldades cronológicas, impasses regimentais e acordos problemáticos. São manipulações só possíveis com o uso impróprio do poder funcional, são pressões, são ameaças, punições à resistência e recompensas indevidas. Em grande parte, à sombra do desconhecimento público, pouco e quase sempre mal abastecido, a respeito, pelos meios de comunicação outra vez cedendo espaço do jornalismo a práticas partidárias/ideológicas –o que parecia ser passado já distante no serviço noticioso brasileiro.
Foi esta e foram outras tolerâncias interessadas, com muita contribuição de parlamentares destacados, que levaram a Câmara à sua situação atual. Ou seja, expeliram a Câmara dos Deputados para fora dos seus deveres e responsabilidades.
Em paralelo, o Ministério Público cumpre um papel semelhante ao de testemunha indiferente, com a posse inconsequente da documentação que lhe foi presenteada pelo trabalho investigatório de promotores suíços. Talvez o que lhe seja permitido esteja muito aquém do mínimo conveniente, mas se um senador foi preso por palavras que, umas, provaram-se balelas, outras, não foram levadas a fato algum, documentos incriminatórios devem servir para algo mais do que se saber existirem.
O presidente da Câmara é o segundo na linha de sucessão, elevado a presidente se o vice-presidente posto em exercício precisar afastar-se, em intervalo ou em definitivo. Só isso já indica a dimensão do que a atualidade degenerada da Câmara representa, na sua marginalidade.

sábado, 5 de dezembro de 2015

A disputa é pelo Estado

na Rede Brasil Atual

Depois da profunda crise no centro do capitalismo, vinda do mercado sem controle, a direita não pôde seguir com a apologia ao mercado. Mas segue na busca por minar o Estado e seu poder de personificar projetos nacionais

por Emir Sader


por José Gilbert Arruda Martins


Belo texto do grande professor Emir Sader, gostaria apenas de comentar o seguinte: Apesar de toda essa panaceia direitista contra a presença do Estatal, as elites, historicamente, mamaram e mamam nas tetas do Estado.
Foi assim na antiguidade, quando as elites egípcias, assírias, gregas e romanas faziam do controle estatal, da coisa pública, forma de enriquecimento, foi assim também na Idade Média, quando os reis e as elites usavam do seu poder para controlar o povo, sua força de trabalho e abocanhar os impostos arrecadados.
Foi assim na Modernidade, mesmo após a Revolução Francesa e Estadunidense. As elites rentistas sempre se promoveram e enriqueceram com o Estado.
E sempre, as elites super ricas, tiveram nesses mesmos estados/espaços, os bajuladores de plantão, que, mesmo vindo das classes médias, ascenderam aos governos para defenderem interesses delas, foi e é assim no mundo e no Brasil.
É só enxergar o que fizeram Carlos Lacerda, ACM e, agora o FHC e seu PSDB. Lacaios de sangue puro, entreguistas de primeira grandeza.
O Estado, com seu poder constitucional de arrecadar de influir, de impor à sociedade, foi e é instrumento importante de acumulação de riqueza nas mãos de uma minoria que não passa de 1% hoje em dia.
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Desde que Ronald Reagan difundiu a fórmula de que “O Estado deixou de ser a solução para se tornar o problema”, não se deixou de acentuar a luta pelo Estado. Para minimizá-lo ou para fazer com que continuasse a ter um papel ativo na economia e na sociedade.
A partir desse momento, o Estado se transformou em um tema central no debate de ideias. Foi demonizado, responsabilizado pela inflação, pela ineficiência dos serviços públicos, pela corrupção, pela drenagem dos recursos das pessoas tirados via impostos para gastos com burocracia. Como contraponto, se passou a exaltar a empresa e o mercado, como tudo o que é dinâmico, os empresários como os heróis da economia, temas de biografias e autobiografias.
É a forma que assumiu a polarização público/mercantil na era neoliberal. O Estado passou a ser vítima das campanhas contra ele, por sua capacidade de regulamentação da economia por seu poder de afirmar e garantir direitos sociais para todos, por ser o sujeito de políticas externas soberanas, por poder personificar a nação e os projetos nacionais.
Estado mínimo passou a significar mercado máximo ou centralidade do mercado, que recuperava sua velha qualidade de “melhor alocador de recursos”, mediante sua mão invisível. A recuperação da democracia liberal frente à crise do socialismo ajudava a recuperação do liberalismo econômico, essa casal que pretendia protagonizar o happy end do fim da historia.
Os Estados latino-americanos, em particular, foram destroçados pela avalanche neoliberal. Empresas estratégicas passaram, no espaço de uma semana, de patrimônio publico em mãos do Estado a produtoras de lucros em mãos privadas, frequentemente de empresas estrangeiras. Direitos conquistados mediante duras e prolongadas lutas populares foram abolidos por uma penada. A dignidade nacional jogada fora frente a políticas de subordinação nacional a governos e entidades financeiras internacionais.
Em alguns setores do campo da esquerda surgiram posições de rejeição do Estado, a favor da “sociedade civil”, somando, na prática, com as posições liberais em uma frente antiestatal. Posições que foram perdendo força, até praticamente tornarem-se intranscendentes, deixando nas mãos da direita as posições contra o Estado.
Desde então o Estado recuperou prestígio quando governos latino-americanos o resgataram para desenvolver políticas sociais que terminaram sendo reivindicadas até pelos candidatos da direita. Ao mesmo tempo há consenso também de que a profunda e prolongada crise econômica no centro do capitalismo foi produzida por um mercado sem controle. De tal forma que a direita não pôde seguir fazendo a apologia do mercado. O que ela faz é manter sistemática crítica ao intervencionismo econômico do Estado e a este como fonte de corrupção.
A disputa pelo Estado, para a esquerda, não tem simplesmente o objetivo de resgatar o aparato de Estado tal qual ele é. Mas de fortalecer as políticas sociais e os bancos públicos, democratizar o sistema tributário, resgatar e fortalecer empresas estratégica para a economia, afirmar projetos nacionais, democratizar o processo de formação da opinião publica, apoiar políticas culturais de caráter pluralista, desenvolver um discurso democrático, púbico, popular e soberano.