terça-feira, 6 de outubro de 2015

INSPIRAÇÕES DA TAILÂNDIA - Em busca de alternativas para o déficit habitacional brasileiro

no Le Monde Diplomatique Brasil
Como no Rio de Janeiro, cerca de 20% dos 8 milhões de habitantes de Bangcoc vivem em assentamentos informais. Programa do governo tailandês é exemplo do que pode ocorrer quando o Estado passa a atuar como facilitador, em vez de provedor, permitindo que moradores de favelas definam e apliquem suas próprias soluções
por Mariana Dias Simpson


É possível alcançar escala e respeitar processos de construção de moradias? Na Tailândia, país com 67 milhões de habitantes no Sudeste Asiático, métodos avançados de autoconstrução de moradias vêm conseguindo alcançar uma escala que muitos acreditam ser possível apenas por grandes empreiteiras.
O programa Baan Mankong (Habitação Segura), do governo federal, pretende ser “um processo de desenvolvimento de habitação impulsionado pela comunidade, onde o morador é o principal ator, o principal responsável pela solução de problemas e o principal mecanismo de construção” (Codi, 2011a). A iniciativa canaliza fundos do governo sob a forma de subsídios para infraestrutura e crédito para a construção de unidades habitacionais, repassados diretamente para as comunidades de baixa renda organizadas em cooperativas. Todas as comunidades estão articuladas em redes e mantêm contato entre si por meio de reuniões e visitas de intercâmbio.

Empoderamento
O Baan Mankong baseia-se na capacidade de as pessoas gerirem suas necessidades coletivamente e no que as comunidades informais já desenvolveram (Boonyabancha, 2005). Com o apoio do governo e de uma forte rede comunitária de caráter nacional, as famílias controlam os recursos, contribuem com parte da verba, negociam soluções, planejam e gerenciam a construção de infraestrutura e de suas casas. Trata-se de um método bem-sucedido e avançado de “autoconstrução”.1 O Baan Mankong promove “muito mais do que melhorias físicas”, ele estimula mudanças profundas na estrutura social e nas relações dos moradores de favelas com autoridades e outros atores da cidade (Boonyabancha, 2005).
O programa é executado pelo Instituto de Desenvolvimento de Organizações Comunitárias (Codi, na sigla em inglês), que iniciou sua atuação com um aporte inicial de US$ 85 milhões. Entre 2003 e 2008, o instituto investiu US$ 65 milhões em subsídios para infraestrutura e outros US$ 66 milhões em empréstimos de fundos rotativos para compra de terra e construção de habitação (UN-Habitat, 2009). Esse valor foi suficiente para financiar 858 projetos em 1.546 comunidades de 277 cidades, nas 76 províncias da Tailândia, construindo um total de 90.813 unidades habitacionais (Codi, 2011b). Ou seja, é um investimento público de US$ 1.440 por família.
Por funcionar como um facilitador, e não como um órgão de entrega de unidades habitacionais prontas, como no caso do Minha Casa Minha Vida, o programa é capaz de lidar com a complexidade e a variabilidade das necessidades habitacionais de cada família e localidade. “O projeto é definido pelas pessoas, não por arquitetos que nunca viveram no local. E se há moradoras, mulheres, envolvidas na definição do projeto, é porque estamos fazendo direito” (Boonyabancha, 2005, p.26).
O Codi fornece suporte técnico por meio de “arquitetos comunitários”, que apresentam soluções variadas de design e infraestrutura para que as famílias decidam coletivamente o que melhor atende a suas necessidades e recursos. Por exemplo, uma família com idosos construirá uma casa com apenas um pavimento, enquanto uma numerosa fará mais quartos e uma que possui um negócio em casa pode optar por transformar seu primeiro pavimento em uma loja ou uma pequena empresa.
Para Somsook Boonyabancha (2005, p.27), diretora do Codi por dez anos e agora diretora da Aliança Asiática pelo Direito à Moradia,2 a principal mudança de paradigma do Baan Mankong está no fato de o programa ser ativamente demandado pelas comunidades, em vez de ofertado pelo governo. Ainda que as iniciativas brasileiras também respondam a anos de luta e reivindicações, a diferença entre os dois casos é tangível e pragmática.
No Rio de Janeiro, projetos e localidades para a construção de moradia ou para urbanização de favelas são escolhidos “de cima para baixo”. Quase sempre moradores de favelas são apenas informados pela imprensa de que tiveram a “sorte” de ser incluídos no próximo programa governamental.
Presenciei em diversas ocasiões lideranças comunitárias especulando sobre as razões pelas quais suas comunidades eram objeto do PAC/Favelas. Um exemplo recente foi o Morar Carioca, programa que nem chegou a sair do papel. As comunidades seriam priorizadas “por ordem de aparição”: as que mais impactariam a realização das Olimpíadas de 2016 seriam urbanizadas primeiro. Ou seja, as decisões vêm “de cima” e estão desconectadas das demandas das pessoas que vivem “em baixo”. Da concepção à construção, a participação real dos moradores (no Brasil tecnicamente chamados de “beneficiários”) é praticamente inexistente.
Na Tailândia, as comunidades precisam se inscrever (“aplicar”) no programa Baan Mankong coletivamente e comprovar que estão suficientemente organizadas para conduzir as intervenções, negociadas diretamente com a comunidade. Tal comprovação é feita por meio da realização de poupanças coletivas, descritas a seguir.
Com esse mecanismo, os moradores sentem que são os principais agentes de mudança, o que reforça laços comunitários, o sentimento de pertencimento e de propriedade. Embora a exigência de “organização comunitária” possa excluir muitas comunidades, seu cumprimento é estratégico para o sucesso do programa. E é importante notar que não é necessário que todo o assentamento se mobilize: o programa pode ser colocado em prática apenas entre algumas dezenas de vizinhos, inspirando os demais a fazer o mesmo. Ainda assim, o projeto precisa incluir todos os moradores envolvidos – os mais pobres e os menos pobres, proprietários e inquilinos. No caso de reconstrução total (demolição da casa preexistente e construção de nova unidade) ou realocação para um terreno próximo, a terra em geral é dividida igualmente entre as famílias participantes.
A habitação, antes informal, torna-se formal, porém, na maioria dos casos, sua propriedade é coletiva por dez anos – tempo em que o programa considera que as famílias estão mais “vulneráveis”, por terem de pagar o empréstimo e por desejarem investir em acabamentos e mobiliário novo. Boonyabancha (2005) afirma que essas condições não são “sentimentalistas”, mas estratégias criadas para responder a questões surgidas ao longo da aplicação do programa.

Poupança coletiva
Na Tailândia, o Codi investe entre US$ 750 e US$ 1.625 por família em subsídios para a instalação de infraestrutura (água e esgoto, iluminação pública, espaços públicos e/ou o que mais as comunidades considerarem necessário), além de 5% do valor total para subsidiar custos administrativos da cooperativa e sua participação em redes. Para a construção ou melhorias habitacionais individuais, as famílias organizadas têm acesso a crédito subsidiado e apoio técnico para a produção de habitação.
Tal como quando se opera com um banco, as comunidades organizadas são obrigadas a fazer um depósito de 10% do valor total da obra para garantir seu empréstimo. Os empréstimos são concedidos às cooperativas (corpo jurídico da comunidade), com uma taxa de juros de 4% ao ano – muito menor do que as taxas de mercado, mas alta o suficiente para garantir a sustentabilidade a longo prazo dos fundos rotativos do Codi. As cooperativas, por sua vez, fazem empréstimos individuais às famílias a uma taxa de juros que varia entre 5% e 7% ao ano, também com o objetivo de deixar uma margem para garantir a sustentabilidade financeira e organizacional da própria cooperativa.3 É importante notar que os empréstimos concedidos pelo governo são para o coletivo (a cooperativa), e não para indivíduos.
Um ditado comum no Codi é “sem poupança, sem casa”. Mas como as comunidades podem pagar depósitos? Os moradores fazem isso por meio da criação de “grupos de poupança”, uma prática rara na América Latina, mas comum no Sudeste Asiático e em partes da África. As comunidades pobres da Ásia têm longa tradição em criar poupanças comunitárias para investir em melhorias coletivas e para a cessão de empréstimos individuais a juros baixos, visando ao bem-estar social dos moradores.
Para Boonyabancha (2005), a administração das finanças pelas próprias comunidades quebra um paradigma comum a projetos sociais: “Alguém de fora sempre segura a carteira, enquanto as pessoas (por não terem tido a oportunidade de aprender a lidar com finanças) ficam com a mão estendida. A poupança faz a comunidade crescer. É a diferença entre fazerem para você e fazer por você mesmo. Se uma comunidade não sabe administrar recursos, estará para sempre condenada a ter seu processo de desenvolvimento determinado por terceiros”.
O Codi (2011b) estima que existam cerca de 50 mil grupos de poupança na Tailândia, somando mais de US$ 760 milhões. De fato, há comunidades que optam por participar do Baan Mankong sem pegar empréstimo, usando recursos próprios, utilizando apenas o apoio técnico do instituto e o subsídio para infraestrutura coletiva. “Mecanismos de poupança e crédito não são apenas para juntar dinheiro, são para juntar pessoas” (Burra, 2000).
Líderes comunitários concordam que a poupança não é um problema. Antes mesmo de o programa ser iniciado na comunidade, cada família já tendia a economizar entre US$ 4 e US$ 17 por mês. Quando a obra é concluída e as famílias precisam começar a pagar pelo empréstimo tomado junto à cooperativa, o valor geralmente aumenta para entre US$ 25 e US$ 50 por mês, dependendo do valor que cada família optou por tomar. Os níveis de inadimplência são baixíssimos.
Segundo um líder da comunidade Bang Pua, a obrigação de pagar o empréstimo tende a empurrar as pessoas para o mercado de trabalho: “Antes do Baan Mankong, era a mesma coisa em todas as casas. Uma pessoa trabalhava, seis ou sete estavam desempregadas. Com o projeto de desenvolvimento e a necessidade de pagar o empréstimo, as pessoas se sentiram estimuladas a conseguir um emprego, e um ajudou o outro a encontrar trabalho. As pessoas se tornaram mais ativas e muitas também aprenderam uma profissão durante as obras” (entrevista de campo, maio de 2011).

Autossuficiência e direitos
Há um mundo de semelhanças e também de diferenças entre os assentamentos informais e a maneira como a questão é tratada no Rio de Janeiro e em Bangcoc. Comunidades tailandesas contam com um nível de mobilização que as brasileiras deixaram de ter, em razão dos anos de controle político e violento que fragmentaram esses territórios. Ao mesmo tempo, o Rio de Janeiro conta com um nível de políticas públicas e de planejamento urbano para essas áreas que não existe em Bangcoc. E, claro, existem diferenças culturais, sociais, políticas e econômicas.
Talvez a diferença cultural mais óbvia entre os dois casos seja que os movimentos sociais tailandeses buscam a autossuficiência, refletindo a cultura de um país onde “é esperado que as pessoas cuidem de si mesmas” (Kitti, 2011). No Brasil, as organizações seguem a abordagem dos direitos, o que também reflete a história e a cultura locais. Nosso Estatuto das Cidades, aprovado em 2001, com a defesa do “direito à cidade” e, entre outros pontos, “o direito a cidades sustentáveis, entendido como o direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infraestrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos”, é admirado em todo o mundo. A estratégia escolhida para a batalha por aqui não é a do “faça você mesmo”, mas a exigência do cumprimento de direitos.
Um exemplo concreto de diferença entre as duas abordagens está em debates sobre padrões construtivos: em Bangcoc, lideranças fazem lobby por regulamentos mais flexíveis para a legalização de imóveis, argumentando que as normas não são para os pobres; no Brasil, como unidades habitacionais subsidiadas são entregues prontas pelo governo, os padrões mínimos são vistos como conquistas, e a luta é para melhorá-los e certificar-se de que o Estado os cumpra.
Turner (1988) observou que as pessoas tendem a aceitar padrões inferiores e problemas construtivos quando elas têm o senso de propriedade, quando as condições de moradia são um reflexo de seu próprio suor. Isso provavelmente está refletido na rápida degradação dos conjuntos habitacionais brasileiros, nos quais, além do péssimo padrão construtivo, famílias tendem a não tomar para si a responsabilidade pela manutenção, principalmente de espaços coletivos, uma vez que não necessariamente reconhecem o “problema” como seu, pois não participaram das decisões ou da construção das unidades habitacionais, tampouco tiveram a oportunidade de construir um senso de comunidade ao longo do processo.
Levando a meta de autossuficiência adiante, a União Nacional de Organizações de Comunidades de Baixa Renda (Nulico) começou a recolher US$ 7 por família por ano com o objetivo de reduzir sua dependência de fundos do governo. Esse “Fundo de Desenvolvimento Urbano” cresceu com os anos e é hoje uma realidade que se espalha pela Ásia, já sendo capaz de financiar, independentemente, diversos projetos nos moldes do Baan Mankong.
Por outro lado, a crença de que as comunidades são capazes de resolver seus problemas por conta própria pode criar ilusões sobre o que é possível ser feito sem intervenção governamental, reforma ou ruptura, protegendo o status quo quando é este que precisa ser mudado (Marcuse, 1992).

O desafio da escala
Alcançar escala é um desafio frequentemente enfrentado por iniciativas de desenvolvimento em todo o mundo. O Codi acredita que ele pode ser vencido ao permitir que “as pessoas se tornem a escala da solução” (Boonyabancha, 2011), uma vez que o Baan Mankong atua apenas como um facilitador do desenvolvimento e trabalha com fundos rotativos. Com esse entendimento, desde que comunidades continuem interessadas em participar do programa e pagando seus empréstimos, sua escala é teoricamente ilimitada.
Na prática, porém, o principal fator limitante para o fim do déficit habitacional urbano, tanto no Brasil como na Tailândia, é o acesso à terra urbanizada. No caso do Baan Mankong, a questão se torna visível quando o Codi não pode apoiar comunidades que ocupam terra sob disputa4 – situação recorrente em Bangcoc, que pode comprometer a escala do programa.

Favela é cidade
O ponto fraco do programa asiático é não dar suficiente atenção à integração de suas comunidades com o resto da cidade. As debilidades de projetos de autoconstrução são particularmente evidentes quando se trata do acesso à terra, do planejamento de infraestrutura e da prestação de serviços públicos que são fornecidos apenas no nível municipal, e não no de projeto a projeto (Marcuse, 1992, p.15). Vemos, portanto, que uma abordagem posta em prática somente pela comunidade não é capaz de oferecer uma solução completa. “Autonomia significa autogestão interdependente, não autossuficiência independente” (Turner, 1988, p.15).
No entanto, dadas as políticas urbanas progressistas já colocadas em prática no Rio, como o Favela Bairro, tem-se aqui a compreensão da importância da integração de áreas informais com o resto da cidade. Como resultado de uma história de luta e resistência, nossos movimentos de moradia organizados têm a expertise necessária para tornarem-se os protagonistas de seu desenvolvimento, componente faltante no modelo brasileiro atual. A experiência do Grupo Esperança de Jacarepaguá, realizada no âmbito do Minha Casa Minha Vida Entidades no Rio de Janeiro, é prova disso.
Isso significa romper, de uma vez por todas, com um paradigma que insiste na entrega de unidades habitacionais prontas e insustentáveis. Morar é um verbo (Turner, 1972). Para o pobre urbano, a moradia é ainda um longo processo incremental e pessoal de construção de comunidade.
O “problema” do processo de construção de moradias sustentáveis é que ele contraria poderosas empreiteiras que garantem contratos multimilionários enquanto generosamente patrocinam campanhas políticas. Além disso, “processos” não trazem o benefício político imediato que vem com a entrega de chaves a uma família pobre por uma autoridade em evento público.
No entanto, a crença de que a informalidade pode ser substituída por uma moradia formal entregue pronta pelo Estado é inatingível, cara e ineficiente. É um “enxugamento de gelo” com consequências nefastas para essas famílias e para a cidade como um todo. Morar é um processo que ocorre na cidade e que precisa ser protagonizado pelo morador para ser sustentável.


Mariana Dias Simpson
Mariana Dias Simpson é pesquisadora do Ibase


Ilustração: Mariana Dias Simpson


1              Para a execução das obras, por exemplo, as comunidades organizadas podem optar por realizar mutirões, capacitar e contratar moradores (remunerados), contratar empreiteiras e/ou contratar o trabalho da “Rede de Pedreiros Comunitários”, formada por grande grupo de profissionais oriundos de diversas comunidades e que já passaram pelo programa.
2    A proposta do Baan Mankong se espalhou por vários países da Ásia e, por meio da ONG Coalizão Asiática para Ação Comunitária (Acca), já foram ou estão sendo feitos projetos em 215 cidades de dezenove países, sendo 146 habitacionais de grande porte (beneficiando diretamente mais de 10 mil famílias) e 2.139 de pequeno porte. Foram criados também 136 fundos de desenvolvimento urbano, e 11.339 grupos de poupança estão organizados com mais de 400 mil usuários ativos. A ação, inicialmente independente, está fomentando políticas públicas em diversos países e estimulou a criação de instituições do formato do Codi no Camboja, Nepal e Mongólia.
3    Dados coletados pela autora durante visita de campo em maio de 2011.
4    Mais explicitamente que no Rio, assentamentos informais são considerados invasões ilegais e sujeitos à remoção em Bangcoc. Como um órgão governamental que trabalha com fundos públicos, o Codi não pode interferir nem urbanizar comunidades localizadas em terras sob disputa. Em Bangcoc, embora uma parte da terra ocupada por favelas pertença a proprietários privados, assentamentos informais geralmente ocupam terras pertencentes a outros setores do governo ou à família real, que é filantrópica e tem status de semideus. Como no Rio de Janeiro, cerca de 20% dos 8 milhões de habitantes de Bangcoc vivem em assentamentos informais. Programa do governo tailandês lançado em 2003 é exemplo do que pode ocorrer quando o Estado passa a atuar como facilitador, em vez de provedor de habitação subsidiada, permitindo que moradores de favelas definam e apliquem suas próprias soluções


Referências bibliográficas


BOONYABANCHA, S. “Scaling up slums and squatters settlements upgrading in Thailand” [Regularização de favelas e assentamentos precários avançam na Tailândia]. Environment and Urbanisation, v.17, n.1, abr. 2005, p.21-46.
______. “The Baan Mankong programme”, apresentação para estudantes do DPU/Universidade de Londres no Instituto de Desenvolvimento de Organizações Comunitárias. Bangcoc, Tailândia, 10 maio 2011 (mimeo).
BURRA, S. “A journey towards citizenship: The Byculla Area Resource Centre” [Uma viagem para a cidadania: o centro de recursos da área de Byculla], Mumbai, 2000. Disponível em: .
CODI (Community Organizations Development Institute). “Baan Mankong Collective Housing”, 2011a. Disponível em: .
______. “Live updates”, 2011b. Disponível em: .
KITTI, P. “Housing Finance in Thailand” [Financiamento habitacional na Tailândia], apresentação para estudantes do DPU/Universidade de Londres no Instituto de Desenvolvimento de Organizações Comunitárias. Bangcoc, Tailândia, 11 maio 2011 (mimeo).
MARCUSE, P. “Why conventional self-help projects won’t work” [Por que projetos de autoajuda convencionais não vão funcionar]. In: MATHEY, K. (Ed.). Beyond Self-Help Housing [Além da habitação de autoajuda], Londres, Mansell, 1992.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. “Estatuto das Cidades”, 2001. Disponível em: .
TURNER, J. F. C. Building Community: a Third World Case Book [Comunidade construtora: um livro de caso do Terceiro Mundo]. Bertha Turner, Building Community Books, Londres, 1988.
TURNER, J.; FICHTER, R. (Eds.). Freedom to Build: Dweller Control of the Housing Process[Liberdade para construir: controle popular sobre o processo habitacional]. Nova York, The Macmillan Company, 1972.
UN-HABITAT. “Community development fund in Thailand: a tool for poverty reduction and affordable housing” [Fundo de desenvolvimento comunitário na Tailândia: uma ferramenta para redução da pobreza e aquisição de moradia]. In: The Human Settlements Financing Tools and Best Practices Series[As melhores práticas e as ferramentas financeiras de assentamentos humanos]. Nairóbi, United Nations Human Settlements Programme, 2009.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

A onipresente publicidade infantil na internet

no Outras Palavras POR  LAIS FONTENELLE PEREIRA
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Quase desconhecidas e totalmente descontroladas, campanhas invadem quotidiano das crianças, exploram vulnerabilidades e instigam desejo de consumo obsessivo
Por Lais Fontenelle | Imagem: Isabelle Arsenault, Minds
A comunicação de mercado se reinventou e hoje fala 24 horas por dia com as crianças, num formato transmídia de publicidade que tem a internet como centro. Isso acontece em consonância com a realidade explícita nos dados de janeiro de 2014 da pesquisa comScore, que apontam: o número de crianças e adolescentes nas redes sociais brasileiras aumentou 118% entre 2012 e 2013 – de 4,3 milhões para 9,4 milhões de usuários com mais de 18 horas mensais conectados.
Ao incluir questões sobre publicidade e consumo, a pesquisa Kids Online Brasil 2014 mostrou que o mercado tem conseguido atingir seu alvo: entre as crianças e adolescentes de 11 a 17 anos usuários da internet, 77% possuíam perfil no Facebook e, desse montante, 80 % reconheceram ter tido acesso a publicidade pela TV, 61% pelas redes sociais e 30 % pelos jogos.
Mas a mudança mais radical talvez tenha sido a inauguração da convergência midiática, em particular pela intensificação do uso das mídias móveis, os tablets e smartphones, por crianças, e que assim passaram a ser interpeladas intensa e abusivamente pela publicidade. Nos ambientes de mobilidade, o assédio das crianças sem a mediação do adulto é tão mais facilitado quanto difícil se torna para as crianças identificar os apelos do marketing. O leque de formatos possíveis de inserção comercial na web é infinito: banners, patrocínios, email, pop up, entre muitas outas novidades, o que implica riscos que passam pela compra inadvertida de produtos até a exposição de dados privados ou sigilosos.
Outra questão é que as crianças, atualmente, são além de expectadoras também produtoras de conteúdo comercial. Portais voltados ao público infantil, têm sido lançados por empresas que aproveitam o interesse das crianças por conhecimento, entretenimento e tecnologia para anunciar seus serviços e produtos, por meio de conteúdo supostamente educacional e de entretenimento. Produtos alimentícios e brinquedos, por exemplo, são apresentados em meio a jogos, atividades e vídeos na forma de “advergames”, que disfarçam seu propósito comercial e associam na memória das crianças a imagem da marca a conteúdos positivos.
Também na internet e redes sociais, uma técnica recente merece atenção: unboxing ou unwarping (termo em inglês para o ato de desembalar um produto), último formato de publicidade dirigida às crianças, já virou febre entre as menores de 4 anos. Ela traz as próprias crianças como produtoras desse conteúdo, além de consumidoras. A publicidade consiste em vídeos no youtube em que crianças (ou mãos adultas) desembrulham objetos, brinquedos em especial, com uma narração. Ao apresentar e desvendar o objeto, essa técnica tem o poder de incitar o desejo nas crianças, além de interferir no seu brincar – ditando regras e assim contribuindo para reduzir sua capacidade imaginativa.

O maior canal do gênero, o FuntoyzCollector – antes chamado de DisneyToyCollector, direcionado para bebês e crianças em idade pré-escolar, tem hoje mais de 5 milhões de assinantes e 7 bilhões de visualizações. Segundo recente reportagem do Gizmodo, a popularidade dos vídeos de unboxing cresceu 57% no ano passado, conforme o Google, e o número de vídeos enviados, 50%. Uma simples busca no Youtube gera mais de 20 milhões de vídeos, que no ano passado ultrapassaram um bilhão de visualizações. Isso demonstra o alcance dessa comunicação de mercado “camuflada” de entretenimento para crianças.
Temos também acompanhado, nesses tempos de consumo e conectividade, o crescimento dos Youtubers mirins vendendo produtos. Trata-se de pequenas celebridades que detêm canais no Youtube e perfis em diferentes redes sociais, em geral Instagram, e que chegam a mais de 240 mil assinantes ou seguidores e impressionantes 91.974.702 visualizações de seus vídeos. Essas crianças recebem presentes e são cooptadas pelas marcas para trabalhar para elas, de forma velada, vendendo produtos em seus canais e criando fidelidade e adesão entre seus pares.
Defesa do consumidor
O projeto Criança e Consumo do Instituto Alana enviou em setembro, ao Núcleo de Defesa do Consumidor da Defensoria Pública do Rio de Janeiro uma representação contra a empresa Foroni pela sua estratégia de comunicação mercadológica da “Promoção Desafio Foroni”. Trata-se de um exemplo de publicidade transmídia: a campanha incentivava a comunidade escolar a produzir um vídeo que tivesse como trilha sonora o jingle do comercial da Foroni, e os participantes concorriam a cadernos, notebook, projetores e viagens a Orlando (EUA) e Vancouver (Canadá).
Para promover o Desafio, foi desenvolvida uma comunicação mercadológica em diferentes âmbitos do cotidiano das crianças. Na televisão circulava um vídeo de inspiração da Promoção tendo como cenário o ambiente escolar. Crianças e adolescentes conhecidas por serem blogueiros, vlogers ou youtubers mirins recebiam produtos da empresa.
Assim, a corporação explorou diversos âmbitos do universo infantil, de modo a que as crianças vivenciassem a marca e se tornassem suas consumidoras e promotoras de vendas – sejam as que assistem ao comercial e reproduzem a mensagem a familiares; as que fazem o vídeo e a publicidade gratuita da empresa; ou ainda o youtuber mirim, que recebe os produtos para divulgá-los. Não deixavam saída para as crianças.
Sabemos que publicidade para crianças com menos de 12 anos é considerada abusiva e ilegal, segundo artigo 37 do Código de Defesa do Consumidor. Sabemos também que, em sociedades de consumo como a nossa, publicidade é a “alma do negócio”: estimula as compras, aquece a produção, gera empregos e renda e é considerada relevante no desenvolvimento econômico do país. Entretanto, nenhum tipo de desenvolvimento, seja ele econômico, tecnológico ou científico, deveria ser mais importante que o desenvolvimento psicológico e cognitivo infantil.
Os impactos sociais, ambientais e econômicos da publicidade infantil merecem atenção. Todos os agentes sociais, e aí se incluem família, Estado, educadores e mercado, têm a responsabilidade compartilhada de transformar essa realidade e ditar novos paradigmas para as crianças. Denunciar, fiscalizar e coibir excessos são formas de pressão para alcançar a efetividade da lei.
Para ajudar a sociedade civil na proteção dos direitos da criança frente à publicidade infantil, o Instituto Alana lançou ferramentas no seu projeto Prioridade Absoluta. A publicidade infantil merece nossa atenção: até quando vamos permitir a mercantilização impune de nossas crianças?

Inep divulga hoje locais de prova do Enem

na Rede Brasil Atual
A partir das 14h, o cartão de confirmação de inscrição será lançado; neste ano, ele não será enviado pelos Correios e o estudante deverá acessá-lo pela internet
por Andreia Verdélio, da Agência Brasil
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Em 2014, os estudantes recebiam o cartão de confirmação. Por conta do custo, inscritos terão que acessar pelo site

O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) disponibiliza hoje (2), a partir das 14h, o cartão de confirmação de inscrição no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Neste ano, ele não será enviado pelos Correios e o estudante deverá acessá-lo pela internet, na página do participante no site do Enem.
O presidente do Inep, Francisco Soares, informou que uma das motivações para a mudança é o custo de produção gráfica e distribuição dos cartões. Segundo ele, serão economizados R$ 16,5 milhões. “Outra motivação é uma mudança no perfil dos candidatos que estão muito mais familiarizados com a internet, com o uso da máquina, portanto não prejudica ninguém. Juntou-se, então, a necessidade financeira à oportunidade de mudança de perfil dos candidatos”, disse.
Para acessar o cartão, o participante deverá informar o número do CPF e a senha. É a mesma senha criada no momento da inscrição, mas, caso tenha esquecido, ela poderá ser recuperada por e-mail ou por mensagem SMS no celular.
Além do local de prova, o cartão contém o número de inscrição, a data e o horário das provas, a opção de língua estrangeira, solicitação de certificação do ensino médio, se for o caso, além da indicação do atendimento especializado ou específico, se houver sido solicitado pelo participante.
O cartão poderá ser salvo, em formato PDF, na máquina do estudante, mas Soares recomenda que ele imprima e leve o cartão para o local de prova. “Se o estudante tiver tempo, ele deve visitar o local de prova. É um momento importante na vida do candidato e quanto menos atropelo tiver, melhor”, disse o presidente do Inep.
As provas do Enem serão aplicadas nos dias 24 e 25 de outubro em todos os estados e no Distrito Federal. Os portões serão abertos ao meio-dia e fechados às 13h, no horário de Brasília. Os malotes das provas, entretanto, só serão abertos meia hora após o fechamento dos portões. O presidente do Inep afirmou que, este ano, haverá mais procedimentos de segurança na aplicação do exame e a presença de um certificador na abertura dos malotes.

Balanço das inscrições

Mais de 7,7 milhões de candidatos confirmaram a inscrição e 867,9 mil vão utilizar a prova para obter a certificação de ensino médio. O total de inscrições é 11,19% menor que em 2014. O número de estudantes que farão o Enem pela primeira vez também caiu em relação aos últimos anos. Em 2015, mais de 2,6 milhões passarão pelo teste pela primeira vez; em 2014, o número havia chegado a 5,3 milhões.
“Podem ter causado impacto [para a redução das inscrições] decisões como a de que, a partir de 2016, quem teve isenção este ano e não compareceu aos dois dias do exame não terá mais o benefício. Pode ser que um grupo de candidatos tenha avaliado isso”, disse Soares. “O que é importante deixar claro, entretanto, é que ninguém deixou de fazer inscrição no Enem por questões financeiras. Todas as carências que se enquadravam nos critérios legais foram atendidas”.
O presidente do Inep lembra que o total de candidatos inscritos é muito maior que o número daqueles que terminam o ensino médio, que deve ficar em torno de 1,5 milhão de alunos em 2015.
A relação de inscrições por faixa etária e gênero permanece semelhante à dos anos anteriores. Soares destaca o alto número daqueles que declaram a cor/raça no Enem, 97,96% dos inscritos. Do total de inscritos, 45,48 se declararam pardos, 37,16% brancos, 12,69% pretos, 2,05% amarelos e 0,58% indígenas.
Desde o ano passado, o Inep também identifica os alunos transexuais e travestis pelo nome social. Em 2015, 278 estudantes solicitaram e terão os dois nomes, o civil e o social, constando no cartão de confirmação de inscrição e no cartão-resposta do Enem. “Nós encontramos uma solução institucional de acolhimento. São 7 milhões de pessoas muito diversas, e o exame tem que encontrar a maneira de acolher a diversidade”, disse o presidente do Inep.
Pessoas com deficiência ou condição especial também puderam solicitar atendimento específico. Do total de inscritos, serão 57 mil atendimentos especializados para pessoas que declararam autismo, baixa visão, cegueira, deficiência auditiva, física e intelectual, déficit de atenção, discalculia, dislexia, surdez e surdo-cegueira. Também serão prestados 92,8 mil atendimentos específicos para idosos, pessoas que guardam o sábado, gestantes, lactantes e hospitalizados.
São 101,3 mil recursos que serão disponibilizados, como auxílio ledor e para transcrição, guia-intérprete, de libras, leitura labial, prova ampliada ou em braile, sala de fácil acesso, apoio para a perna e pé e mesa para cadeira de rodas.

Para ajudar os candidatos a se preparar para o Enem, a EBC preparou o aplicativo Questões Enem, que reúne todas as perguntas, desde a edição de 2009. No sistema, é possível escolher as áreas de conhecimento que se quer estudar. O acesso é gratuito.

MEC divulga resultados preliminares do Censo Escolar 2015

na Rede Brasil Atual
Segundo os dados preliminares, incluindo escolas estaduais e municipais de áreas urbanas e rurais estão matriculadas no Brasil 47.622.402 alunos matriculados no Brasil
por Andreia Verdélio, da Agência Brasil
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Nas escolas estaduais e municipais de áreas urbanas e rurais estão matriculadas na pré-escola 3.636.703 de crianças

Brasília – O Ministério da Educação divulgou hoje (5) no Diário Oficial da União o resultado preliminar do Censo Escolar de 2015. O levantamento detalha o número de matrículas iniciais na educação básica das redes públicas municipal e estadual de ensino. Elas referem-se à creche, pré-escola, aos ensinos fundamental e médio, à educação de jovens e adultos e educação especial. Abrange as áreas urbanas e rurais e a educação em tempo parcial e integral.
Segundo os dados preliminares, incluindo escolas estaduais e municipais de áreas urbanas e rurais estão matriculadas na creche 1.933.445 de crianças; na pré-escola, 3.636.703; no ensino fundamental, 32.516.737; no médio, 6.770.271 e 2.765.246, na educação presencial de jovens e adultos. Um total de 47.622.402 alunos matriculados no Brasil. Já na educação especial são 42.727 matrículas. A assessoria do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) informa que os números são parciais e tendem a crescer.
A partir de hoje, os diretores das escolas terão 30 dias para conferir e retificar os dados, se for necessário. O procedimento deve ser feito diretamente no sistema Educacenso, pela internet. Essa etapa é apenas para correção de erros e não para inserção de novas informações, caso o responsável pela escola não tenha preenchido os dados no período de coleta.
Contabilizar o número das matrículas é fundamental para o repasse de recursos e a execução de programas e políticas públicas na área da educação, como o Dinheiro Direto na Escola e o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
De acordo com o calendário divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que coordena o levantamento, o envio do número de matrículas presenciais efetivas será feito pelo Inep até 30 de novembro, e a divulgação dos resultados finais está marcada para 29 de janeiro de 2016.

Segunda etapa

Em 1º de fevereiro de 2016, começa a segunda etapa do Censo Escolar, com a abertura do módulo Situação do Aluno no Educacenso, para entrada de dados de rendimento e movimento escolar dos alunos declarados ao Censo Escolar 2015. Diretores e responsáveis pela escola deverão inserir esses dados até 18 de março de 2016.
Os resultados sobre o rendimento dos alunos são utilizados para o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), indicador que serve de referência para as metas do Plano Nacional da Educação (PNE).

A disponibilização das taxas de rendimento e dos relatórios por escola para conferência será feita pelo Inep até 1º de abril de 2016. Os erros deverão ser corrigidos pelos gestores até 15 de abril de 2016. Os dados finais sobre o rendimento e movimento escolar de 2015 serão divulgados pelo Inep no dia 6 de maio de 2016.

sábado, 3 de outubro de 2015

Opinião Sobre a Eleição para o Conselho Tutelar em Brasília - DF

por José Gilbert Arruda Martins

O Brasil irá, neste domingo, escolher no voto direto e secreto, ou pelo menos deveria ser assim, 30 mil novos Conselheiros Tutelares.

O Conselho Tutelar é órgão público, não jurisdicional e autônomo. É ferramenta importante de defesa e garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes.

Mas parece que o GDF não aprendeu esta primeira lição. A imprensa tem acompanhado e divulgado uma "carrada" de problemas relacionados ao processo de escolha.

"As crianças e adolescentes são comumente concebidos como sendo o futuro do país e da humanidade nos discursos de políticos e da elite brasileira, em contraponto a essa concepção, ao observarmos a realidade social percebemos uma banalização dos direitos da criança e do adolescente, através da exploração do trabalho, exploração sexual, condição de miséria e fome. Enfim, estas crianças e adolescentes, principalmente quando oriundas de classes baixas, estão submetidas diariamente a violências." (Lima, Michelle Fernandes)

Como se não bastasse a violência das ruas, da polícia, do Estado, da sociedade..., as crianças e adolescentes, sofrem aqui no Distrito Federal, a violência da falta de organização do governo local com o processo viciado de escolha dos novos conselheiros tutelares.

Tirando o fato da falta de educação de alguns candidatos, precisamos analisar friamente o que vem acontecendo com a eleição para o Conselho Tutelar em Brasília.

Primeiro, por que iniciei com a afirmação sobre a falta de educação de candidatos?

Por que, em todos as oportunidades que tivemos para debatermos o processo e até nas filas para a entrega da documentação na Fundação Getúlio Vargas na L2 Norte, presenciamos cenas de pura descompostura, de pura falta de tato e de jeito para reclamar, criticar, participar, opinar etc.

É claro e evidente, que essas cenas foram protagonizadas por uma minoria, a maioria lutou e reclamou desde o início com urbanidade e civilidade, defendendo que o processo de escolha fosse feito com total transparência.

Pois bem, desde o início o processo de escolha dos novos Conselheiros Tutelares do DF está sendo marcado por grandes e flagrantes equívocos.

A forma de escolha da banca organizadora do evento, que foi feita sem licitação. Por isso mesmo teve o processo suspenso pela primeira vez em julho, pelo Tribunal de Contas do DF.

De lá até aqui, foram incontáveis erros, um dos últimos, foi a demora para a divulgação dos locais de votação.

O GDF precisa entender que a eleição para um órgão tão importante como esse, deveria ter sido organizada e pensada desde o primeiro dia de governo e, com seriedade e total transparência.

Será que essa situação de erros, de idas e vindas, não afetará a escolha?

Teremos, no DF, pessoas voltadas e mais próximas às comunidades e suas crianças e adolescentes?

Até que ponto, esses problemas que vivemos nessa eleição, afetarão ou não a boa escolha de conselheiros comprometidos com a defesa e garantia dos direitos humanos de crianças e adolescentes?

Com informações: Franciane Fernandes Muchinski
Universidade Estadual do Centro Oeste
Michelle Fernandes Lima
Universidade Estadual do Centro Oeste
GT: Histedbr- Campos Gerais

Procuradoria recorrerá ao STJ para manter eleição dos conselheiros tutelares

Agência Brasília

Prezados e prezadas amigas, não quero de forma nenhuma confundi-las ainda mais com esses últimos posts sobre a eleição para o Conselho Tutelar de Brasília.

Mas tenho a obrigação de colocá-las a par dos acontecimentos.

(prof. José Gilbert)



Governo de Brasília quer reverter decisão do TJDFT que suspende a votação marcada para domingo (4)

2 de outubro de 2015 - 21:53
A Procuradoria-Geral do Distrito Federal ajuizará, no sábado (3), pedido de suspensão de liminar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) para manter as eleições dos conselheiros tutelares marcadas para o domingo (4). Na noite desta sexta-feira (2), a desembargadora Maria de Lourdes Abreu, da 3ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), negou rever a decisão de quinta-feira (1°) que suspende a votação.
Em julho, o processo seletivo já havia sido interrompido por questionamento do Tribunal de Contas do DF, mas, em agosto, foi retomado com autorização da própria corte.
A disputa voltou a ser suspensa em setembro, pela 2ª Vara da Fazenda Pública do DF, com base em mandado de segurança de um candidato que teve o registro indeferido. No dia 25, no entanto, o desembargador Mário-Zam Belmiro, da 2ª Turma Cível, permitiu a continuidade do processo eleitoral.
Os conselheiros tutelares são representantes escolhidos pela comunidade para zelar pelos direitos das crianças e dos adolescentes. No DF, além de 200 titulares, há 400 suplentes para assumir o posto em casos de vacância. O mandato é de quatro anos, com possibilidade de uma reeleição.
Leia também:

Justiça volta a suspender eleição para conselheiros tutelares no DF

G1

Votação ocorreria no domingo e elegeria 200 pessoas para quatro anos. Concurso havia sido suspenso antes após recurso de candidato barrado.

Conselho Tutelar de Santa Maria (Foto: Conselho Tutelar de Santa Maria/Reprodução)

Nova decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal voltou a suspender a eleição para conselheiros tutelares, que aconteceria neste domingo (4). O pleito ocorreria entre 9h e 17h, e os 200 selecionados exerceriam o cargo entre 2016 e 2019. O G1 procurou o GDF para saber qual o posicionamento do Executivo a respeito, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
A decisão é assinada pela desembargadora Maria de Lourdes Abreu e foi publicada nesta quinta-feira (1º). Esta é a segunda vez que o concurso é suspenso. Na primeira, a Justiça acatou o pedido de um candidato que teve o registro para concorrência negado por falta de apresentação de documentos. A liminar foi derrubada no dia 25 de setembro.
De acordo com o governo, 1,8 mil pessoas tiveram candidatura indeferida na capital do país – 24,6% dos concorrentes. Conselheiros que buscam se reeleger também estariam nessa situação.
A escolha dos conselheiros tutelares é dividida em duas etapas. A primeira é o processo seletivo, com prova de conhecimentos específicos, de caráter eliminatório. A segunda é a eleição. O teste específico aconteceu em 5 de junho. Ao todo existem 40 conselhos, e os salários são de R$ 4,8 mil.
Criados pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, os conselhos tutelares são responsáveis por zelar pelos direitos de menores de idade. Qualquer pessoa com mais de 16 anos poderá votar.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Audiência pública de apresentação do sistema de votação para Conselheiros Tutelares do Distrito Federal

por José Gilbert Arruda Martins

Para o Conselho Tutelar da Asa Sul Vote Professor José Gilbert n° 012267
Prof. José Gilbert, ontem na Audiência Pública na EAPE



CONSELHO DE DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

Edital nº 12, de 29 de setembro de 2015

O CONSELHO DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DO DISTRITO
FEDERAL – CDCA/DF, 
Para a Eleição do Conselho Tutelar da Asa Sul

Vote prof. Gilbert n° 012267

Órgão autônomo, paritário, deliberativo e controlador das ações de atendimento aos direitos da criança e do adolescente do Distrito Federal, criado por força da Lei n. 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA), regido pela Lei Distrital nº 5.244, de 17 de dezembro de 2013 e vinculado administrativamente à Secretaria de Estado de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal, no uso de suas atribuições regimentais, por deliberação da 247ª Plenária Ordinária realizada em 22 de outubro de 2014 e CONSIDERANDO a Resolução nº 170, de 10 de dezembro de 2014 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente – CONANDA, bem como o disposto na Lei Distrital n° 5.294, de 13 de fevereiro de 2014 que dispõe sobre Conselhos Tutelares do Distrito Federal e dá outras providências, torna público CONVITE PARA AUDIÊNCIA PÚBLICA, a saber:

Art. 1º - A Coordenadora da Comissão Especial do Processo de Escolha de Membros de Conselhos Tutelares CONVIDA todos os interessados para audiência pública de apresentação do sistema de votação para Conselheiros Tutelares do Distrito Federal, no dia 01/10/2015, às 14 h na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação do Distrito Federal - EAPE, localizado na SGAS 907, Conjunto A. Art. 2º - Este Edital entre em vigor na data de sua publicação. Andrecinda Pina Coordenadora da Comissão Especial do Processo de Escolha de Membros dos Conselhos Tutelares.

Crianças e Adolescentes

SDH
É missão da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) desenvolver políticas públicas voltadas à promoção dos direitos da criança e do adolescente. Tal missão é executada pela Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do Adolescente (SNPDCA). Acompanhe nessa área as ações da Secretaria, cujas atribuições incluem, entre outras:

  • Coordenar as ações e medidas governamentais referentes à criança e ao adolescente;
  • Coordenar a produção, a sistematização e a difusão das informações relativas à criança e ao adolescente;
  • Coordenar ações de fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos (SGD) de crianças e adolescentes;
  • Coordenar a política nacional de convivência familiar e comunitária;
  • Coordenar a política do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase);
  • Coordenar o Programa de Proteção de Adolescentes Ameaçados de Morte (PPCAAM);
  • Coordenar o enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes;
  • Exercer a secretaria-executiva do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda)

Contatos

Setor Comercial Sul - B, Quadra 9, Lote C, Edifício Parque Cidade Corporate, Torre "A", 8º andar
CEP: 70308-200, Brasília, Distrito Federal, Brasil
Telefones e Fax: (55 61) 2027-3225, 2027-3888
E-mail: spdca@sdh.gov.br

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Toda criança também têm direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica!

As crianças têm direito à crescer com saúde. Para isso, as futuras mamães também têm direito a cuidados especiais, para que seus filhos possam nascer saudáveis. Toda criança também têm direito a alimentação, habitação, recreação e assistência médica!

Direito da Criança

Desde o dia em que nasce, toda criança tem direito a um nome e uma nacionalidade, ou seja, ser cidadão de um país.
Para O Conselho Tutelar da Asa Sua, Dia 04/10 Vote, prof. Gilbert n° 012267


Encontre Seu Local de Votação: http://www50.fgv.br/ConselhoTutelar594/LoginListaLocalVotacao.aspx

quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Domingo 04/10 é Dia de Eleição para o Conselho Tutelar

Para o Conselho Tutelar da Asa Sul Vote Prof. Gilbert n° 012267


ACESSE O LINK :  http://www50.fgv.br/ConselhoTutelar594/LoginListaLocalVotacao.aspx 

Locais de votação:

CEM Elefante Branco 908 Sul
CEM Setor Leste 611/612 Sul

DIREITOS DA CRIANÇA E ADOLESCENTE - Brasileiros poderão escolher novos conselheiros tutelares neste domingo

Rede Brasil Atual
Conselheiros serão escolhidos por meio do voto em uma eleição simultânea em todo o país. Eles terão mandato de quatro anos a partir de janeiro
por Victor Ribeiro, da Agência Brasil

Dia 04 de Outubro, Vote prof. Gilbert n° 012267 para o Conselho Tutelar da Asa Sul
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Para cumprir lei que protege direitos de crianças e adolescentes, país tem desafio de criar mais 600 conselhos

Brasília – No próximo domingo (4), brasileiros irão às urnas eleger 30 mil novos conselheiros tutelares, responsáveis por proteger crianças e adolescentes vítimas de qualquer tipo de violência. Esta será a primeira vez que os conselheiros serão escolhidos por meio do voto em uma eleição simultânea em todo o país. Eles terão mandato de quatro anos a partir de janeiro.
Instituídos pelo Estatuto da Criança e do Adolescentes (ECA), os conselhos tutelares começaram a ser instalados em 1990 e operam no enfrentamento à negligência, à violência física e psicológica, à exploração sexual e a qualquer forma de violação de crianças e jovens.
Qualquer pessoa com mais de 16 anos pode ajudar na escolha dos novos conselheiros. É preciso levar documento de identidade (com foto), título de eleitor e comprovante de residência. Para saber os locais de votação e conhecer a lista de candidatos, o cidadão precisa procurar o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente de sua cidade.
De acordo com a secretária de Políticas para Crianças, Adolescentes e Juventude do Distrito Federal, Jane Klebia Reis, os candidatos a uma vaga no conselho tutelar fizeram provas escritas e tiveram de apresentar documentos para comprovar trabalho prévio com jovens.
“A pessoa que se imagina capaz de ser conselheira tutelar, primeiro tem de passar por uma prova escrita, para avaliar o conhecimento sobre a rede da Justiça, as leis que protegem as crianças, enfim sobre o que é ser conselheiro tutelar. Em seguida, ela apresenta a documentação que inclui uma série de certidões judiciais e comprovação de experiência de pelo menos três anos em trabalhos com crianças e adolescentes. Todas as informações foram conferidas. Agora, essas pessoas vão passar pelo crivo da comunidade”, afirma.
Todos os conselheiros tutelares recebem remuneração. Em Brasília, o salário chega a R$ 4,8 mil por mês.
De acordo com a Secretaria de Direitos Humanos (SDH), o Brasil tem 5.956 conselhos tutelares instalados em 5.559 municípios. Somente seis municípios não têm conselhos instalados. Para cumprir a lei que protege os direitos de crianças e adolescentes, o país tem o desafio de criar mais 600 conselhos – para cada grupo de 100 mil habitantes deve existir uma unidade com cinco conselheiros.
“O conselho tutelar é um órgão não jurisdicional que atua na defesa dos direitos da criança e do adolescente, que muitas vezes são violados pela própria família”, define o conselheiro tutelar do município de Barcarena (PA), Genilson Ramos Assunção.
Barcarena tem 112 mil habitantes e dois conselhos tutelares. “Aqui há muitos casos de abuso sexual, de abandono de incapaz e de exploração do trabalho infantil. Em geral, as denúncias chegam por telefone, porque as pessoas não gostam de se identificar. Nos casos de maus-tratos, normalmente pessoas próximas, da comunidade, vêm pessoalmente fazer a denúncia”, destaca o conselheiro.

Condições precárias

Para o presidente da Associação Nacional dos Conselheiros Tutelares, Davidson Nascimento, o desafio de cuidar dos direitos dos jovens muitas vezes esbarra nas condições precárias de funcionamento das unidades.
“O conselheiro não consegue encaminhar um relatório para o governo federal informando a situação porque não tem internet”, relata Nascimento. De acordo com ele, a falta de infraestrutura deixa os conselheiros desmotivados. “Ficam frustrados com os encaminhamentos. Às vezes não conseguem fazer nem sequer uma visita, por falta de automóvel. Quando tem automóvel, não tem gasolina.”
A Secretaria de Direitos Humanos informa que já repassou às prefeituras 2.122 kits para ajudar no trabalho diário. Esses kits são compostos de um carro, cinco computadores, uma impressora multifuncional, um bebedouro e um refrigerador. Mais 1.500 estão em licitação.
“Começamos doando para os municípios que sediariam jogos da Copa das Confederações, depois da Copa do Mundo, municípios de fronteira e os que registraram maiores índices de denúncias do Disque 100”, afirma o coordenador da Política de Fortalecimento de Conselhos da SDH, Marcelo Nascimento.

Números da violência

No primeiro semestre deste ano, o Disque 100 recebeu 66.518 denúncias de violações de direitos humanos, sendo 42.114 referentes à violência contra crianças e adolescentes (63,3%).
A violência contra idosos ficou em segundo lugar, com 24,2% do total de denúncias. Em seguida vêm as pessoas com deficiência (7,3%), em restrição de liberdade (2,6%) as populações LGBT (0,8%) e em situação de rua (0,5%). Quilombolas, indígenas, ciganos, comunicadores, religiosos e vítimas de conflitos agrários e fundiários, somados, equivalem a 1,4% das ligações para o serviço.
A principal violação, no caso de crianças e adolescentes, é a negligência dos responsáveis, presente em 76,3% das denúncias. A violência psicológica foi reportada em 47,7% das chamadas, seguida de agressão física (42,6%) e abuso sexual (21,9%). Em 45% das denúncias, a vítima é menina e em 39%, menino. Não há informação de gênero nas demais.
Mais da metade (51,5%) dos casos registrados pelo Disque 100 foi encaminhada diretamente ao Ministério Público, mas em 36,4% a SDH repassou as denúncias aos conselhos tutelares, que têm o papel de orientar as famílias e proteger as crianças e os adolescentes.
“No Brasil nós ainda temos uma grande dificuldade no funcionamento efetivo dos conselhos. A formação dos profissionais requer grandes investimentos. Então, é um desafio a ação qualificada dos conselhos tutelares”, destaca a gerente executiva da Fundação Abrinq, Denise Cesario.

A qualificação e orientação dos conselheiros pode ser feita tanto por órgãos governamentais quanto por entidades da sociedade civil.