terça-feira, 23 de junho de 2015

Assine para apoiar Kayllane e pedir uma campanha a favor da liberdade religiosa no Brasil

no Change.org
você deve ter visto o caso da menina de 11 anos que foi apedrejada ao sair de um culto no Rio de Janeiro. O nome dela é Kayllane Campos, uma das vítimas do fanatismo religioso no Brasil, um absurdo que não pode continuar. Dois dias depois da agressão, ela fez um abaixo-assinado pedindo ao ministro de Direitos Humanos, Pepe Vargas, uma campanha nacional a favor da liberdade religiosa.

Assine para apoiar Kayllane e pedir uma campanha a favor da liberdade religiosa no Brasil

Kayllane Campos 
Rio de Janeiro
Tenho apenas 11 anos e já sou vítima da intolerância religiosa. Como o Brasil inteiro viu, nos jornais, TV e pelas redes sociais, fui atingida por uma pedra na cabeça ao sair de um culto de candomblé. O machucado foi forte, mas a maior dificuldade será esquecer a sensação de que eu poderia morrer. Não quero que mais ninguém passe por esta situação. Por isso, criei este abaixo-assinado, para que o ministro de Direitos Humanos, Pepe Vargas, providencie uma campanha a favor da liberdade religiosa.
No Brasil, já temos uma lei muito importante contra a intolerância religiosa, que tem as mesmas medidas contra o racismo. Mas a grande maioria das pessoas não conhecem. O país já teve muitas campanhas contra o racismo, contra a homofobia e contra a violência contra a mulher. Isso é ótimo! Chegou a hora de termos também uma campanha contra a intolerância religiosa.
Peço que você assine e compartilhe este abaixo-assinado. Ele é a nossa força para transformar este ato de violência em algo bom, algo que vai fazer as pessoas serem mais solidárias e tolerantes.
Kayllane Campos
(com apoio de sua família)

STF libera estudantes para acompanhar votação da PEC da maioridade

na Rede Brasil Atual
Votação da PEC 171 está prevista para o próximo dia 30
por André Richter, da Agência Brasi
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Polícia legislativa poderá restringir o acesso a determinado número de pessoas, por razões de segurança
Brasília – A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), garantiu hoje (22) que representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) entrem na Câmara dos Deputados para acompanhar a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC) que trata da redução da maioridade penal. A votação está prevista para o dia 30 deste mês.
As entidades recorreram ao Supremo após o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), informar que não permitiria o acesso do público às galerias do plenário. De acordo com a decisão da ministra, a polícia legislativa poderá restringir o acesso a determinado número de pessoas, por razões de segurança, mas não poderá impedir os estudantes de entrar na casa.
“Defiro parcialmente a liminar requerida, para assegurar aos pacientes o direito ao ingresso na Câmara dos Deputados, especificamente nos recintos abertos ao público para acompanhar as reuniões destinadas à discussão da PEC 171/1993, observadas as normas legais e regimentais e garantido o poder de polícia daquele órgão para se assegurar o regular andamento dos trabalhos daquela casa”, decidiu a ministra.

No último dia 10, a sessão da Comissão Especial que analisa a PEC da redução da maioridade penal foi marcada por tumulto entre parlamentares, jovens contrários à mudança e a polícia legislativa. Diante de insultos verbais entre deputados contra e a favor da proposta e da resistência dos jovens em deixar o plenário da comissão, os policiais legislativos usaram spray de pimenta contra os manifestantes.

PT reage e propõe referendo sobre a PEC da Corrupção (financiamento empresarial)

no Blog Amigos do Presidente Lula
Uma boa iniciativa da bancada de parlamentares do PT está prometida para esta semana.

Os parlamentares petistas irão apresentar uma emenda aglutinativa no Senado propondo ouvir a população durante as eleições de 2016, se aprovam ou não a PEC da Corrupção, ou seja, se aprovam ou não o financiamento empresarial de campanha.

“Temos que ouvir o cidadão. É um assunto muito importante que poderá ser constitucionalizado. O povo é quem deve decidir”, a vice-presidente nacional do PT, Gleide Andrade.

E não me venham com desculpas sobre custos ou tempo, porque é só incluir a pergunta na urna eletrônica antes (ou depois) de votar para vereador e prefeito. E os partidos podem fazer a campanha contra ou a favor da PEC da Corrupção junto com a própria campanha eleitoral.

VEXAME EM CARACAS - Mais do que patetice, Aécio sabota R$ 14 bilhões em vendas brasileiras para Venezuela

na Rede Brasil Atual
Conflito diplomático criado por grupo liderado por senador tucano ignora importância do comércio entre Brasil e o país vizinho, que no ano passado importou R$ 14 bilhões dos brasileiros
por Helena Sthephanowitz
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Aécio: tentativa de desestabilizar relações com o país que é o nono maior importador de bens e serviços brasileiros
Se já é irritante ver senadores brasileiros, liderados por Aécio Neves (PSDB-MG), gastarem dinheiro público requisitando um jatinho da FAB para ir à Venezuela fazer intrigas e dar um vexame, em cima de assuntos completamente alheios aos interesses do povo brasileiro, pior é sabotar a economia brasileira criando arruaças diplomáticas completamente desnecessárias e impróprias com o país que foi o nono maior importador de bens e serviços brasileiros no ano passado.
Em 2014, a Venezuela importou cerca de R$ 14 bilhões do Brasil (US$ 4,6 bilhões), gerando um saldo positivo na balança comercial de R$ 13,4 bilhões. Isto em um ano que o país vizinho enfrenta uma crise econômica, sobretudo pela queda do preço do petróleo, responsável por cerca de um terço do PIB deles.
As ações do Aécio de hoje são tão desastradas que desmentem e rasgam seu próprio discurso da campanha eleitoral. Há nove meses o tucano falava na televisão para todo mundo ouvir que, se vencesse, sua política externa seria "comércio", pragmática, defendendo o interesse comercial acima de ideologias.
Pois olhando hoje, Aécio só não mentiu se ele estivesse se referindo a defender o interesse comercial de outros países que concorrem com o Brasil no comércio mundial.
Sabotar R$ 14 bilhões em vendas de empresas e produtores brasileiros a um país estrangeiro, além de lesar a macroeconomia nacional, sabota também milhares de empregos e a renda de trabalhadores e produtores daqui.tabela
A Venezuela tem seus problemas internos, tem um ambiente político radicalizado, mas é uma democracia inquestionável, com eleições livres, disputadas pela oposição com regras iguais, que tem parlamentares eleitos, que governa alguns estados e municípios. É uma democracia com plena liberdade de expressão, de manifestação, de organização partidária plural e a imprensa é livre, sem nenhuma censura. Os poderes Legislativo e Judiciário funcionam plenamente de acordo com a Constituição que foi inclusive referendada pelo voto popular, coisa que a nossa democracia não fez.
A defesa dos três líderes da oposição venezuelana que respondem a ações judiciais pode argumentar que as prisões tenham conotação política, mas o fato é que eles são acusados pelo Ministério Público não por emitirem opiniões, nem por atividades partidárias, nem por ativismo pacífico, mas por promoverem  manifestações violentas que levaram à morte e lesões de civis e policiais, e ao incêndio de prédios públicos. São acusados também de atentados contra a Constituição na forma de golpe de estado. Violência contra a vida e a integridade física das pessoas, destruição de prédios em país com liberdades democráticas são crimes comuns e não políticos. Golpe de estado também é crime em qualquer país que tenha uma Constituição democrática. O Ministério Público de lá os responsabiliza de incitarem e promoverem propositalmente a violência de forma premeditada. Cabe aos advogados de defesa rebaterem a acusação, seja provando a inocência ou a ausência de provas de dolo, apesar de discursos gravados daqueles líderes pesarem contra a defesa. Todos os outros líderes políticos venezuelanos de oposição, que não são acusados de crimes comuns e disputam suas ideias nas urnas não sofrem qualquer perseguição.
A política externa do Brasil, e não é só nos governos petistas, tem tradição clara de defesa dos direitos humanos universais desde a redemocratização, como tem posição muito clara de respeito à autodeterminação dos povos, não ingerindo na política interna dos países. Nas questões de direitos humanos, o Brasil exerce esta defesa nos órgãos multilaterais como a Organização das Nações Unidas (ONU), Organização dos Estados Americanos (OEA) e outros. Em geral, só países imperialistas interferem diretamente na política interna de outras nações soberanas.
Entre as nações que mais violam os direitos humanos e liberdades fundamentais, a Venezuela passa longe; nem por isso, o Brasil interfere na política interna dos outros países bem mais problemáticos. Também é curioso o senador tucano nunca se preocupar com violações de direitos e liberdades em outros países.
Aécio, como qualquer pessoa, pode ter seu juízo de valor sobre os políticos venezuelanos presos, se tem ou não responsabilidade pelos crimes comuns. Pode se posicionar como político, mas o assunto está mais na sua esfera da política partidária e de grupos de interesse do que do interesse geral da nação brasileira. Por isso, é questionável o uso de recursos públicos brasileiros, como o avião da FAB, para fazer atividades que têm mais a ver com atividade política privada.
Para a visita perder o caráter de ingerência na política partidária de outros países, inclusive flertando com golpistas de estado, a comitiva de senadores deveria oferecer um papel de mediação, com uma agenda mais ampla, dialogando com os dois lados das forças políticas e com amplos setores da sociedade venezuelana.
Em vez disso, Aécio já criou confusão antes mesmo da viagem ao acusar, três dias antes, de um veto ao voo da FAB que não houve. Emitiu declarações belicosas contra o governo venezuelano e contra a maioria do povo daquele país que fez suas escolhas nas urnas. Flertou com golpistas de estado e agiu como lobista de uma geopolítica imperialista com histórico de saquear a riqueza do povo venezuelano.
Daí, se Aécio foi convidado a fazer uma visita de apoio à oposição venezuelana, e quisesse fazer nesta condição, deveria ser representando o PSDB, ou a Chevron ou sabe-se lá mais quem, contanto que não envolvesse as instituições de Estado brasileiras.
Se o tucano foi a convite da oposição venezuelana, não é o povo brasileiro quem deveria pagar sua viagem, e sim quem o convidou. Ou o senador que pagasse de seu próprio bolso para saciar seus interesses políticos e midiáticos pessoais.
Como se não bastasse, o tucano deu o vexame de mal passar seis horas em território venezuelano. No primeiro engarrafamento que encontrou ao sair do aeroporto, aproveitado por um pequeno grupo de manifestantes populares para protestarem contra sua comitiva, o fez bater em retirada sem cumprir a missão a que se propôs.
Poderia persistir, até mesmo reclamar junto às autoridades venezuelanas, à embaixada brasileira, à oposição venezuelana, alugar ou pedir um helicóptero à elite de extrema-direita de lá, para seu deslocamento. Preferiu voltar sem cumprir o que propôs. Talvez acreditando que uns gatos pingados de manifestantes inofensivos que deram alguns tapas no ônibus – coisa que não deveriam fazer, mas também não chegaram a representar ameaça – era o factoide suficiente para não esticar o vexame. A bolinha de papel de José Serra (PSDB-SP) em 2010 faz escola.

Mas se a despesa com avião da FAB, com a mobilização de funcionários do Itamaraty e do Senado, só para fazer intrigas já é tudo o que o cidadão não quer como atuação de seus parlamentares, muito pior é a sabotagem contra a economia brasileira no valor de R$ 14 bilhões ao ano.

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Filme: Nas Terras do Bem-Virá (A Violência do Latifúndio no Brasil)

por José Gilbert Arruda Martins
no You Tube
http://sul21.com.br/jornal/wp-content/uploads/2011/05/semterra_embaixo2_cor.jpg


Quer conhecer o Brasil?

Você meu querido e querida, que é estudante do Ensino Médio, mas, principalmente, do Ensino Superior, de todos os cursos de graduação, mas fundamentalmente de Medicina, de Direito, de Engenharia, cursos importantes, mas que estão formando um monte de profissionais que desconhecem completamente a realidade histórica e social do país.

Profissionais que então, no mercado de trabalho e na vida social, como são ignorantes em relação à nossa sociedade, acabam desenvolvendo comportamentos autoritários, muitas vezes racistas e defensores de projetos golpistas.

Um filme que mostra uma realidade secular que teima em permanecer e expandir devido à cultura escravocrata que, infelizmente, ainda persiste nos corações e mentes de parte das elites brasileiras.

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Publicado em 6 de nov de 2012
Um dos documentários mais completos para se entender a questão dos conflitos agrários no Brasil, produzido em 2007 com a direção de Alexandre Rampazzo.

Trabalhadores sem opção de sobrevivência em seus estados partem para a Amazônia, no Pará, para trabalhar nas fazendas iludidos pelo sonho de se poder conseguir o sustento de suas famílias.

Mas a realidade é outra, grande parte não volta mais, torna-se um contingente de trabalhadores escravos, inseridos em um ciclo vicioso de trabalho e dívida com seu patrão.

Após serem explorados durante décadas, muitos tornam-se indigentes. Muitos dos que tentam escapar desse sistema, são assassinados.

O chamado "Agronegócio" do latifúndio está quase sempre associado a diversas práticas nocivas a sociedade e ao planeta: quase todas as fazendas da região são produtos da grilagem, ou seja, são terras da União que de alguma forma foram fraudadas em nome de alguém; os pistoleiros, quando não a polícia do Estado, promovem a "limpeza" humana das áreas, ameaçando, assassinando os colonos que lá antes habitavam.

Esse modelo está ligado a derrubada de florestas, extinção de espécies, queimadas, contaminação dos recursos hídricos, a concentração de terras e de renda.

Para fazer frente a isso, surgem os grupos sociais, como o Movimento dos Sem Terra, a Pastoral da Terra e personalidades internacionais, como Dorothy Stang, que enfrentam o poder dos: fazendeiros, políticos corruptos, assassinos e a mídia tradicional.
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LANÇAMENTO DO PLANO SAFRA DA AGRICULTURA FAMILIAR

no Blog do Planalto

info_AgriculturaFamiliar_FB

Plano Safra da Agricultura - 01
Presidenta Dilma Rousseff durante cerimônia de Lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar no Palácio do Planalto. (Brasília - DF, 22/06/2015)

Além dos recursos de crédito do Pronaf e dos novos critérios do Seaf, será apresentado um conjunto de medidas e novos programas para fomentar o desenvolvimento da agricultura familiar no país, com ênfase na sustentabilidade ambiental. No Brasil existem 4,3 milhões de estabelecimentos da agricultura familiar (84% do total).
A agricultura familiar produz a maior parte dos alimentos consumidos pelos brasileiros (70% do feijão, 83% da mandioca, 69% das hortaliças, 58% do leite, 51% das aves) e responde por 74% da mão de obra no campo. Contribui ainda com 33% do valor bruto da produção agropecuária, de acordo com o último censo agropecuário.

Crianças e Adolescente - Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase)

                Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República
           Foto: Agnaldo Soares Lima
Adolescente em atividade socioeducativa na internação Provisória – NAI de São Carlos
Legenda: Adolescente em atividade socioeducativa na internação Provisória – NAI de São Carlos

As ações do Sinase são executadas tendo como base um Plano Nacional de Atendimento Socioeducativo Diretrizes e Eixos Operativos.
SINASE busca enquanto sistema integrado articular em todo o território nacional os Governos Estaduais e Municipais, o Sistema de Justiça, as políticas setoriais básicas (Assistência Social, Saúde, Educação, Cultura, etc.) para assegurar efetividade e eficácia na execução das Medidas Socioeducativas de Meio Aberto, de Privação e Restrição de Liberdade, aplicadas ao adolescente que infracionou.
Objetiva ainda, de forma primordial, o desenvolvimento de uma ação socioeducativa sustentada nos princípios dos direitos humanos enquanto promove alinhamentos conceitual, estratégico e operacional, estruturados em bases éticas e pedagógicas.
Grandes linhasTendo como premissa básica a necessidade de se constituir parâmetros mais objetivos e procedimentos mais justos que evitem ou limitem a discricionariedade, o SINASE reafirma a diretriz do Estatuto sobre a natureza pedagógica da medida socioeducativa. Para tanto, este sistema tem como plataforma inspiradora os acordos internacionais sobre direitos humanos dos quais o Brasil é signatário, em especial na área dos direitos da criança e do adolescente.
Outrossim, priorizaram-se as medidas em meio aberto (prestação de serviço à comunidade e liberdade assistida) em detrimento das medidas privativas ou restritivas de liberdade em estabelecimento educacional (semiliberdade e internação), haja vista que estas somente devem ser aplicadas em caráter de excepcionalidade e brevidade). Trata-se de estratégia que busca reverter a tendência crescente de internação dos adolescentes bem como confrontar a sua eficácia invertida, uma vez que se tem constatado que a elevação do rigor das medidas não tem melhorado substancialmente a inclusão social dos egressos do sistema socioeducativo.
Como importante ação para qualificar o atendimento socioeducativo e atuar de forma ágil na apuração do ato infracional e na inserção do adolescente no cumprimento da medida socioeducativa, o SINASE prevê a instalação e funcionamento do Atendimento Inicial Integrado, também conhecido como Núcleo de Atendimento Integrado (NAI).

Três mil famílias do MST reocupam latifúndio do Senador Eunício Oliveira

no Portal do MST
As famílias retornaram à área depois do governo federal não ter cumprido diversos acordos realizados durante a reintegração de posse ocorrida em março deste ano.
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Da Página do MST
 
Na manhã desde domingo (21), cerca de 3 mil famílias do MST ocuparam pela segunda vez a Agropecuária Santa Mônica, localizada entre os municípios de Alexânia, Abadiânia e Corumbá (GO).

A fazenda, registrada no nome do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), é um complexo de mais de 21 mil hectares e autodeclaradas improdutivas.

As famílias retornaram à área depois do governo federal não ter cumprido diversos acordos realizados durante a reintegração de posse ocorrida no dia 4 de março deste ano.
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Um deles é o assentamento de cerca de 1100 famílias até 60 dias depois do despejo. Outro é a realização de estudo sobre a legalidade da posse do Senador Eunício Oliveira sobre as 21 mil hectares do complexo, já que há grande volume de informações na região sobre a grilagem da área.

“Diante desta situação, o Acampamento Dom Tomás Balduíno, símbolo da luta popular e pela terra no Goiás, afirma sua determinação em permanecer na área até que o governo destine o complexo latifundiário para fins de reforma agrária”, salienta integrantes do MST por meio de nota.

De acordo com relatos dos acampados, após a saída deles da área foi identificado um abandono da Fazenda e de ações que comprovam o desmatamento ilegal dentro da área.
Entenda o caso

O Complexo Agropecuária Santa Mônica foi ocupado, pela primeira vez, em agosto de 2014 com 3 mil famílias Sem Terra. Na época, o MST denunciou a escandalosa relação do senador Eunício, então candidato à governo do estado do Ceará, com a expulsão de famílias camponesas da região, com o intuito de promover a especulação fundiária. Além das vastas extensões de terra improdutiva.

O caso gerou uma enorme pressão política, que promoveu inclusive abusivas decisões judiciais emanadas pelo juiz local de Corumbá, a qual deferiu por mais de uma ocasião liminares possessória sem qualquer intento de mediação do conflito instaurado no local. Houve também constantes atos de coação das famílias por policiais e jagunços da Fazenda.

Durante o período de estada no local, em pouco mais de 200 hectares os Sem Terra resgataram diversas variedades de sementes crioulas, sistemas de controle biológico, consórcios de culturas, princípios de alelopatia e mais uma gama de inovações desenvolvidas, bem como mais de 22 culturas diferentes passaram a ser cultivadas.

Todo o impacto sofrido pelas famílias resultou na mobilização em defesa da reforma agrária e da desapropriação da Santa com a organização de um ato em fevereiro deste ano, junto com a festa da colheita do milho e a realização da 1° Pamonhada do Acampamento Dom Tomás.

A produção, resultado do trabalho dos agricultores acampados com o objetivo de prover seu sustento, foi invadida pelos bois do Senador uma semana após o despejo das famílias da área, sendo que, um dos compromissos estabelecidos, além da instauração do processo de assentamentos das famílias, foi a garantia à colheita de todos os alimentos cultivados.

Após seis meses de ocupação de parte do Complexo de Fazendas Santa Mônica, na manhã do dia 4 de março, dois mil policiais realizaram o despejo das 3 mil famílias Sem Terra, cujo pedido foi expedido pelo juiz da Comarca de Corumbá, Levine Artiaga, acusado de ser alinhado com o senador, além de já ter frequentado a fazenda diversas vezes.
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Confira Nota na íntegra

NOTA DO MST SOBRE OCUPAÇÃO DA FAZENDA SANTA MÔNICA – CORUMBÁ/GOIÁS

Na madrugada desde domingo (21), cerca de 3 mil famílias do MST ocuparam pela segunda vez a Agropecuária Santa Mônica, registrada no nome do senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), um complexo de mais de 21 mil hectares e autodeclaradas improdutivas.

As propriedades do senador ficam entre os municípios de Abadiânia, Alexânia e Corumbá, a 100 km de Brasília e 120 Km de Goiânia. Segundo dados levantados pelo próprio MST, ao todo as propriedades do senador alcançam mais de 20.000 hectares e são auto-declaradas improdutivas.

O  MST retorna à área devido o não cumprimento por parte do Governo Federal de, após 60 dias da reintegração de posse da área, serem assentadas cerca de 1100 famílias. Outra parte não cumprida do acordo foi a realização de estudo sobre a legalidade da posse do Senador Eunício Oliveira sobre as 21 mil hectares do complexo, uma vez que há grande volume de informações na região sobre a grilagem da área.

Diante desta situação, o Acampamento Dom Tomás Balduíno, símbolo da luta popular e pela terra no Goiás, afirma sua determinação em permanecer na área até que o governo destine o complexo latifundiário para fins de reforma agrária.

Com essa ocupação, o MST reafirma seu compromisso com a sociedade brasileira de lutar pelo fim do latifúndio, contra o agronegócio e pela produção de alimentos saudáveis para o povo da cidade e do campo.

A não realização da Reforma Agrária só interessa a uma pequena elite que defende apenas seus interesses, não os do Brasil. Por isso, seguimos em luta! E avisamos ao senador e aos poderes estadual e federal: viemos para ficar, queremos Reforma Agrária já!

Lutar, construir reforma agrária popular!
Corumbá – Goiás, 21 de junho de 2015
Direção Estadual do MST-Goiás

domingo, 21 de junho de 2015

Por que é preciso punir Atenas

POR  ROBERTO SÁVIO no Outras Palavras

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Após vitória da esquerda, gregos desafiaram ditadura global da oligarquia financeira. Mercados querem castigá-los, para que seu exemplo não frutifique

Por Roberto Savio Tradução Inês Castilho
Cinquenta anos de Guerra Fria e o fato de a chanceler Angela Merkel ter crescido na então Alemanha Oriental podem possivelmente explicar a curiosa influência política que os Estados Unidos exercem sobre a Europa.
Depois de uma reunião bilateral entre Merkel e o presidente estadunidense, Barack Obama, durante a cúpula do Grupo dos Sete (G-7) países mais ricos, na localidade alemã de Elmau, em 7 e 8 de junho, soube-se que houve uma solução de compromisso. A governante alemã aceitou que a União Europeia (UE) continue aplicando sanções à Rússia, o que induziu os demais países a segui-la. Em troca, Obama mudou a posição de Washington a respeito da ajuda econômica à Grécia.
Essa postura havia sido expressa de maneira inequívoca dias antes, aos líderes europeus, pelo secretário do Tesouro estadunidense, Jack Lew, que sustentou ser necessário resolver o problema grego para evitar um impacto global de consequências imprevisíveis. Sua fala acelerou repentinamente as negociações, gerando a esperança de que o impasse entre UE e Grécia se resolveria antes da cúpula do G-7.

Mas a Grécia não aceitou o plano que o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, apresentou, porque era, de modo suspeito, muito próximo às posições do Fundo Monetário Internacional (FMI) a favor de mais cortes orçamentários e mais “austeridade”.
Na cúpula, Obama endureceu a posição dos Estados Unidos com relação à Grécia, e disse inclusive que “Atenas deve executar as reformas necessárias”.
A queda de braço entre a Grécia e seus parceiros europeus arrasta-se há cinco anos. A crise grega foi produzida pelos gastos excessivos dos governos precedentes ao governo atual de Alexis Tsipras, que incorreram no aumento em grande escala do emprego público e num sistema de aposentadorias extremamente custoso.
Em 2009, o Movimento Socialista Panhelênico (Pasok) venceu as eleições e se descobriu que os números que Atenas vinha enviando a Bruxelas eram falsos. O déficit anual real era várias vezes superior ao declarado, de quase 12,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Tratou-se de uma confirmação daquilo que a UE e seus organismos suspeitavam há muito tempo, sem nada fazer.
Sem entrar em detalhes sobre as angustiantes negociações anteriores entre a Grécia e a UE, chega-se às eleições de janeiro deste ano, vencidas pelo partido progressista a que pertence Alexis Tsipras, o Syriza. Seu programa era claro: deter o plano de austeridade da Troika – FMI, UE e Banco Central Europeu – imposto em nome dos países europeus liderados por Alemanha, Holanda, Áustria e Finlândia.
A Grécia está de joelhos. Em números oficiais, o desemprego passou de 11,9% em 2010 a 25,5%; na realidade, fica em torno de 30%. Entre os jovens, a desocupação está chegando a 60%. O PIB caiu 25%, os cidadãos gregos perderam em torno de 30% de seus rendimentos e o gasto público foi reduzido de tal maneira que os hospitais têm grandes dificuldades de funcionamento.
Contudo, a exigência da Troika é simples: cortem e sigam cortando, até a eliminação do déficit. As aposentadorias, por exemplo, as já sofreram duas reduções e se pede uma terceira. Com isso, seriam obtidos apenas uns 100 milhões de euros, causando um enorme dano aos pensionistas que vivem com 685 euros por mês, ou ainda menos.
Quando assumiu a presidência da Comissão Europeia, o órgão executivo da UE, Jean-Claude Juncker  anunciou um grandioso Plano Marshall para a Europa. O projeto desapareceu totalmente de cena. A “austeridade” é o fosso que divide as opções dos EUA e da UE. Os Estados Unidos empreenderam o caminho inverso, o do crescimento – apesar da pressão do opositor Partido Republicano a favor da “austeridade”. A economia está crescendo de novo. Ao invés disso, a UE é dirigida pela Alemanha e os alemães estão convencidos de que o que fizeram em seu país é universalmente válido.
Há um consenso generalizado de que a crise da Grécia, que representa só 2% do PIB da UE, poderia ter sido solucionada quando começou, com um empréstimo de 50 a 60 bilhões de euros (56,6 a 67,8 bilhões de dólares). Mas desde que Tsipras converteu-se em primeiro ministro e se negou, com o respaldo do apoio popular, a aceitar em bloco o plano dos credores, a Grécia converteu-se em tema de enorme importância.
Fala-se agora de uma “Grexit”, ou saída da Grécia da zona do euro e da UE. Isso teria um efeito cascata e presumiria o fim do sonho comum de uma Europa baseada na solidariedade e no sentido de comunidade.
No G-7, Obama insistiu nos investimentos e no estímulo à demanda como maneira de sair da crise. Merkel reiterou mais uma vez que a Europa não precisa de estímulos financiados pelo endividamento, mas de incentivos procedentes da reforma das economias ineficientes. O espetáculo lembra uma frase do prestigioso jornalista de Sri Lanka Tarzie Vittachi: “tudo é sempre sobre outra coisa”.
É interessante observar que um dos argumentos usados para uma posição tão dura com o Syriza é que os cidadãos da Espanha, Portugal e Irlanda — os primeiros que engoliram a amarga pílula da “austeridade” — ficariam indignados se for adotado um caminho diferente para a Grécia. Coincidentemente, esses três países têm governos conservadores.
Todo o sistema político europeu estremeceu quando Syriza ganhou as eleições, e novamente há alguns dias com a vitória do Podemos, o partido de esquerda contrário à “austeridade”, nas eleições municipais na Espanha.
Por alguma razão, o governo extremamente autoritário e conservador húngaro de Viktor Orbán, a recente vitória do muito conservador Andrzej Duda como presidente da Polônia, assim como a ascensão na Itália de Matteo Salvini, da antieuropeísta e xenófoba Liga Norte, não criam o mesmo pânico. Isso ocorre porque é nas notícias sobre a Grécia que se esconde o verdadeiro adversário do “status quo”. Trata-se de punir uma figura antissistema como Tsipras e demonstrar que a esquerda radical não pode dirigir um país europeu. Por que? Alguém realmente crê que as massas de Madri, Lisboa ou Dublin tomariam as ruas para protestar se a Europa desse um salto mortal de solidariedade e idealismo e decidisse aliviar suas exigências draconianas à Grécia?

Roberto Sávio

Roberto Sávio é fundador e presidente emérito da agência de notícias Inter Press Service (IPS) e publisher de Other News.

Venezuela recebe delegação brasileira em contraponto a visita de Aécio

no Portal Vermelho

Após a decisão de Aécio Neves e outros parlamentares do Brasil de visitarem a Venezuela, com o intuito de apoiar líderes da direita local que organizam um golpe de Estado e estimulam a violência no país vizinho, o governo de Nicolas Maduro decidiu convidar uma delegação de políticos, intelectuais e ativistas brasileiros ligados a esquerda.

 
Entre os membros desta comitiva brasileira que pretende fazer um contraponto aos parlamentares que tentam tumultuar as relações internas venezuelanas estão o escritor Fernando Morais, professores universitários e membros de sindicatos e centrais sindicais. Também foram convidados o Senador do PT Linderberg Farias; o coordenador do MST (Movimento dos Sem Terra) Pedro Stédile e o produtor cultural Pablo Capilé.

A visita do ex-candidato presidencial e senador Aécio Neves se junta a série de ações intervencionistas realizadas por representantes da direita internacional. “Além disso, é uma estratégia que, sob o pretexto de defender os direitos humanos, busca recuperar um papel de protagonismo dele no Brasil”, disse nesta quarta-feira (18) o jornalista brasileiro Fernando Morais.

Nesse sentido, ele disse que, dentro do discurso político de Aécio Neves, a defesa dos direitos humanos nunca foi um elemento importante. "Olhando para a atuação dele o que é impressionante é que essa defesa dos direitos humanos não é parte de sua agenda parlamentar, porque ele nunca diz qualquer coisa para defender pessoas que realmente são vítimas da violação dos seus direitos" disse Morais em uma entrevista a um programa de TV venezuelano.

O jornalista brasileiro mencionou que esta ação tem as mesmas características da visita do ex-presidente espanhol Felipe Gonzalez, que também foi até Caracas exigir a libertação dos autores materiais e intelectuais da violência perpetrada nas manifestações de 2014, que provocou a morte de 43 pessoas e deixou mais de 800 feridos.

Morais disse que o senador brasileiro escolheu a Venezuela, estrategicamente, porque é um país que repercute nos meios de comunicação pertencentes a grandes grupos empresariais do Brasil, que através dos monopólios distorcem a realidade política e social da Venezuela.

"O nível de ignorância do que está acontecendo na Venezuela ocorre porque a imprensa no Brasil é controlada por quatro famílias e estamos lutando contra isso, disse. Por esta razão, Morais sublinhou que o objetivo da sua presença no país vizinho, assim como outros jornalistas e analistas políticos, é esclarecer o verdadeiro significado de Aécio Neves visitar à Venezuela.


Do Portal Vermelho, com informações da AVN

Direitos da Mulher - "Violência contra a mulher leva tempo para ser enfrentada"

na Carta Capital
Joana Chagas, da ONU Mulheres, fala sobre o fato de o Brasil ter 50 mil estupros registrados por ano e ser o sétimo no ranking de assassinato de mulheres
Pôster russo contra a violência doméstica
A violência pode estar aumentando porque cada vez mais mulheres participam da vida pública, da vida produtiva
Há exatos 40 anos, no dia 19 de junho de 1975, começava a primeira Conferência Mundial das Nações Unidas sobre as Mulheres com três objetivos prioritários: igualdade, desenvolvimento e paz. Foi nessa conferência que se instituiu o 8 de março como o Dia Internacional da Mulher.
Quatro décadas de luta contra a desigualdade de gênero e a discriminação das mulheres resultaram em importantes conquistas, principalmente no acesso à educação e ao mercado de trabalho. Mas em relação à violência, o caminho ainda parece ser longo.
"Não tenho expectativa de que daqui a cinco anos não haverá mais violência contra as mulheres. Sequer durante toda a minha vida", diz Joana Chagas, da ONU Mulheres, em entrevista à DW Brasil.
Recentemente, dois crimes chocaram o país. Na pequena Castelo do Piauí, no interior do estado nordestino, quatro adolescentes foram brutalmente violentadas por jovens de idade semelhante – uma das vítimas não resistiu aos ferimentos e morreu no dia 7 de junho. Em Araçatuba, interior de São Paulo, uma jovem de 20 anos foi estuprada, morta e jogada em um rio.
Crimes como esses entram na estatística do feminicídio (ou femicídio), termo que designa o assassinato de um mulher por razões estritamente de gênero. A capital federal, Brasília, registrou no dia 2 de junho seu primeiro caso desde que a lei do feminicídio foi sancionada, em março. Um ex-policial militar teria matado a companheira a socos.
Joana Chagas acompanha o protocolo sobre feminicídio e ações na área de eliminação da violência contra mulheres e meninas no Brasil e conversou com a DW a respeito do tema. Educação, punição e proteção seriam, para ela, a tríade a ser colocada em prática para evitar que mais mulheres sejam agredidas.
DW Brasil: Dezesseis países da América Latina e do Caribe adotaram medidas para combater e punir o feminicídio. Estamos enfim aptos a reduzir o número de mulheres assassinadas?
Joana Chagas: A violência contra a mulher é um processo que demanda tempo para enfrentar. Não tenho expectativa de que daqui a cinco anos não haverá mais violência contra as mulheres. Sequer durante toda a minha vida. Em oito anos, a Lei Maria da Penha diminuiu em 10% os homicídios de mulheres. Isso demonstra que leis efetivamente aplicadas podem reduzir crimes e mandar uma mensagem à sociedade: a de que esses crimes não são tolerados. Mas somente leis não respondem a todo o problema.
DW: O que mais precisa ser feito?
JC: Na verdade, [o combate à violência contra a mulher] começa na escola, na família, na comunidade, no ambiente de trabalho, nas ruas. Na escola, por meio de uma educação que promova papéis de gêneros que valorizem a mulher e desvalorizem uma masculinidade violenta. Que valorizem a igualdade de gênero, a liberdade e uma vida livre de violência. Acredito que a violência pode estar aumentando porque cada vez mais mulheres participam da vida pública, da vida produtiva...
DW: Por que isso seria uma causa?
JC: Isso poderia vir como uma resposta conservadora para que as mulheres voltem aos seus "lugares tradicionais". Se trabalharmos desde a infância desconstruindo esses papéis, da mulher como mãe, restrita ao ambiente privado, e do pai como provedor, no ambiente público, poderemos construir imagens de homens e mulheres em pé de igualdade, prevenindo uma violência futura.
DW: O ambiente de trabalho, em certas situações, também pode ser complicado.
JC: Há a questão do assédio, que precisa ser combatido com mais participação, possivelmente com mais mulheres em cargos de decisão, nos quais as mulheres ainda estão menos representadas. Nas ruas, a questão é a não tolerância com o assédio, por meio de campanhas. O transporte público é um bom exemplo disso.
DW: A adoção de vagões de metrô exclusivos para mulheres, por exemplo, ajuda a inibir ou estimula a cultura do assédio?
JC: Esse é um exemplo que causa opiniões contraditórias. Por um lado, devido à situação atual de violência e assédio, as mulheres que têm a possibilidade de usar um vagão somente para elas sentem-se muito mais tranquilas. Se perguntarmos, não tenho dúvidas de que elas dirão que a ação é positiva. Por outro lado, a mensagem é complicada porque não estamos indo à raiz do problema. São as mulheres que têm de usar outro vagão. Não os homens, que são os agressores.
DW: Soa praticamente como um retrocesso.
JC: O ideal é ter pacotes complementares, ou seja, a possibilidade de oferecer proteção, mas também tratar os agressores, o problema, para que possamos, daqui a dois, cinco, 10 anos, eliminar esse vagão [exclusivo às mulheres]. Pode até ser necessário, mas não deve ser a única política. Sozinha, essa política não vai resolver o problema.
DW: Entre 84 países, o Brasil é o sétimo no ranking de assassinatos de mulheres. Além disso, segundo o Ministério da Saúde, são de 40 a 50 mil atendimentos anuais devido à violência doméstica. Há distinção de classe, cor, religião nessa conta ou a violência está em todos os lugares, em todas as classes?
JC: No caso do Brasil, é muito difícil falar sobre violência sem fazer um recorte de raça e de classe social. A violência está mais concentrada nas classes mais pobres, na qual a maioria é negra e marginalizada. No entanto, a violência acontece em todos os lugares. Não há como ignorar o fato de que em todas as classes, religiões, em todas as famílias há violência. É muito difícil, para as mulheres, assumirem que já sofreram violência. E a maior parte das mulheres assassinadas, no país, está na faixa dos 20 aos 39 anos. É a faixa das relações, em que o controle e a possessividade são mais complicados.
DW: Falando em feminicídio, por que existe um termo específico para definir o assassinado de mulheres?
JC: A importância do termo específico é porque essa é uma violência diferente. Homens e mulheres morrem de maneiras diferentes. O feminicídio é o homicídio de mulheres causado por razões de gênero. A maioria tem requintes de crueldade, com mutilação dos corpos, principalmente em áreas características das mulheres, como seios, genitais, rosto, olhos, sem contar a tortura. Obviamente, há homicídios semelhantes de homens. Mas, no caso do feminicídio, está presente na maioria dos casos. São crimes que podem ser evitados porque sabemos quem é o agressor, a partir de um ciclo de violência anterior.
DW: Quem é o agressor?
JC: Na maioria dos casos são companheiros ou ex-companheiros. Por volta de 60% dos agressores são pessoas que tiveram relações íntimas com as mulheres. Também há, em segundo lugar, a família: pais, irmãos, padrastos, pessoas ligadas por laços familiares. E também, em menor número, pessoas desconhecidas. Apesar do feminicídio ser, sim, um resultado extremo de um ciclo de violência doméstica, ele não ocorre somente via parceiros ou ex-parceiros e apenas no ambiente doméstico.
DW: Há 50 mil estupros por ano no país. O número oficial já é assustador. Há estimativas sobre quantos casos não são registrados?
JC: Sim. Existem alguns cálculos e estimativas mundiais que indicam que somente um terço dos estupros são registrados. E aí esse número poderia ser triplicado, o que é ainda mais chocante.
DW: O que decepciona mais: que os números sejam tão altos ou que as mulheres tenham tanto medo de denunciar, o acaba diminuindo a estatística, a investigação e a punição?
JC: Difícil escolher. Os dois são horríveis, obviamente. É preocupante que exista tanto estigma e que as mulheres não busquem os postos de saúde e delegacias para registrar os casos. Em relação ao estupro, há preocupações quanto à saúde, para evitar gravidez indesejada ou contaminação por doenças sexualmente transmissíveis, e também quanto à punição. Queremos que os agressores sejam punidos pelos crimes cometidos. Para isso, as mulheres agredidas não podem se sentir envergonhadas.
  • Autoria Guilherme Becker

Lula da Silva é Nosso Maior Líder, Não Vamos Permitir Que as Elites Ricas Destruam Nossos Sonhos de Um País Melhor Para Todos

por José Gilbert Arruda Martins

Lula com Mulher Simples do Povo

Nós, trabalhadores e Trabalhadoras, somos quantos?

Nós, que somos a maioria, vamos permitir a destruição do nosso maior líder?

E com ele, a destruição dos sonhos de uma nação que clama há séculos por vida digna?

No Brasil, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a População Economicamente Ativa (PEA) brasileira compreende 51% da população, apesar de esse número não considerar aqueles que não trabalham com contrato formal ou carteira assinada. Ainda segundo o IBGE, do total da população ativa no Brasil, pouco mais de 20% encontram-se no setor primário, 21%, no setor secundário; e 59%, no setor terciário.

Os números são claros, somos um contingente de mais de 100 milhões de pessoas e, se juntarmos a essa população os estudantes e mulheres que trabalham em casa, os informais que trabalham nas ruas e micro negócios, somos mais de 70% a 90% da população total.

É essa multidão que, com seu suor e trabalho, constrói efetivamente a riqueza desse país; riqueza que  é desfrutada por uma minoria de ricos e classe média alta, que têm acesso a tudo que é de melhor.

Nunca nos foi permitido entrar na Universidade, fazer um curso de medicina ou engenharia, de morar sob um teto decente, de receber salário digno.


As elites reservaram para nós Povo Trabalhador sempre a parte pior e mais pesada de tudo. Moramos mal, trabalhamos muito, ganhamos pouco.

Nos últimos 12 anos, de 2003 para cá, apesar da imprensa tentar todos os dias dizer o contrário, melhoramos o salário desgraçado que recebemos, construímos muito mais escolas em todos os níveis, mais trabalhadores e trabalhadoras conquistaram seus empregos, criamos dois grande e importantes projetos de resgate da cidadania que são o Minha Casa, Minha Vida e o Bolsa Família.

A vida melhorou e pode melhorar ainda mais e mais rápido se entendermos de vez o que as elites ricas, com o apoio da grande imprensa, com apoio de alguns pastores evangélicos conservadores e mesquinhos, com o apoio de juízes arrogantes e de parte de uma justiça que judicializou a política em nome do projeto das elites, desejam para nosso povo, eles estão orquestrando a destruição da nossa maior liderança para inviabilizar a construção de uma sociedade mais democrática, onde todos possam usufruir das riquezas do país.

Amanhã é segunda feira, chegue no trabalho, na igreja, na escola, converse com seus amigos e companheiros, vamos nos mobilizar para defender Lula.

A grande imprensa, que só quer de você, audiência para engordar seus lucros diários, vai bombardear seus ouvidos e cabeças com infâmias e denúncias absurdas nesses próximos dias, aliás o que já vem fazendo com frequência fora do comum desde 2003, observe isso.