quarta-feira, 29 de abril de 2015

Retrocesso: direção da escola proíbe assembleia e GDF impõe censura

CUT-DF

Na última quarta-feira (22), a direção da Escola de Música de Brasília, obteve uma liminar na Justiça proibindo que os professores(as) organizassem uma assembleia na escola, com multa de R$ 5 mil se a mesma fosse realizada. Porém essa liminar contraria a Lei n° 4.751/2012 (da Gestão Democrática), uma conquista histórica da categoria no DF. A assembleia seria para formular o pedido de exoneração do diretor.  Os(as) professores(as) preencheram todos os requisitos para a realização desta assembleia, mas a mesma não foi realizada após esta intimidação.
Desde o início do ano, os(as) professores(as) da Escola de Música enfrentam diversos problemas, que dizem respeito com as questões pedagógicas e administrativas da escola (como a não execução do plano político-pedagógico, o desrespeito aos planos de curso, não liberação dos coordenadores pedagógicos e não encaminhamento das deliberações do conselho escolar). Em face destes problemas, os(as) professores(as) fizeram vários encaminhamentos até a regional de ensino e também para a Secretaria de Educação, para tentar intermediar esta questão. Júlio Gregório, Secretário de Educação, afirmou em entrevista para o DFTV na quinta-feira (23) que a Secretaria “não vai intervir, pois este processo deve ser resolvido pela mesma comunidade que elegeu o diretor”.
Enquanto isso, a escola está com professores(as) doentes e desanimados(as). Ela apresenta problemas na estrutura, com a maioria dos instrumentos musicais danificados e os demais sem a manutenção correta. A comunidade escolar está desmotivada. A situação é crítica.
Censura na escola
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Para agravar a situação, na sexta-feira (24), a direção da escola encaminhou por email aos professores(as) um texto, no qual proíbe qualquer membro da comunidade escolar de fazer qualquer registro da escola (fotografar, filmar e/ou gravar áudio). Proibiu que se fizessem matérias sobre o que está acontecendo dentro da escola. Qualquer vazamento seria “rigorosamente apurado”. A imprensa só pode ter acesso após a aprovação da assessoria de comunicação da Secretaria de Educação.
O Sinpro lamenta profundamente esta postura autoritária e intransigente da direção. Reforça que a escola passa por uma situação de penúria que prejudica a todos(as) e pede para que a Secretaria de Educação não se omita e tome providências para que todos estes problemas sejam imediatamente solucionados. A Escola de Música de Brasília pede socorro.
Censura ampliada à rede
A Secretaria de Educação do DF, após os episódios da última semana na Escola de Música de Brasília, publicou a circular número 11/2015 censurando todas as escolas públicas do DF. Os(as) professores(as) e diretores(as) estão proibidos(as) de divulgar qualquer informação a respeito das escolas (fotos, filmagens, gravações de áudio, etc), inclusive nas redes sociais, sem a prévia autorização da Secretaria. Se descumprido, a circular ameaça com “apuração rigorosa”.
O documento também proíbe os veículos de comunicação da cidade de fazer qualquer registro no interior das escolas, sem a prévia autorização da Ascom (Assessoria de Comunicação) da SE-DF. O texto orienta a direção da escola a “pedir a imprensa, gentilmente, que aguarde na área externa até que a Ascom emita um posicionamento”.
O Sinpro repudia com veemência este documento, tendo em vista que ele fere os princípios constitucionais e a Lei de Gestão Democrática do DF. Em uma breve análise, o documento assinado pelo gabinete do Secretario de Educação é análogo aos Atos Institucionais 5, 14 e 15 do regime militar, época que teria ficado para trás na história do país.
Nesse sentido, o Sindicato dos Professores no DF reintera que as escolas públicas do DF, com base na Constituição Federal e na Lei 4.571/2012 (Gestão Democrática) aprovada pela CLDF, fundamentam que a escola avalie o que pode ou não pode ser divulgado. E caso algum(a) professor(a) ou diretor(a) de escola venha a sofrer qualquer tipo de ameaça ou retaliação por parte do GDF, o(a) mesmo(a) deverá acionar imediatamente o Sinpro.
Fonte: Sinpro-DF

Greves de professores em SP, PR e Goiânia expõem crise na educação

na Rede Brasil Atual
Docentes pedem por reajuste salarial e melhores condições de trabalho, mas respectivos governos se negam a negociar
Greve
Reivindicações dos professores por reajuste salarial e melhores condições de trabalho são ignoradas

São Paulo – Professores das rede estaduais de São Paulo e do Paraná e da rede municipal de Goiânia, capital do estado de Goiás, estão em greve e enfrentam a falta de diálogo e a truculência das autoridades locais. Em São Paulo, a paralisação chega ao 48º dia, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) continua negando a existência do movimento. De acordo com a Apeoesp, o sindicato da categoria, a greve tem 59% de adesão e, na segunda-feira (27) foi considerada legal pela Justiça.
"Abra negociação e pare de achar pretexto, porque a nossa greve é pelo fechamento e 3.390 salas de aulas, nossa greve é pelos baixos salários que São Paulo vergonhosamente consegue pagar, menos que o Acre, menos que o Piauí", apelou a presidenta da Apeoesp, Maria Izabel Azevedo Noronha, em entrevista à repórter Michelle Gomes, do Seu Jornalda TVT.
No Paraná, a Polícia Militar voltou a agredir professores estaduais, ontem (28), em frente à Assembleia Legislativa. Os professores, que retomaram a greve na segunda-feira, tinham liminar da Justiça garantindo o direito de entrar nas galerias durante a votação do projeto de lei da previdência, mas foram agredidos pela PM do governador Beto Richa (PSDB).
Desde segunda-feira, eles pressionam os deputados estaduais a não aprovar mudanças na previdência que trazem prejuízos aos servidores públicos estaduais. A confusão começou quando a PM obrigou os professores a retirar o caminhão de som e ampliou o isolamento em torno da sede do legislativo, fazendo uso de spray de pimenta e bombas de gás e jatos d'água contra os manifestantes, que bradavam "Professor não é bandido".
Em Goiânia, os professores municipais em greve também foram agredidos, durante uma assembleia da categoria, em frente ao Paço Municipal. A agressão começou quando os professores tentaram fazer uma caminhada nos corredores da prefeitura. A guarda civil reprimiu a manifestação com violência e gás de pimenta. Quinze pessoas ficaram feridas.
Os professores estão parados há 15 dias e reivindicam melhores condições de trabalho, reajuste salarial de acordo com o piso da categoria e o pagamento retroativo à data-base de 2014.

Tucanos do PR tratam professores com porrada

no Conversa Afiada
Requião: agressão de Richa contra os professores é estúpida, violenta, cruel,imbecil, idiota e desnecessária
Truculência da polícia de Beto Richa deixa 107 servidores feridos, diz Rede Brasil Atual



Na tarde desta quarta-feira (29), professores em greve no Paraná e policiais militares entraram em confronto na frente da Assembleia Legislativa em Curitiba, onde é votado projeto  de lei que altera a fonte de pagamento de cerca de 30 mil beneficiários para o Fundo Previdenciário. 

De acordo com relatos, os policiais usaram bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha e jatos de água contra os manifestantes. 

“Agressão de Richa contra os professores é estúpida, violenta, cruel,imbecil, idiota e desnecessária”, manifestou-se o senador Roberto Requião (PMDB-PR) pelo twitter.

Com as mudanças na Paranáprevidência, o governo estadual, comandado por Beto Richa (PSDB-PR) deixa de pagar sozinho as aposentadorias e repassa parte da conta para os próprios servidores, já que o fundo é composto por recursos do Executivo e do funcionalismo. A medida cria uma economia de R$ 125 milhões mensais ao governo.

““Nunca imaginei que em pleno século XXI depois de lutas muito importantes pela democracia, pudéssemos viver um momento terrível como esse, um aparato policial de guerra, com helicóptero voando baixo derrubando as barracas e ameaçando retirar os professores que luta conta a retirada de direitos previdenciários dos servidores públicos do Estado do Paraná. Nesse momento, somos mais de 20 mil nessa praça de guerra.”, afirmou Carmen Foro, vice-presidenta da CUT Nacional.

De acordo com o portal G1, o presidente da Assembleia disse que manterá a votação.

“O que ocorre lá fora não é problema desta Assembleia”, declarou o presidente Ademar Traiano (PSDB). 

“Não há bomba na Assembleia, a sessão tem que continuar”, finalizou.


Em tempo:
 Já são 107 feridos:

http://www.redebrasilatual.com.br/educacao/2015/04/truculencia-da-policia-paranaense-deixa-107-servidores-feridos-9383.html



Alisson Matos, editor do Conversa Afiada



Leia também:

GLOBO FAZ COMO ALCKMIN: GREVE DE PROFESSOR NÃO EXISTE


GREVE: PROFESSORES DESMENTEM ALCKMIN



Manifestante fica ferido (Foto: Giuliano Gomes/ PRPRESS)

Manifestante busca atendimento em hospital (Foto: G1)


Educação Pública e Ditadura no Paraná, São Paulo...

por José Gilbert Arruda Martins

Quando afirmamos nos encontros, mas principalmente em salas de aula que a Cidadania e a Democracia são processos em construção, estão aí, os fatos absolutamente autoritários do Paraná e São Paulo, estados, diga-se de passagem, governados pelo PSDB, que fortalecem o que digo.


Em São Paulo, os filhos e filhas de trabalhadores, estão com sua Cidadania perdida e o direito democrático de estudar comprometidos pela falta de diálogo do governador Alkmin.

Esta semana, os professores foram impedidos de fazer suas manifestações nas ruas da cidade, olha onde estamos chegando.

No Paraná, Richa, manda a PM bater nos professores.

No Congresso Nacional, bancada evangélica ultraconservadora, medieval mesmo; bancada da "bala", que perdeu completamente a noção e defende "bandido bom é bandido morto", bancada ruralista, que invade terras indígenas, assassinando lideranças importantes do Movimento; bancada empresarial que, através do PL 4330 querem impor à Classe Trabalhadora a maior e mais cruel derrota e retrocesso de toda a história dos últimos cem anos do país, com terceirização que regulamenta a escravidão da mão de obra.

E todo esse caldo é apimentado por uma mídia que defende apenas um lado, que não se interessa em fazer o debate democrático e que é essencialmente golpista.

A cidadania é um processo em construção, os Movimentos Sociais têm toda a consciência do fato e lutam e se organizam no dia a dia para conter a onda conservadora que avança sobre nossas cabeças.

Aqui em Brasília, os filhos e filhas dos trabalhadores, só iniciaram as aulas no final do mês de fevereiro; no Paraná, dias atrás e, em São Paulo nem começou.

Enquanto isso as escolas privadas funcionam normalmente, em sua maioria preparando aqueles que irão mandar, controlar e assumir o poder econômico e político no futuro; é o ciclo que falo que precisa ser quebrado pela juventude e estudantes do Povo através da Educação Pública de Qualidade.

Trabalhadores, Trabalhadoras, Estudantes Uni-vos!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Paulinho tenta mostrar força ao STF, que o julga por falsidade e estelionato

na Rede Brasil Atual
Deputado 'raivoso', que chegou a dizer que Dilma deveria estar na prisão, depois de apoiá-la em 2010, pode não ser uma pessoa exatamente indicada para tratar de ética e moralidade
por Helena Sthephanowitz,
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Paulo Pereira da Silva, em atuação parlamentar em parceria com Eduardo Cunha para aprovar PL da Terceirização

O presidente nacional do Solidariedade e deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, que recentemente declarou também que "Vivemos uma crise moral e ética sem precedentes", está sendo julgado a partir de hoje (28) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por falsificação de documento particular, falsidade ideológica e estelionato.Seu caso está na pauta da Primeira Turma. Se Paulinho for condenado, sua pena pode chegar a 15 anos de prisão.
O caso, que estava engavetado pela lentidão da Justiça, remonta a 2006, quando o juiz federal João Eduardo Consolim, da 1ª Vara Federal de Ourinhos (SP), aceitou os argumentos da Procuradoria da República, que denunciou Paulinho e os outros 11 réus de superfaturar em 77% a compra da Fazenda Ceres, em Piraju (região sudoeste do estado), para a implementação de um projeto de reforma agrária. Em 2001, o governo federal investiu R$ 2,8 milhões no assentamento de 72 famílias ligadas à Força da Terra, o braço rural da Força Sindical, central presidida por Paulinho à época. Hoje ele é presidente de honra.
Do total, R$ 2,3 milhões foram gastos na compra da fazenda de 307 alqueires. Segundo três laudos, o preço real do imóvel era de aproximadamente R$ 1,3 milhão. Segundo a denúncia, Paulinho teria embolsado a grana e ficado em silêncio.
O então presidente da Força, seu então assessor na época João Pedro de Moura e mais dez pessoas foram indiciadas pelos crimes de estelionato, falsidade ideológica e falsificação de documentos. Junto com Paulinho estavam também o ex-prefeito de Piraju (SP) e ex-subprefeito do Butantã, na capital, Maurício Pinterich (PSDB).
A perícia judicial, além de alertar para o superfaturamento da fazenda, constatou que 50% dos 302 alqueires se encontram em área de preservação permanente, cuja exploração é proibida. Além disso, os 17% de toda a área que seriam cultiváveis também teriam restrição de uso, pois o terreno é ondulado e cheio de pedras.
Ex-prefeito de Piraju e ex-subprefeito do Butantã na gestão de José Serra (PSDB) em São Paulo, Maurício Pinterich perdeu os direitos políticos por cinco anos e, multa de R$ 1 milhão. Pinterich foi candidato pelo PSDB a deputado estadual em 2014, sem conseguir ser eleito.

Talvez tenha mais?

Em 2008, a operação Santa Tereza da Polícia Federal investigou um esquema de desvio de verbas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e denunciou o envolvimento de Paulinho ( na época no PDT-SP). O nome do parlamentar foi citado frequentemente em escutas telefônicas, o que embasou decreto judicial de prisão de 11 suspeitos, entre eles João Pedro de Moura, que os federais classificaram na época de "um dos principais assessores da Força Sindical, responsável pela ligação da organização criminosa com o banco".

Paulinho foi monitorado pela Santa Tereza nos corredores da Câmara. Os policiais, porém, não avançaram em sua direção por uma questão legal – como deputado, ele desfruta de prerrogativa de foro perante o STF. Se incluísse formalmente Paulinho na investigação, a polícia tornaria nulo tudo o que a Santa Tereza apurou, inclusive as provas colhidas sobre empréstimos irregulares concedidos pelo BNDES.

Governador Flávio Dino (PCdoB-MA) anuncia reajuste de salários para servidores

no blog O OUTRO LADO DA NOTÍCIA
09/04/2015. Crédito: Honório Moreira/OIMP/D.A Press. Brasil. São Luis - MA. Entrevista com o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB-MA).

Osvaldo Bertolino
Em menos de quatro meses de gestão, mais de 90 mil servidores foram contemplados com a aplicação do piso nacional do magistério, a implantação da última parcela do Plano Geral de Cargos, Carreiras e Salários, o reajuste do salário mínimo e a readequação salarial dos servidores da Segurança Pública.
Logo em janeiro, o governador reajustou em 13,01% o piso nacional dos profissionais da educação básica, contemplando mais de 41 mil profissionais, do Grupo Magistério da Educação Básica, com a medida. Deste total, 28.577 são servidores ativos e 12.624 inativos. O reajuste representa um impacto de mais de R$ 200 milhões no orçamento anual do estado. Além do pagamento do piso, mais de 11 mil servidores da educação ainda foram beneficiados com a progressão salarial.
O pagamento integral do piso nacional do magistério demonstra o compromisso da administração estadual com a educação, que é ferramenta direta para a mudança dos indicadores educacionais do Maranhão, importante meta do governo.
Outra área encarada como prioritária, é a Segurança Pública, que durante décadas contou com profissionais desvalorizados e com vencimentos defasados. Com a recomposição salarial de policiais militares, bombeiros, policiais civis e agentes penitenciários, concedida por meio de Medida Provisória encaminhada à Assembleia Legislativa, 17.553 membros das carreiras da Segurança Pública do Maranhão terão seus vencimentos readequados, a partir do mês maio, com índices que, acumulados até 2018, variam de 23,8% a 88%. Somente em 2015, o impacto será superior a R$ 112 mil no orçamento do estado.
“Estamos fazendo enorme esforço fiscal, cortando despesas e contratos abusivos, redirecionando recursos para garantir a valorização dos servidores porque desejamos profissionais motivados, acreditamos e vamos oferecer à nossa população serviços públicos com qualidade”, afirmou o governador Flávio Dino.
A implantação da última e maior parcela do Plano Geral de Cargos, Carreiras e Salários do Poder Executivo, beneficiou servidores efetivos com reajustes que variam entre 16% a 64%. A aplicação foi feita para 24.280 servidores, dos subgrupos de nível superior, apoio técnico, apoio administrativo, apoio operacional, e ensino de artes e cultura.
De acordo com o secretário da Gestão e Previdência, Felipe Camarão, os reajustes concedidos são prova da compreensão do governador Flávio Dino de que servidores valorizados resultam em melhorias nos serviços públicos prestados para a sociedade. “Apesar de vivermos um momento financeiro muito difícil em todo o país, o governador e toda sua equipe está empenhada em cumprir o programa de governo que foi estabelecido, e a valorização dos servidores é uma das metas prioritárias. A recomposição salarial para milhares de trabalhadores representa reconhecimento aos relevantes serviços prestados por todos estes profissionais”, afirmou o secretário.
Reajuste do mínimo
Mais um importante reajuste concedido foi o de 8,8% no pagamento de 6.776 servidores que recebem salário mínimo, com um impacto, para 2015, de quase R$ 7 milhões. (Ascom)

Professores estaduais retomam greve no Paraná

na Rede Brasil Atual
Milhares de professores estão na Assembleia Legislativa para pressionar deputados a votar contra projeto que altera regras da Previdência
JONATAS ITIYAMA /APP-SINDICATO
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É a segunda greve da categoria neste ano, a primeira teve inicio no dia 9 de fevereiro e encerrou um mês depois

Milhares de professores estão reunidos desde o fim da manhã de hoje (27) em frente à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) com o objetivo de pressionar os deputados estaduais, que nesta tarde pretendem votar em comissão a constitucionalidade de um projeto de lei apresentado pelo governo do tucano Beto Richa para alterar a maneira como são feitos os pagamentos dos aposentados e pensionistas do estado. Muitos alunos também estão presentes e declaram apoio às reivindicações dos educadores.

No sábado (25), reunidos em Londrina, os professores decidiram em assembleia pela retomada da greve nas escolas públicas do estado em protesto contra a alteração na Paraná Previdência e lançaram a campanha salarial de 2015.

Se o projeto de lei for considerado constitucional, a votação pelo plenário da Alep deve ocorrer na quarta-feira (29). O governo quer que os aposentados e pensionistas com 73 anos ou mais passem a ser pagos com recursos do fundo mantido em conjunto por servidores e pelo estado, liberando assim recursos de um fundo bancado apenas pelo governo, o que resultaria em uma economia mensal superior a R$ 120 mil.
A oposição acusa o governo tucano de orquestrar uma manobra financeira para liberar recursos para quitar dívidas ao custo de sobrecarregar o fundo mantido com as contribuições dos servidores. No fim do ano passado, depois de reeleger-se em primeiro turno com mais de 55% dos votos, Richa revelou que o estado estava à beira do colapso financeiro, em contrariedade ao que afirmara ao longo de toda a campanha.
Centenas de policiais militares já cercam o Centro Cívico para impedir que os manifestantes tentem invadir o plenário da Alep, como ocorreu na última greve dos professores, realizada entre dias 9 de fevereiro e 8 de março.

SEM VANTAGENS - 'Terceirização só é bom negócio para as empresas', diz advogado

na Rede Brasil Atual
Advogado trabalhista e trabalhador terceirizado comentam sobre efeitos da ampliação da terceirização, se projeto for aprovado no Senado
Montadoras
Nas montadoras, terceirizados chegam a ganhar a metade do salário de trabalhador contratado

São Paulo – Continua a luta dos trabalhadores brasileiros contra o Projeto de Lei 4.330 que libera a terceirização. Hoje (28), os presidentes da CUT , da CTB, da Nova Central e da UGT vão se reunir com o presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). O projeto já foi aprovado na Câmara dos Deputados. As centrais sindicais se mobilizam para impedir a aprovação no Senado.
Para entender os prejuízos provocados pela terceirização irrestrita, como propõe o PL 4.330, a equipe do Seu Jornal, da TVT,  conversou com um trabalhador terceirizado e com um advogado trabalhista.
Durante quatro anos e meio, Valmor Mota Chaves trabalhou como operador de empilhadeira terceirizado, na Ford, em São Bernardo do Campo. Ele abastecia a linha de produção como peças para a montagem dos veículos, a mesma função do ponteador, trabalhador contratado diretamente pela montadora, recebendo cerca da metade do salário e com benefícios bem inferiores. "É sempre bem menos que a gente recebe. Os salários, os benefícios", confirmou Valmor à repórter Michelle Gomes.
De acordo com a legislação trabalhista atual, as empresas não podem terceirizar a atividade principal, mas apenas setores de suporte, como limpeza, vigilância e alimentação. O Projeto de Lei 4.330, em tramitação no Congresso Nacional, autoriza a terceirização em todas as áreas.
Para Elcio Kirihata, advogado trabalhista, o PL 4.330 é um bom negócio para as empresas, já que reduz custos na mão de obra e regulamenta a terceirização da atividade-fim, já praticada de forma ilegal.
"Existem muitas empresas que já praticam, de uma forma equivocada, esse tipo de situação. Ela vai regularizar, vai estar protegida pela lei, agora", destacou o advogado.
Para os trabalhadores, não há vantagem. Apesar de serem registrados e terem garantidos os direitos trabalhistas, eles ganham, em média, 24% menos e trabalham três horas a mais do que os empregados diretos, segundo estudos do Dieese.
Além disso, segundo o advogado trabalhista, a terceirização divide a representação sindical dos trabalhadores na empresa, o que afeta a capacidade de organização na luta por melhores condições de trabalho.
Elcio Kirihata afirma que o PL 4.330 vai "tolher direitos dos empregados", principalmente em relação aos salários e ao Programa de Lucros e Resultados (PLR) das empresas.
Valmor relatou que, mesmo com uma ruptura do tendão do ombro esquerdo ocasionada pela função que exercia, foi demitido da empresa terceirizada, há dois meses, e teve que entrar na Justiça para receber o FGTS e a multa rescisória.
"Os direitos da gente rasgados e jogados no lixo. Depois, a gente tem que ficar correndo atrás de advogado. Parte do que seria nosso, vai para a mão do advogado. A gente vê que a gente não tem direito. A gente não é nada", lamentou o trabalhador.
Assista a reportagem completa do Seu Jornal, da TVT:

CONTRA O SILÊNCIO DE DILMA

no Portal 247 - Paulo Moreira Leite
A tribuna histórica do 1o de Maio representa uma chance rara para a presidenta condenar a terceirização e se reconciliar com os brasileiros que garantiram a reeleição e podem dar sustentação real a seu governo
dilma13

por José Gilbert Arruda Martins

Ontem tive a honra de participar de um encontro onde conheci pessoalmente o jornalista Paulo Moreira Leite. Hoje estou aqui a discordar peremptoriamente da possibilidade de Dilma não falar no 1° de Maio.
O governo irá perder a grande oportunidade de ter um palanque importante para falar ao Povo.
O governo irá jogar água fria no ânimo renovado dos trabalhadores, militantes e apoiadores da democracia e dos avanços sociais.
Apenas no dia de ontem, tivemos mais de três encontros espalhados pela cidade, de companheiros e companheiras que acreditam que esse governo tem condições de se equilibrar e avançar ainda mais, principalmente nas áreas sociais da educação pública, saúde pública, da moradia popular, da reforma agrária etc.
É inaceitável a decisão de não falar no 1° de maio.

CONTRA O SILÊNCIO DE DILMA

Paulo Moreira Leite

A tribuna histórica do 1o de Maio representa uma chance rara para a presidenta condenar a terceirização e se reconciliar com os brasileiros que garantiram a reeleição e podem dar sustentação real a seu governo
A notícia de que Dilma Rousseff decidiu recolher-se a um silêncio obsequioso no 1º de Maio é preocupante.
Mais do que nunca, em 2015 ela deve uma palavra em defesa dos trabalhadores brasileiros.
A maioria da população, que precisa do salário e outras garantias para pagar as contas do fim do mês, encontra-se, desde o início do ano, sob uma ameaça angustiante sobre suas vidas e seu futuro.
Em curso no Congresso, o projeto de Lei 4330 ameaça arrombar as principais garantias trabalhistas previstas pela CLT, para permitir a contratação de todo tipo de empregado como terceirizado, mesmo aqueles que executam as atividades-fim numa empresa.
É um fato grave, que pode trazer prejuízos sérios e irreversíveis não só nos dias de hoje mas para as futuras gerações.
Eu acredito que Dilma deve manifestar-se sobre isso no 1º de Maio. Pela TV, numa entrevista, numa nota à imprensa, um depoimento a este blog, num comício, o que for.
E tenho certeza de que será um gesto positivo para seu governo.
O principal argumento para defender o silêncio presidencial parece esperto mas é errado.
Consiste em dizer que o governo encontra-se numa etapa delicada de reconstrução política após os lamentáveis tumultos e desencontros de toda natureza que marcaram a posse. Não seria conveniente, assim, uma manifestação capaz de gerar polêmica e criar obstáculos ao consenso político.
Ao se manifestar no 1º de maio, diz o raciocínio, a presidenta corre o risco de estimular a reação dos milhares de paneleiros que foram à rua nos dias anteriores aos protestos de 15 de março, que exibiam faixas que pediam impeachment e até golpe militar e que se tornaram mais silenciosos nas últimas semanas.
Eu acho uma visão perigosa. Primeiro, porque os adversários do governo não fazem silêncio por motivos cívicos mas porque o comando do PSDB se dividiu — ninguém sabe por quanto tempo — a respeito do impeachment.
Ao abandonar uma tradição política criada por Getúlio Vargas, padrinho do universo de resistência popular que levou Lula e Dilma ao Planalto, o saldo será entregar um espaço político fundamental — a rua — aos adversários. Sem luta e sem disputa.
Eu acho que o efeito político do silêncio pode ser oposto: elevar a confiança de quem está disposto a lutar de todas as maneiras para derrubar o governo. Outro efeito será aumentar o desânimo daqueles que dão apoio a Dilma, num dos patamares mais baixos da história.
O principal argumento favorável a uma manifestação de Dilma no 1º de maio é básico.
Permite abrir caminho para uma reconciliação com aquela imensa parcela de brasileiros que permitiu sua recondução ao Planalto, na campanha presidencial de 2014 e de lá para cá tem se mostrado distante do governo e até descontente.
Se não fizer isso, vamos combinar, seu governo terá chance zero de estabilidade política para tomar qualquer iniciativa política relevante pelos três anos e oito meses que tem pela frente.
No momento mais difícil da campanha, Dilma Rousseff assumiu o compromisso (“nem que a vaca tussa”) de defender os direitos dos trabalhadores de qualquer ameaça futura.
Fico me perguntando qual a teoria de psicanálise política permite ao governo acreditar que, menos de seis meses depois, ela poderia beneficiar–se pelo silêncio após um compromisso tão solene.
Por razões facilmente compreensíveis — trata-se de uma mudança que prejudica quatro em cinco assalariados — a causa contra o PL 4330 está se tornando um movimento popular e crescente. Não só ganha força no Senado, onde avalia-se que o projeto dificilmente será aprovado como saiu da Câmara, mas também entre lideranças sindicais.
Compromisso de campanha de Eduardo Cunha, o PL 4330 chegou a ser embrulhado, inicialmente numa versão benigna, a de que iria regulamentar os 12 milhões de trabalhadores já terceirizados e lhes dar garantias que hoje não possuem.
Descobriu-se, mais tarde, uma outra realidade. Caso venha a ser aprovado, o principal efeito do PL 4330 será colocar o emprego de 48 milhões de trabalhadores que hoje são contratados no quadro interno das empresas em situação de risco. Eles poderão ser substituídos por terceirizados, passando a receber salários 25% mais baixos para cumprir uma jornada de trabalho 3 horas mais longa. Conforme estimativa divulgada pelo jornal Valor Econômico, caso o PL 4330 venha a ser aprovado pelo Congresso e sancionado pela presidenta, o número de terceirizados pode passar para 24 milhões apenas no primeiro ano da lei, podendo-se prever novas transferências de regime nos anos posteriores.
Não é preciso ser um crítico muito perspicaz do sistema capitalista para reconhecer um elemento básico de seu manual de funcionamento: as empresas buscam toda e qualquer oportunidade para abater seus custos e elevar seus lucros.
“É assim que a coisa funciona,” afirma Ricardo Patah, presidente da UGT, que abandononou o condomínio das entidades aliadas da terceirização, onde se encontrava inicialmente, para engajar-se no combate ao PL 4330, numa decisão que produziu uma mudança radical na relação de forças entre defensores e adversários da mudança no movimento sindical.
Com 1300 entidades filiadas, a UGT é a terceira maior central sindical do país. Ao colocar-se num movimento que a CUT lidera desde o início, isolou a Força Sindical na campanha pelo 4330.
Outro aspecto condenável do projeto de lei é seu caráter elitista. Ao liberar a contratação de funcionários de empresas diferentes para exercer múltiplas atividades no mesmo lugar, para um mesmo fim, a proposta irá transformar o local de trabalho num ambiente com privilegiados e excluídos.
Aqueles selecionados para integrar o quadro próprio formarão um núcleo especial com direito a ganhos e confortos na primeira classe, ao lado de uma massa com com direitos precários. Os prejuízos para movimentos de caráter reivindicatórios, nessa situação, serão óbvios e evidentes — dificultando a luta cotidiana por conquistas e pequenas melhorias no local de trabalho.
Não faltam boas razões para condenar um projeto como este, vamos combinar.

Análise de Conjuntura com o Jornalista Paulo Moreira Leite

por José Gilbert Arruda Martins

Foto: PG

Nesses tempos sombrios de tentativa de instalação do caos por parte da direita apoiada na mídia conservadora, o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, organizou no dia de ontem as 19 horas na sua sede no SCS uma boa conversa/análise de conjuntura com a presença de vários Movimentos Sociais para ouvir o jornalista Paulo Moreira Leite.

Como reverter a conjuntura de tentativa de golpe por parte da direita com o apoio da velha mídia, também golpista?

Esse foi um dos temas mais enfatizados durante o encontro. Todos sabemos que a velha mídia se transformou num palanque das elites conservadoras que não aceitam dividir melhor o bolo. 

Todos os presentes também, saíram certos de que as esquerdas precisam de instrumentos de comunicação eficazes além das redes sociais.


É óbvio que, ao debatermos o sistema de comunicação, a globo e seu sistema de monopólio, seriam alvo dos comentários.

As organizações globo, da família mais rica e poderosa do Brasil, a família Marinho, é um monopólio que extrapola completamente a lei. "O Sistema Globo (revistas, jornais, rádios e TVs) possui 122 emissoras, sendo 117 afiliadas, num claro desrespeito à Constituição, que proíbe o monopólio e o oligopólio (Art. 220)".

Em nenhum outro país do planeta existe tamanha concentração da propriedade na mídia.


"A Globo defende e leva ao ar diariamente, uma linha editorial tendenciosa e cobertura jornalística que privilegia os "amigos" da emissora."

"O Serviço de Inteligência da Polícia Federal detectou indícios de sonegação e auditou as contas da Globo. Em 2006, a empresa deixou de recolher impostos no valor R$ 615 milhões (com multas e correções). Hoje a dívida passa de R$ 1 bilhão."

Fica claro e evidente que o país precisa de uma regulamentação urgente do seu Sistema de Comunicação.

Outro tema bastante falado e debatido durante o encontro foi a tentativa da direita, que é, por sinal, financiada fortemente pelo capital rentista, de acabar com a CLT através da PL 4330.

A votação da PL 4330 na Câmara dos Deputados, apesar das derrotas, mostrou uma reação importante e fundamental dos Movimentos Sociais, do Partido dos Trabalhadores, das esquerdas em geral e da Classe Trabalhadora.

Apesar de ter passado, a PL 4330 uniu e motivou a Classe Trabalhadora e o PT para a luta contra a tentativa histórica de retiradas de direitos.

É importante que a Classe Trabalhadora, e os partidos de esquerda entendam e consigam levar à sociedade como um todo as implicações de ordem fiscal, de desorganização dos trabalhadores, com o enfraquecimento de suas entidades sindicais e, fundamentalmente, a profunda precarização do trabalho que poderá advir se a PL 4330 for aprovada.

Nessa próxima etapa, agora no Senado, os trabalhadores juntamente com o Movimento Social organizado, liderados pelo partido e as Centrais Sindicais, organizarão os trabalhadores e a reação social contra a terceirização que ameaça concretamente a destruição da CLT.

A organização dos partidos de esquerda, dos Movimentos Sociais e da sociedade democrática é de fundamental importância.

Reunir para conversar ajuda nesse processo. O diálogo fortalece a luta. Abre novos horizontes. Constrói novas trincheiras de reação e de avanços. Dia 25 de maio tem mais.










Blogueiro inicia coleta de apoios para representar contra Moro

no Tijolaço
marice-capa

por José Gilbert Arruda Martins

As atitudes autoritárias e ante-republicanas desse juiz precisam ser urgentemente levadas ao debate em toda a sociedade brasileira. A OAB se quer ser respeitada, precisa agir. A insegurança que esse magistrado está produzindo no país, trás muita preocupação. 
As pessoas que lutaram contra a ditadura militar no Brasil, e eu fui um desses, ficam estarrecidas de ver o que está acontecendo. Deputados Federais de diversos partidos políticos, estiveram na quinta feira passada em Curitiba e foram impedidos de visitar os presos da masmorra do juiz Moro. Nem na ditadura Militar isso acontecia, o deputado Teotônio Vilela na época, fez visitas aos prisioneiros polítocos do regime autoritário.
Tenho a honra e o prazer cidadão de assinar esse pedido e estarei nos próximos dias organizando um outro pedido que será protocolado no Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
É impressionante e extremamente preocupante o que está acontecendo. Esse juiz, literalmente está chutando o Estado de Direito.
As atitudes dele é um desrespeito a toda a nação brasileira. Todo e toda brasileira que preza a democracia e a liberdade, precisa entrar na campanha e assinar o documento que reclama das ações ilegais desse magistrado.
Uma notícia boa, muita gente no país inteiro já começa a questionar e enxergar quais os objetivos reais desses atos autoritários.
Muita gente está vendo que existe um esquema que liga Moro + STF + Mídia + parlamentares, principalmente do PSDB, numa orquestração de ameaças de impedimento da presidenta, existe no Congresso uma verdadeira fila de pedidos de CPI como parte desse esquema para criar o caos.
Esses grupos bem orquestrados não estão sozinhos, e o ódio espalhado pela velha mídia e insuflado por políticos da estatura moral anã de um Aécio Neves, é parte desse projeto que tem na cauda a elite conservadora brasileira que não aceita os avanços que foram implementados pelos governos Lula da Silva e Dilma Roussef, por isso, é questão de "honra" desses grupos golpistas, barrar de qualquer forma o projeto progressista desses governos trabalhistas.
Essa situação de quase golpe, não acontece apenas no Brasil, a Venezuela, a Argentina e diversos países da América latina, estão vivendo um verdadeiro terremoto político construído por uma direita que perdeu o rumo há tempos.

Blogueiro inicia coleta de apoios para representar contra Moro

25 de abril de 2015 | 09:45 Autor: Miguel do Rosário

Autor: Miguel do Rosário
Os desmandos autoritários do juiz Sergio Moro, que se tornou um juiz “político” disfarçado de juiz técnico, mandando prender pessoas na contramão dos mais básicos princípios constitucionais que garantem a presunção da inocência e as liberdades civis, tem incomodado as pessoas (poucas, muitas?) cujo amor à democracia é bem maior do que supostas cruzadas morais contra a corrupção.
Todos somos contra a corrupção. Mas solapar a democracia em nome de uma suposta cruzada moral na política é um filme que já vimos muitas vezes no Brasil, e sempre terminou mal.
O blogueiro Eduardo Guimarães, na qualidade de cidadão brasileiro, tomou a nobre iniciativa de representar contra este novo “Batman” do judiciário, junto ao Conselho Nacional de Justiça.
Se você apoia, e concorda com o texto abaixo, entre no blog dele e deixe um comentário com uma mensagem de apoio.
Eu só acrescentaria uma coisa: essa história da Marice Correia de Lima, cunhada de Vaccari, é muito louca. Ela foi presa porque acharam que ela aparecia num vídeo, fazendo um depósito bancário. Acabou que não era ela. Era a própria mulher do Vaccari, fazendo um depósito – de valor pequeno, aliás – na própria conta.
Então eu fico pensando: e se fosse a Marice mesmo? Isso lá é prova – como acusou o MP, e o juiz aceitou – de que ela lidera algum “grande esquema criminoso”?
O MP agora quer nos fazer acreditar que um grande “esquema criminoso” seja operado através de pequenos depósitos, feitos pelos próprios “criminosos”, em suas próprias contas? É isso mesmo produção?
*
No blog Cidadania, de Eduardo Guimarães
Eu gostaria de representar ao CNJ contra Sergio Moro. E você?
Ao longo da semana passada, uma cidadã brasileira passou por um constrangimento terrível, verdadeiramente impensável: essa mulher apareceu em todas as grandes redes de tevê do país – e, quiçá, do mundo – sendo acusada de operar um esquema criminoso. Sua imagem algemada, cabisbaixa, sendo conduzida pela polícia irá persegui-la para sempre.
A vida social dessa cidadã está literalmente extinta. Inclusive, muito provavelmente, essa desmoralização irá perdurar mesmo que nada fique provado contra ela – a mídia que expõe à execração pública é a mesma que não retira essa execração mesmo quando o execrado prova sua inocência.
Marice Correia de Lima, cunhada de João Vaccari Neto, ex-tesoureiro do PT, teve que deixar um Congresso de que participava no exterior e voltar às pressas ao Brasil para se apresentar à polícia devido à ordem de prisão que o juiz Sergio Moro emitiu contra ela.
Essa senhora foi dada como “foragida” pela mídia só por estar fora do país, ainda que não houvesse restrição alguma a que viajasse. Passou cinco dias presa. A mídia em peso apresentou vídeo em que mulher que supostamente seria ela fazia depósito na conta de sua irmã, Giselda Rousie de Lima, esposa de Vaccari.
Nas notícias, Marice estaria depositando dinheiro sujo.
Estava provado que Marice era uma criminosa. Nas redes sociais, ela, a irmã, o cunhado, enfim, a família toda virou um bando de mafiosos. Por conta disso, o Ministério Público pediu a prorrogação da prisão de Marice por tempo indeterminado.
Felizmente, a indignação coletiva e as provas apresentadas pela defesa de Marice OBRIGARAM Moro a soltá-la, apesar da “certeza” que tinha de sua culpa.
Como se chegou a isso? Como alguém pode ser condenado dessa forma, tão rapidamente? Por que essa mulher teve que largar uma viagem de trabalho ao exterior e pouco depois aparecer como criminosa condenada em todos os grandes impérios de comunicação do país?
Foi tudo por causa de um vídeo.
A imagem captada pela câmera de um caixa-automático provocou essa sucessão de eventos dramáticos na vida de Marice. Essa foi a “prova” que o Ministério Público apresentou ao juiz Moro para que ele tomasse a decisão de mandar prender Marice. Ele, inclusive, proclamou-se convencido de que o vídeo bastaria para jogar Marice na cadeia afirmando que as imagens “não deixavam qualquer margem para dúvida”.
Em poucas horas, porém, tudo desmoronou. A “certeza” do juiz Moro, a fundamentação para a prisão de Marice (o vídeo) e, concomitantemente, o Estado Democrático de Direito.
Moro mandou soltar Marice após ficar claro que havia uma margem quilométrica para dúvidas, ainda que ele tivesse dito, um dia antes, que não havia nem um centímetro.
Moro pediu desculpas, fez alguma reparação à ofendida, soltou alguma nota que lhe permitisse gozar do princípio universal do Direito de que todos são inocentes até prova em contrário? Coisa nenhuma. O que fez foi como dar um chute no traseiro da agravada, enxotando-a de sua masmorra, sem reconhecer que se açodou na decisão de prendê-la.
Ninguém sabe se, amanhã, aparecerão provas – verdadeiras ou forjadas – que liguem Marice a algum esquema criminoso. Porém, o que havia no momento dessa prisão arbitrária e ilegal de que ela foi vítima, não era suficiente. A perdurar práticas como essa, qualquer cidadão, sob qualquer farsa que construírem, pode passar pelo mesmo.
Uma acusação falsa ou sem fundamentação adequada pode custar seu emprego, sua família, seu respeito e até a sua saúde física ou mental. A mácula temporária que estendam sobre a vida de um inocente, jamais será retirada.
E tudo isso, por que? Porque Moro teve “certeza” de que a mulher do tal vídeo era Marice. Uma certeza tão absurda, tão inexplicável, tão asquerosa que mal dá para qualificar com palavras. Simplesmente porque era visível, para qualquer um que estivesse investigando criteriosamente a vida de Vaccari, de sua esposa e de sua cunhada que a mulher do vídeo não era Marice e, sim, Giselda.
Qualquer leigo é capaz de olhar as imagens e dizer que a mulher do vídeo é a esposa de Vaccari, não a irmã. Isso desde que conhecesse as duas. Ora, como é possível que o juiz estivesse tão mal informado sobre o caso que conduz que não soubesse que as irmãs Giselda e Marice são muito parecidas?
Aliás, a facilidade para chegar a essa conclusão foi até traduzida para meios científicos por reportagem da Folha de São Paulo publicada nesta sexta-feira, 24 de abril. O jornal submeteu as fotos de Giselda e Marice e o vídeo “incriminador” a uma empresa especializada em reconhecimento facial. O laudo é extremamente “interessante”.
Confira, abaixo, a matéria da Folha. O post prossegue em seguida.
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Como se vê, tecnicamente se conclui que a possibilidade de confundir Giselda com Marice é desprezível. O que, então, fez o juiz Moro dizer que não haveria “qualquer margem para dúvida” de que a mulher do vídeo era Marice?
A resposta a essa pergunta é muito simples: um possível interesse do juiz que não tenha sido compatível com a sua função jurisdicional.
A partir daqui, peço ao leitor que pare a leitura por um momento e vá se olhar no espelho, e depois volte a ler.
Voltou. Sabe o que você viu no espelho? Uma possível vítima de Sergio Moro, ou de outros magistrados como ele. Mas você viu mais alguma coisa: um cidadão brasileiro. A cidadania, meu caro leitor, lhe confere prerrogativas que muitas vezes você não conhece.
Vejo muita gente indignada com os abusos de Moro. As pessoas pedem que Dilma faça algo, que o PT faça algo, que alguém faça alguma coisa. Porém, à presidente não cabe e ao seu partido, neste momento, acho que, politicamente, não caberia. Pois bem, então eu sugiro a você – e a mim mesmo – que usemos nossa cidadania para fazer alguma coisa.
Você tem queixa desse magistrado? Eu também tenho. Então por que não reclamamos dele? A quem? Ora, ao órgão competente, ou seja, ao Conselho Nacional de Justiça.
Ah, mas aí envolve dinheiro, envolve advogado, envolve um monte de coisas e eu não posso porque não tenho tempo, tenho medo de me prejudicar, não é minha obrigação etc., etc., etc.
Não é bem assim. Caso você não saiba, qualquer cidadão brasileiro pode representar contra um magistrado ao CNJ. É preciso advogado? Não. Qualquer cidadão pode representar ao Conselho desde que apresente petição escrita e assinada e documentos que comprovem sua identificação e endereço.
Na petição, a pessoa deve contar em detalhes o seu problema e dizer qual providência espera que seja tomada pelo CNJ, podendo encaminhar os documentos que julgar necessários para a comprovação do alegado.
Você não quer assinar esse documento? Não precisa. Basta que uma pessoa assine. Oficialmente, essa pessoa será responsável pela denúncia.
Este blogueiro, então, propõe-se a assinar como responsável. Em nome de todos. Todavia, para demonstrar que essa medida não está só na minha cabeça seria bom que um abaixo-assinado fosse juntado à representação.
Não importa se forem 100, 200 ou mil cidadãos. O importante é que não seja uma medida isolada.
Eu gostaria de representar contra Sergio Moro. Estou disposto a dar meu RG, meu CPF, meu endereço, meu título de eleitor, meu tipo sanguíneo, minha foto, o que mais, diabos, eles quiserem. A você, caberia apenas assinar um documento endossando minha reclamação. E esse documento não lhe causará consequência alguma, pois serei o responsável pela representação.
Eis uma chance de não ficarmos só na reclamação, à espera de que outros façam alguma coisa em defesa do direito de todos. Pode não dar em nada? Claro que pode. É provável que o sistema se proteja da cidadania. Porém, o que não cabe em minha cabeça é ficar assistindo impassível à democracia ser exterminada no país em que crescerão minhas netas.