segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Vídeo "Bata nela" mostra reações das crianças ao tema da violência contra a mulher

 O que acontece quando se coloca um menino na frente de uma menina e pede para que dê um tapa nela?
O vídeo produzido pela página Fanpage.it  mostra como as crianças italianas reagiram ao tema da violência contra as mulheres.

Tradução do original. publicado em 4 de Janeiro de 2015

http://www.fanpage.it production

Luca Iavarone: creator, interviews, editing, coordination
Ivan Forastiere: photography/ camera operator
Giuliano Caprara: colorist /camera operator
Andrea Esposito: assistant
Roberto Porzio: music
Peppe Pace: audio

Categoria

Licença

    • Licença padrão do YouTube

As caras da injustiça ambiental

Fonte: 

REVISTA RADIS

Evento destaca populações atingidas por conflitos territoriais como sujeitos de resistência, não como objetos de pesquisa
A injustiça ambiental tem cara. A de Antônio Filho, morador do bairro de Piquiá de Baixo, em Açailândia, Maranhão, destruído a partir da instalação de indústrias siderúrgicas ao redor das casas da comunidade. Ou a de Patrícia Generoso, de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, por onde passa um mineroduto de 525 quilômetros. Ou as de tantos outros atingidos por projetos que opõem desenvolvimento, justiça ambiental e saúde (ver relatos na pág. 14). Essas caras foram apresentadas no 2º Simpósio Brasileiro de Saúde e Ambiente (Sibsa), organizado pela Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), em outubro, em Belo Horizonte. O encontro teve como marca a articulação da academia com os movimentos sociais, reconhecendo os envolvidos em conflitos territoriais não como objetos de pesquisa, mas como sujeitos de resistência.
Da abertura do simpósio à aprovação da Carta de Belo Horizonte (ver box na pág. 17), a interação entre ciência e saber popular foi destaque. O presidente do 2º Sibsa, Hermano Castro, diretor da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca (Ensp/Fiocruz), ressaltou que essa articulação é fundamental para se ter “um só corpo na defesa intransigente da vida, especialmente em um país em que o capital avança sobre a natureza, os bens naturais são precificados e retirados das populações e a sustentabilidade dos ecossistemas sucumbe”.
 

Inovação e necessidade

Os movimentos sociais não participaram do evento somente como convidados falando em mesas-redondas, mas também na organização e na comissão científica. “É uma inovação, um sonho e uma necessidade para entendermos integralmente o processo de desenvolvimento social com as populações que são sujeitos dele”, ressaltou Hermano.
O diretor da Ensp apontou as implicações do atual modelo para a saúde: interfere na determinação saúde/doença, levando a adoecimento e morte, especialmente de grupos mais vulneráveis — indígenas, afrodescendentes, comunidades tradicionais, camponeses e camponesas, trabalhadores e trabalhadoras de baixa renda, moradores e moradoras das zonas de sacrifício no campo, nas florestas, nas águas e nas cidades.
O presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, reforçou que saúde e ambiente são temas simbióticos. “Não se pode pensar saúde e ambiente como questões desconectadas, pois ambos sofrem as consequências perversas do modelo de desenvolvimento e do processo de organização da produção e do trabalho”, disse.
 
Daí surge a necessidade de se colocar a saúde no centro do modelo, tarefa que a Fiocruz tem levado à frente, como ele apontou, especialmente nos debates da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20 (Radis 118 e 121), e na formulação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Radis 113, 121, 127 e 147). “Os indicadores da saúde qualificam a medição de um desenvolvimento sustentável e trazem no seu bojo as noções de direito e de políticas sociais”.

O grito da justiça ambiental

Sobre a desterritorialização gerada pelos casos de injustiça ambiental, falou o filósofo francês Jean Pierre Leroy, integrante da Rede Brasileira de Justiça Ambiental (RBJA) e assessor da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional (Fase), na conferência Direitos, justiça ambiental e políticas públicas. Nas palavras dele, justiça ambiental deve ser encarada mais do que como uma definição conceitual: “É um grito”.
Trata-se da afirmação de algo que interpela toda a sociedade: não se pode pensar um futuro sem que o meio ambiente seja parte da vida. “É um grito, uma luta travada para que ninguém se encaixe na condição de atingido, partindo dos que não aceitam ser eliminados e silenciados pelo injusto modelo de desenvolvimento do capitalismo. É um clamor daqueles que sabem que seus modos de viver e de se relacionar com o ambiente não são parte do problema, mas da solução”.
 
Jean Pierre tratou os territórios como espaços das tradições, onde se pode encontrar esperança para um futuro sustentável, dada a ligação profunda dos povos com a natureza. As ameaças são a agricultura industrial, os latifúndios monocultores e os grandes empreendimentos, que avançam pelo país, gerando desterritorialização e desapropriação, com respaldo governamental, em nome do crescimento econômico.
Na reflexão do filósofo, a desterritorialização não é apenas física, mas também simbólica. “Quando povos são expulsos de seus territórios, eles perdem mais do que a posse da terra; perdem o que têm de mais profundo: suas raízes”, disse, indicando como exemplo a destruição de uma cachoeira sagrada para os Munduruku com vistas a se construir uma barragem no rio Tapajós.
 
“Quando se fala em desterritorialização de povos tradicionais, alguns dizem: ‘são apenas dez famílias atingidas aqui e dez ali; o que representam diante do tamanho das nossas cidades?’ Porém, ao cortar raízes, corta-se junto a possibilidade de continuar um projeto de vida de integração profunda com a natureza”, argumentou. Essas vidas perdem o sentido: passam a ser “vidas em suspenso” ou “vidas não reconhecidas”, na definição do pesquisador.
 

‘Neoextrativismo’

Jean Pierre lamentou que o extrativismo seja a sina do Brasil. Ele classificou o período atual de neoextrativista, traduzido como o mesmo de outrora com a diferença de ter sido apropriado pelo Estado com o objetivo de servir ao capital. “Um Congresso dominado pelo agronegócio quer concentrar o poder de decidir onde indígenas podem ficar”, observou.
 
O filósofo fez ressalvas: essas práticas não são de um governo ou de outro, e sim práticas de Estado, inseridas em um contexto internacional. “O capital financeiro não conhece fronteiras e não está submetido a nenhum tipo de controle democrático”, avaliou, defendendo um projeto com saúde ambiental em dimensão global.
 
O desafio, indicou, é que esse projeto seja assumido pelos cidadãos das cidades, que muitas vezes perdem de vista que suas vidas têm ligação com o que acontece no campo. Um projeto não dos bens comuns, mas dos comuns, que escapa das noções de lucro, bens e mercado e prioriza a sintonia da população com a natureza.O que emperra a transformação é o que o médico equatoriano Jaime Breilh chamou de “economia da morte”, na conferência A função social da ciência, ecologia de saberes e outras experiências de produção compartilhada de conhecimentos. A economia da morte baseia-se, segundo ele, na convergência de capitais para fomentar o uso produtivista das tecnologias, na desapropriação e nos processos de pilhagem, e no que a jornalista canadense Naomi Klein classificou como shock: o aproveitamento de crises e eventos adversos, como o furacão Katrina, para fazer reformas impopulares.
 
Para além dos agrotóxicos e do uso insalubre da nanotecnologia, Breilh indicou que novas tecnologias de comunicação e informação geram novas toxicidades: “A comunicação contribui para modificar o espaço social onde se operam os impactos do sistema, com toxicidade cibernética, que leva a conflitos sobre identidade, subjetividade, privacidade, sociabilidade e desenvolvimento neurocomportamental”. Assim, defendeu que as iniquidades não se dão somente pelos modos de produção, mas por uma organização material da vida calcada na acumulação, que gera solidão para perpetuar o consumismo. 
 

Construção de resistências

Pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (Cesteh), da Ensp, e coordenador do Mapa da Injustiça Ambiental, Marcelo Firpo explicou que os conflitos ambientais são expressão da disputa por territórios e diferentes cosmovisões de economia, trabalho, natureza, vida e saúde. Eles envolvem comunidades atingidas, movimentos sociais, organizações solidárias, os produtores dessas violências e o Estado — que, segundo ele, funciona como elemento chave na geração das injustiças. Relatora da Plataforma Brasileira de Direitos Humanos Econômicos, Sociais, Culturais e Ambientais (Dhesca), Cristiane Faustino apontou que o poder público opera criando consenso social da importância de projetos de desenvolvimento.
“Os grandes empreendimentos demandam territórios, biodiversidade e água, mas não ocupam territórios vazios. Os territórios são habitados por pessoas de carne, osso e sentimento. E a vida ali instituída tem relação com o que no lugar existe”, observou. O mais violento, na avaliação dela, é justamente o poder de decidir com quem fica a posse de um território, por alguns poucos sujeitos, com maior poder político e econômico, acostumados a ditar as regras do jogo. “Os conflitos não estão descolados da estrutura patriarcal, racista, adultocêntrica, sexista, heteronormativa”, enumerou.
 
Firpo reforçou que os conflitos têm relação direta com o modelo de desenvolvimento hegemônico, baseado em poderio de transnacionais, mercantilização da vida e da natureza, produtivismo e consumismo, o que alguns chamam de crescimentismo. Ele apontou, no entanto, um aspecto positivo: a construção de resistências e alternativas. “Os conflitos ambientais têm potencial dinâmico, revelador, emancipatório, na medida em que permitem a emergência e a articulação para o enfrentamento desse modelo hegemônico”. Cristiane fez importante ressalva: “Mesmo quando não há resistência explícita à desterritorialização, há conflito. Pode ficar no nível do não dito, mas há conflito”.
 
Autor: 
 Bruno Dominguez

'Há um império do mal nos Estados Unidos', afirma Edward Snowden

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dJQi8sufzv0

por José Gilbert Arruda Martins

Você que viaja aos Estados Unidos da América, que ajuda a manter a economia deles com seus reais e dólares, precisa conhecer melhor o monstro que você alimenta.

Escrever sobre os EUA não é difícil, existe uma gama enorme da literatura sobre a violência imposta ao mundo por aquele país.

Na Filadélfia, existe um professor - Noam Chomsky - que dedicou parte do seu tempo a escrever sobre a política interna e, principalmente externa dos EUA. Em suas obras, muitas vezes, baseadas em documentos da própria Casa Branca, o linguista e o professor do MIT, discorre com riqueza de detalhes, sobre como o país age para defender os interesses do grande capital e das grandes empresas.

Edward Snowden, ex-agente da NSA, não é o primeiro, nem será o último agente/funcionário a falar sobre a violência em que se basea aquele país no trato com as políticas internas e externas que envolvam seus interesses.

Você precisa conhecer o monstro que alimenta.

http://www.journalnoticias.com.br/ind...
Ex-agente da NSA conta por que revelou esquema de espionagem, fala do asilo na Rússia, do governo Obama e da vontade de vir para o Brasil.

O papel do Ministério Público Federal na regulação da mídia

 - no GGN

Faltaram dois representantes da mídia em encontro relevante do MPF-SP: a ABERT e o Ministro Paulo Bernardo. Mas iniciativas como a do procurador Jefferson Dias podem ajudar a desinterditar o debate de regulação da mídia.


por José Gilbert Arruda Martins
Reunir informações. Selecionar e fazer leitura das matérias divulgadas sobre o tema "Regulamentação da mídia", postar e provocar o debate.
Esse será um dos trabalhos que o blog do professor Gilbert fará a partir de agora.
Professores e professoras, estudantes e profissionais de educação, precisam entrar no debate nas escolas de todo o país.
As escolas que recebem a revista veja precisam receber e trabalhar com outras mídias.
Os educadores e educadoras precisam entender como fazer e trabalhar com a internet, envolvendo-se num cenário já dominado pelos estudantes.
A mídia faz parte de nosso cotidiano. Alunos e professores são influenciados e debatem nos corredores e salas de aula sobre as notícias veiculadas. Entender como isso acontece, que meio de comunicação é o mais lido ou assistido  por estudantes, é fundamental.
A matéria abaixo pode colaborar nesse sentido.
O papel do Ministério Público Federal na regulação da mídia
Insuspeito de ter uma posição governista, o Ministério Público Federal - como defensor dos direitos difusos da sociedade - poderá ter papel central na regulação da mídia.
Em fevereiro de 2014, a Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão, do Ministério Público Federal em São Paulo, organizou uma audiência pública relevante, para discutir o tema. Obviamente, recebeu escassa cobertura da mídia.
O evento foi feito em parceria com o Intervozes (Coletivo Brasil de Comunicação Social), debatendo uma proposta apresentada por organizações da sociedade civil e trouxe um conjunto relevante de informações sobre o tema.
Todos os pontos estão ligados a direitos previstos no Artigo 5o da Constituição, dentre os quais: 
  • IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
  • V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou à imagem;
  • IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença;
  • X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
  • XIV - é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário ao exercício profissional;
  • XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
  • XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais.
Convidados, os dois órgãos representativos dos grupos de mídia - a ABERT (Associação Brasileira de Empresas de Rádio e Televisão) e o Ministério das Comunicações de Paulo Bernardo - não compareceram.
Jefferson Aparecido Dias, Procurador Regional substituto, denunciou a “conivência” do poder público com a interdição deste debate, “em função da pressão das empresas do setor".

As prioridades do MPF-SP

Dias informou que, em São Paulo, os procuradores definiram como questões centrais o cancelamento de concessões que concentram mídias “além dos tênues limites colocados pela lei”, e o aumento da fiscalização para o cumprimento da legislação pelas rádios na capital.
A questão maior é que discute-se uma nova regulação, mas não se obedece sequer à regulação em vigor.
A legislação permite no máximo 6 outorgas de rádio FM e três em onda média nacional. Só o grupo de Comunicação Brasil Sat, que tem oito outorgas de rádio FM. Em vista disso, o MPF-SP solicitou à Anatel o cancelamento das concessões ilegais e a licitação dos serviços excedentes.
Outro ponto óbvio - mas que nunca foi devidamente utilizado pelos órgãos reguladores - é a obrigatoriedade das emissoras veicularem campanhas educativas.
No início daquele mês, a Procuradoria Regional insistiu junto ao Tribunal Regional Federal da 3a Região para que apreciasse ação que determinava à  rede Globo a divulgação de uma campanha sobre os direitos das mulheres.
O parecer foi originado numa ação pública de 2012, após o programa Big Brother ter exibido imagens de um suposto abuso sexual. Como ocorre com todas as ações do gênero, a sentença de 1a Instância foi contra o MPF, em nome da liberdade de imprensa.
A PRDC atuou também em outros capítulos abusivos, como o arrendamento de concessões a instituições religiosas e - pasme-se! - contra um site que faz leilão de controle acionário de concessões cujos processos ainda estão sendo analisado pelo Ministério das Comunicações.
As iniciativas são individuais, da PRDC de São Paulo.
Se o Procurador Geral da República Rodrigo Janot quiser deixar uma obra de fôlego, deveria encampar a bandeira e abrir a discussão em nível federa.

A proposta do Intervozes 

Representante do Intervozes, Pedro Ekman apresentou os principais pontos da proposta de democratização da mídia.
Espectro – dividir o espectro em três partes, conforme definido pela Constituição, reservando um terço do espaço para emissoras públicas ou comunitárias. Os outros dois terços ficam divididos entre as concessões comerciais e a radiodifusão estatal. 
Operador de rede – criar um operador nacional de rede para oferecer estrutura nacional de operações do sinal de várias emissoras, dividindo as frequências de forma mais democrática e equilibrada. 
Políticos – proibir a titularidade de concessões de rádio e TV por parlamentares em exercício de mandato e parentes destes em primeiro grau, regulamentando o artigo 54 da Constituição Federal.
Produção nacional e diversidade –regulamentar a determinação constitucional de estabelecimento de cotas de produção independente, nacional e regional, dos conteúdos de radiodifusão, destinando percentuais para cada uma dessas esferas. 
Proteção à infância –regulamentação a proteção à infância, por meio da classificação indicativa.
Participação social - Cria o Conselho Nacional de Comunicação Social, com representação do Estado, concessionários e sociedade civil, para atuar como órgão auxiliar do Poder Executivo na fiscalização do cumprimento da legislação nacional e na formulação de políticas públicas para o setor. Cria também a Defensoria dos Direitos do Público, com a função de assegurar o respeito aos direitos humanos no campo da comunicação.
Contra censura - contra qualquer tipo de censura prévia, valendo-se da regulamentação já existente em países como Portugal, Inglaterra, Estados Unidos e Argentina para assegurar a preservação dos direitos humanos e impedir a monopolização do setor.

domingo, 4 de janeiro de 2015

Levantamentos mostram perseguição contra religiões de matriz africana no Brasil

adeptos de religiões afro-brasileiras se reúnem no Parque Ecológico dos Orixás, em Magé - Domingos Peixoto


Metade dos terreiros do Rio foi alvo de ataque, e denúncias são maioria no Disque 100

Por Dandara Tinoco - Fonte: http://anma.org.br/
RIO – Conceição de Lissá já avaliava os estragos causados pelo incêndio, quando, novamente, foi pega de surpresa. Sutilmente, o cheiro de gasolina indicava que a faísca que tinha iniciado a destruição do quarto onde guardava roupas de santo e outros artigos usados em cerimônias não fora acionada por um curto-circuito, como até então supunha. A mãe de santo entendeu que alguém havia destruído o local de forma voluntária e procurou a polícia. Oito anos e oito ataques depois, ainda não sabe quem a agrediu e continua a ser vitimada. O último episódio ocorreu mês passado, quando outra parte do terreiro, em Duque de Caxias, foi novamente incendiada.
- A minha casa de santo se tornou um quilombo. Aqui falamos africano, cantamos músicas, vestimos roupas típicas e sofremos perseguição. Terei de instalar câmeras e alarmes, para garantir a segurança que o Estado não me dá. Mas temos de resistir – protesta a mãe de santo.
O relato de Conceição é repetido na voz de outros muitos adeptos de religiões de matriz africana. Fiéis do candomblé e da umbanda – que somavam quase 600 mil pessoas no Censo de 2010 – são os mais atacados no Brasil. De janeiro a 11 de julho deste ano, eles foram vítimas em 22 das 53 denúncias de intolerância religiosa recebidas pelo Disque 100, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência, segundo levantamento feito a pedido do GLOBO. Em 2013, foram 21 registros feitos por adeptos de religiões afro-brasileiras, em um total de 114. Mas o segmento também foi o que somou mais agredidos nesse ano.
O estudo “Presença do axé – Mapeando terreiros no Rio de Janeiro”, de pesquisadores da PUC-Rio, também contabilizou as agressões aos frequentadores de culto afro-brasileiros. Das 840 casas listadas, 430 foram alvo de discriminação. Mais da metade (57%) em locais públicos. Entre esses casos, a maior parte ocorreu nas ruas (67%).
- As denúncias à secretaria são encaminhadas a defensorias públicas, promotorias e delegacias. E os dados estatísticos servem de instrumento de orientação das nossas políticas – afirma Elias Vieira de Oliveira, coordenador geral de promoção de diversidade religiosa da SDH. – Em março deste ano, foi empossado o Comitê Nacional da Diversidade Religiosa, que tem representantes de matriz africana. As agressões já estão na pauta do grupo.
Se por um lado as denúncias trazem indícios de que é crescente a violência contra fieis do candomblé e umbandistas, por outro, mostram também um aumento da mobilização contra a intolerância. O movimento vem se fortalecendo desde 2008, quando quatro pessoas invadiram o Centro Cruz de Oxalá, no Catete. Na ocasião, imagens foram quebradas e fiéis xingados. Foi criada então a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), formada por grupos da sociedade civil e religiosos de diferentes crenças.
Em junho, uma polêmica decisão do juiz titular da 17ª Vara Federal do Rio de Janeiro, Eugênio Rosa de Araújo, que negou pedido de retirada de vídeos do YouTube gravados durante cultos evangélicos, com mensagens de intolerância contra religiões afro-brasileiras, foi o gatilho para novas manifestações. O magistrado dizia, na sentença, que candomblé e umbanda não são religiões. Ele acabou voltando atrás, mas não conseguiu apaziguar os ânimos. Dias depois, representantes de diferentes estados viajaram a Brasília para cobrar de autoridades o respeito ao direito de crença.
- Esses casos recentes reacenderam a autoestima dos adeptos de religiões de origem africana. Além disso, causaram um resgate da identidade religiosa, porque têm levado essa população a se assumir e buscar apoio da sociedade – analisa o babalaô Ivanir dos Santos, interlocutor da CCIR, que espera reunir cem mil pessoas na 7ª Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, dia 21 de setembro, na orla de Copacabana.
GRUPO FOI EXPULSO DE COMUNIDADE
Os casos denunciados à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência vão de insultos à violência física, passando por invasões de terreiros e até recusa de fazer negócios. Foi o que ocorreu com Fábio Oliveira, frequentador do Ilê Axé Oxum.
- Compramos um terreno em uma comunidade em Campo Grande para erguer um barracão. Na semana seguinte, fomos informados de que o tráfico local não queria ‘macumbeiros’ ali. Tivemos de desistir do espaço – conta.
O grupo de Oliveira hoje se reúne com frequência no Parque Ecológico dos Orixás, em Magé. O local foi criado há dez anos, na tentativa de evitar a exposição dos praticantes de candomblé e umbanda. Todos os fins de semana, a área, de 60 mil metros quadrados, recebe dezenas de associados à União Umbandista dos Cultos Afro-Brasileiros. Vestidos de branco, os frequentadores se reúnem em cantorias com atabaques e deixam oferendas aos pés de imensas estátuas de orixás e em uma cachoeira.
Diferentemente de Oliveira, grande parte dos frequentadores do parque não quer ser identificada e não se deixa fotografar. Testemunhos de quem aceita conversar dão pistas do que leva ao acanhamento.
- Trabalho em um banco e tive uma chefe que descobriu que eu batia tambor. A partir dali, ela começou a me perseguir, e tive de pedir transferência – conta uma umbandista.
Professor do Departamento de Ciência da Religião, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), o cientista social Silas Guerriero vê um aumento da intolerância no Brasil nos anos recentes:
- As intolerâncias mexem com a sociedade de maneira geral, quando um grupo se acha superior ao outro. No Brasil, sempre houve uma certa tolerância religiosa. O que tem acontecido nos últimos anos é que o pentecostalismo se coloca de maneira muito fundamentalista. E esse fundamentalismo evangélico tem levado às situações de violência que estamos vendo.
Segundo números do Disque 100, evangélicos são apontados em nove dos 22 registros de intolerância contra adeptos do candomblé e da umbanda. Mas, para o diretor da Associação dos Pastores e Ministros Evangélicos do Brasil, Carlos de Oliveira, os neopentecostais são acusados de maneira injusta.
- Os evangélicos são pacíficos. Nunca presenciei um pastor dizendo “vamos incendiar um terreiro, vamos quebrar suas imagens”. O que se fala é “vamos orar para que Deus toque o coração deles”. – defende o pastor da Assembleia de Deus. – Sempre que invadem uma igreja católica ou um terreiro, os evangélicos são os primeiros suspeitos. Mas, muitas vezes, os agressores não são da religião.
Fonte: O globo- online – 10/08/2014

Quando o Ensino Público é exemplo de qualidade

Educação
Disponível na matéria Porvir

Série de documentários ‘Educação.doc’ apresenta escolas que estão fazendo a diferença em suas realidades


por José Gilbert Arruda Martins

Você colocaria seus filhos e filhas para estudarem em escolas públicas?

A matéria a seguir - "Educação.doc" mostra exemplos reais da força da educação pública em várias regiões do Brasil.

Somos capazes sim de construir uma educação pública de qualidade. Escolas e professores/professoras, preparados, bem informados, bem remunerados para atender os filhos e filhas dos trabalhadores.

Lendo e assistindo aos documentários, percebemos que, não existe mágica, mas é possível fazer escola com qualidade.

A qualidade não fica apenas no prédio adequado, nas paredes pintadas, mas na escolha do currículo, na preparação dos professores e professoras, na participação democrática da comunidade.

A educação pública de qualidade se faz com participação das pessoas envolvidas. Nada pode vir de cima para baixo.

Os exemplos destacados serão replicados por todo o país?

Esperamos que sim.

Fonte: Porvir

 que é preciso para ter um ensino de qualidade? Em Heliópolis (SP), a escola Municipal Presidente Campos Salles decidiu derrubar os muros e apostar na democracia. Já na zona oeste do Rio de Janeiro, no bairro Padre Miguel, o colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochón inovou suas aulas, criando projetos que deixam o currículo mais atrativo. Mas o que há de comum entre essas duas experiências? Além de mostrarem que é possível alcançar resultados surpreendentes em territórios com dificuldades socioeconômicas, elas integram a série de documentários “Educação.doc”, produzida pelos cineastas Luiz Bolognesi e Laís Bodanzky.
Dividida em cinco episódios, a série percorre oito escolas brasileiras para mostrar histórias de quem está fazendo a diferença no ensino público, apresentando experiências realizadas nos estados do Piauí, Ceará, Bahia, Paraná, Rio de Janeiro e São Paulo. Com depoimentos de alunos, professores e diversos especialistas, o documentário traz uma série de discussões sobre a qualidade da educação, redução da evasão escolar, integração da escola com a comunidade e a valorização de professores.
EducaçãoReprodução

Entre os entrevistados, estão nomes como Viviane Senna e Mozart Neves Ramos (Instituto Ayrton Senna), Beatriz Bontempi (Instituto Avisa Lá), Giovana Zen (Instituto Chapada de Educação e Pesquisa), a filósofa Viviane Mosé e a pesquisadora Paula Louzano, doutora em política educacional pela Universidade Harvard (EUA).
Segundo a cineasta Laís Bodanzky, a intenção do documentário é pautar a sociedade para mostrar que é possível fazer diferente. “A escola dos meus pais e dos meus avós já não é mais a mesma escola de hoje. Antes a informação toda estava na escola. Hoje em dia você já não precisa mais da escola como a única fonte”, afirmou ao Instituto Ayrton Senna, durante o Fórum Internacional de Políticas Públicas.
‘A escola dos meus pais e dos meus avós já não é mais a mesma escola de hoje. Antes a informação toda estava na escola. Hoje em dia você já não precisa mais da escola como a única fonte’
No primeiro episódio, o documentário conta a experiência realizada na Chapada Diamantina, no interior da Bahia, onde a qualidade do ensino melhorou em 20 municípios da região. O segundo vídeo da série percorre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro para mostrar o trabalho realizado em duas escolas que se abriram para a comunidade e passaram a atrair o interesse dos alunos. Na terceira etapa da série, são apresentadas escolas em Cocal dos Alves(PI), Sobral(CE) e Foz do Iguaçu(PR), onde os resultados educacionais chamam a atenção, seja pelo acúmulo de medalhas em olimpíadas de química e matemática, ou por terem conseguido zerar a evasão escolar.
Mais adiante, no quarto episódio, os espectadores conhecem a experiência do Colégio Estadual Monsenhor Miguel de Santa Maria Mochón, que tem encontrado propostas para tornar o currículo mais atrativo. Por fim, a série encerra com uma discussão sobre como será a escola do futuro, convidando professores, alunos, diretores e pensadores a darem a sua opinião sobre o modelo de ensino que gostariam de ter daqui a 50 anos.
“A educação que se espera para o futuro é uma educação que consiga fornecer conhecimento e potencial de reflexão”, defendeu o cineasta Luiz Bolognesi durante o fórum. De acordo com ele, a escola que se abre para ouvir o lugar em que está inserida tem mais chances de acertar, pois apresenta mais conexão com a realidade.
Os episódios da série “Educação.doc” podem ser assistidos no canal da Buriti Filmes, no YouTube (clique aqui para ver). Confira o teaser abaixo:





10 dicas para escrever e publicar um artigo científico

                                                                                                     crédito: nito / Fotolia.com

Confira algumas sugestões para desenvolver uma boa pesquisa e divulgar o seu trabalho no meio acadêmico

no PorVir

Escrever e publicar um artigo científico pode não ser uma tarefa fácil. A elaboração de qualquer pesquisa exige precisão e domínio sobre o assunto. No entanto, muitas vezes os estudantes ficam em dúvida sobre a maneira correta de elaborar o seu trabalho. Por onde começar? Como definir o tema da pesquisa? Qual linguagem utilizar no texto? Esses são apenas alguns dos questionamentos que surgem.
As pessoas costumam ter dúvidas e errar porque não sabem ciências, ou não aprenderam de maneira correta, avalia Gilson Volpato, professor de redação científica, da Unesp (Universidade Estadual Paulista). “Muitos professores transformam essa disciplina em um conjunto de regras”, aponta, ao afirmar que os alunos precisam entender o que estão fazendo. Inclusive, para ajudar alunos, professores e pesquisadores a escreverem uma pesquisa acadêmica, Volpato criou o Clube SOS Ciência, que tira dúvidas on-line sobre redação científica (leia matéria no Porvir).
Com base na conversa com o professor, o Porvir reuniu algumas sugestões para auxiliar na redação e publicação de um artigo científico. No entanto, conforme destacou Volpato, é preciso lembrar que não existe receita para a elaboração de uma boa pesquisa. Cada projeto possui as suas particularidades.
Confira algumas dicas:
1. Leia sobre o que já feito
Antes de começar um projeto de pesquisa, é importante checar diversas conteúdos da área para conhecer tudo o que já foi falado sobre o tema. Uma das sugestões apresentadas pelo professor Volpato é ler artigos de boas revistas internacionais.  Além disso, é preciso fazer um levantamento de publicações que podem ser utilizadas para dar base ao seu projeto.
2. Pense no nível que a sua pesquisa irá atingir
Antes de fazer um projeto é preciso identificar o nível de ciência que se pretende atingir. Identifique algumas publicações científicas que estariam no patamar da sua pesquisa. Você pretende atingir uma Science, com abrangência em diversas áreas de conhecimento, ou deseja focar em uma publicação especializada? Se a sua resposta for publicar em um veículo científico de grande abrangência, será necessário pensar e elaborar a sua pesquisa de forma que ela seja compreensível para o maior número de pessoas possível, incluindo outras áreas de conhecimento.
3. Apresente uma novidade
Não existe uma boa pesquisa sem algo novo ou relevante. “Os pesquisadores têm dificuldade de aceitar que o tema da sua pesquisa não apresenta uma novidade”, conta Volpato. Segundo ele, após ler sobre o que já foi desenvolvido dentro do tema, é necessário encontrar uma nova abordagem. Uma pesquisa muito repetitiva não pode apresentar grandes contribuições científicas.
4. Saiba a hora certa para começar a escrever
Muitas pessoas começam a escrever o seu artigo na hora errada. Segundo Volpato, para manter a unidade do texto é importante ter uma ideia completa do trabalho. Não comece a adiantar algumas partes do seu artigo sem ter concluído a pesquisa, analisado e interpretado dados.  Antes de começar a escrever, o professor afirma que é necessário já ter em mente a resposta para algumas perguntas: 1) Como surgiu a pesquisa? 2) Onde você chegou? 3) Como chegou nesse caminho e o que me faz aceitar a sua história? 4) O que isso muda na ciência? 5) Por que as pessoas se interessariam por isso?
5. Tenha em mente o tipo de revista que você gostaria de publicar
Após ter uma visão geral do trabalho, respondendo as perguntas anteriores, comece a pensar na revista que você deseja ter o seu trabalho divulgado. Leia diversos artigos e tente observar o formato que eles seguem. “É bom conhecer o jeitão da revista”, apontou Volpato. Pense nessa estrutura quando estiver escrevendo.
6. Mantenha a lógica no texto
Na hora de escrever é preciso observar se as ideias da pesquisa não estão se contradizendo. De acordo com o pesquisador, muitas pessoas acabam cometendo erros nesse item. Introdução, desenvolvimento e conclusão devem estar muito bem alinhados e relacionados. Todas as partes devem apresentar coerência e lógica. Releia o texto e veja se ele consegue manter uma unidade. Não use freses sem sentido.
7. Encontre a medida certa
O tamanho do texto não quer dizer qualidade. “Nenhuma palavra a mais, nenhuma palavra a menos. A gente tem que saber sintetizar”, apontou Volpato. Segundo ele, as pessoas tendem a achar que os trabalhos mais longos são os melhores. No entanto, o número de páginas não é sinônimo de qualidade. É  importante apresentar todos os argumentos de maneira clara e objetiva. Para o professor e pesquisador, a elaboração de um artigo deve ser semelhante a de um prédio. “Ele precisa ser vistoso, importante, sólido e econômico”, defendeu.
8. Seja claro e evite palavras que dificultam o entendimento  
Nada de prosopopéia para acalentar bovinos (ou seja, a famosa expressão “conversa para boi dormir”). Tente tornar a sua pesquisa mais acessível e troque as palavras de difícil entendimento. Segundo Volpato, a ciência tem um caráter transdisciplinar, porém, quando você escreve um artigo cheio de termos técnicos e palavras desconhecidas, a sua pesquisa tende a ficar restrita apenas para pessoas da área. “É importante pensar que você está escrevendo um texto para ser lido por diferentes públicos.”
9. Compartilhe o seu conhecimento
Após concluir um artigo é importante tentar a sua publicação em revistas de divulgação científica. Segundo o professor Volpato, a divulgação da pesquisa é tão importante quando a redação. É a partir da publicação que você poderá compartilhar o seu conhecimento com outros pesquisadores. Além disso, também terá a oportunidade de submeter o seu trabalho para avaliação de outros especialistas. Antes de enviar um artigo para análise, observe atentamente o formato exigido em cada publicação. Algumas revistas têm normas específicas que devem ser seguidas, incluindo padronização de estilo, quantidade de caracteres e outras referências.
10. Acompanhe os resultados
Não pense que a publicação do artigo é o último passo. Após divulgar a sua pesquisa, tente observar a repercussão do seu trabalho no mundo científico. Observe as contribuições acadêmicas da sua pesquisa. Ao visualizar quem está citando o seu artigo, procure entender quais reflexões estão sendo geradas a partir dele.

Seção Livros

País sem excelências e mordomias

Capa_Suecia_FIN.indd
Fonte: http://geracaoeditorial.com.br/pais-sem-excelencias-e-mordomias-um/
UM PAÍS SEM EXCELÊNCIAS E MORDOMIAS
Uma incrível visita a uma das democracias mais ricas do mundo, onde os políticos ganham pouco, andam de ônibus, cozinham sua comida, lavam e passam suas roupas e são tratados como “você”.
Autora: Claudia Wallin
Título Nacional
Selo: Geração
Gênero: Reportagem
Acabamento: Brochura
Formato: 15,6 x 23 cm
Págs: 336
Peso: 494
ISBN: 978-85-8130-237-9
Preço: R$ 39,90
E-booke-ISBN:  978-85-8130-238-6
Preço: R$ 19,90
SinopseLer este livro é algo obrigatório para todo deputado, senador, ministro, juiz, desembargador, governador, presidente, secretário, prefeito, vereador. E sobretudo para o eleitor. Para ele, é quase um guia de sobrevivência na selva da política brasileira. Claudia Wallin trata da Suécia mas é impossível não pensar no Brasil a cada parágrafo. Com cinismo, cólera, amargura. Ou com esperança. Porque não? Afinal, prova que existem políticos que desconhecem o tratamento de “Excelência”. Que não tem mordomias, não aumentam seu próprio salário, não tem gabinete próprio. Que usam transporte público e não estão na vida pública para fazer fortuna. E que respeitam – e muito — o eleitor. Um sistema apoiado em três pilares: transparência, escolaridade e igualdade. Um dia, quem sabe, chegaremos lá. Ler e se envergonhar com estas páginas pode ser o começo.
 Sobre a autoraClaudia Varejão Wallin – Jornalista e consultora radicada na Suécia. Trabalhou dez anos em Londres como diretora da International Herald Tribune TV, chefe do escritório de Jornalismo da TV Globo de Londres e produtora da seção brasileira da BBC World Service, após carreira no jornal O Globo do Rio de Janeiro. Colaboradora da Rede Bandeirantes de Televisão e da BBC Brasil.