sexta-feira, 27 de junho de 2014

TV - O feitiço ralo de "Game of Thrones" A quarta temporada da série parece uma obra de Paulo Coelho filmada por trainees da Disney. Por Nirlando Beirão

O perseguido Tyrion: Shakespeare, Tolkien ou Paulo Coelho?


Fonte: site da revista Carta Capital – retirado dia 27/06/2014

A primeira impressão de quem chega a Game of Thrones (HBO2, domingo, às 16 horas, e HBO Signature, segunda-feira, às 23 horas) é de que se trata de um Shakespeare reescrito por Tolkien, ou vice-versa. À medida que a quarta temporada se arrasta, Game of Thrones se revela um Paulo Coelho filmado por trainees da Disney Kids.
A saga de Westeros veste uma fantasia caprichada de clãs brasonados, guerreiros encouraçados e princesas maliciosas, em trama freudiana de punhaladas e traições, sem se acanhar com a súbita irrupção, à moda dos melhores (e dos piores) contos de fadas, de bichos monstruosos e criaturas enfeitiçadas.
O excesso cenográfico da série, o figurino copioso e o décor digno da Broadway acobertam a narrativa pueril que a inspira. O americano George R. R. Martin com certeza gostaria de manusear o caldeirão de bruxarias com a expertise maligna de uma J.K. Rowling, a do Harry Potter (reparem a fixação desses ficcionistas por nomes abreviados). No entanto, nas mãos de R. R. a varinha de condão pesa tanto quanto a espada Excalibur.
É passatempo que, invertendo os papéis, não recomendo aos maiores de idade, sua pretensão adulta se limitando a jogos de alcova (o lema da insinuante Shae é “coma, beba, trepe, viva”) e se traindo na sanguinolência gratuita de liças de espada. O enredo se dilui nele próprio.O diferente – e suas consequências: ódio e preconceito – é representado por Tyrion, o filho anão dos disfuncionais Lannister. Peter Dinklage é um gigante de ator, mas é muito peso para carregar em seus frágeis ombrinhos.
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Opinião - Participação social foi fundamental na história recente do Brasil Negar os avanços que o País conquistou nos últimos 80 anos ao dialogar com o cidadão e desqualificar a Política Nacional de Participação Social é antidemocrático

Sem o Conselho Nacional de Saúde, não teriam sido criadas, nos anos 80, as bases do SUS

Os contras a PNPS (Política Nacional de Participação Social), viram que a lei é fundamental e vai dar voto e por isso são contra ou, o que é pior, são ideologicamente contra por que não interessam a eles a participação democrática do Povo.
Os países e/ou regiões e municípios do mundo que, de alguma forma criaram instrumentos de participação social social, melhoraram seus índices no que se refere à questão social, é assim nos países escandinavos, é assim em Diadema.
Países com economias poderosas como os Estados Unidos, não criaram instrumento algum e, por isso, estão passando por grandes dificuldades, haja vista a quantidade de "moradores de rua" em Nova Iorque, por exemplo, são cerca de 50 mil.
Somos um país que, depois da segunda grande guerra (1945) até hoje se voltou demais para os Estados Unidos, nossas elites dirigentes esqueceram inclusive de enxergar nossos irmãos de ao redor, isso provocou a criação de uma espécie de tentativa de copiar aqui o que os estadunidenses faziam, o que nunca foi bom para nós como povo e como nação.
O PSDB quando no governo - 1994 a 2002 - desmontaram o Estado brasileiro, venderam ao capital privado, principalmente internacional - exceção da Vale do Rio Doce, hoje apenas Vale, que foi vendida a um brasileiro de origem no mínimo duvidosa - esse desmonte tinha a ver com essa tentativa de criar aqui uma economia parecida com a dos EUA, liberal, sem a participação do Estado.
Jogar a responsabilidade de guiar os destinos de uma sociedade, de um povo às empresas é autoritário, não funciona aqui e em lugar algum, precisamos reforçar os instrumentos de participação democrática, precisamos entender que o Brasil é diferente, precisamos enxergar que o diálogo da sociedade com o Estado é importante e construtivo.

Por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Opinião
Participação social foi fundamental na história recente do Brasil
Negar os avanços que o País conquistou nos últimos 80 anos ao dialogar com o cidadão e desqualificar a Política Nacional de Participação Social é antidemocrático
por Mário Reali e Carlos Neder
Fonte: site da revista Carta Capital – retirado dia 27/06/2014
Desde os anos 30 do século passado, a participação da sociedade civil nas decisões de Estado foi vital para o Brasil. Exemplo disso são os conselhos nacionais de educação e saúde que, pelo menos desde 1936, participam da formulação de políticas públicas nacionais.
A parceria entre sociedade civil e governos não só contribuiu para a consolidação da democracia como possibilitou a construção de marcos históricos na vida dos brasileiros: implantação do SUS (Sistema Único de Saúde), melhoria na qualidade de vida nos municípios (mais habitação, saneamento e mobilidade), conselhos regionais e orçamento participativo são alguns deles.
A formulação de políticas públicas embasadas no diálogo com todos os segmentos sociais foi e continua sendo fundamental para o exercício da democracia e o desenvolvimento do País. Desclassificar o Decreto n.º 8.243/2014, da presidenta Dilma Rousseff, que cria a Política Nacional de Participação Social e estimula a participação dos conselhos, movimentos sociais e da população na gestão do governo, é desprezar não só fatos públicos e notórios, mas, sobretudo, a democracia.
Ora, quem ainda pode ter medo da participação social? Motor das mudanças sociais, o cidadão influi, participa e aprimora as políticas públicas. Se existe hoje uma política nacional de saúde, foi graças à interação dos movimentos sociais com o Estado. Sem o Conselho Nacional de Saúde, não teriam sido criadas, nos anos 80, as bases do SUS, sistema que ainda tem muitas carências, mas universalizou o atendimento de saúde e é hoje referência mundial em atenção básica.
O Brasil é um dos poucos países do mundo que disponibilizam um sistema gratuito de saúde para toda a sua população. As diretrizes centrais do SUS foram geradas na 8.ª Conferência Nacional de Saúde, de 1986, em pleno processo de redemocratização do país e às vésperas da Constituinte de 1988. Esse amplo debate público embasou, na Constituição, as formulações do SUS, regulamentado em 1990.
Hoje, o SUS atende a 80% da população brasileira, aproximadamente 150 milhões de pessoas, enquanto os planos de saúde têm 40 milhões de usuários, que representam 20% da população. O SUS foi o primeiro passo de um exercício profícuo de cidadania e participação da sociedade civil organizada.
Há marcos dessa participação em todas as instâncias da administração pública brasileira, seja na União, nos estados ou nos municípios. Milhares de pessoas participam hoje de conselhos gestores em diferentes áreas de políticas públicas. No que se refere à Política Urbana brasileira, a própria construção de uma Política Nacional de Desenvolvimento Urbano se funda no reconhecimento de que a participação na elaboração e execução das políticas é direito dos cidadãos.
A implantação e o fortalecimento do processo de conferências e conselhos têm como princípios a participação e controle social, uma forma contínua de aproximar as ações dos governos à realidade da população. O Conselho das Cidades, no âmbito nacional, tornou-se um espaço dinâmico de debates, críticas e recomendações, que tem contribuído para a implementação das deliberações das 1.ª, 2.ª e 3.ª Conferências das Políticas de Habitação, Saneamento e Mobilidade.
Tem-se um caso emblemático de desenvolvimento urbano com participação social em Diadema, no ABCD paulista. Diadema é prova inconteste da eficácia de políticas gestadas no diálogo direto entre sociedade civil organizada e Estado, ao longo de três décadas de administrações petistas na cidade. Graças aos movimentos sociais, principalmente aqueles ligados à moradia, Diadema saltou de 528 (em 1991) para 757 (em 2010) no IDHM (Índice de Desenvolvimento Humano Municipal), de acordo com dados do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), passando da categoria "baixa" para "alta" em duas décadas.
Com apoio dos movimentos de moradia à gestão municipal, Diadema tornou-se pioneira na criação do instrumento urbanístico das AEIS (Área Especial de Interesse Social), ainda na revisão do Plano Diretor de 1994, que reservava terrenos particulares vazios e núcleos residenciais de baixa renda para a construção de moradias populares.
Os números do saneamento básico em Diadema também são um reflexo do diálogo com a população e da participação da sociedade civil na construção da administração pública aberta e democrática, através dos conselhos regionais. O município conseguiu, em 2012, chegar a 100% de eficácia na distribuição de água e 96% de coleta de esgoto, segundo dados da SANED (Companhia de Saneamento de Diadema). Com isso, obteve, naquele ano, resultado positivo no Ranking do Saneamento, estudo do Instituto Trata Brasil - que tomou por base os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS).
Os dados e exemplos são muitos. A participação popular, indispensável e fundamental para a democracia, possibilitou avanços reais no país ao longo dos últimos 80 anos. Negar fatos históricos e desqualificar os avanços proporcionados pelo decreto da presidenta é antidemocrático. Não há democracia sem soberania e participação popular. O objetivo do governo Dilma é justamente promover a participação social na formulação, no monitoramento e na avaliação das políticas públicas além de prover canais de articulação da sociedade com as três instâncias de governo: federal, estadual e municipal.
Não há democracia e amadurecimento de uma nação sem participação da sociedade. E não há participação sem uma sociedade civil organizada e com canais institucionais para interagir com as decisões do governo. Seja no município, no estado ou no País.
O coro contra o decreto é muito barulho por nada. A democracia avançou nos governos Lula e Dilma e continuará no centro das prioridades da cidadania e dos governos democráticos. O diálogo entre cidadão e Estado está aberto. Não há volta atrás.
* Mário Reali é arquiteto e urbanista, foi prefeito de Diadema (2009-2012) e deputado estadual (2002-2005 e 2006-2008); Carlos Neder é médico sanitarista e deputado estadual, foi secretário municipal de saúde de São Paulo (1990-1992)


terça-feira, 24 de junho de 2014

COPA: CLASSE C DÁ BYE-BYE À GLOBO ! Quem mandou o Nunca Dantes levar a Classe C à tevê paga… Culpa dele …​


fALEI COM UM AMIGO DE GRAJAÚ, CARA LARGA DA VEJA, LARGA DA GLOBO, POR ISSO VOCÊ PENSA, FALA, ESCREVE (POUCO), E CAGA COMO RICO, VOCÊ É RICO?
OS NÚMEROS DESSA MATÉRIA AJUDAM A ANIMAR A TODOS NÓS, A CLASSE C/D, QUE OS GOVERNOS LULA DA SILVA E DILMA ROUSSEF, AJUDARAM A MELHORAR SUAS VIDAS, CONSOME, isso é BELEZA DEMAIS, CONSOME não só arroz, feijão, tv, tablet, mas também, tv paga, não é genial?
tv paga, viagens de avião...quando isso vai parar?
pára não...
Dilma vai continuar...pára não...

por josé gilbert arruda martins (professor)

COPA: CLASSE C
DÁ BYE-BYE À GLOBO !
Quem mandou o Nunca Dantes levar a Classe C à tevê paga… Culpa dele …
Fonte: site Conversa Afiada – retirado dia 24/06/2014

Se a Globo Overseas tivesse consultado o Renato Meirelles, do Data Popular, tinha antecipado as férias do Galvão, aquele que disse que o goleiro do México decidiu não deixar o Brasil vencer !

(Na Copa da África do Sul, ele já tinha cometido aquela “a situação já esteve melhor para o Brasil”, depois que a Holanda empatou.)

O que teria dito o Renato ?

(O Renato é desses poucos analistas que tem número para sustentar o que diz. A maioria dos “especialistas” pigais (*) “acha”: “acho que…”, “na minha opinião”…) 

O Renato teria dito, por exemplo, como já cansou de dizer no Data Popular:

- a Classe C é 54% da população brasileira;

- daqui a dez anos será 60%, ou seja, 125 milhões;

- 95% dos novos assinantes de tevê por assinatura são das classes C e D;

- juntas, a duas classes são 66% do total de assinantes de tevê paga;

- 29% dos que compram tevê paga são “entrantes”, ou seja, compram pela primeira vez;

- 79% dos consumidores de tevê paga compraram há menos de dois anos;

- de cada 10 membros da Classe Média, 6 vivem no interior do Brasil;

- o mercado potencial para a compra de teve paga é de 14 milhões de brasileiros;

- a Classe C é responsável por 50% do acesso à internet no Brasil, é a classe que mais usa a internet e é a maioria do Facebook e do Twitter.

Por que a audiência da Globo é essa derrota na Copa ?

(Veja aqui, aqui, aqui e aqui).

Porque Nunca Dantes a Classe C teve a oportunidade de comparar a Globo com o resto: ESPN e Fox.

(A Band não conta, porque é um clone piorado. A SportTV, idem.)

O “entrante” na tevê por assinatura pode usar o controle remoto e comparar o Galvão com os outros narradores.

O Ronaldo Fenômeno com o Paulo Calçade e o Mário Sérgio.

(Pelo amor de Deus, um pouquinho menos de “tatiquês”: o espectador não tem o nível de informação de vocês dois e se perde ! Quando vai ver, a bola já mudou de campo ! De resto, Calçade e Mário Sérgio dão de 10 a zero nos “analistas” da Globo. Com exceção do Junior, que sabe do que diz.)

O espectador da Classe C descobriu que os “analistas” da Globo, Galvão inclusive, não tem informações elementares sobre os  jogadores e os técnicos.

Porque eles ficam enclausurados no Brasil, levam o “Brasileirinho” a sério, e só QUATRO jogadores da seleção brasileira jogam no Brasil.

E as outras seleções ?

A Fox e a ESPN cobrem a Alemanha, a Itália, a Espanha, a Inglaterra – centro do futebol mundial – e seus narradores e comentaristas conhecem os jogares e técnicos – tem informação a dar.

A Globo é o burro diante do palácio da lenda.

E também se esgotou aquela herança do monopólio, a tentativa de transformar a Copa do Mundo num evento da Globo, de seu plano de negócios, de promoção de seus contratados, de utensílio de sua estratégia de marketing.

Repórter da Globo só pode entrevistar jogador da seleção, com exclusividade, na Granja Comary, porque, fora de lá, existe o “cercadinho” da FIFA e nada mais.

Acabou aquela de ir tomar café da manhã na cama com o Ronaldinho Gaúcho …

A Copa do Brasil, ironicamente, é a primeira que não foi da Globo.

É culpa da Classe C.

Esse Nunca Dantes …

O Brasil é o único pais sul-americano que não transmite a Copa por uma tevê pública.

Finalmente agora, em 2014, o brasileiro pode usar o controle remoto.

Bem que o Roberto Marinho tentou adiar a introdução do controle remoto na indústria brasileira. 

Ele sabia das coisas.

Os filhos, bem, os filhos … não têm nome próprio.


Paulo Henrique Amorim


(*) Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.

COPA COMPROVA DECADÊNCIA DA GLOBO

Conversa Afiada reproduz texto de ​amigo navegante “Geração de Valor”, no Face do C Af:
A raposa (agência de publicidade) toma conta do galinheiro (anunciante).
Fonte: site Conversa Afiada – retirado dia 24/06/2014


Em 2002, em cada 10 TVs ligadas no Brasil durante a Copa, 9,5 eram sintonizados na TV GLOBO.

Nesta Copa, até agora, a participação da GLOBO caiu para 6 em cada 10, uma queda de mais de 30%.

Em outras palavras, de lá pra cá, a GLOBO perdeu praticamente 1/3 de sua audiência.

O curioso é que a tabela de preços de publicidade na emissora nunca cai; só sobe.

Como ​o ​cliente tem pregui
ça de pensar e muitos diretores de marketing têm medo de sair do quadrado e de perderem o emprego, eles acabam deixando esta tarefa para as agências de publicidade que, por sua vez, ganham 20% sobre a veiculação, ou seja, sobre tudo que o cliente gasta com publicidade na emissora.

Este cenário representa muito bem aquela imagem de uma raposa (agência) sendo a chefe da segurança do galinheiro (cliente).

E agora, quem poderá nos salvar? Sim, é ela, a justiceira do século XXI, a única com o poder pra acabar com essa farra: a Internet.

Agora é só esperar uma nova safra, uma nova geração de profissionais de comunicação povoarem as empresas, veículos e a nova espécie mais evoluída de agências de publicidade que ainda está para surgir.

Enquanto isso, os empreendedores que tiverem uma maior visão e disposição de pensar fora da caixa vão nadar de braçada neste novo mercado carente de conteúdo e projetos que atendam ao apetite voraz dos mais de 100 milhões de usuários da internet brasileira (fonte: Ibope).


Em tempo: o Geração de Valor poderia ter mencionado o BV, que na Globo é casto. Além da comissão, as agências de publicidade mamam no BV da Globo, que representa o MAIOR faturamento das NOVENTA maiores agências de publicidade do Brasil. (Na Inglaterra, BV se chama de “kick-back.) – PHA

TV O ressentimento de Faustão com a Copa no Brasil


É como diz o grande Paulo Henrique Amorim no seu Conversa Afiada, “Em nenhuma democracia séria do mundo, jornais conservadores, de baixa qualidade técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político – o PiG, Partido da Imprensa Golpista.” Lembram do Fausto Silva antes da Globo? Você precisa conhecer, se não conhece acha que o mesmo não mudou nada, mudou, a grana que ganha hoje é maior, a responsabilidade de dirigir um programa pífio de auditório e dizer asneira também. Mas o que mudou?
Mudou o Brasil, como defende o texto abaixo, estamos ficando livres da TV aberta, e isso é formidável, transformador.
Com a possibilidade de escolha do telespectador, a globo vem caindo, sua programação voltada para embalar os incautos e fazer defesa das elites agora tem concorrência das outras emissoras, da tv paga (ainda muito cara no Brasil) mas, principalmente da internet.

Por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

TV
O ressentimento de Faustão com a Copa no Brasil
A culpa não é dele nem de sua equipe: é do domingo, que vai pouco a pouco se libertando do cativeiro da tevê aberta e ganha mais opções. Por Nirlando Beirão
Fonte: site da revista Carta Capital – retirado dia 24/06/2014
Fausto Silva anda muito nervoso ultimamente. Perdeu muito do humor que o consagrou e de sua verve inteligente e debochada. Aderiu aos rabugentos do #nãovaiterCopa e, já que tem Copa, sim, tenta manter a bandeira do encrenqueiro, distribuindo, sem nenhum fair play, insultos ao evento esportivo. A delicada defesa de Honduras deve estar morrendo de inveja do novo estilo Faustão.
O que estará acontecendo com ele? Não confere a suspeita de que pesa no ex-gordo o ressentimento com os quilinhos a mais que ele, de uns tempos para cá, recuperou.
Não consta, tampouco, que Faustão esteja em momento de renovação de contrato, o que explicaria o seu alinhamento precavido com a agenda político-eleitoral do patrão bilionário. Na verdade, o cidadão Fausto Silva já declarou o voto na oposição. Faz sentido. A turma que faz plantão na sua lendária pizza semanal é a mesma do camarote vip que vaia e ofende.
Se o ex-cronista de campo perdeu de vez a esportiva é porque a vida profissional não lhe faculta mais goleadas no ibope. Fausto Silva devia é, apesar das pressões, relaxar.
A culpa não é dele nem de sua equipe. O culpado é o domingo, cada vez menos Domingão do Faustão. O domingo brasileiro vai pouco a pouco se libertando do cativeiro da tevê aberta. Há mais opções na própria tevê. Aquele exército de popozudas que vem esfregar o traseiro no rosto do espectador entorpecido tem seus dias contados.
Tem razão o Faustão em se irritar com a dobradinha Lula-Dilma. Os pobres ficaram economicamente menos pobres – e culturalmente menos indigentes. Azar de quem, como os autocratas dos auditórios, apostou no contrário.
*Publicado originalmente na edição impressa de CartaCapital com o título "Perdeu a esportiva"


domingo, 22 de junho de 2014

Por que você não pinta um shorts ao redor do pinto?


Fonte: site Revista Carta Capital – retirado dia 22/06/2014.
Uma coisa que nunca falta nas Copas do Mundo são as garotas com corpos pintados com as camisetas de sua seleção. Não é uma exclusividade latino-americana, mas é evidente que o continente se dedica de forma especial na conservação e ampliação desse espaço reservado para as mulheres nessa brincadeira de homens.
Como é uma brincadeira de homens, elas têm que estar do jeito que eles querem, e dá-lhe Larisa Riquelme (tem muita gente lamentando a ausência do Paraguai na Copa), Pamela David, Valéria Globeleza e por aí vai.

 Mas e se eles estivessem do jeito que elas querem? Talvez essa provocação não seja tão inétida nas conversas de bar, mas nunca foi proposta mais abertamente nos meios de comunicação, como fez a jornalista chilena Bernardita Ruffinelli, que lançou este complexo desafio aos homens em seu blog.
O desafio teve grande repercussão em vários países do continente, e a Rede LatinAmérica reproduz ele aqui: que homem se arrisca a pintar o corpo com uniformes da Copa?
Tive a brilhante ideia de comentar no twitter o que eu achava da moda das meninas pintarem as camisetas das seleções mostrando as tetas, o que pra mim é uma prática que não contribui para a erradicação do sexismo e para a dignidade da imagem femenina com relação ao futebol. Na verdade, creio que existe muita mulherada que curte muito o futebol, eu certamente não sou uma delas, mas as respeto profundamente. E creio que elas deveriam ser as primeiras a se levantar contra esse tipo de coisa.

Os marmanjões responderam, sugeriram que que eu não me metesse em futebol, que isso é bagulho de homem, mas quando aparecem as meninas nuas balançando a bunda e as tetas eles vão correndo votar pela sua madrinha favorita, porque nesse lugar a mulher pode ser parte desse universo.
E então eu me pergunto: por que vocês não pintam um shorts ao redor do pintinho de vocês? Se não é indigno, se não é sexista, se não é uma forma de humilhação feminina para ser parte da festa mundialista (que, ao que parece, não nos pertence tanto quanto a vocês), por que não podemos ver o pau de vocês cobertos de pintura com um emblema nacional? Porque, com certeza, isso nós não veremos.
E o mais marmanjão dos marmanjos me responde “essas mulheres gostam é de mostrar mesmo, despois ficam reclamando de sexismo”. Talvez que esse neanderthal não esteja entendendo a dinâmica, e lhe respondo perguntando se ele sabe por quê essa mulher gosta de se mostrar. Para que os babões que salivam ao vê-las assim a possam validar socialmente, para que lhe digam que dessa maneira serão aceitas e veneradas, e lamentavelmente nem todas temos coragem de mandá-los à merda junto com seu machismo de bronhas escondidas.
Às que temos essa coragem, nos cabe o dever de alçar a voz também por elas, inclusive às que parecem felizes mostrando as tetas para enlouquecer a líbido dos torcedores. Se você acha isso tão fantástico, fica o desafio: vai lá, pega uma têmpera, e pinta a pica com a bandeira do seu país, manda uma fota que inclua a tua cara nela e eu te ajudo a fazê-la famosa. Ponho minha mão no fogo em que essa bandeira nunca chegará, mas se você ao menos se colocou hipoteticamente nesse lugar, me diz se isso não é sexista.


sábado, 21 de junho de 2014

Funai deve ser multada em mais de R$ 1,7 milhão por não demarcar terras indígenas em MS


Imagina, você está em casa com sua mulher, filhos, pais, netos, primos, avós e, de repente, entra porta adentro um monte de violentos conquistadores, massacram sua família e, os poucos que foram poupados são colocados para trabalhar dia e noite num ritmo violento e pesado.
Deve ser assim o sentimento dos milhares de índios brasileiros.
Os “civilizados” chegaram, mataram, destruíram sua cultura, tomaram suas terras e suas almas.
O Estado do Mato Grosso é indígena.
As terras do Estado são dos índios.
Mas eles estão sendo, aos poucos assassinados e tem suas terras invadidas, principalmente pelo agronegócio.

Por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Funai deve ser multada em mais de R$ 1,7 milhão por não demarcar terras indígenas em MS
MPF/MS
MPF quer saber se houve ordem direta da Casa Civil ou Ministério da Justiça para descumprir acordo que prevê demarcação
20/06/2014
Por MPF/MS
O Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul irá pedir execução judicial de multa contra a Fundação Nacional do Índio (Funai), por descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em 2007, prevendo a demarcação dos territórios indígenas em Mato Grosso do Sul. A multa diária é de mil reais e o valor acumulado chega a R$ 1,716 milhão (calculado em 13/06).
Como a multa representa perda de patrimônio da União e consequente prejuízo a toda a sociedade, o MPF oficiou a presidente da Funai, Maria Augusta Assirati, para que esclareça a expressão “(...) devem ser observados ajustes cronológicos, em consonância ao contexto sociopolítico hoje encontrado para atuação indigenista na Unidade federada em referência”. Especificamente , se houve ordem, escrita ou verbal, emanada da Casa Civil da Presidência da República e/ou do Ministério da Justiça, para que o TAC não fosse cumprido. 
O MPF também peticionou à Justiça pela responsabilização pessoal da presidente, com estabelecimento de multa, por descumprimento de decisão judicial que determinou que a Funai se manifestasse sobre prazos e condições em que faria a demarcação das terras indígenas em MS.
O descumprimento de acordos assinados e, posteriormente, executados judicialmente, lança sombras sobre a eficácia das mesas de diálogo realizadas pelo governo federal para mediar conflitos indígenas.
Entenda o caso  
Em 12 de novembro de 2007, a Funai assinou um Termo de Ajustamento de Conduta com o  Ministério Público Federal, que estabeleceu uma série de obrigações para a Fundação, que deveriam resultar na entrega de relatórios de identificação e delimitação de terras indígenas no estado, em 30 de junho de 2009. A Funai também deveria ter encaminhado ao Ministro da Justiça, até 19 de abril de 2010, os procedimentos referentes à demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. Nada foi feito.
Muito índio, pouca terra
Mato Grosso do Sul tem a segunda maior população indígena do país, cerca de 70 mil pessoas divididas em várias etnias. Apesar disso, somente 0,2% da área do estado é ocupada por terras indígenas. As áreas ocupadas pelas lavouras de soja (1.100.000 ha) e cana (425.000 ha) são, respectivamente, dez e trinta vezes maiores que a soma das terras ocupadas por índios em Mato Grosso do Sul.
A taxa de mortalidade infantil entre a etnia guarani-kaiowá é de 38 para cada mil nascidos vivos, enquanto a média nacional é de 25 mortes por mil nascimentos. Já a taxa de assassinatos - cem por cem mil habitantes - é quatro vezes maior que a média nacional, enquanto a média mundial é de 8,8. O índice de suicídios entre os guarani-kaiowá é de 85 por cem mil pessoas.
Em Dourados, há uma reserva com cerca de 3600 hectares, constituída na década de 1920. Existem ali duas aldeias - Jaguapiru e Bororó - com cerca de 12 mil pessoas. A densidade demográfica é de 0.3 hectares/pessoa. O procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida aponta que "esta condição demográfica é comparável a verdadeiro confinamento humano. Em espaços tão diminutos é impossível a reprodução da vida social, econômica e cultural.



Movimentos sociais lançam manifesto de apoio à Política Nacional de Participação Social

Participe você também, assine o apoio, se você acredita, assine.
A Constituição Federal de 1988, no seu artigo 1°, defende a criação de organização do Povo para o aprimoramento da democracia.
Professores e professoras do país precisam conhecer essa nova iniciativa do governo em criar a Política Nacional de Participação Social (PNPS).
O aprimoramento e fortalecimento da democracia brasileira, passam por isso.
Não existe democracia sem participação popular.
É a chance que temos de criarmos na lei instrumentos concretos de participação.
É a chance que temos de construirmos uma sociedade realmente diferenciada.

Por José Gilbert Arruda Martins (professor)

Movimentos sociais lançam manifesto de apoio à Política Nacional de Participação Social
Manifesto aponta que “o decreto contribui para a ampliação da cidadania”. Lançada no final de maio, política nacional é uma resposta às mobilizações de junho e busca participação no governo
20/06/2014
Por Leonardo Ferreira,
Da Radioagência Brasil de Fato
Movimentos sociais, juristas e entidades lançaram um manifesto de apoio e defesa à Política Nacional de Participação Social. Lançada no final de maio, a política nacional é uma resposta às mobilizações de junho e tem o objetivo de fortalecer e articular mecanismos e as instâncias democráticas de diálogo entre o Estado e a sociedade civil.
Para os movimentos, a presidenta Dilma Rousseff, ao assinar decreto que cria mecanismos de participação social na administração pública, através de conselhos populares consultivos, fez sua obrigação de regulamentar o que a Constituição Federal prevê desde 1988.
O manifesto aponta que “o decreto contribui para a ampliação da cidadania de todos os atores sociais, sem restrição ou privilégios de qualquer ordem, reconhecendo, inclusive, novas formas de participação social em rede.”
Os movimentos reagem ao que chamam de “histeria geral da direita, nos seus meios de comunicação e no parlamento”, referindo-se à parlamentares e setores da sociedade que são contra a iniciativa do governo.
Em defesa do decreto, os movimentos coletam assinaturas pela internet até o dia 25 de junho, quando serão entregues ao presidente do Congresso Nacional, Renan Calheiros. Além disso, sugere que sejam enviadas mensagens diretamente ao presidente do Congresso.
Leia a Íntegra do manifesto em favor da Política Nacional de Participação Social
Em face da ameaça de derrubada do decreto federal n. 8.243/2014, nós, juristas, professores e pesquisadores, declaramos nosso apoio a esse diploma legal que instituiu a Política Nacional de Participação Social.
Entendemos que o decreto traduz o espírito republicano da Constituição Federal Brasileira ao reconhecer mecanismos e espaços de participação direta da sociedade na gestão pública federal.
Entendemos que o decreto contribui para a ampliação da cidadania de todos os atores sociais, sem restrição ou privilégios de qualquer ordem, reconhecendo, inclusive, novas formas de participação social em rede.
Entendemos que, além do próprio artigo 1º CF, o decreto tem amparo em dispositivos constitucionais essenciais ao exercício da democracia, que prevêem a participação social como diretriz do Sistema Único de Saúde, da Assistência Social, de Seguridade Social e do Sistema Nacional de Cultura; além de conselhos como instâncias de participação social nas políticas de saúde, cultura e na gestão do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (art. 194, parágrafo único, VII; art. 198, III; art. 204, II; art. 216, § 1º, X; art. 79, parágrafo único).
Entendemos que o decreto não viola nem usurpa as atribuições do Poder Legislativo, mas tão somente organiza as instâncias de participação social já existentes no Governo Federal e estabelece diretrizes para o seu funcionamento, nos termos e nos limites das atribuições conferidas ao Poder Executivo pelo Art. 84, VI, “a” da Constituição Federal.
Entendemos que o decreto representa um avanço para a democracia brasileira por estimular os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta a considerarem espaços e mecanismos de participação social, que possam auxiliar o processo de formulação e gestão de suas políticas.
Por fim, entendemos que o decreto não possui inspiração antidemocrática, pois não submete as instâncias de participação, os movimentos sociais ou o cidadão a qualquer forma de controle por parte do Estado Brasileiro; ao contrário, aprofunda as práticas democráticas e amplia as possibilidades de fiscalização do Estado pelo povo.
A participação popular é uma conquista de toda a sociedade brasileira, consagrada na Constituição Federal. Quanto mais participação, mais qualificadas e próximas dos anseios da população serão as políticas públicas. Não há democracia sem povo.
Brasil, junho 2014
Prof. Fabio Konder Comparato
Prof. Celso de Mello
Prof. Dalmo Dallari
Jose Antonio Moroni, Inesc
Joao Pedro Stédile, MST”