no Portal Vermelho
A questão é esta: por que os sites das grandes empresas jornalísticas deram apenas fotos em que aparecem apanhando os antipetistas que foram atazanar os manifestantes pró-Petrobras ontem no Rio?
Por Paulo Nogueira*, no Diário do Centro do Mundo
por José Gilbert Arruda Martins
Fazer Política para quem sempre mamou nas tetas do Estado como a elite branca do Brasil é isso que todos estão vendo estampado na "grande" mídia.
Se os barões da mídia hoje, que representam os interesses dos abastados daqui e de fora, ficassem sozinhos chorando a derrota nas urnas pelos cantos, não seria tanto problema. A questão muito preocupante é o uso e a absurda manipulação dos ANALFABETOS POLÍTICOS.
Quem são os analfabetos políticos?
O Analfabeto Político
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas.
O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.
Bertolt Brecht
O grande pensador alemão, se referia principalmente aos lacaios do grande capital da época, atualizando a ideia, podemos incluir aí, os coxinhas médicos aecistas, os professores e professoras que estão em sala de aula e nunca leram um único livro sobre materialismo histórico ou um tratado sobre sociologia, donas de casa da elite que não sai de frente da novela da globo, os assinantes da falida revista veja...
São muito e variados. Estão em toda parte e, esse é um fato preocupante. A esquerda parece não entender ou enxergar isso. O governo também não.
Fazer Política debatendo de forma democrática as grandes questões humanas e sociais do país os abastados não querem. Por que?
Pensa, você que é leitor do G1, da Veja, do Falha de S Paulo, estadão...pensa! a quem interessa esse suposto caos?
O golpe militar de 1964 inaugurou no país uma ditadura que violentou todos os direitos democráticos de toda a sociedade. Fechou partidos, fechou o congresso, fechou universidades e escolas, prendeu ilegalmente, torturou e assassinou.
Onde estava a "grande" mídia e seus barões na época?
De que lado ficaram?
Que interesses defendiam?
Pensa. Essa violência toda pode chegar a você, à sua casa, à sua família.
Faça Política, não faça guerra.
Nogueira: Por que ninguém deu foto em que petista aparece apanhando?
A questão é esta: por que os sites das grandes empresas jornalísticas deram apenas fotos em que aparecem apanhando os antipetistas que foram atazanar os manifestantes pró-Petrobras ontem no Rio?
Por Paulo Nogueira*, no Diário do Centro do Mundo
Isso se chama torcida. Isso se chama descaro. Isso se chama trapaça. Isso se chama antijornalismo.
O objetivo é transmitir a analfabetos políticos vítimas de manipulação a sensação de que o Brasil está se transformando numa Venezuela.
A rigor, o que aconteceu foi o seguinte. Imbecis parecidos com os que hostilizaram Mantega no Einstein – sem a menor consideração pela mulher que se trata de câncer – foram vandalizar num ato que não era para eles.
Como os ânimos estão exaltados, houve brigas. As fotos que circulam na internet (não nos sites) mostram gente de vermelho – petistas – batendo e apanhando.
O que é uma aberração é que só foram publicadas fotos em que os petistas apareciam como agressores.
É como se num jogo de futebol duas torcidas brigassem. Corintianos e são-paulinos, por exemplo. E só chegassem aos leitores imagens de corintianos atacando.
Falei outro dia do diretor de mídia digital da Globo, Erick Bretas, um sem noção que prega no Facebook a cassação de 54 milhões de votos de Dilma com argumentos que incluem “reportagens” – logo de quem – da Veja.
O principal produto digital da Globo é o G1, e então é presumível que Bretas o comande de perto.
Como um militante antipetista edita um artigo sobre o confronto de ontem?
Bem, é só ver o G1.
E qual é o mundo retratado por alguém que queira abertamente a deposição do governo?
É a distopia infernal que você vê todos os dias no G1. A escolha dos assuntos é inacreditavelmente mórbida. Quem leva a sério – e os analfabetos políticos são presas fáceis – conclui que o Brasil acabou.
Só há coisas ruins. Disse outro dia: se fosse uma pessoa, o G1 seria diagnosticado facilmente com depressão cava.
Navegue por portais que são referência no mundo. Em nenhum deles você vai encontrar tanta notícia ruim concentrada.
Pode haver um pouco de inépcia editorial aí, mas o grosso mesmo é manipulação.
Você pode observar, hoje, a Globo se encaminhando para onde a Veja está já há alguns anos.
Nem sempre a Veja foi este simulacro abjeto de jornalismo. Num certo momento, a revista começou a publicar colunas de Diogo Mainardi, textos digitais de Reinaldo Azevedo – e terminou no lixo que é.
A Globo parece ir pelo mesmo caminho. O pudor vai sendo deixado de lado, e é neste quadro que você vê a ascensão de “jornalistas” como Bretas e a supressão de fotos que ajudam a entender os lastimáveis confrontos de ontem.
A culpa quase irreparável do PT foi não ter feito nada, em doze anos, para coibir o serviço sujo da mídia.
Sequer o dinheiro copioso e fácil da publicidade federal foi submetido a uma revisão.
O resultado é que, mesmo com audiências cada vez menores em face da internet, foi crescendo o dinheiro publicitário oficial em empresas como Globo e Abril.
Esse dinheiro financia o pelotão de colunistas, editores, comentaristas dedicados a defender privilégios e mamatas que levaram o Brasil a ser um campeão mundial da desigualdade.
O PT não quis brigar com os barões da mídia. O problema é que a recíproca jamais foi verdadeira.
Publicar fotos seletivas das brigas de ontem é apenas uma demonstração a mais do espírito bélico dos barões – que aliás estão muito mais para coronéis do que para qualquer outra coisa.
*Paulo Nogueira é jornalista, fundador e diretor editorial do site de notícias e análises Diário do Centro do Mundo.