Racismo define a violência da PM em São Paulo
Quem deve ser responsabilizado?
O PM?
O Comandante?
O Governador?
O eleitor que elegeu o governador?
Casos recentes de atuação da Polícia Militar
(PM) de São Paulo evidenciam como o racismo estrutural permeia e conduz a
atuação de policiais.
E é decisivo para que o resultado da ação acabe
em morte.
Morte de pessoas abordadas, ou de agentes
policiais.
No domingo (9), o jovem negro Rogério Ferreira
da Silva Júnior foi morto por policiais militares, no Parque Bristol, zona sul
de São Paulo.
A moto que conduzia não era fruto de roubo, ele
não estava armado e não reagiu.
Mas os policiais alegaram “risco iminente de
agressão” por ele ter colocado a mão na cintura no momento da abordagem.
A mesma preocupação não norteou a atuação de
três policiais militares na zona oeste da capital paulista.
O sargento José Valdir de Oliveira Júnior e os
soldados Victor Rodrigues Pinto da Silva e Celso Ferreira Menezes Junior
abordaram Cauê Doretto de Assis e outro homem não identificado em um carro.
Assis se identificou como policial civil, disse
estar armado e apresentou um documento funcional falso.
Os policiais não o revistaram e não o vigiaram.
Quando deram as costas, Assis sacou outra arma
e atirou contra os três PMs.
Ele também foi atingido no revide e morreu.
Assis era branco.
A diferença na atuação por conta da cor da pele
também fica evidente em outros casos.
No final de maio deste ano, um policial militar
foi humilhado pelo empresário Ivan Storel, em Alphaville.
O policial foi atender a um chamado, da mulher
de Storel, por violência doméstica.
“Você é
um bosta. É um merda de um PM que ganha R$ 1 mil por mês, eu ganho R$ 300 mil
por mês. Quero que você se foda, seu lixo do caralho. Você não me conhece. Você
pode ser macho na periferia, mas aqui você é um bosta. Aqui é Alphaville”. O
PM, que não reagiu.
Storel é branco.
Vinte dias depois, um policial militar
estrangulou um jovem na cidade de Carapicuíba até ele desmaiar.
O jovem, que é negro, estava andando de
moto sem habilitação.
Não estava armado e já estava rendido.
Desacordado, foi conduzido em uma viatura para
a delegacia. Só depois de autuado foi levado a um pronto-socorro.
A polícia alegou que ele tentou fugir da
abordagem, embora estivesse indo na direção dos policiais no momento da ação.
Os eventos corroboram o que as estatísticas
mostram há anos.
A violência policial tem alvos definidos pela cor
da pele.
É racismo institucionalizado na PM de São Paulo
e do Brasil.
Dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) mostram que, no primeiro trimestre deste ano, a PM
paulista matou uma pessoa negra a cada 16 horas.
Das 514 pessoas mortas no primeiro semestre – a
maior letalidade da série histórica –, 63,5% eram negras.
Outras pesquisas apontam percentuais de até 73%.
Para o coronel reformado da Polícia Militar
paulista e mestre em direitos humanos Adilson Paes de Souza, “não tem como
negar que existe um racismo estrutural arraigado nas instituições que direciona
a atuação dos agentes de segurança pública”.
Falta treinamento e sobra racismo
O governador deve ser responsabilizado, ele foi
eleito pelo povo para governar para todos e todas.
Mas, acredito que não podemos esquecer do
sistema capitalista.
Essa estrutura montada foi montada desse jeito
para atender objetivos do sistema econômico.
Existe nesse formato para atender interesses de
classe.
E, pode ver pelos números.
Essa classe não é a Classe Trabalhadora.
José Gilbert A Martins
Fonte: Rede Brasil Atual