Em
ato de juristas, Haddad aponta ilegalidades de Moro na Lava Jato e cobra
militares.
"Não
podemos chamar de Forças Armadas meia dúzia de generais entreguistas"
“Moro mente. Além de ser um Pinóquio, é um
fantoche.
Não
conseguiu honrar seu cargo de ministro e vem sendo humilhado diuturnamente pelo
governo que ele resolveu servir”, disparou o ex-prefeito de São Paulo Fernando
Haddad.
Candidato
à Presidência da República pelo PT, em 2018, Haddad também é advogado e esteve
na noite desta segunda-feira (19) na Faculdade de Direito da USP, no Largo São
Francisco, em São Paulo.
Ao
lado dele, um grande número de juristas, lideranças políticas e autoridades,
juntos para denunciar atos ilícitos do ministro da Justiça do governo Bolsonaro,
Sergio Moro.
O
ato foi convocado pela Associação Brasileira de Juristas pela Democracia
(ABJD), que conta com mais de 2 mil associados, entre juízes, desembargadores,
acadêmicos cujo objetivo é denunciar violações de direitos.
E
celebrou oficialmente o lançamento da campanha #MoroMente, que já toma as redes
sociais e círculos de advogados desde o início desse mês.
As
ações têm como objetivo “explicar à população quais foram as violações de
direitos cometidas pelo ex-juiz e apontar as mentiras que ele conta para
justificar sua atuação criminosa durante a Lava Jato”, afirma a entidade.
Haddad
subiu o tom contra Moro, a quem atribuiu “todas as ilegalidades possíveis para
bancar uma história, inventar provas para tirar Lula da disputa presidencial,
que ele ganharia”.
O
objetivo de Moro? Colocar no poder o seu projeto, da extrema-direita, que
culminou na eleição de Bolsonaro (PSL), tornado evidente, segundo operadores de
direito, quando o ex-juiz só deixou a condução promíscua da Operação Lava Jato
– como revelado pela Vaza Jato – para assumir um cargo no governo que ajudou a
eleger.
Desonra
militar
Clamando
por justiça, Haddad expôs outra face do projeto de poder de Moro e Bolsonaro: o
entreguismo. O petista fez um apelo àqueles que, teoricamente, deveriam se
dedicar à defesa do país: as Forças Armadas. “Ficamos atônitos também com o
comportamento dos militares bolsonaristas. Temos de começar a chamar as coisas
pelo nome. Não podemos chamar de Forças Armadas uma meia dúzia de generais
entreguistas. Desonram a pátria e desonram o Brasil, entregando o patrimônio
nacional.”
Haddad
lamentou a postura desses militares bolsonaristas em desafiar as instituições.
“A cada momento em que o STF é chamado a fazer Justiça, entra no circuito um
militar bolsonarista ameaçando, dizendo que tem homens armados, tuitando para
constranger os ministros. Me pergunto o que se passa na cabeça de alguém que
chegou a general diante de tanta entrega do patrimônio nacional. Temos que libertar
o Judiciário da intimidação, para que cumpram seu dever e declare esse processo
uma farsa.”
O
deputado federal do Psol paulista Ivan Valente lembrou que Moro mentiu para a
população sobre os verdadeiros objetivos da Lava Jato. “Muita gente acreditou
que a Lava Jato tinha como papel combater a corrupção. Está claro que Moro não
combateu a corrupção, ele corrompeu a democracia. Ele precisa pagar o preço.
Desmoralizado, desmistificado e fora do ministério imediatamente.”
‘Moro
mente. Além de ser Pinóquio é um fantoche’, afirma Haddad. ‘Está num governo
que merece’, diz Kakay
IMAGEM:
RICARDO
STUCKERT
Com
reportagem de Cláudia Motta e redação de Gabriel Valery
FONTE: