sábado, 26 de março de 2016

Cresce em escala exponencial a reação da sociedade brasileira contra o golpe

no Maria Frô

Do blog de Ermínia Maricato, com atualizações do blog Maria Frô
NOTAS E MANIFESTOS DAS ULTIMAS SEMANAS
manifestos-nota-contra-golpe
SOMOS MUITOS!
Vejam numerosas manifestações de entidades da sociedade brasileira pela democracia e contra o golpe: religiosos, cientistas, professores, pesquisadores, governadores, trabalhadores operários, movimentos sociais, arquitetos, geógrafos, economistas, planejadores, profissionais da saúde, evangélicos, jornalistas, artistas e intelectuais, movimento negro, movimento LGBT, músicos, juristas, entre muitos outros . . .

Contra o golpe, Povo Sem Medo leva milhares à sede da Globo

na revista Fórum

Pacífico, “Ato em defesa da democracia – a saída é pela esquerda”, marchou por algumas vias da capital paulista, em protesto contra contra o que chamam de “golpismo” patrocinado pela emissora
Por Rede Brasil Atual
jornalistas libres - globo
Transcorreu sem incidentes o protesto intitulado “Ato em defesa da democracia – A saída é pela esquerda”, que teve início no Largo da Batata, em Pinheiros, região oeste da capital paulista, por volta das 18h, e foi encerrado na sede da Rede Globo. Trinta mil pessoas, segundo os organizadores – 17 mil pelos cálculos de policiais ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo – bradaram palavras de ordem contra a emissora, acusada pelo movimento de “apoiar um golpe contra a democracia no país”.
Por volta das 18h40, o grupo começou a marchar pela Avenida Faria Lima em direção à zona zul da capital paulista. Eles passaram pelas avenidas Juscelino Kubitschek e Engenheiro Luís Carlos Berrini. Às 20h45 os manifestantes entraram na Avenida Chucri Zaidan e chegaram em frente à sede da TV Globo. “Chegamos ao final da marcha no local que é o simbolo de um golpe que está sendo arquitetado no país”, disse um dos organizadores do ato.
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, que participa do protesto, destacou que “muita gente de vários setores sociais estão lutando contra o golpe”. “O impeachment significa um retrocesso, a imposição de uma pauta neoliberal, com a precarização do trabalho, arrocho. Não haverá estabilidade com impeachment”, afirmou.
Falcão defendeu que o Supremo Tribunal Federal retire a suspensão da nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como ministro da Casa Civil. “Lula é ficha limpa, portanto não há nenhuma razão para ele não ser ministro”, disse.
O líder do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, afirmou que o objetivo do protesto é “deter uma ameaça à democracia e às garantias constitucionais”. “Importante dizer que não estamos aqui para defender governo algum”, discursou.
A cartunista Laerte Coutinho, presente entre os manifestantes disse ao Estado que “a importância desse movimento é que as pessoas entendam que elas não estão sozinhas. Às vezes, nas redes sociais, quem pensa diferente pode achar que está sozinho. Não, agora, com essa manifestação quem está contra o golpe vai poder encontrar os seus iguais”.
O deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) afirmou: “Estamos aqui para defender os direitos dos trabalhadores e contra o ajuste fiscal. O processo de impeachment está sendo tocado por um delinquente que deveria estar preso: Eduardo Cunha”.
Foto de capa: Jornalistas Livres

Deputado Paulo Pimenta denuncia acordo de 13 pontos dos golpistas

no Blog do Rovai

O deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) acaba de publicar no seu perfil do Twitter um acordo de 13 pontos que, segundo ele, faria parte do roteiro do golpe. Entre outras coisas, Pimenta diz que os defensores do impeachment teriam acertado a ampliação do STF para 15 cadeiras e a retirada da Lava Jato das mãos de Sérgio Moro. Segue ponto a ponto.
1 – O Golpe midiático jurídico com farto apoio empresarial tem objetivos que vão além de tirar o PT do poder e impedi-lo de ter a força que tem.
STF
2 – Os compromissos assumidos pelos golpistas, envolvem profundas mudanças nas legislações trabalhistas e previdenciárias para retirar direitos.
3 – Ampliação de privatizações, incluindo CEF, BB, universidades e o alvo principal Petrobras é uma das exigências dos financiadores do golpe.
4 – Uma novidade que ganha força entre os golpistas é a ampliação para 15 dos integrantes do STF com a imediata indicação do novos ministros.
5 – Ponto pacífico entre os golpistas é a exigência que a Lava Jato suba para o STF após a consolidação do golpe contra Dilma e o PT.
6 – Moro com o vazamento da lista odebrecht garantiu seu protagonismo junto aos golpistas frente a perda de influência com a decisão de Teori.
7 – CPI contra os movimentos sociais é aposta mais forte dos golpistas para a criminalização das lideranças populares e redução de suas influências.
8 – Alterações que envolvem MPF e PF estão também no pacote de maldades. Já a Globo quer somente a renovação das concessões, algumas vencem em 2018.
9 – Naturalmente para os golpistas, após afastar Dilma e criminalizar Lula e o PT a Vaza Jato, já no novo STF, não teria mais sentido.
10 – E para o bem e pacificação nacional será concluída, salvando os incautos envolvidos e perdoando a todos q desejam um novo Brasil, sem PT.
11 – Nos nomes cogitados para o “novo” STF, estão o di próprio Temer. As demais indicações seriam de Aécio, Cunha e a OAB, que receberia seu quinhão.
12 – Alguns pontos completares dos golpistas: o fim da possibilidades de estrangeiros no mais médicos e a PEC da demarcação de áreas indígenas.
13 – Por fim a cereja do bolo: o retorno do financiamento privado das campanhas, o ‘argumento’ mais forte utilizado pelos golpistas.

quinta-feira, 24 de março de 2016

Explicando o Golpe do Impeachment (ou, Os conservadores tentam jogar no lixo a Constituição)

por José Gilbert Arruda Martins

O que parte do parlamento brasileiro está fazendo tem um nome, é golpe. Não se iluda, é um golpe contra os trabalhadores e trabalhadoras. É um golpe contra os Programas Sociais que serão reformulados ou simplesmente privatizados ou extintos.




O que ajudou a tirar a humanidade da barbárie foram as leis para todos, se buscarmos em bons livros de História, qualquer um ou uma será capaz de enxergar esse fato.

No início, inclusive, as leis não eram escritas, eram normas declaradas por uma liderança natural após debatida por uma espécie de Conselho Comunitário.

Com o crescimento demográfico e o surgimento da vida em cidades, houve a necessidade de criação de uma legislação maior, mas detalhada e que alcançasse toda a sociedade.

Claro, que em alguns pontos do planeta, grupos detentores de poder político e econômico se impuseram e outorgaram legislações autoritárias com o intuito de massacrar e escravizar o povo, isso também marca a história do surgimento das leis.

Mas apesar disso, as primeiras Constituições foram importantes para ordenar e fazer a toda a sociedade um conjunto de regramento que pudesse dar a mínima ordem e possibilidade de desenvolvimento às comunidades e Estados.

O Brasil é hoje um país com mais de 202 milhões de habitantes, precisamos, como sociedade civilizada de um ordenamento jurídico que garanta e defesa os direitos de todas e todos aos bens e aos espaços da nação.

Não podemos prescindir disso.

A Constituição, como todos e todas sabem, é nossa lei maior, uma espécie de guia para nossas ações, pobres ou ricos, brancos ou negros, mulheres ou homens, homossexuais ou héteros, indígenas, quilombolas, sem terra, sem teto etc.

O que estamos vendo nesse processo de impeachment instalado pela oposição na Câmara dos Deputados não está contemplado na Carta Magna. E se não está na Constituição ou na lei, só pode ser chamado de golpe.

O que é isso professor!? está sim, no seu artigo 85. Beleza, vamos então replicar aqui o artigo por completo e veja você mesmo se a atual presidenta do Brasil Dilma Roussef, cometeu qualquer crime exposto no citado artigo:

"Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
- a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
IV - a segurança interna do País;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
- a probidade na administração;
IV - a segurança interna do País;
- a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento."

Viu alguma coisa que podemos afirmar e comprovar como crime de responsabilidade e que a presidenta tenha cometido?

Não viu. Não existe.

O que parte do parlamento brasileiro está fazendo tem um nome, é golpe. Não se iluda, é um golpe contra os trabalhadores e trabalhadoras. É um golpe contra os Programas Sociais que serão reformulados ou simplesmente privatizados ou extintos. 




Teori não se acoelhou: o fascismo ataca sua família

na Carta Maior

por: Saul Leblon

Carlos Humberto/SCO/ STF

Insultaram Dilma, depois Mantega, em seguida o ex-ministro Padilha, Lula, Jacques Wagner e agora o filho de um ministro do STF, Teori Zavascki
Nazistas marcavam as casas dos judeus com uma estrela de David; era a senha: ali seriam colhidas as vítimas para os campos de concentração, seus bens seriam pilhados, a casa expropriada, sua existência física e civil dissolvida no estado de exceção.

Hoje o método eletrônico é mais eficaz e fulminante:  fornece-se o endereço das vítimas na rede  --como fez o roqueiro Lobão com o filho do Ministro do STF, Teori Zavascki, que teve a sua casa cercada por bandos raivosos nesta noite de terça-feira.

Ato contínuo, milícias cevadas diuturnamente pelo ódio midiático destilado contra o PT, os partidos, a política e, portanto, o Estado de Direito, as garantias individuais e a democracia, saem sedentas de tacape nas mãos para fazer o que é preciso.
Seguem o exemplo de seus doutrinadores.


 Os donos do monopólio da comunicação no Brasil --que o PT não civilizou com a competente regularização democrática-- há muito decidiram que podem fazer justiça com as próprias manchetes.


 Por que a turba, assim colonizada, não pode caçar os vermelhos nas ruas, ainda que isso inclua deslizes, como hostilizar um cachorro com lenço carmim  na coleira, ou um menino de oito anos que vestia a camisa com as cores da bandeira suíça?

Na mesma sintonia, a Polícia Miliar de Geraldo Alckmin em São Paulo interveio em conflito causado por um carro de som que ecoava mantras fascistas em frente à Pontifícia Universidade Católica, PUC, na segunda-feira.  As forças da ordem do governo do Estado protegeram o agressor e dispararam balas e bombas contra estudantes que reagiam à provocação.

Não foi longo o percurso até o clique que desencadeou o cerco à casa do filho do ministro Teori, em Porto Alegre.

É resgatável, se algum jornalista digno quiser faze-lo, o alarido midiático que transformou José Dirceu, por exemplo, em fascínora número um do país, caçado pelas ruas por onde passava até cair no buraco negro do justiceiro-mor, Sergio Moro.

Ao linchamento de Zé Dirceu, seguiu-se o cerco à casa de Genoíno, depois, os insultos à Dilma na Copa, então o Mantega; imediatamente em seguida, o ex-ministro Padilha, então a casa de Lula, as ofensas a Jacques Wagner...

Lobão é caso clínico? OK. Mas a TV Globo, Folha, Estadão, Veja e assemelhados, que insuflaram e insuflam ódio ao governo e ao PT, ao mesmo tempo em que  convocam e bombam  meetings fascistas na Paulista sabem o que estão chocando.

Qual a diferença entre o que o Lobão fez com a família do Ministro Teori e o que Moro e sua milícia midiática fazem semanalmente com vazamentos destinados a  promover o linchamento do ex-presidente Lula, de sua família, do PT, do governo e da Presidenta Dilma?

Qual a diferença entre o que Lobão fez com a família do Ministro do STF e o que Gilmar Mendes faz contra a agenda progressista que ele condena em cada sentença, em cada entrevista, em cada manifestação política agressiva e de ódio justiceiro que excreta, dentro e fora do Supremo?


 Lobões, botelhos, mervais, bonners, waacks, cantanhedes, noblats, diegos e assemelhados constituem apenas a borra que flocula.

O floculante tem origem mais embaixo: é a 'lógica dos livres mercados', a virulenta campanha dos interesses graúdos que não podem permitir o debate democrático do essencial; daí 'cruzada ética', a cortina de fumaça que não renega a adesão de figuras impolutas do calibre de um Eduardo Cunha.

O essencial nesse momento é que o desenvolvimento brasileiro precisa ser repactuado para superar um ciclo que se esgotou e deflagrar o passo seguinte da sua história.
Daí a sofreguidão em esmagar, silenciar e desqualificar  vozes e bandeiras, lideranças e organizações que pretendem preservar conquistas acumuladas e pautar outras novas.

O jornalismo isento e seus colunistas não escondem a reação estupefata diante da adesão da Presidenta Dilma a esse mutirão de resistência e construção de uma rede da legalidade.

A edição do Globo desta quarta-feira diz que Dilma 'radicaliza' ao levar o embate político para as cerimônias do Palácio,  interrompidas não raro pelo bordão-síntese do embate político ora travado em campo aberto:  'o povo não é bobo,abaixo a Rede Globo' . Da mesma forma, o  rapaz da Folha que gargareja rudimentos de economia em sua coluna afirma que é 'aloprado' resistir...
A verdade é um pouco mais ampla que as cerimonias engajadas no Palácio de onde querem expulsar a Presidenta e seus 54,5 milhões de votos.


 A parcialidade repugnante do noticiário e os métodos dos justiceiros de Curitiba atingiram um ponto de saturação e nele catalisaram a indignação cívica de intelectuais,juristas e artistas, cuja credibilidade guiou a classe média democrática do sofá da desilusão, para a luta pela legalidade nas ruas.


 Esse é um fenômeno muito recente, de dias apenas.
Mas já mudou o país.

O Brasil hoje é uma fornalha de atos pela legalidade democrática que pipocam espontaneamente e se espalham por todo o território com energia suficiente para alterar a relação de forças na sociedade e mudar agenda do golpe para a da repactuação do desenvolvimento pela democracia.


Falta apenas planejamento e desassombro  para --sem prejuízo da autonomia dessas iniciativas--  dar-lhes a coordenação suficiente para levar às ruas o vigor capaz de derrotar o golpe.

Foi o medo dessa virada em curso que desencadeou o ódio golpista contra o Ministro Teori Zavascki e sua família.


 Nesta terça-feira, ele determinou que que todas as investigações da Operação Lava Jato na primeira instância da Justiça Federal que envolvam o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva e políticos com foro privilegiado, como a atual Presidente da República, sejam remetidas ao Supremo.


 Em um despacho contundente, desmontou a condução justiceira do caso pelo juiz Sergio Moro, criticou duramente os vazamentos e repôs a legalidade como alicerce da sociedade e escudo dos direitos individuais.
Ao enquadrar o herói do golpismo, Teori  devolveu ao Supremo o papel de guardião do Estado de Direito e da Constituição.


 Com firmeza, mas sem concessão ao espetáculo é como se ele colocasse Moro, Gilmar Mendes, os promotores tucanos, a mídia golpista que deles se serve em uma sala de aula e dissesse:

'Senhoras e senhores, vou lhes dizer o que é um juiz.

Um juiz não defende suas convicções políticas em público.

Juiz não deve ter facebook, principalmente se for para manifestar opiniões sobre pessoas e eventos que envolvam de alguma forma os fatos do processo sobre sua jurisdição.


 Não interessa ao juiz a opinião pública ou a publicada.

Juiz não pode virar ídolo nacional a ponto de ser considerado presidenciável. Isso, no mínimo, é sinal de que alguma coisa está errada, porque  um juiz de verdade não é parte, ou deixará de ser juiz. Ele é isento. Caso contrário não pode decidir, porque o fará injustamente.
Juiz não é justo, injusto ou justiceiro: é juiz, ponto.


 Juiz concilia, resolve conflitos. Um juiz  não pode submeter réus a penas superiores às condenações. Para isso deve ser o juiz natural. Deve observar o princípio da inocência.

A lei que quer um juiz  socialize o apenado, jamais que se utiliza dela como instrumento de tortura, linchamento ou humilhação, expondo-o injustamente ao escárnio da sociedade.

Isso, senhores, é um juiz. Obrigado'.

Obrigado ao senhor, ministro Teori.


Golpe é principalmente contra os trabalhadores, afirmam sindicalistas

na Rede Brasil Atual

Representantes de sete centrais avaliam, em ato de apoio a Lula e contra o impeachment, que mudança de governo esconde interesse de acabar com direitos sociais

por Vitor Nuzzi, da RBA

sindicalistas.jpg
Sindicalistas consideram que presença de Lula no governo levará a retomada de programa que venceu eleições



São Paulo – Não foi um ato de centrais, mas de sindicatos e sindicalistas, como enfatizou o presidente da CUT, Vagner Freitas, sobre o evento de apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e contra o impeachment de Dilma Rousseff, na tarde de hoje (23), em São Paulo. Estavam lá representantes de sete centrais, com o diagnóstico comum de que o movimento para derrubar o governo embute a intenção de acabar ou "flexibilizar" direitos sociais e trabalhistas. "O golpe é contra os trabalhadores", afirmou Freitas, ao lado do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pela CUT, além dele, estavam a vice, Carmen Foro, e o secretário-geral, Sérgio Nobre, entre outros, além de presidentes de alguns dos maiores sindicatos vinculados à central, como Juvandia Moreira (Bancários de São Paulo), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel (Apeoesp, dos professores da rede estadual paulista), e Rafael Marques (Metalúrgicos do ABC). Da Força Sindical, participaram o secretário-geral, João Carlos Gonçalves, o Juruna, e Mônica Veloso, da operativa nacional. O presidente da central, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho (SD-SP), defende o impeachment.
Juruna disse falar não em nome da central, "mas de vários sindicalistas que entendem que este momento é de garantir a democracia, a Constituição, de Lula assumir o Ministério da Casa Civil, para ele assumir as causas populares", criticando a tentativa de reforma da Previdência e lembrando do Compromisso pelo Desenvolvimento, firmado no final de 2015 entre sindicalistas e empresários. "Às vezes tomar um tranco é muito bom, porque leva à unidade de ação. Mudanças exigem compromisso de classe, união e, cada vez mais, povo na rua", afirmou o dirigente. Também participaram do ato, pela Força, o primeiro-secretário, Sérgio Luiz Leite, o Serginho, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco, Jorge Nazareno, o Jorginho.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, esteve no evento na Casa de Portugal, no bairro da Liberdade, região central de São Paulo, mas quem falou pela central foi o secretário-geral, Francisco Canindé Pegado, que exaltou o ex-presidente. "Se existe um homem capaz de unificar e fazer este país retomar o rumo do crescimento é você, Lula, nosso companheiro, nosso amigo, nosso presidente. Este país precisa de um homem de coragem para fazer a reunificação. Não fuja da raia. Estamos com você", disse Pegado.
O secretário-geral da CSB, Álvaro Egea, identificou um "processo de destruição das conquistas democráticas e do Estado de direito". Ele criticou o juiz federal Sérgio Moro, procuradores paulistas que pediram a prisão de Lula e parte da mídia: "O que estão fazendo é destruir a nossa democracia. Os trabalhadores são os mais interessados na legalidade democrática". O presidente da central, Antônio Neto, que comanda o núcleo sindical do PMDB, não participou do ato.
Presidente estadual da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, o Luizinho, disse que não há posicionamento unitário da entidade em relação ao momento político. "Mas temos consciência de que este (Lula) foi o melhor governo de todos os tempos. Esse golpe não vai acontecer", acrescentou.
O secretário-geral da Intersindical, Edson Carneiro, o Índio, deixou claro que a central não apoia o governo Dilma e defender mudanças na política econômica e o fim do ajuste fiscal. Mas se posicionou contra o impeachment e as investidas contra Lula, vendo uma tentativa de "estabelecer um governo neoliberal para atacar direitos trabalhistas, aprovar a terceirização irrestrita e estabelecer a independência do Banco Central". "Não adianta achar que vai derrubar esse governo e os trabalhadores vão se calar."
Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, "a direita aposta todas as fichas na instabilidade política" para retomar o poder, sem aceitar "a quarta vitória do povo brasileiro", referindo-se às eleições de Lula e Dilma. E citou propósitos, no movimento antigoverno, de mudar o regime do pré-sal, para atender a interesses externos. "Não vamos nos intimidar", garantiu.
Freitas, da CUT, lembrou das dificuldades que a agenda dos trabalhadores já enfrenta no Congresso: "Os mesmos que querem fazer o golpe são os que querem acabar com a carteira assinada, férias, 13º, CLT, ampliar a terceirização".
O presidente da Confederação Sindical Internacional, João Felício, destacou a repercussão, em todo o mundo, das ações contra Dilma e Lula, como ameaças à estabilidade e à democracia no Brasil. Em vídeo exibido logo no início da manifestação, o ator e ativista norte-americano Danny Glover manifesta seu apoio ao ex-presidente, "agora que você está sob ataque da direita brasileira".
Outro presente na platéia era Raphael Martinelli. Com quase 92 anos, o ex-ferroviário foi um dos líderes do Comando Geral dos Trabalhadores (CGT), formado durante o governo João Goulart e dissolvido após o golpe de 1964.


BOICOTE - Acadêmicos negam entrevistas a 'Folha' e Globo por incitarem o ódio

por José Gilbert Arruda Martins

Parece pouco, mas não é, a atitude desses dois professores representa atualmente, a preocupação de todos aqueles e aquelas que sabem da importância da Democracia para a vida de um país.

Reginaldo Nasser
Professor avalia que o convite a intelectuais progressistas é “álibi para que a Globo diga que é plural"

Nós que já experimentamos o pavor de uma Ditadura Militar implantada após um golpe que derrubou o governo democraticamente eleito, temos consciência de que toda a sociedade perde e perde muito, principalmente os trabalhadores.

A Globo não aprendeu, apoiou o golpe através do jornal o Globo, depois deu todo o apoio ao regime ditatorial através da TV e agora, de forma irresponsável, entra em nossas casas, dando apoio ao golpe para a derrubada do governo Dilma Eleito por mais de 54 milhões de brasileiro.

Ontem esse apoio irresponsável, descabido, foi novamente mostrado, a lista da Odebrechet, com mais de 200 parlamentares do PSDB, PMDB, DEM, parlamentares que apoiam o golpe do impeachment, como Aécio, José Serra, Agripino Maia, Bolsonaro entre outros, não foi sitada pela TV em seu jornal.

Absurdo total. Desrespeito total ao País e seu povo.

Vejam a atitude serena, forte, corajosa dos professores na matéria da Rede Brasil Atual...

“Não dou entrevista para um canal que incita a população ao ódio num grave momento como esse”, publicou o professor de relações internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser, em seu Facebook

por Sarah Fernandes, da RBA 

São Paulo – Acadêmicos de universidades conceituadas de São Paulo e do Rio de Janeiro negaram-se publicamente a dar entrevistas para jornais, sites e programas de TV da mídia tradicional por considerarem que os veículos de comunicação têm fomentado a intolerância e uma posição considerada golpista na cobertura da crise política atual.
O professor de Relações Internacionais da PUC-SP Reginaldo Nasser foi o primeiro a tornar a decisão pública, em seu perfil no Facebook, no começo da tarde de ontem (22). Convidado por whatsapp por um jornalista a comparecer aos estúdios da GloboNews para falar sobre os atentados no metrô da Bélgica, o professor respondeu: “Não dou entrevista para um canal que além de não fazer jornalismo incita a população ao ódio num grave momento como esse”.
“Já faz 15 dias que eu não assisto porque é muito ruim, com desqualificação das pessoas sem o menor direito de defesa. Não em debate, as posições são sempre unânimes, sejam de jornalistas ou de convidados”, disse Nasser em entrevista a Marilu Cabañas, na Rádio Brasil Atual. “Não é uma questão de ideologia, mas de ética. Todo mundo tem o direito de defender o impeachment da Dilma Rousseff, mas não dessa forma. Devem tomar cuidado porque a história ensina que a violência volta contra quem incita esse tipo de prática.”
reginaldo nasser.jpg
Há mais de 10 anos Nasser participava de diversos debates na Rede Globo, em especial no Painel da GloboNews, na área de política internacional. “De uns dois ou três anos para cá isso vem mudando. Fui editado duas vezes no programa, disseram que era tempo, mas depois passei a ver que não se convidavam determinadas pessoas para ter certa unanimidade no debate. Isso vem a calhar com a postura de quem recebe áudios privados e joga para o público. É muita irresponsabilidade e não posso concordar com isso”, afirmou.
Questionado se sua decisão não contribuiria ainda mais para tornar hegemônico e conservador o debate na grande mídia, o professor avalia que o convite de intelectuais mais progressistas é um “álibi” para que o veículo de comunicação possa dizer que é plural.
“O canal fica fez horas mostrando algo distorcido, aí me chamam, eu falo por dez minutos e minha fala vai aparecer como justificativa que eles são plurais”, disse à RBA. “Vale discutir desde que a discussão seja equilibrada e equânime. Não adianta ficar sistematicamente jogando informações, aí um dia eu e outro colega vamos até lá e falamos de outro ponto de vista por dez minutos.”
Na noite de ontem, o professor de Ciências Políticas da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) João Feres Junior também tornou pública sua decisão de não divulgar pesquisas do Grupo de Estudos Multidisciplinares da Ação Afirmativa (Gemaa), do qual é coordenador, ao portal G1, também ligado à Rede Globo.
joão feres.jpg
“Não colaboramos mais com nenhuma mídia do grupo Globo. Vcs (sic) querem dar um golpe na democracia brasileira e não contarão com a nossa colaboração”, respondeu por e-mail. A conversa foi divulgada pelo próprio professor, em seu perfil pessoal no Facebook.
Também ontem, o professor do curso de graduação em História na Universidade de São Paulo (USP) Rafael Marquese negou-se a dar uma entrevista para o jornal Folha de S. Paulo, e divulgou sua decisão no Facebook. “Poderia falar com todo prazer, mas não para a Folha de SP (sic): ver meu nome impresso nela, nesse golpismo desenfreado, no chance (sem chance, na tradução para o português).”
Rafael Marquese.jpg
Sinai Sganzerla, filha do cineasta Rogério Sganzerla, diretor de O Bandido da Luz Vermelha (1968), negou ceder direitos de uso de trechos de filmes do autor para a Fundação Roberto Marinho, ligada à Rede Globo. Seriam usadas partes de Sem Essa Aranha e Copacabana Mon Amour em uma mostra no novo Museu da Imagem e do Som (MIS), que será inaugurado em Copacabana, na capital fluminense.
Em texto divulgado ontem pela revista Fórum, Sinai afirma que explicou que sua família não deseja “vincular a obra de Rogério Sganzerla a uma instituição que estimula a violência e o desrespeito à democracia”. Procurada por telefone por funcionários da fundação, ela lembrou que o pai “teve de deixar o Brasil por ter realizado estes filmes sob a sombra de um golpe”.