sábado, 9 de janeiro de 2016

"B*..., b*..., b*... eu como a seco. No C*..., eu passo cuspe. Medicina, medicina é só na USP..."

por José Gilbert Arruda Martins

Se tivesse vivo Hipócrates, "O Pai da Medicina", morreria de vergonha dos futuros médicos que a USP forma todos os anos.


EACH USP

Estudantes do curso de medicina da instituição foram denunciados por várias vítimas de estupros coletivos em festas feitas dentro da própria universidade. Os alunos embebedavam as garotas, que eram estupradas por vários rapazes, todos, ou a maioria, estudantes de Medicina.

Os estupros da USP vêm acontecendo há anos, segundo as matérias divulgadas em dezenas de jornais e blogs, as denúncias foram feitas e nenhum dos estupradores foi punido até o presente momento, com exceção de um rapaz, que foi impedido de colar grau ano passado.

Os futuros "doutores", talvez se juntarão aos atuais que foram pegos roubando o SUS, após a manifestação do "fora Dilma".


"A Polícia Federal deflagrou, na madrugada desta terça-feira (2), a Operação Desiderato, com o objetivo de combater e desarticular organização criminosa composta por médicos, profissionais da saúde e representantes da indústria farmacêutica de próteses cardíacas, que viabilizavam procedimentos cardiológicos sem a real necessidade clínica dos pacientes, muitas vezes simulando procedimentos, com o objetivo de desviar verbas do Sistema Único de Saúde"

A USP e a justiça, precisam, efetivamente, tomar as providencias necessárias e punir todos os estupradores, não permitindo que esses caras cheguem aos hospitais do país e a sociedade tenha que conviver com a insegurança de tê-los como profissionais de medicina, cuidando de pessoas, entre elas milhares de mulheres.


"Estudantes criticam ausência de política institucional para punição de casos de violência contra mulher; especialista cobra mapeamento da violência
Violência física e psicológica tem feito parte da vida estudantil de muitas alunas do Campus Butantã da Universidade de São Paulo. Relatos de assédios, estupros, agressões físicas e verbais contra a mulher nos espaços da universidade são comuns."
Todo ano é a mesma coisa, os trotes violentos, racistas, homofóbicos, machistas, marcam a abertura do ano letivo.

Um fato que deveria ser de acolhimento democrático, humano, se torna um evento marcado pela selvageria e o desrespeito.


"A ritualística de trote, então, revela as relações de veteranismo que demarcam a inserção do recém-ingresso nas dinâmicas hierárquicas da universidade. As brincadeiras guardam um implícito constitutivo de submissão performática, isto é, joga-se ludicamente com a autoridade teatral do veterano sobre o calouro. As piadas, em geral, destacam-se das prerrogativas que o mais velho tem sobre o mais novo. E esse humor costuma ser embalsamado por todos os pressupostos mais preconceituosos e marginalizantes contidos na sociedade (não são raras as piadas e cantos machistas, racistas, transfóbicos, lgbtfóbicos etc. [3]).

“Buceta, buceta, buceta eu como a seco. No cu, eu passo cuspe. Medicina, medicina é só na USP!” – gritam os veteranos, rodeando as calouras - “Eu tava no banheiro comendo a empregada, o índio abriu a porta e eu comi a bunda errada”
Na rápida e superficial pesquisa que fizemos na grade curricular da USP, em seu curso de Medicina, encontramos a oferta de uma única disciplina - Medicina e Humanidades -, que parece ser voltada para as questões humanas e, talvez sociais.

Por quê?

Escrevemos sobre o tema outras vezes aqui no blog, enquanto as Faculdades e Cursos de graduação em Medicina não se preocuparem verdadeiramente, com a formação humana e social desses jovens, a situação tende a piorar.

As instituições precisam humanizar os cursos de Medicina no país como um todo, precisam ir além das grades curriculares ditas normais e saírem também das "grades" que cercam as escolas, para irem de encontro ao social, ao povo.

Estudante de Medicina, precisa gostar de gente, respeitar direitos, respeitar as diversidades que marcam a sociedade brasileira.

Do contrário, os profissionais que sairão para o mercado de trabalho, terão uma grande dificuldade em pensar as questões sociais, trabalhar, por exemplo, uma Medicina preventiva, humanizada e socialmente libertadora.

Poderão ter dificuldades em respeitar as mulheres, os negros, os índios, os pobres, o idoso, o homossexual, etc.

Além da ausência no currículo real, de disciplinas que poderiam tornar os cursos mais humanizados, existe o que os especialistas denominam de "currículo oculto", para quem não sabe, o currículo oculto é fortemente e presentemente trabalhado em escolas de todos os níveis, através do dele, passamos valores e crenças, potencializamos atitudes e comportamentos, reforçamos e cristalizamos ideologias.


"Se quisermos enumerar as designações por que é conhecido este mundo de realidades nublosas, mas insistentemente presentes, teríamos que, em justiça, referir os que se ocuparam delas, sem lhes atribuírem esse rótulo, e passar, depois, por termos como: currículo encoberto, escondido, implícito, latente ou, pela negativa, não intencional, não conhecido, não observável, não estudado ou não escrito."
Uma coisa é certa, felizmente, temos muitos bons profissionais que dedicam parte do tempo de suas vidas para atender ao povo, que lutam por um atendimento mais humano, que demonstram no dia a dia respeito pelas pessoas.

Afinal, o Brasil não tem apenas a USP, do contrário estaríamos em maus lençóis...

Fontes Consultadas:

1. http://www.todabiologia.com/pesquisadores/hipocrates.htm

2. http://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/10/aluno-da-medicina-da-usp-acusado-de-estupros-recebe-nova-suspensao.html

3. http://g1.globo.com/sp/sao-paulo/educacao/universidade/usp.html

4. http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2015/03/1603431-aluna-da-usp-diz-que-foi-estuprada-por-estudante-de-medicina-e-trancou-curso.shtml

5. http://educacao.estadao.com.br/noticias/geral,estudante-de-medicina-da-usp-acusado-de-estupro-e-suspenso,1666061

6. http://www.revistaforum.com.br/mariafro/2015/02/22/estudante-de-medicina-estuprada-resiste-ninguem-toca-nos-meus-sonhos/

7. https://uspdigital.usp.br/jupiterweb/listarGradeCurricular?codcg=5&codcur=5042&codhab=0&tipo=N

8. http://educador.brasilescola.uol.com.br/trabalho-docente/curriculo-oculto.htm.

9. http://www.paulofreire.ufpb.br/paulofreire/Files/seminarios/mesa13-a.pdf.

10. http://www.ipv.pt/millenium/inv6_3.htm.

11. http://jornalggn.com.br/noticia/medicos-simulavam-cirurgia-cardiaca-sem-necessidade-para-desviar-recursos-do-sus.

12. http://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2013/04/alunas-vitimas-de-violencia-criticam-omissao-da-usp/

'Há uma operação de enfeitiçamento em curso', diz sociólogo

na Carta Maior

Em seminário do Fórum 21, professor denuncia que as versões da velha mídia reverberadas pelas redes sociais abalaram a relação entre verdade e ficção


Najla Passos

reprodução

“A mídia não cobre mais os acontecimentos. Ela gera versões e tenta transformá-las em verdade”, alertou o sociólogo Laymert Garcia dos Santos, professor titular do Departamento de Sociologia da Unicamp e membro do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da USP, que participou da mesa Comunicação e Novas Tecnologias, durante os “Seminários para o avanço social”, promovido pelo Fórum 21, em São Paulo de 9 a 13 de novembro.

De acordo com ele, mesmo após o advento das redes sociais e dos 13 anos de governos petistas, o sistema da comunicação no Brasil é ainda extremamente concentrador e preocupante porque, historicamente, o PT não soube avaliar o real poder da mídia e a esquerda não conseguiu formular uma análise crítica do seu potencial de formação de consensos.

Santos afirma que, desde a década de 80, o PT já contava que, quando chegasse ao poder, teria a velha mídia brasileira ao seu lado, devido à postura dos oligopólios, como as Organizações Globo, de sempre se posicionarem a serviço dos governos de plantão. Mas não foi o que aconteceu. Para agravar, as redes sociais amplificaram o potencial da mídia de repetir versões para transformar fatos em verdade, o que gerou o quadro atual.

“A esquerda não tem uma visão crítica em relação aos meios de comunicação. E se ela não consegue ter essa relação em relação à velha mídia - se o máximo que consegue é propor a democratização e ponto - imagina com as novas mídias”, criticou.
Para o professor, o quadro é de tamanha gravidade que a relação entre verdade e mentira, entre verdade e ficção, está completamente abalada. “Nós chegamos a um ponto em que os ladrões gritam ‘pega ladrão’ para os não-ladrões. E isso cola! É uma inversão de valores gigantesca”, ironizou.

Linguagens totalitárias

O sociólogo sustenta que a dimensão totalitária que a linguagem da velha mídia, reverberada pelas redes sociais, adquiriu no país só encontra precedentes no período pré-nazista e na Guerra Fria. “A mídia é uma parte não só ativa na definição do que acontece, mas é parte ativa na criação de ficções, de versões do que ocorre”, ressaltou.

Para piorar o quadro, a esquerda não consegue sequer reagir aos sucessivos ataques, porque seus instrumentos são poucos e de curto alcance, enquanto os dos oligopólios que dominam a mídia no país vão longe e promovem uma espécie de “enfeitiçamento” contínuo. “Se você coloca só um pouquinho de voz de um lado, não é suficiente para fazer contraponto. A assimetria é enorme”, destacou.

O resultado, conforme ele, portanto, é um campo de versões e mentiras deliberadas, programadas por uma máquina poderosa, que tem uma capacidade de mobilização das mentes das pessoas bastante importante. “Não só a classe média já foi ganha, como também existe a uma capilaridade em setores beneficiados pelas políticas desse governo que começam a se submeter a este enfeitiçamento. Há uma operação de enfeitiçamento em curso”, denunciou.

Como exemplo, Santos cita as pequenas manifestações por impeachment ou a favor de “intervenção militar” que reúnem meia dúzia de manifestantes e um boneco, mas ganham um espaço enorme no noticiário e na agenda política do país, em detrimento de outras muito maiores organizadas pelos movimentos sociais. “Há todo um encadeamento de redes de transmissão que fazem com que não-acontecimentos se tornem acontecimentos, com o objetivo de manter no ar permanentemente a perspectiva de golpe”, alertou.

O não-diálogo

Para o professor, este enfeitiçamento está na base da falta de diálogo que domina o país. “Todo mundo aqui já tentou argumentar com uma dessas pessoas de direita, no sentido de demonstrar os absurdos que ela está dizendo, e bateu em um muro. O esclarecimento não resolve. Não há possibilidade de diálogo nem de discussão, porque o irracional surge. Elas não querem ser esclarecidas. São movidas pelo ódio e o ódio é visceral. E esse ódio é alimentado o tempo todo pela mídia e pelas redes sociais”, argumentou.

Para o professor, o mais grave é que o governo sequer reage a essa ofensiva, tratando essa explosão da linguagem totalitária no país como natural ou próprio da democracia. “Nem corte de grana para emissoras houve. A reação do governo é de submissão e isso estimula o avanço conservador”, acrescentou. Santos sustenta que as forças de esquerda precisam compreender os sinais de perigo e agir. “A linguagem não é só sentido e produção de conteúdo. A linguagem também é ação. E a ação da linguagem totalitária é mobilizar o negativo das pessoas”, denunciou.

O mercado da atenção

Professor de Sistemas de Informação da USP, Mário Moreto Ribeiro, fez uma comparação entre o ambiente do mundo do trabalho e o das redes sociais, que hoje exigem a atenção total do trabalhador/internauta, em uma desgastante briga por sua atenção. “Na internet hoje, o que está em disputa é essa atenção total. Não só o tempo [do internauta], mas a atenção”, afirmou.

Segundo ele, o capital se apropriou do que deveria ser espaço de interação e lazer para os trabalhadores e o transformou em mais uma mercadoria. É por isso que ele classifica o esforço exercido por milhares de usuários das redes sociais para formularem comentários e disputar a atenção de seus seguidores, gratuitamente, é um tipo de trabalho voluntário que contribui para valorizar a marca da empresa, e gerar lucro para o capital.  

“Escrever no facebook também é um trabalho. Você gasta tempo, valoriza a empresa. E disputa a atenção dos colegas. Existe um mercado da atenção nas redes sociais. E a gente está disputando esse mercado quando escreve no Facebook. Mas não é um mercado aberto. Ele é controlado por uma empresa”, alertou.

O Estado de Direito e o estado de direita

na Rede Brasil Atual

Estamos em plena vigência de um Estado de Direito? Ou de um “estado” de direita, que está nos levando, na prática, a um estado de exceção?

por MAURO SANTAYANA


Paulista
No estado de direita, a indignação é seletiva

Do Blog – É curiosa a situação que vive hoje o Brasil. Afinal, no Estado de Direito, você tem o direito de ir e vir, de frequentar um bar ou um restaurante, ou desembarcar sem ser incomodado em um aeroporto, independente de sua opinião.
No estado de direita, você pode ser reconhecido, insultado e eventualmente agredido, por um bando de imbecis, na saída do estabelecimento ou do avião.
No Estado de Direito, você pode cumprimentar com educação o seu vizinho no elevador, desejando-lhe um feliz ano novo.
No estado de direita, você tem grande chance de ouvir como resposta: “Tomara que em 2016 essa vaca saia da Presidência da República, ou alguma coisa aconteça com essa cadela, em nome do Senhor.”
No Estado de Direito, você pode mandar “limpar” o seu computador com antivírus quando quiser.
No estado de direita, você pode ficar preso indefinidamente por isso, até que eventualmente confesse ou invente alguma coisa que atraia o interesse do inquisidor.
No Estado de Direito, você tem direito a ampla defesa, e o trabalho dos advogados não é cerceado.
No estado de direita, quebra-se o sigilo de advogados na relação com seus clientes.
No Estado de Direito, a Lei é feita e alterada por quem foi votado para fazer isto pela população.
No estado de direita, instituições do setor público se lançam a promover uma campanha claramente política – já imaginaram a Presidência da República colhendo assinaturas na rua para aumentar os seus próprios poderes? – voltada para a aprovação de um conjunto de leis que diminui – em um país em que 40% dos presos está encarcerado sem julgamento – ainda mais as prerrogativas de defesa dos cidadãos.
No Estado de Direito, você é protegido da prisão pela presunção de inocência.
No estado de direita, inexistem, na prática, os pressupostos da prisão legal e você pode ser detido com base no “disse me disse” de terceiros; em frágeis ilações; do que “poderá” ou “poderia”, teoricamente, fazer, caso continuasse em liberdade; ou subjetivas interpretações de qualquer coisa que diga ao telefone ou escreva em um pedaço de papel – tendo tudo isso amplamente vazado, sem restrição para a “imprensa”, como forma de manipulação da opinião pública e de chantagem e de pressão.
No Estado de Direito, você pode expressar, em público, sua opinião.
No estado de direita, você tem que se preocupar se alguém está ouvindo, para não ter que matar um energúmeno em legítima defesa, ou “sair na mão”.
No Estado de Direito, os advogados se organizam, e são a vanguarda da defesa da Lei e da Constituição.
No estado de direita, eles deixam agir livremente – sem sequer interpelar judicialmente - aqueles que ameaçam a Liberdade, a República e os cidadãos.
No Estado de Direito, membros do Ministério Público e da Magistratura investigam e julgam com recato, equilíbrio, isenção e discrição.
No estado de direita, eles buscam a luz dos holofotes, aceitam prêmios e homenagens de países estrangeiros ou de empresas particulares, e recebem salários que extrapolam o limite legal permitido, percebendo quase cem vezes o que ganha um cidadão comum.
No Estado de Direito, punem-se os corruptos, não empresas que geram riquezas, tecnologia, conhecimento e postos de trabalho para a Nação.
No estado de direita, “matam-se” as empresas, paralisam-se suas obras e projetos, estrangula-se indiretamente seu crédito, se corrói até o limite o seu valor, e milhares de trabalhadores vão para o olho da rua, porque a intenção não parece ser punir o crime, mas sabotar o governo e destruir a Nação.
No Estado de Direito, é possível fazer acordos de leniência, para que companhias possam continuar trabalhando, enquanto se encontram sob investigação.
No estado de direita, isso é considerado “imoral”.
Não se pode ser leniente com empresas que pagam bilhões em impostos e empregam milhares de pessoas, mas, sim, ser mais do que leniente com bandidos contumazes e notórios, com os quais se fecha “acordos” de “delação premiada”, mesmo que eles já tenham descumprido descaradamente compromissos semelhantes feitos no passado.
No Estado de Direito, existe liberdade e diversidade de opinião e de informação.
No estado de direita, as manchetes e as capas de revista são sempre as mesmas, os temas são sempre os mesmos, a abordagem é quase sempre a mesma, o lado é sempre o mesmo, os donos são sempre os mesmos, as informações e o discurso são sempre os mesmos, assim como é sempre a mesma a parcialidade e a manipulação.
No Estado de Direito você pode ensinar História na escola do jeito que a história ocorreu.
No estado de direita, você pode ser acusado de comunista e perder o seu emprego pela terceira ou quarta vez.
No Estado de Direito você pode comemorar o fato de seu país ter as oitavas maiores reservas internacionais do planeta, e uma dívida pública que é muito menor que a dos países mais desenvolvidos do mundo.
No estado de direita você tem que dizer que o seu país está quebrado para não ser chamado de bandido ou de ladrão.
No Estado de Direito, você pode se orgulhar de que empresas nacionais conquistem obras em todos os continentes e em alguns dos maiores países do mundo, graças ao seu know-how e capacidade de realização.
No estado de direita, você deve acreditar que é preciso quebrar e destruir todas as grandes empresas de engenharia nacionais, porque as empresas estrangeiras – mesmo quando multadas e processadas por tráfico de influência e pagamento de propinas em outros países – “não praticam corrupção.”
No Estado de Direito você pode defender que os recursos naturais de seu país fiquem em mãos nacionais para financiar e promover o desenvolvimento, a prosperidade e a dignidade da população.
No estado de direita você tem de dizer que tudo tem de ser privatizado e entregue aos gringos se não quiser arrumar confusão.
No Estado de Direito, você pode defender abertamente o desenvolvimento de novos armamentos e de tecnologia para a defesa da Nação.
No estado de direita, você vai ouvir que isso é um desperdício, que o país “não tem inimigos”, que as forças armadas são “bolivarianas”, que o Brasil nunca vai ter condições de enfrentar nenhum país poderoso, que os EUA, se quiserem, invadem e ocupam isso aqui em cinco minutos, que o governo tem de investir é em saúde e educação...
No Estado de Direito, é crime insultar ou ameaçar, ou acusar, sem provas, autoridades do Estado e o Presidente da República.
No estado de direita, quem está no poder aceita, mansamente, cotidianamente, os piores insultos, adjetivos, acusações, insinuações e mentiras, esquecendo-se que tem o dever de defender a Democracia, a liturgia do cargo, aqueles que o escolheram, a Nação que representam e, teoricamente, comandam, e a Lei e a Constituição.
No Estado de Direito, você pode interpelar judicialmente quem o ameaça pela internet de morte e de tortura ou faz apologia de massacre e genocídio ou da quebra da ordem institucional e da hierarquia e da desobediência à Constituição.
No estado de direita, muita gente acha que “não vale a pena ficar debatendo com fascistas” enquanto eles acreditam, fanaticamente, que representam a maioria e continuam, dia a dia, disseminando inverdades e hipocrisia e formando opinião.
No Estado de Direito você poderia estar lendo este texto como um jogo de palavras ou uma simples digressão.
No estado de direita, no lugar de estar aqui você deveria estar defendendo o futuro da Liberdade e dos seus filhos, enfrentando, com coragem e informação, pelo menos um canalha por dia no espaço de comentários – onde a Democracia está perdendo a batalha – do IG, do Terra, do MSN, do G1, do UOL...

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A direita brasileira e o "estado" mentecápto

por José Gilbert Arruda Martins

A classe rica e a média reacionária, querem um país de escravos, um país de dependentes, não desejam o bem de todos e todas, desejam criar guetos de miseráveis que possam apenas trabalhar para esses grupos durante toda a sua vida miserável.



Mauro Santayana, escreveu no seu blog, o texto: "O Estado de Direito e o estado de direita", a matéria faz pensarmos nas estruturas escravocratas que teimam a não nos abandonar.

Mas o que desejas com essa afirmação, professor?

Qualquer pessoa, com o mínimo de inteligência, deve ter percebido nas manifestações pró-golpe, pró-intervenção militar, e na manifestação de três imbecis ontem (07/12), em frente ao hospital onde nasceu o neto da presidenta Dilma Roussef, como nossa mentalidade é tacanha, míope, burra, estrábica, atrasada, escravocrata, desinteligente...

Toda essa desinteligência, toda essa imbecilidade esconde uma intenção, que é a defesa dos privilégios de quem nasceu e viveu um país onde apenas uns poucos querem ter acesso às riquezas e bens.

Essa intenção é muito clara, por trás do ódio, que é visceral, encontramos a política da direita, infelizmente, essa política puxa para si e para seu ódio de classe, até pessoas comuns e pobres, arrasta mesmo, pois a grande mídia, como conhecido por muitos, faz da mentira verdade, faz dos fatos, notícias que costumam selecionar e divulgar, com texto editado à sua forma e bel prazer, a apologia ao completo desrespeito ao Estado de Direito.

Com isso o "estado" de direita continua seu caminho de desconstrução daquilo que foi pensado quando nos referimos às questões sociais e de cidadania e, em sua trajetória autoritária, até o aumento real do salário mínimo divulgado dias atrás, é motivo para que a direita e a mídia golpista, ataquem o governo e a classe trabalhadora.

A classe rica e a média reacionária, querem um país de escravos, um país de dependentes, não desejam o bem de todos e todas, desejam criar guetos de miseráveis que possam apenas trabalhar para esses grupos durante toda a sua vida miserável.

Um país que, da invasão em 1500 aos dias de hoje, tratou pobre, negro, mulheres, homossexuais como lixo, não poderia esconder-se por mais tempo atrás de uma máscara hipócrita que defende que somos um país de cordialidade.

Nossa história é completamente recheada de violências, fomos, por mais de três séculos, mais precisamente do século XVI ao XIX oficialmente escravocratas, éramos todos escravagistas, ricos e pobres, leigos e padres, homens e mulheres.

Os escravos faziam parte da paisagem brasileira como a palmeira, como as montanhas ou como os rios.

Os escravos trabalhavam em todos os ofícios e profissões. Da prostituta à empregada doméstica, do capitão do mato ao vendedor de rua, respirávamos escravidão.

Parte da sociedade brasileira acredita fortemente que ainda vivemos assim ou podemos voltar a viver e desfrutar dos "prazeres" da escravidão.

Mesmo porque, se olharmos bem, veremos que as partes ricas das cidades em confronto com as partes pobres, parece querer nos dizer que as coisas não mudaram tanto assim.

O contraste entre pobreza e riqueza é gritante, não tem máscara que consiga esconder. Os trabalhadores, que na sua maioria tem direito ao salário mínimo, sobrevivem, apesar dos avanços dos últimos 12 anos, em pura e concreta violência. Moram mal, comem mal, estudam mal, mal se divertem...

Esse é o "estado" de direita debatido no texto do Mauro Santayana, esse é o estado autoritário que muitos desejam que volte e se perpetue no país.

Quem está dormindo, chegou a hora de acorda!!!




Violações de Direitos Humanos e Currículo Oculto

na Carta Maior

Presente na Faculdade de Medicina da USP, o 'currículo oculto' é o conjunto de práticas que visa a manutenção do corporativismo e da exclusão social.


Allan Brum* e Ricardo Koba **

Estudantes de medicina da USP fazem piada com cirurgia de redesignação sexual

Em 2014 aconteceu a CPI dos Trotes, aberta na Assembleia Legislativa de São Paulo - Alesp, para apurar inúmeras denúncias que chegaram até aquela Casa referentes à violações de Direitos Humanos nas faculdades paulistas. Devido a gravidade dos fatos apresentados, nos quatro meses de duração da CPI, a imprensa não deixou de dar cobertura aos trabalhos da Comissão comandada pelo então deputado Adriano Diogo. Em novembro de 2015 completou-se um ano da Audiência Pública, também na Alesp, que deu origem à CPI; e, em março, fará um ano que a CPI  se encerrou.

No domingo último, o jornal Estado de São Paulo (edição de 3/1/2016, pp. E11), na capa principal do Caderno Metrópole, fez um balanço dos desdobramentos da CPI e das recomendações por ela feitas. A conclusão do jornal é a de que pouco se avançou na maioria das faculdades, sendo que impunidade e leniência parecem ser traços preponderantes de agentes públicos e dirigentes que deveriam dar prosseguimento aos trabalhos da CPI dos Trotes de forma efetiva e não cosmética, com exceção da promotora Paula de Figueiredo e Silva, que deu o primeiro acolhimento às denúncias encaminhadas ao MPE/SP e abriu inquérito; das colegas que a sucederam no caso, as promotoras Beatriz Helena Budin Fonseca e Silvia Chakian de Toledo Santos; da direção da PUCCAMP (Pontifícia Universidade Católica de Campinas); e, claro, da ação corajosa das vítimas e testemunhas que se apresentaram e de coletivos de estudantes e professores que, por fora da instituição, colocaram em prática mecanismos para coibir abusos e gerar uma cultura mais humanizada.

Não vamos tratar aqui da matéria de o Estado de São Paulo, mas discorrer sobre uma das consequências mais salientes e pouco debatida sobre o que pode levar a esse estado de coisas quando não tomado a sério e solucionado. Falamos aqui do pouco conhecido, mas presente no cotidiano de muitas instituições de ensino: o currículo oculto.

Currículo oculto
 
O enfoque que damos abaixo é nas escolas médicas, uma vez que foram as mais trabalhadas durante a CPI dos Trotes, mas é válido para todas as instituições de ensino que permitem práticas trotistas em seus ambientes acadêmicos.
 
Um texto descritivo que enumerasse formas de trote: tinta, farinha, cabelo raspado; pasta de dente perianal; álcool forçado; banho de urina; piscina de vômito; formas eufêmicas de abuso sexual etc. A lista, como demonstrou a CPI das universidades, não teria fim. Mas seria perda de tempo escrever um texto só pra dizer que não é legal jogar fezes nos colegas, certo?
 
Grande parte das pessoas entende trote enquanto conjunto de práticas de recepção supostamente amistosas, com intuito humorístico, mas que de vez em quando saem do controle. A intenção aqui é rechaçar esse discurso e mostrar que as barbaridades relatadas não são ‘acidentes’ ou ‘exageros’, tampouco se limitam ao período de recepção. Pelo contrário: tais casos são derivações naturais daquilo que representa a própria essência do fenômeno trote. E suas consequências se desdobram por muito além das primeiras semanas de curso.
 
A cultura de trote tem origem anterior à entrada na universidade. Isso fica evidente pelo folclore em torno da temática, que embebe o imaginário escolar, a abordagem do cinema e da literatura, o marketing das empresas de “cursinhos” etc. Nesse sentido, o recém-ingresso geralmente não é surpreso pelos grupos trotistas – ele já os esperava, muitas vezes com euforia e ansiedade.
 
Vale mencionar que essa expectativa só é possível em uma conjuntura de restrição do direito à educação. O ensino superior (sobretudo de medicina) é entendido como prêmio, disputado de forma desigual pelos setores privilegiados da sociedade que tiveram acesso ao ensino privado e\ou pelo subgrupo que pode pagar pelas caríssimas mensalidades. Os estudantes que ingressam são então nutridos com auto-enaltecimento e ufania em relação a sua “conquista” e sua faculdade (o que foi bem exemplificado pelas canções de atléticas e fraternidades durante a CPI [1]). É frequente que os grupos trotistas alimentem essa cultura de ufanismo e de superioridade [2], deixando em evidência seu classismo e arrogância.
 
A ritualística de trote, então, revela as relações de veteranismo que demarcam a inserção do recém-ingresso nas dinâmicas hierárquicas da universidade. As brincadeiras guardam um implícito constitutivo de submissão performática, isto é, joga-se ludicamente com a autoridade teatral do veterano sobre o calouro. As piadas, em geral, destacam-se das prerrogativas que o mais velho tem sobre o mais novo. E esse humor costuma ser embalsamado por todos os pressupostos mais preconceituosos e marginalizantes contidos na sociedade (não são raras as piadas e cantos machistas, racistas, transfóbicos, lgbtfóbicos etc. [3]).
 
“Buceta, buceta, buceta eu como a seco. No cu, eu passo cuspe. Medicina, medicina é só na USP!” – gritam os veteranos, rodeando as calouras - “Eu tava no banheiro comendo a empregada, o índio abriu a porta e eu comi a bunda errada”.
 
Diante disso, observamos que a essência do trote repousa sobre a verticalidade das relações entre veteranos e calouros, sobre a desigualdade de poder, de voz e de prerrogativas entre esses personagens. Esse fenômeno pode se expressar em dinâmicas amistosas, mas também pode se radicalizar em situações mais violentas, o que varia e decorre de sua própria natureza.
 
A verticalidade imposta na relação de veteranismo perfaz a maior parte das instituições universitárias (CAs, DAs, atléticas, fraternidades etc) e se estende pelo próprio ambiente de ensino, em que os mais velhos, na hierarquia, tendem a ensinar aos mais novos (internos, residentes, preceptores) as condutas pertinentes. A despeito das dificuldades próprias no aprendizado dos saberes técnicos, isso evidentemente gera consequências de método para a maneira como se desenvolve a cultura universitária. Aulas são expositivas, entidades estudantis são hierarquizadas, conhecimento e decisões são construídos verticalmente.

Em suma, observamos que opera, sobretudo nos cursos de medicina, um currículo oculto, paralelo às grades oficiais. Através de entidades estudantis, em muitos casos financiadas e vigiadas por antigos membros (agora formados, médicos, professores), perpetuam-se tradições incontestáveis e arquiteturas sociais permeáveis ao assédio e a violência sistemática. A abrangência das consequências é incalculável, mas não por isso menos palpável, como indicam os inúmeros casos de estupro e de sequelas devido a trotes.
 
A construção da cultura do trote e de seus fundamentos (hierarquia, ufanismo, violência coletiva) confere homogeneidade aos grupos universitários e conforma unidade corporativa avessa a contestação. Em outras palavras, a submissão performática do trote não tem fim no trote em si, mas esbanja sua continuidade na construção de uma postura passiva dos estudantes, que se inserem numa dinâmica social de saúde mercantilizada, não enquanto agentes transformadores, mas como operadores diante de uma ordem social adoecedora.  
 
É importante ressaltar que o trote constitui uma cultura exclusiva. Aqueles que se recusam a aceitar os rituais ou enfrentam os grupos trotistas são, então, perseguidos pelo bloco hegemônico. A CPI das Universidades deixou evidente tanto a falta de instituições que acolhessem as denúncias, quanto a dificuldade de garantir a proteção dos denunciantes, em muitos casos ameaçados por professores, vítimas de agressões físicas etc.
 
Quebrar com a cultura do trote e com sua ritualística significa, além de defender vítimas de violações de direitos humanos e apurar denúncias, afirmar com categoria que a universidade é espaço de construção coletiva e, portanto, apenas um ideário democrático pode formar práticas, concepções e profissionais empenhados na saúde da população.


* Allan Brum é coordenador da Denem (Direção Executiva Nacional dos Estudantes de Medicina) e estudante de medicina.
** Ricardo Koba é professor e ativista de Direitos Humanos.



Apêndice:
[1] – “Escola de tradição, grande sem comparação. Nos esportes soberana, na ciência sem igual” – trecho de música do Show Medicina, fraternidade da FMUSP denunciada em escândalos de prostituição e violência
[2] – É bem elucidadivo o conceito freudiano de narcisismo das pequenas diferenças, que explica a atitude muito frequentemente hostil das atléticas para com seus supostos inimigos, num claro mecanismo psicológico de inferiorização do agrupamento rival a fim de elevar-se a patamares superiores
[3] – “Buceta, buceta, buceta eu como a seco. No cu, eu passo cuspe. Medicina, medicina é só na USP!” ou “Eu tava no banheiro comendo a empregada, o índio abriu a porta e eu comi a bunda errada”– cantos da AAAOC (Associação Atlética Acadêmica Osvaldo Cruz da FMUSP), sendo “índio” um termo usado pra se referir aos estudantes de outra faculdade (Escola Paulista de Medicina)
 

quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Um pouco da história da resistência popular no Brasil

por José Gilbert Arruda Martins

Em primeiro lugar, precisamos entender que a resistência que abordaremos é a resistência ao sistema econômico e político hegemônico, seus templos e templários - templários aqui, não como cavaleiros de Cristo, mas como, detentores dos bancos e sistema econômico mundial como um todo.



Revolta do Ronco de Abelha. Nordeste (1851-1854)

Para que nossas ações de resistência sejam eficazes, necessitamos separar determinadas questões no que se refere às estruturas políticas, econômicas e governamentais e entender como funcionam.

Confundir quem é quem nesse jogo bruto, pode fazer com que lutemos contra nós mesmos, ou contra aqueles e aquelas que, de alguma forma, nos defendem.

Por exemplo, a América Latina, durante mais de 500 anos, foi dominada e governada por uma elite de dentro e de fora, que nunca, jamais foi verdadeiramente, defensora das causas populares, na última década, no entanto, essa parte da América, elegeu, em boa parte dos países, governantes voltados para as questões que dizem respeito ao povo e às suas tradições.

Vejamos, a título de exemplo, o Brasil com Lula da Silva e Dilma Roussef; o Uruguai, do Pepe Mujica; a Argentina de Nestor e Cristina Kirchner; a maravilhosa Bolívia, com Evo Morales; Rafael Correa, no Equador...

Esses governantes, cometeram muitos erros, mas o que fizeram e estão tentando fazer por seus países e povos, foge à regra da dominação interna e externa, e isso, precisamos enxergar, não estamos pedindo que sejamos cegos, ou adeptos de seus partidos e governos, mas que procuremos separar as coisas, que sejamos inteligentes para entendermos a vida política e econômica de nosso país.

Vamos, para tentar esclarecer essas questões levantadas acima, nos ater à história do Brasil, talvez fique menos complicado.

Todos e todas nós, sabemos da importância de resistir, não é possível que fiquemos apenas olhando um sistema político-econômico que, desde sempre, exclui e extermina, engana, explora e monopoliza.

A história brasileira que conhecemos, começa com a invasão portuguesa em 1500, é preciso lembrar no entanto, que se aconteceu invasão, existiram os "invadidos".

Quem foram os "invadidos"?

São os primeiros americanos, milhões de pessoas, de diversas nações e culturas, que habitavam a terra brasilis e que foram quase completamente exterminados.

Segundo especialistas, os primeiros americanos a aportar no Estreito de Bering, trecho que faz a separação entre Rússia e Estados Unidos (Alasca), originários da Ásia, se espalharam por todo o continente há mais de 40 mil anos.


"Embora não haja unanimidade a respeito da questão, pesquisas arqueológicas, geológicas, paleontológicas e linguísticas parecem indicar que o continente americano começou a ser povoado entre 40000 e 20000 a.C., por grupos humanos de raça mongoloide ou pré-mongoloide, procedentes da Ásia oriental."



Entender essa primeira informação, é de fundamental importância. A terra era habitada ponto. E, se era habitada, tinha donos e donas. Se tinha donos, foi literalmente invadida e conquistada à base de muita violência e não descoberta, como a maioria dos nossos livros trazem.

Houve resistência por parte dos moradores? É claro que houve, as nações indígenas lutaram como puderam para defender suas terras, povos e famílias. Portanto, a primeira experiência de resistência no Brasil, foram os indígenas que empreenderam.

Três décadas após a invasão, os portugueses, numa sacada comercial/econômica bem típica dos dominadores capitalistas, introduziram a escravidão negra.


Na esteira do espírito cruzadístico, temos a expansão ultramarina portuguesa, acompanhada, em 1452, da bula Dum Diversas, do Papa Nicolau V, que autorizava ao rei português o direito de reduzir à “escravidão perpétua” sarracenos, pagãos e quaisquer descrentes. Com a penetração portuguesa no continente africano e sua posição geográfica privilegiada, Portugal torna-se o maior centro mercador de escravos. Após apenas alguns anos, Portugal já está totalmente comprometido com o comércio de escravos, ultrapassa a faixa árabe-muçulmana e tal fluxo comercial é quase exclusivamente de escravos africanos negros."

Cerca de 20 milhões de pessoas, homens, mulheres e crianças, em pouco mais de 300 anos, foram arrancados da África e trazidos para a América, para muitos historiadores, foi o maior e mais trágico deslocamento humano já produzido no planeta.


Conhecida obra de Rugendas, retratando o porão de navio negreiro 


O povo negro resistiu? Óbvio que sim, tanto na África, quanto aqui na América. Os mais de 100 quilombos na História Colonial brasileira, é a maior prova disso. Zumbi dos Palmares e sua mulher Dandara, para citar apenas duas lideranças negras, são conhecidos na história brasileira, como os principais expoentes da resistência negra do Brasil. 

Se os índios foram os primeiros a montar a resistência, os negros e negras, foram os segundos.

Vamos dar um salto na história, falaremos agora de um dos mais importantes líderes negros do século XX no país, estamos nos referindo à famosa Revolta da Chibata de 1910 no Rio de Janeiro.

A revolta foi liderada por João Cândido (conhecido como o Almirante Negro), a causa imediata desse importante movimento social foram os castigos físicos sofridos pelos marinheiros. Os revoltosos chegaram a dominar os encouraçados Minas Gerais e São Paulo e ameaçaram bombardear a cidade do Rio de Janeiro.


João Cândido ao centro (Almirante Negro): líder da revolta
João Cândido ao centro (Almirante Negro): líder da revolta

Poderíamos citar muitos outros Movimentos e lideranças populares que resistiram ao domínio das elites ao longo da história brasileira, mas vamos finalizar lembrando, novamente, dos secundaristas de São Paulo e Goiás, que ocuparam dezenas de escolas, em defesa da Educação Pública, num dos mais singulares episódios que marcaram a história da Resistência Popular no Brasil.

Trabalhadores, trabalhadoras e juventude do Brasil e do Mundo, Resistam, resistir é urgente!

Fontes consultadas:

1. http://www.infoescola.com/historia/primeiros-povos-da-america/

2. http://www.coladaweb.com/historia/primeiros-povos-da-america

3. http://www.coladaweb.com/historia/pre-historia-da-america

4. http://xadrezverbal.com/2014/02/28/escravos-africanos-e-o-trafico-atlantico-historia-politicamente-incorreta/

5. http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/revolta_chibata.htm

6. https://www.google.com.br/search?q=imagem+das+revoltas+populares+no+Brasil&rlz=2C1SAVU_enBR0538BR0538&espv=2&biw=1280&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjD0sG7pZjKAhWJC5AKHQXLCUAQsAQIGw#imgrc=DjeyzTwt4nFjpM%3A

GDF mantém atual banco de contratação temporária do exercício de 2015

no Sinpro - DF

O Governo do Distrito Federal (GDF) prorrogou por mais um ano o processo seletivo simplificado para contratação temporária de professores e professoras da rede pública de ensino. A confirmação do atual banco de concursados da seleção simplificada foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta segunda-feira (4). Com isso, o GDF mantém o atual banco de contratação temporária do exercício de 2015.
O Governo do Distrito Federal (GDF) prorrogou por mais um ano o processo seletivo simplificado para contratação temporária de professores e professoras da rede pública de ensino. A confirmação do...

A seleção foi feita em 2014, utilizada em 2015 e é a mesma a ser utilizada em 2016. Assim, conforme as normas que regem a contratação temporária, essa renovação do cadastro é opcional e, em alguns momentos, não foi utilizada. Todavia, a confirmação de sua manutenção no DODF desta segunda traz para todos os professores que estão no banco a possibilidade de continuar prestando o serviço na Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (SEEDF).
A diretoria colegiada do Sinpro-DF informa que, ao término das aulas de reposição, todos os(as) professores e professoras do contrato temporário irão retornar à sua classificação do banco de cadastro e, quando o ano letivo de 2016 iniciar, no dia 29 de fevereiro, a SEEDF vai começar a convocação pela ordem de classificação e de necessidade da rede.
Os (as) professores (as) devem manter o seu cadastro (telefone e endereço) atualizado no banco de dados da secretaria. A SEEDF ainda não confirmou a partir de que data de fevereiro irá começar a convoca-los, mas, seguindo a tradição dos últimos anos, isso pode começar a acontecer uma ou duas semanas antes do primeiro dia do ano letivo, 29 de fevereiro.
Concurso público
A Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Gestão (Seplag-DF) já autorizou a SEEDF a realizar novo concurso para a carreira do magistério público. Com várias disciplinas sem ninguém concursado da área, a SEEDF está enrolando a realização do certame. Ela tem utilizado da contratação temporária para substituir os professores efetivos na rede.
A SEEDF faz um jogo muito parecido com o da privatização com uso das Organizações Sociais (OS) porque em vez de contratar profissionais para a carreira pública, ela uso o subterfúgio da contratação temporária e, assim, traz para a rede pública de ensino um profissional menos oneroso, mais barato e mais precarizado porque ele não progride na carreira, não recebe salários em períodos de recesso de fim de ano, em janeiro não tem salário.
Assim a SEEDF acaba gerando uma economia que só numa visão neoliberal se justificaria. Importante lembrar que o DF já viveu períodos semelhantes a este, de prevalência da contratação temporária e enfraquecimento do serviço público. O Sinpro-DF sempre combateu esse tipo de pensamento.
A diretoria lembra que nos governos de concepção conservadora e pensamento neoliberal sempre se utilizaram desse recurso para não contratar servidores efetivos para o magistério público. Isso também é uma forma de usar as vagas públicas para contratar apadrinhados políticos.
Desde o início de 2015, em todas as reuniões como GDF, a diretoria colegiada do Sinpro-DF cobrou a contratação de professores concursados e somente em setembro o governo convocou 240 professores(as). Importante lembrar que só no ano passado houve 693 aposentadorias.
“No período do governo Roriz, o percentual de contrato temporário em vagas de concursados efetivos chegou a 30% do corpo docente da rede. No período do governo Arruda não foi diferente: esse percentual foi de 25%. No governo Agnelo caiu para menos de 15% principalmente por causa das contratações durante o período de 2011 e 2014, com mais de seis mil convocações. De 2015 para cá o que estamos assistindo é um refluxo na lógica do fortalecimento do serviço público que, em vez de continuar a política de contratação de professores concursados para as vagas definitivas, estamos vendo o governo investir numa privatização disfarçada”, lembra o diretor de Imprensa do Sindicato, Cláudio Antunes.
Ele alerta para o fato de que, “hoje, o governo age disfarçadamente como uma OS já que deixa de contratar servidores efetivos para vagas dos aposentados para colocar os profissionais do contrato temporário”.  Importante esclarecer que o Sinpro-DF é favorável à contratação de professores (as) do contrato temporário estritamente para os casos previsto em lei. São substituições para situações absolutamente provisórias.
Diante dessa situação, na avaliação de Antunes, “haverá falta de professores (as) no início do ano letivo de 2016, uma vez que o GDF nem tem banco de concursado suficiente para cobrir e nem fez o concurso público e, numa tríade, o GDF ainda tem uma limitação de contratação temporária estipulada pelo Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). No entendimento da diretoria do Sinpro, a única solução é o GDF voltar a fazer o que tem de ser feito, a contratação de professores (as) via concurso público para as vagas, conforme definido pela Constituição Federal.
O mesmo ocorre com os (as) orientadores (as)  educacionais. Há um ano cerca de mil concursados (as), cujo concurso foi homologado no ano passado, aguardam convocação do GDF. Trata-se de um setor da carreira do magistério público só teve as suas últimas contratações no fim de 2009. Ao não convocá-los, a SEEDF lesa o (a) cidadão (ã) que prestou o concurso público e foi aprovado e também o estudante, que precisa desse suporte do pedagogo-orientador no processo educacional.
Além disso, mantém o GDF na ilegalidade porque não cumpre o previsto no artigo 3º, inciso I da Lei nº 5.105/2013 (Lei do Plano de Carreira). O Anexo I desse lei define que o quantitativo de vagas para esse cargo é 1.200, mas, hoje, na rede pública há pouco mais de 700 orientadores(as)-pedagogos(as) educacionais efetivos em atuação.

Mujica convoca juventude a defender e lutar pela democracia

na CUT - DF



Em um momento político crítico, em que os setores conservadores brasileiros pretendem implementar um golpe capaz de tolir os direitos da juventude, o ex-presidente do Uruguai, Pepe Mujica, aconselhou milhares de jovens: “Creiam, lutem!” A orientação foi dada na 3ª Conferência Nacional da Juventude – Conjuve, na quarta-feira dia 16/12/2015, em Brasília. O evento tem como finalidade a formulação do Plano Nacional de Juventude e traçará metas para a implantação de políticas públicas que privilegiem esse setor da sociedade.
O atual senador uruguaio ressaltou que as lutas só terão efeito se forem coletivas. “Sozinhos nada somos e precisamos nos unir com quem pensa parecido, respeitando as diferenças”. A ideia foi compartilhada pela presidenta Dilma Roussef, que participou da abertura da Conjuve ao lado de Mujica. Os dois influentes políticos latino-americanos tiveram a juventude marcada por combates em favor da democracia.
Dilma discursou para uma plateia atenta e emocionada, que se amontoou em cima das cadeiras para melhor enxergar a presidenta que sofre constantes ataques políticos. “Democracia é mudar o Brasil para melhor. Em minha juventude, vivi e lutei contra o pesadelo decorrente do desrespeito à democracia. Eu, Pepe e outros latino-americanos sabemos onde pequenos e grandes passos nos levam depois do pesadelo que se instaurou quando a ditadura emergiu”, lembrou.
Para Dilma, não existe razão consistente nos atos de quem tenta interromper um mandato eleito legitimamente nas urnas. Segundo ela, essa falta de razão tem nome: golpe. “A Constituição brasileira prevê, sim, o impeachment. Ela não prevê é a invenção de motivos.” Ainda segundo a chefe do governo, os que pretendem aprovar o impeachment a qualquer custo têm a biografia manchada. “Não compartilho com as práticas da velha política”, completou dizendo que o governo democrático popular que vigora no país há 13 anos incluiu o povo brasileiro nas rubricas orçamentárias
Em referência ao tema do 3º Conjuve: “As várias formas de mudar o mundo”, Dilma discursou: “Não mudaremos o Brasil fechando escolas e não vamos reprimir movimentos pacíficos com força da polícia. Não mudaremos o Brasil ignorando a epidemia de violência contra a juventude negra, muito menos mudaremos o Brasil adotando a redução da maioridade penal. Não mudaremos legislando contra a diversidade das famílias, característica da nossa população. Não mudaremos reduzindo direitos conquistados por uma parcela”. A presidenta afirmou ainda que para mudar, temos que garantir o voto e respeitar o desejo exprimido nas urnas.
Participaram do evento o chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, o presidente do Conselho Nacional de Juventude, Daniel de Souza, o secretário-nacional de Juventude, Gabriel Medina, e a secretária-adjunta da SNJ e vice-presidenta do Conjuve, Ângela Guimarães.
Unidade e ColetividadeDrogas, imprensa e mudança de mentalidade foram os principais temas abordados pelo ex-presidente do Uruguai na Conferência. “O aumento da droga e o narcotráfico são pragas; se o mundo a legaliza, pelo menos eliminamos uma delas: o narcotráfico”.
Ainda sobre o tema, o senador chamou atenção para o assassinato de sete jornalistas no Paraguai em apenas quatro anos. Todos morreram enquanto investigavam o narcotráfico. “Será que os jornalistas não são solidários com os que morreram? Mas não são eles; são as orientações que eles recebem. A imprensa não educa contra as drogas, mas claro que existem as exceções”.
Em relação à juventude, ele deixou seu recado: “Vocês não são melhores nem piores do que nós quando éramos jovens; são diferentes. Vocês têm o direito de cometer seus erros, mas serão infames se cometerem os mesmos erros que nós cometemos”.
Disque racismo
Durante o evento, a presidenta Dilma anunciou mudanças no Disque 100, serviço que trata de violações dos direitos humanos. Agora, o canal inclui denúncias sobre questões raciais. Segundo a presidenta, o serviço foi reformulado para atender e encaminhar as vítimas desse tipo de crime, que durante muito tempo foi silenciado e negligenciado pelos governos sob um discurso de que “no Brasil não existe racismo”.
Fonte: CUT Brasília