segunda-feira, 6 de julho de 2015

Por que os brasileiros acham que só o PT é corrupto?

Por que o Governo Dilma parece autista ?
no Conversa Afiada

Conversa Afiada reproduz da Carta Maior agudo artigo do sempre brilhante professor Venício Lima:


VINTE POR QUÊS QUE EXIGEM RESPOSTA (ANTES QUE SEJA TARDE)




Por que a maioria dos brasileiros acredita que um único partido político é responsável pela corrupção? Por que defendem a volta dos militares?


1. POR QUÊ?
Os principais jornais e revistas, as principais emissoras de rádio e de televisão, “contam”, todos, “a mesma estória” sobre o que ocorre hoje no Brasil como se houvesse um único supra editor a editar todas as notícias?

2. POR QUÊ?
O Congresso Nacional eleito em 2014, com apoio ostensivo da grande mídia, adotou uma inédita pauta conservadora que ameaça conquistas históricas de direitos humanos fundamentais e desafia o equilíbrio entre os Poderes da Republica?

3. POR QUÊ?
A Justiça brasileira, com o entusiasmado apoio da grande mídia, investiga, prende, processa e condena algumas pessoas, partidos e empresas enquanto outras pessoas, partidos e empresas suspeitas de cometerem os mesmos crimes, são blindados e não são investigados, presos, processados e nem condenados? 

4. POR QUÊ?
A opinião de alguns poucos ministros do Supremo Tribunal Federal sobre questões jurídicas e políticas está sempre presente na grande mídia e a de outros ministros nunca está?

5. POR QUÊ?
Os “experts” econômicos e políticos entrevistados pela grande mídia são sempre os mesmos e suas opiniões são sempre as mesmas e são sempre opiniões de oposição política a alguns governos, independentemente de ser prefeituras, governadoria de estados ou a presidência da Republica?

6. POR QUÊ?
A maioria dos brasileiros acredita que um único partido político é responsável pela corrupção e/ou que apenas um partido político recebeu dinheiro de empreiteiras para financiar campanhas políticas?

7. POR QUÊ?
Ao contrário do que ocorre nas principais democracias do mundo, no Brasil, nada impede que empresas concessionárias do serviço público de rádio e televisão também sejam, nos mesmos mercados, proprietárias de jornais e revistas e produtoras de conteúdo audiovisual, constituindo monopólios e/ou oligopólios de informação e entretenimento?

8. POR QUÊ?
As normas e os princípios da Constituição de 1988 referentes à comunicação social não conseguem ser regulamentados no Congresso Nacional, apesar da legislação básica do setor ser uma lei caduca e desatualizada de 53 anos (1962)?

9. POR QUÊ?
Os nove estados e o Distrito Federal que incluíram nas suas Constituições e na sua Lei Orgânica a criação de conselhos estaduais de comunicação, a exceção da Bahia, não conseguem sequer debater o assunto?

10. POR QUÊ?
O Conselho de Comunicação Social, previsto no artigo 224 da Constituição Federal e regulado por Lei como órgão auxiliar do Congresso Nacional deixou de funcionar desde julho de 2014?

11. POR QUÊ?
Qualquer tentativa de se discutir um novo marco regulatório para a radiodifusão no Brasil é imediatamente interditada sob a acusação de censura e, mais recentemente, até mesmo comparada a propostas de Adolf Hitler?

12. POR QUÊ?
Apesar do potencial democrático da internet, no Brasil, ela está reproduzindo o predomínio das mesmas fontes oligopolistas de informação da grande mídia além de, paulatinamente, as redes sociais virtuais privadas começarem a controlar o acesso a portais e sites, até mesmo daqueles que tem por função “a crítica da mídia”?

13. POR QUÊ?
Chegamos à situação historicamente inédita de intolerância e ódio de brasileiros contra brasileiros pela simples razão de que alguns pensam politicamente diferente de outros, são de diferentes raças ou etnias, praticam diferentes opções sexuais ou frequentam diferentes cultos religiosos?

14. POR QUÊ?
Os que resistem e pensam diferente dos principais colunistas e analistas da grande mídia começam a ter medo de se expressar publicamente temendo represálias, até mesmo violentas, por parte daqueles dos quais discordam?

15. POR QUÊ?
Figuras públicas que ocuparam posições relevantes em funções de Estado estão perdendo seu direito de ir e vir ou de simplesmente frequentar um hospital ou um restaurante temendo hostilidades verbais e até físicas?

16. POR QUÊ?
Brasileiros saem a praça pública e defendem a volta dos militares ao poder ou a destituição de uma presidente legitimamente eleita pela maioria dos eleitores?

17. POR QUÊ?
Ao contrário do que ocorreu em relação à Copa do Mundo de Futebol (2014), agora não há um movimento apoiado pela grande mídia contra a realização das Olimpíadas de 2016 no Rio de Janeiro?

18. POR QUÊ?
Contrariamente a todas as evidências, ainda há gente acreditando que “o governo controla a mídia” e que jornalistas como Rachel Sheherazade foram “obrigadas a parar de falar mal de Dilma porque senão o governo cortaria as verbas de publicidade às quais o SBT tem o direito de receber”?

19. POR QUÊ?

Não há uma narrativa pública alternativa ao discurso dominante da grande mídia e assiste-se dia a dia à desintegração política de um governo que às vezes dá sinais de autismo e outras de total incapacidade de defesa e reação?

20. POR QUÊ?

Chegamos onde estamos e nos sentimos perplexos diante do poder desmesurado de oligopólios de mídia partidarizados, diante da cumplicidade de jornalistas profissionais enredados numa engrenagem da qual não conseguem (ou não querem) sair e diante da inércia de Poderes da República que deveriam ser os garantidores do processo democrático?


Venício A. Lima é jornalista e sociólogo, professor titular de Ciência Política e Comunicação da UnB (aposentado), pesquisador do Centro de Estudos Republicanos Brasileiros (Cerbras) da UFMG e autor de Cultura do Silêncio e Democracia no Brasil – Ensaios em Defesa da Liberdade de Expressão (1980-2015), Editora Universidade de Brasília, 2015; entre outros livros.



Veja também:

A GLOBO MASSACRA A CABEÇA DO BRASILEIRO E MASSACRA A DILMA


COLLOR: VEJA É ACHACADORA!

Não Somos Todos Iguais

por José Gilbert Arruda Martins

"Somos todos iguais, braços dados ou não"?
Não, definitivamente, não somos.

Ao contrário, somos uma sociedade de classes bem definidas, onde historicamente, uma delas mandou e manda, com mão de ferro.

Vivemos um tipo de apartheid social, econômico e cultural, a meu ver, muito pior e mais violento, que o africano, pois lá os negros e o povo tinham a apartação e as regalias das elites, escritas no papel, na Constituição, aqui não, nunca as elites escancararam o racismo, ele foi sempre escamoteado por praticamente todas as instituições sociais, pela imprensa, pela escola, pela Universidade, pelos escritores importantes.

Planejamos e criamos uma cultura do ódio que serviu e serve para explorar os escravos e, agora, os pobres. E essa cultura não se desfaz de uma hora para outra, mesmo porque, não existe o interesse das elites em destruí-lo, esse ódio faz bem a eles e seus negócios.

Portanto, esse ódio sempre existiu. Ele não era muito claro por que as elites foram muito pouco incomodadas em seu projeto mesquinho de abocanhar a riqueza quase toda para si.

Agora que os pobres começaram a disputar os espaços que são de todos, as elites saíram do comodismo, pelo menos, temporariamente, para ir ao ataque.

O ódio que hoje se descortina de forma absolutamente medieval, é próprio de grupos minoritários que detêm a hegemonia sobre a política e a economia do país há muitos anos.

Se analisarmos a história do país veremos claramente, que os momentos mais cruéis, foram e são marcados por tentativas do Povo em sair da miséria e do estado de abandono, e, em todos esses momentos, foi brutalmente reprimido.

A repressão veio, na maioria dos casos, em forma de estupro, perseguições, assassinatos, prisões ilegais, torturas etc.

Com o advento da internet a violência apenas se espalha com maior rapidez, mas ela é um fenômeno da cultura elitista brasileira que vem desde a Colônia.

Zumbi dos Palmares, numa tentativa de criar e por em prática um projeto coletivo, foi violentamente perseguido, torturado, teve a cabeça decepada e seu corpo exposto, numa clara e direta mensagem ao povo sobre quem verdadeiramente manda.

No século XIX, Nísia Floresta Brasileira Augusta, educadora, poetisa, feminista revolucionária do Nordeste, foi perseguida pela elites da época.

A violência não para por aí, quem conhece a vida de uma homem negro, que no início do século XX, se rebelou contra as torturas que os marinheiros sofriam?, João Cândido Felisberto, que nasceu no Rio Grande do Sul em 1880 sofreu a violência da "política" e da prisão.

Violência e repressão, desrespeito e brutalidades, são as marcas e o modelo de uso frequente pelas elites quando ela teve que tratar com a maioria, com os pobres e trabalhadores.

Somos uma sociedade marcada pela luta de classes; a Balaiada e a Cabanagem, que explodiram no Brasil do século XIX, são outros dois exemplos palpáveis dessa luta que recrudesce hoje no Brasil. São as elites, saindo do "bem bom" para mostrar quem controla, quem manda.

A violência do adesivo contra a presidenta Dilma, não lembra apenas a violência contra as mulheres da série "Game Of Thrones", trás à nossa memória, toda uma história de estupros que as meninas negras sofriam dia a dia durante mais de 300 anos realizados pelos Senhores, "homens Bons"  nas Senzalas e Casas Grandes do Brasil colonial.

E, agora, com pastores no poder, evangélicos conservadores mandando em um dos principais poderes da estrutura política do país, imaginem o que vem pela frente.

'POBREFOBIA' - Exacerbado, atual nacionalismo é pregado por quem veste Prada

na Rede Brasil Atual
Para Ana Maria Dietrich, professora da Federal do ABC, grupos que levantam bandeiras do ódio e do preconceito não possuem fundamento e são regidos pela elite brasileira
por Renan Fonseca, do ABCD Maior
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Professora criou o termo pobrefobia e o define como a ameaça à realidade cômoda de quem detém a hegemonia


São Bernardo do Campo – Professora de Ciências e Humanidades da Universidade Federal do ABC, Ana Maria Dietrich, nesta entrevista exclusiva, analisa as recentes manifestações de ódio e preconceito na sociedade brasileira e aponta que os grupos que levantam essas bandeiras não possuem fundamento e são regidos pela elite. "Essas pessoas tendem a defender formas reacionárias de poder como a intervenção das Forças Armadas e intervenção militar."
Ana Maria se coloca contra a intolerância praticada nos últimos tempos e aponta o surgimento da pobrefobia, termo que usa para identificar “aquele que é diferente e que ameaça a realidade cômoda de quem detém a hegemonia política e econômica”.
Doutora em História pela USP com a tese "Nazismo Tropical? O Partido Nazista no Brasil", foi pesquisadora do Centro de Estudos de Anti-Semitismo (Universidade Técnica de Berlim), Ana Maria diz que é difícil falar que manifestações raivosas como se tem visto no Brasil se caracterizem como nazismo ou fascismo: "Mas podemos falar, à luz das novas interpretações históricas sobre o nazismo, que nossa democracia possui áreas de sombra, ou seja, os chamados elementos fascistizantes, como por exemplo, a pressão pelo voto (antigo voto de cabresto), as milícias nas favelas, o monopólio da Rede Globo.
Nos últimos meses, vemos mobilizações de caráter radical e raivoso de grupos que pedem a volta da ditadura e utilizam até mesmo da simbologia nazista. Como a sra. vê essas manifestações?
Vejo como discurso do ódio, algo voltado aos extremismos, próprio de pessoas pouco politizadas e despreparadas para o diálogo público que faz parte do Estado de Direito democrático. Quem vai contra a presidente Dilma tem alguns argumentos, alguns até cabíveis dada as suspeitas de corrupção, porém, vejo que o grande motivo é se sentir ameaçado pelas políticas de inclusão (como o Bolsa Família) que podem mexer no status quo dos grupos de elite dominante, ameaçando-os de perder os privilégios que foram mantidos durante séculos pela lógica de uma sociedade baseada na desigualdade social e econômica. Os grupos de extrema direita, mais precisamente os nazistas, valiam-se sim da massa de indivíduos atomizados para usar como manobra e cooptar para suas ideologias. Pedir o fim da democracia também mostra a falta de memória política, sendo que apenas em 1985 acabou a ditadura militar no Brasil e os direitos e garantias individuais foram conquistados debaixo de muito sangue da resistência política. É um fruto da desinformação histórica.
Há uma radicalização política no Brasil?
Sim, fomentados por segmentos da mídia reacionária que protegem os direitos dos grupos de elite. Essas pessoas tendem a defender formas reacionárias de poder como a intervenção das forças armadas e intervenção militar. Volto a falar que falta informação sob a recente história brasileira.
É possível surgir um partido de extrema direita no Brasil agora?
Sim, é possível.
Como vê o uso de símbolos como a bandeira brasileira e o patriotismo defendido por esses grupos?
Considero que seja um nacionalismo exacerbado e sem fundamento, pois quem defende veste Prada e usa iPhone e não defende o Brasil gigantesco, dono de todo o tipo de heterogeneidades e diferenças, regionais e étnicas.
Há um viés de xenofobia (raiva a culturas de outros países) nessas manifestações? Os ataques contra os médicos cubanos seria xenofobismo? E o preconceito contra os haitianos?
Acredito que sim, mas é mais uma espécie de pobrefobia, mais do que contra estrangeiros, mas contra aquele que é diferente e que ameaça a realidade cômoda de quem está na hegemonia. Alguns haitianos sofrem preconceitos pois há racismo no Brasil, não pelo fato de serem estrangeiros. Aqui, o preconceito passa mais pela cor da pele do que pela nacionalidade.
A intolerância contra os homossexuais é uma manifestação de caráter fascista?
Com certeza. Pode ser caracterizada como um elemento fascistizante e que faz parte do discurso do ódio que está se disseminando muito no Brasil. As políticas inclusivas de Dilma e Lula estão começando a ser sentidas pelos grupos majoritários, que se sentem desconfortáveis com esse novo panorama.
Na internet e também em cartazes a imagem da presidenta foi manipulada para se parecer com a figura de Adolf Hitler. É possível avaliar se os grupos que usam dessa comparação possuem consciência e conhecimento da personalidade tanto de Hitler como de Dilma?
Acredito que não, o conhecimento do nazismo no Brasil assim como outros regimes autoritários é muito superficial. Seria interessante pensar em disciplinas dentro do currículo escolar tendo como foco os autoritarismos para que as novas gerações tenham maior contato com essa memória e conteúdo.
Até quando é válido usar símbolos e argumentos do nazismo para explicar ou criticar fatos atuais no Brasil?
É difícil se falar que isso se caracteriza como nazismo ou fascismo, mas podemos falar, à luz das novas interpretações históricas sobre o nazismo, que nossa democracia possui áreas de sombra, ou seja, os chamados elementos fascistizantes, como por exemplo, a pressão pelo voto (antigo voto de cabresto), as milícias nas favelas, o monopólio da Rede Globo...
O nazismo tinha alguma tolerância ao homossexualismo? 
Não era tolerante à homoafetividade, principalmente como preceito para a população em geral. Entre a cúpula dos líderes nazistas, a história era outra. Porém, os homossexuais comuns eram muito maltratados, foram confinados nos campos de concentração e tinham que usar o triângulo rosa.
Em seus trabalhos sobre a atuação do Partido Nazista no Brasil, é possível mensurar como era a aceitação do povo brasileiro com relação aos adeptos do nazismo?
Acredito que na década de 1930, mais precisamente até a proibição do partido e dos decretos de nacionalização em 1938, eles se movimentavam política, social e culturalmente normalmente entre os brasileiros. Porém, entre seus quadros partidários, os brasileiros não eram aceitos pela questão racial. No entanto, muitos brasileiros se viam simpáticos ao nazismo.
Adolf Hitler usou de alguma maneira preceitos religiosos para corroborar seus pensamentos xenofóbicos?
O que Hitler fazia em seus comícios era uma espécie de missa política, a política vista como religião. Mas não acredito que ele tenha sido influenciado por valores religiosos.

CARTA - Entre xingamentos e assédio, a solidariedade de uma jovem a Dilma

na Rede Brasil Atual
'O fato de você ser mulher fez isso: eu me sinto próxima de você. Quando falo de política e de você, me sinto falando de alguém que eu conheço e convivo'
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"Vim aqui te dizer, Dilma, que apesar das divergências políticas que tenho com o governo, te admiro profundamente"


A presidenta Dilma Rousseff recebeu a solidariedade da jovem Julia Dworkin, em uma semana na qual sofreu várias agressões morais tanto nos Estados Unidos, onde esteve em visita, quanto nas redes sociais, com expressões sexistas que levaram a manifestações de repúdio de todos os lados. Julia postou no Facebook, na quarta-feira (1º), uma carta em que se dirige diretamente à presidenta, ressaltando acreditar que ela não leria o seu manifesto. A garota pede que Dilma não deixe que esses dias muito duros a façam esquecer que ela é uma sobrevivente.
Leia a íntegra da carta a Dilma
"Eu vou falar diretamente com você. Sei que você não vai ler isso aqui, mas eu gostaria de ter uma conversa com você, de mulher pra mulher.
Eu não sou petista. Atualmente, me encontro recém-incluída no debate político, mas eu já sei que discordo demais de muitas políticas do PT. Me considero de esquerda e minha oposição em nada se parece com a oposição exercida pela direita conservadora e hipócrita do Brasil. Essa oposição que não gosta de ver pobre comprando carro e empregada doméstica com direitos. Minha oposição se deve à outras coisas, mas não vim falar delas. Só iniciei essa introdução porque essa não será uma conversa sobre política. Será uma conversa sobre você.
Eu lembro quando você se elegeu em 2010. Na época, eu não entendia absolutamente nada de política e nem sequer votei em você. Mas eu lembro do que eu senti quando te vi com a faixa presidencial pela primeira vez. Eu lembro que mesmo eu não sabendo exatamente o que aquilo significava, eu fiquei feliz. Eu fiquei confusa, estranhei bastante, mas ver alguém que poderia ser minha mãe representando o Brasil, fez com que eu me sentisse mais próxima à tudo.
Você começou a fazer parte da minha vida. O fato de você ser mulher fez isso: eu me sinto próxima de você. Quando falo de política e de você, me sinto falando de alguém que eu conheço e convivo. E isso não se deve ao PT e eu não me sentia assim com o Lula ou com nenhum outro político. É estranho, né? Eu não sei explicar. Mas pela primeira vez, eu me interessava quando a figura de representatividade máxima falava na televisão. Eu gosto de te ver. Adoro ver você falar na televisão. Nas últimas eleições, eu adorava ver televisão e ouvir sua voz.
Essa semana te vi na televisão. Você estava abatida e com um semblante triste. Pudera. 
Eu nunca vi um presidente do Brasil passar pelo que você passou. Eu sequer imagino o que você está sentindo depois de tantas adversidades, humilhações, escárnios e críticas oportunistas. Nem mesmo o FHC, e eu lembro vagamente de que ele era odiado por todo mundo na época.
Mas eu não vi o tipo de coisa que vejo as pessoas fazendo com você. Eu não vi adesivos desrespeitosos, vaias, charges absolutamente machistas e que ignoram totalmente sua posição nesse país. E eu imagino o que você deve estar passando. Você é uma mulher que representa uma país machista e que está em crise. Eu tenho plena consciência que você sabia o que tava por vir, mas isso não quer dizer que você tenha que aguentar sozinha. Até porque você não está sozinha e suas companheiras estão além da política. Como eu.
Vim aqui te dizer Dilma, que apesar das divergências políticas que tenho com o governo, eu te admiro profundamente. Admiro sua história e sua postura. Admiro sua coragem. E ouvir você falar me emociona, todas as vezes. Quero te dizer que eu sofro e choro com você todas as vezes que te atacam de forma pessoal, cruel e criminosa. Dói em mim. Toda vez que me deparo com esses ataques, sempre penso em como você está se sentindo ao ver aquilo. E penso em todas as vezes que isso já aconteceu comigo e com as mulheres que eu gosto, não em nível nacional, mas ainda assim. Quando vejo os olhares que te lançam e a forma que falam de você, lembro-me de quantas vezes enquanto eu falava, homens me olhavam com aquele mesmo olhar de desprezo. E quantas vezes falaram de mim de forma desrespeitosa e cruel. Lembro da insegurança que sinto quando vou falar em público, lembro de como eu me sinto ao falar em espaços que eu sei que todos acreditam não ser meu. Eu me lembro o quanto é dolorido e difícil. E seu rosto abatido não mente.
Seu rosto abatido da última semana me representa. Representa todas as mulheres atacadas, agredidas, silenciadas e humilhadas nesse país.
Seu rosto da última semana me lembra o quanto mulheres pagam mais caro.
Eu me preocupo com você, irmã. Minha admiração por você está para além do governo ou do momento que estamos vivendo.
Porque apesar de QUALQUER COISA, foi você que ao colocar aquela faixa de presidenta do Brasil disse pra mim que eu PODERIA CHEGAR LÁ. Você disse pra todas as mulheres que aquilo era possível. Que nós existimos. E toda a sua coragem diante dos ataques machistas e desumanos nos diz: Não só existimos. Como RESISTIMOS e SOBREVIVEMOS. Você é parte da nossa história.
E isso nunca NINGUÉM vai te tirar. E eles nunca entenderão o que isso representa pra mim e pra muitas outras mulheres desse país. E nós jamais esqueceremos de você. E também não esqueceremos do que fizeram contigo, do desrespeito e da falta de humanidade. Não vamos esquecer do último dia da mulher, quando um jornal colocou a representante máxima desse país de joelhos em uma charge. Não vamos esquecer isso, pois foi um recado para todas nós.
Você não tá sozinha Presidenta e eu vim te dizer que você deve sempre lembrar quem você é. Nunca abaixe a cabeça. Não deixe que esses dias muito duros te façam esquecer que você é uma sobrevivente, uma mulher, mãe, avó, filha e a primeira mulher que disse pra nós: "um dia pode ser você".
Obrigada

domingo, 5 de julho de 2015

REALIDADE DETURPADA - 'Folha' e Youssef perdem a memória e inventam notícia pró-PSDB

no Blog da Helena
Para entender matéria que tenta induzir o leitor a tirar conclusões diferentes do que dizem os fatos, temos que fazer "engenharia reversa" em cima das frases
por Helena Sthephanowitz
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Só a Folha teve "coragem" de publicar depoimento de Youssef, porém, após dar um jeito de deturpar bastante a realidade
por José Gilbert Arruda Martins

O que mais impressiona, pelo menos àqueles que lutaram e lutam nas ruas, no trabalho, nas praças, nas escolas, nas urnas e nas redes sociais, pela democracia, é o fato de alguns bandidos, entre eles, esse doleiro, sair cotidianamente na Tv e jornais, atacar o governo, Lula, Dilma e o PT, causando problemas de todos os tipos ao país, e, as instituições constituídas aceitar esse estado de coisas.


Nosso país é um grande e respeitado país. Somos um povo trabalhador, por isso a nossa grandeza, não podemos aceitar que um grupo de bandidos, que nunca trabalharam, possam ir à TV e jornais, atacar e serem ouvidos como alguém que tenha decência, é inaceitável.

Está difícil ler o jornal Folha de S.Paulo pelo tanto que tem deturpado a realidade para fazer campanha política em vez de jornalismo. A manchete de ontem (3) “PT quis trazer R$ 20 mi para eleição de Dilma, diz doleiro" parece ter sido escrita pela assessoria do senador Aécio Neves (PSDB). Para entender a matéria que tenta induzir o leitor a tirar  conclusões diferentes do que dizem os fatos, temos que fazer "engenharia reversa" em cima das frases.
Na página interna, a notícia espetaculosa vai mudando: “Youssef afirma ter recebido pedido de ajuda para campanha no início de 2014”. Até chegar na letra miúda: “Delator diz à Justiça Eleitoral que foi preso antes de fazer operação e não lembra nome da pessoa que o procurou”.
O caso é o seguinte:

1) O PSDB moveu uma  Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE)  no dia 18 de dezembro, dia da diplomação da presidenta Dilma. O processo movido por Aécio Neves pede a cassação da coligação encabeçada por Dilma por, segundo Aécio, "abuso do poder econômico e político" e ainda por "obtenção de recursos de forma ilícita".  De acordo com despacho do ministro João Otávio de Noronha, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, o objetivo do depoimento é questionar se houve propina direcionada à campanha eleitoral, como acusa Aécio.
2) O PSDB, leia-se Aécio Neves, já que ele como presidente do partido dá as ordens, arrolou como testemunha o doleiro Alberto Youssef. Ocorre que a Folha escondeu de seus leitores essa informação: Youssef é testemunha de Aécio Neves.
Outro detalhe que o jornal esqueceu de mencionar: o advogado do doleiro, Antonio Figueiredo Basto, tem enorme proximidade com o tucanato, a ponto de já ter sido membro do Conselho Administrativo da Sanepar indicado pelo governador do Paraná, Beto Richa (PSDB).
3) Alguém não identificado pela Folha que colheu o depoimento perguntou sobre "reportagem publicada no ano passado pela revista Veja, segundo a qual o PT havia pedido sua ajuda para repatriar os R$ 20 milhões".
4) Youssef respondeu: “Olha, uma pessoa de nome Felipe me procurou para trazer um dinheiro de fora e depois não me procurou mais. Aí aconteceu a questão da prisão, e eu nunca mais o vi (...) Se não me engano, o pai dele tinha uma empreiteira. Não consigo me lembrar (do nome da empreiteira) (...) Acho que era em torno de 20 milhões”, disse. Também falou "não se lembrar" do sobrenome de Felipe. Disse que foi apresentado por um amigo chamado Charles, que tinha uma rede de restaurantes em São Paulo e que Felipe não pertencia ao seu círculo de relações. A Folha escondeu quem é o tal Charles, ou quem o interrogou não teve a curiosidade de perguntar?
5) Ainda de acordo com a matéria, o doleiro Youssef disse que Felipe não falou em que país estaria o dinheiro. Disse que não teve mais nenhum contato com o tal Felipe e que foi preso cerca de 60 dias depois da conversa. Daí se conclui que a conversa, se ocorreu de fato, teria ocorrido em janeiro de 2014.
6) O doleiro deixa claro que não participou da campanha da presidenta, jogando uma ducha de água fria nas pretensões tucanas. Inclusive sua prisão foi em 17 de março de 2014, antes de as convenções partidárias definirem candidaturas e antes de os comitês financeiros das campanhas serem criados.
Na capa da Folha impressa, o suposto Felipe, filho sem sobrenome da suposta empreiteira sem nome, vira "emissário da campanha à reeleição de Dilma Rousseff". A suposta empreiteira sem nome é transformada no próprio Partido dos Trabalhadores na manchete tortuosa da Folha on-line: "PT quis trazer R$ 20 mi para eleição de Dilma, diz doleiro". Muita deturpação.
Nota-se que a Folha diz ter tido acesso a este depoimento de Youssef prestado no dia 9 de junho deste ano. Se a ação na Justiça eleitoral é do PSDB, óbvio que os advogados do partido e a cúpula tucana têm o depoimento há quase um mês em mãos e, muito provavelmente, a imprensa amiga dos tucanos, como é o caso da Folha e outros jornais e revistas, também deve ter tido acesso há um bom tempo.
Parece que nem a revista Veja quis publicar, pois o "não lembro" de Youssef coloca sob suspeita não para quem ele aponta o dedo, mas o próprio dedo de Youssef.
O "não lembro" leva o leitor atento aos fatos a desacreditar que a história contada de Youssef não seja verdade. Daí a imprensa atucanada não se interessou em publicar. Só a Folha teve a "coragem", mas só após dar um jeito de deturpar bastante a realidade.
A frágil memória de Youssef reforça as declarações do procurador-geral da República, Rodrigo Janot: “Estava visível que queriam interferir no processo eleitoral. O advogado do Alberto Youssef operava para o PSDB do Paraná, foi indicado pelo Beto Richa para a coisa de saneamento (Conselho de Administração da Sanepar), tinha vinculação com partido. O advogado começou a vazar coisa seletivamente”, afirmou o procurador-geral, em entrevista à própria Folha em 17 de novembro do ano passado.
Mas a Folha também nada disse sobre este detalhe, mostrando que anda com a memória tão fraca quanto Youssef sobre assuntos que, digamos, deixaram de interessar.

E por falar em Paraná...

O delegado José Alberto de Freitas Iegas, ex-diretor de Inteligência da Polícia Federal, confirmou na quinta-feira (2), em depoimento à CPI da Petrobras, que agentes federais instalaram escuta ilegal na cela em que estavam o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, na Superintendência da PF em Curitiba. O depoimento do delegado ocorreu a portas fechadas, a pedido dele. Também prestou depoimento o agente Dalmey Fernando Werlang, apontado como o responsável pela instalação da escuta. Segundo dois deputados, o agente disse que instalou as escutas a pedido do superintendente da PF, Rosalvo Ferreira Franco, e dos delegados Márcio Anselmo e Igor Romário de Paula, que estão à frente da Lava Jato.
Os delegados Márcio Anselmo e Igor Romário de Paula fizeram campanha eleitoral nas redes sociais para o candidato Aécio Neves (PSDB). Os dois, integrantes da Superintendência da Polícia Federal do Paraná, órgão que concentra as investigações da Lava Jato, registraram ações como o compartilhamento de propaganda de Aécio e ataques a Dilma e ao ex-presidente Lula. Em alguns comentários, os delegados repercutiram, durante o segundo turno, a denúncia sem provas de que Lula e Dilma sabiam dos desvios na Petrobras.

Os policiais ajudaram ainda a divulgar notícias, sem nenhuma prova, sobre depoimento que estava em sigilo de Justiça, de Paulo Roberto Costa, no qual teria dito que o PT recebia 3% do valor de contratos da estatal.

sábado, 4 de julho de 2015

Comissão apura estupros a menores descendentes de quilombolas em GO

no G1

Polícia Civil já concluiu 10 inquéritos sobre crimes na cidade de Cavalcante. Em um deles, vereador foi indiciado por suspeita de abusar de criança.



Membros da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados realizam, nesta segunda-feira (20), uma audiência pública na cidade de Cavalcante, no nordeste de Goiás, para apurar denúncias de abusos sexuais contra crianças e adolescentes kalungas, que são descendentes de quilombolas. Desde janeiro, a Polícia Civil já concluiu dez inquéritos de estupro de meninas com até 14 anos. Um deles indiciou o vereador Jorge Cheim (PSD), de 62 anos, em fevereiro passado, por estupro de uma criança de 12 anos.

O G1 tentou contato com o vereador Jorge Cheim, mas ele não foi localizado até a publicação dessa reportagem. A Câmara Municipal de Cavalcante também foi procurada, mas as ligações não foram atendidas.
A comunidade Kalunga que vive em Cavalcante é uma das maiores do Brasil. O grupo ocupa uma área de 260 mil hectares, nas proximidades da Chapada dos Veadeiros, onde moram aproximadamente 8 mil quilombolas. Carentes, muitas crianças e adolescentes precisam trabalhar em troca de alimentação e estudos.

Durante a audiência pública, os deputados pretendem ouvir autoridades locais, familiares das vítimas e cidadãos que quiserem fazer novas denúncias de violência e abuso. Após esse processo, a comissão vai decidir se pede a participação de outros órgãos federais para garantir os direitos das crianças e adolescentes, além de abrir inquéritos para apurar a responsabilidade dos crimes.
Também participam da audiência representantes do Ministério Público de Goiás, do governo estadual, e da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO).
Investigação
O delegado responsável pelo caso, Diogo Luiz Barreira, explicou ao G1 que o vereador Jorge Cheim começou a ser investigado em novembro de 2014, depois que uma criança de 12 anos denunciou que foi estuprada na fazenda do parlamentar. “Ele acordou à noite, amarrou a menina na cama e abusou dela”, disse. Após o crime, a criança procurou o Conselho Tutelar e denunciou o político.
Conforme o delegado, a menina morava com a família de Cheim na cidade e estava com eles a passeio na propriedade rural. Eles eram a família substituta da garota desde que os pais perderam a guarda. O delegado não soube informar o motivo e nem quando a menina se mudou do povoado Vão do Moleque, onde vivia, para a casa do suspeito.
De acordo o depoimento da vítima à polícia, houve só um episódio de abuso. Depois do crime, ela pediu para se mudar para a casa de tios, que também moram em Cavalcante. Além do depoimento da vítima, o delegado informou que o laudo do Instituto Médico Legal (IML) comprovaram que a menina foi vítima de abuso.

Barreira ressaltou, ainda, que os outros investigados pelos casos de abuso sexual são moradores da cidade.

DIREITOS INDÍGENAS - Presidente da Funai promete demarcar terras e ouvir povos indígenas nas decisões

na Rede Brasil Atual
Duas semanas após assumir o cargo, João Pedro Gonçalves da Costa afirma que pretende demarcar terras e se posiciona contrariamente à transferência dessa atribuição ao Legislativo
por Agência Brasil
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João Pedro, sobre a PEC 215: "É muito mais racional e democrático que esta decisão continue com o Executivo"
por José Gilbert Arruda Martins

João Pedro Gonçalves tem, pelo currículo, todas as condições de fazer um bom trabalho à frente da Fundação Nacional do Índio (Funai).

Espero, que ouça concretamente, os principais interessados, que são os Povos indígenas.

Que não faça, como muito que passaram pelo órgão, de não ouvir os interessados e não demarcar as terras indígenas provocando, com isso, a matança de mais e mais pessoas em diversas regiões do país, principalmente no Mato Grosso e região Norte.

Repito, o novo presidente tem uma história ligada aos Movimentos Sociais- Universidade, Movimento estudantil é militante do Partido dos Trabalhadores...

Que venha para fazer.

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Brasília – Pouco mais de duas semanas após assumir o cargo de presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai), João Pedro Gonçalves da Costa disse hoje (3) que sua gestão será marcada por demarcação de terras indígenas e abertura ampla de diálogos, com a participação dos povos indígenas nas decisões que envolvem território e desenvolvimento, principal motivo de conflitos que violam direitos indígenas.
"Não vou passar pela Funai como um presidente que não demarcou terras. Nós precisamos conversar com o núcleo mais duro do governo e com o Congresso Nacional. Eu vou até a Câmara (dos Deputados) conversar com as bancadas que apoiam os povos indígenas e com as bases do governo para abrir um diálogo sobre os retrocessos", disse João Pedro, em entrevista ao programa "Amazônia Brasileira", das rádios da Empresa Brasil de Comunicação.
João Pedro abordou temas relevantes para os povos indígenas, como a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que transfere para o Congresso a prerrogativa de demarcação de terras, e as políticas desenvolvimentistas do governo, como a criação de hidrelétricas e rodovias em áreas de preservação e territórios indígenas.
"É muito mais racional e democrático que esta decisão (de quais terras demarcar) continue com o Poder Executivo", disse João Pedro. Ele reconhece, porém, que as disputas pela terra envolvem atores importantes, sendo necessário ouvir todas as partes, em especial os povos que ocupam a região.
"Os procedimentos de demarcação são procedimentos democráticos, que garantem o contraditório. Um dos problemas das últimas grandes obras – e nos últimos 15 dias ouvi muito isso das lideranças (indígenas) – é a falta do diálogo. O que é inaceitável é a empresa ir para o território sem dialogar com os povos indígenas que ocupam aquela região e têm aquele espaço como território", disse.
O presidente da Funai deu como exemplo a Usina Hidrelétrica de Balbina, situada ao norte de Manaus. Criada para fornecer energia para a população da capital amazonense, a implementação da usina na região afetou de modo significativo a dinâmica de populações ribeirinhas, ao modificar geograficamente o espaço do rio.
Quanto ao quadro que encontrou ao assumir a presidência da Funai, João Pedro disse que a situação estrutural da fundação está debilitada e que faltam recursos e pessoal para que os trabalhos sejam retomados de maneira mais satisfatória. Ele informou que, em breve, deve ser realizado concurso para preenchimento de 220 vagas.
"A Funai está muito debilitada. Nós precisamos retomar o fortalecimento de sua estrutura. A responsabilidade da Funai é muito grande e não podemos, diante da atual conjuntura, ter uma Funai sem um bom orçamento, sem um quadro técnico competente, sem seus escritórios, sem sua representação", disse.
João Pedro assume o cargo em um momento delicado para o órgão, que ficou os últimos dois anos sem presidente, acumulando demandas em relação a políticas indígenas e causando diminuição na responsabilização dos conflitos envolvendo o direito à terra, como o que ocorreu no último dia 24, em Mato Grosso do Sul. Na ocasião uma mulher e duas crianças fugiram. As crianças ainda não voltaram para o acampamento.

As normas que o novo presidente diz seguir estão previstas pela Convenção 169, em vigor desde 2004. A convenção foi adotada pelo governo federal, em consonância com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), para orientar as políticas de governo em relação aos povos indígenas e tribais. De acordo com o texto, esses povos são dotados de direitos que exigem dos gestores medidas de cooperação com os "povos interessados para proteger e preservar o meio ambiente dos territórios que eles habitam".

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Quem São os Responsáveis Pelas Selvagerias Realizadas Pelos Coxinhas Contra a Presidenta do Brasil Dilma Roussef?

por José Gilbert Arruda Martins

E, se um irresponsável coxinha desses, em um momento de puro ódio, atentar contra a vida da presidenta Dilma Roussef, quem irá responder? Quem será responsabilizado criminalmente?



No início era apenas choro de perdedor inconformado com ataques preconceituosos e racistas contra os nordestinos. 

Mais tarde vieram os "politizados" batedores de "panelas-cheias" e manifestações mesquinhas contra o Bolsa Família e demais Políticas Públicas Sociais.

Depois vieram os vídeos repletos de ódio, covardes e machistas postados na internet, as concentrações de golpistas, aqui em Brasília e, principalmente em São Paulo.

Os insultos públicos contra ex-ministros...

Agora, numa atitude selvagem, profundamente covarde e machista, os coxinhas perdedores, vieram com um adesivo que ataca a maior e mais importante autoridade do país, respeitada por milhões de pessoas que votaram nela aqui no Brasil, que é bem recebida por chefes de governo e de Estado mundo a fora a presidenta Dilma Roussef.

O adesivo não ataca apenas a presidenta que venceu democraticamente as eleições com mais de 54 milhões de votos, ataca a figura de uma senhora que é mãe e avó, e mais, ataca a todas as mulheres desse imenso país. 

É uma atitude descabida, absurda de desrespeito a toda a nação. Ninguém, absolutamente ninguém que tenha a mínima humanidade e responsabilidade, pode emprestar apoio a uma selvageria dessas.

Hoje, recebi em um grupo que faço parte no Whatsapp, dois vídeos com coxinhas nos Estados Unidos da América, xingando a presidenta e sua comitiva.

Juntando todas as atitudes antidemocráticas e criminosas que vem acontecendo - entre elas, a que aconteceu com Jó Soares, ministro Padilha, Mantega etc -, uma pergunta vem à minha mente - quem está por trás dessa violência toda? Será que o DEM e o PSDB tem alguma coisa com esses lamentáveis e antirrepublicanos acontecimentos?

As evidências levam aos principais líderes desses dois partidos.

Toda as falas do senador Aécio Neves e seus amigos golpistas na TV, rádios e jornais é no sentido de insuflar a violência, o projeto do parlamentar, vencido democraticamente nas eleições de 2014, é derrubar de qualquer forma a presidenta do poder, definitivamente não faz o papel responsável de um opositor.

Seu amigo e parceiro na campanha golpista, senador pelo Dem do Estado do Goiás, senador Caiado - criador da UDR, movimento que armou fazendeiros na década de 90 no Brasil, latifundiário e defensor contumaz da violência no campo contra camponeses e sem terra -, postou em sua página no facebook semana passada que Lula da Silva, tinha entrado com um pedido de habbeas corpus para não ser preso, levando à opinião pública do Brasil uma mentira de grandes e graves proporções.

E, se um irresponsável coxinha desses, em um momento de puro ódio, atentar contra a vida da presidenta Dilma Roussef, quem irá responder? Quem será responsabilizado criminalmente?

A direita irresponsável, dirigida pelo DEMOCRATAS = (a UDN, ARENA, PDS e PFL) mais o PSDB, precisão explicar à opinião pública do Brasil e do exterior sobre essa violência que já está beirando uma tragédia.

Os órgãos e  autoridades constituídas, Partido dos Trabalhadores, Ministério da Justiça, Advocacia Geral da União, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil etc. precisão tomar providências urgentes antes que, repito, uma tragédia maior e sem volta possa acontecer.


STF manda Alckmin pagar dias parados de professores de São Paulo

na Rede Brasil Atual
Presidente do STF, Ricardo Lewandowski, considerou que o salário dos servidores não pode deixar de ser tratado como verba de caráter alimentar, cujo pagamento é garantido pela Constituição
por Cida de Oliveira
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Para Lewandowski (dir.), pagar os dias parados e contratar substitutos não traz prejuízo aos cofres públicos

ão Paulo – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, concedeu liminar ao Sindicato dos Professores da Rede Oficial de São Paulo (Apeoesp) em Reclamação (RCL) 21040 contra o desconto na folha de pagamento dos servidores em greve entre 13 de março e 12 de junho. A decisão foi publicada hoje (2).
O ministro considerou que o salário não pode deixar de ser tratado como verba de caráter alimentar, cujo pagamento é garantido pela Constituição Federal, e que a garantia constitucional do salário, prevista nos artigos 7º (inciso VII) e 39 (parágrafo 3º), assegura o seu pagamento pela administração pública, principalmente nas situações em que o serviço poderá ser prestado futuramente, por meio de reposição das aulas, como costuma acontecer nas paralisações por greve de professores.
A Apeoesp entrou com a medida no STF contra decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que acolheu ação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), permitindo o desconto dos dias não trabalhados. O tucano foi ao STJ contra decisão do Órgão Especial do Tribunal de Justiça paulista, que por 17 votos a seis concedeu aos professores o direito de receber seus salários sem descontos.
No Supremo, a Apeoesp alegou que o STJ, em sua decisão favorável aos descontos, usurpou a competência do STF ao analisar e julgar um caso que já está sendo debatido no Supremo.
No entendimento de Lewandowski, o mandado de segurança proposto pela Apeoesp na Justiça paulista visou a assegurar o livre exercício do direito de greve, sem que houvesse descontos de vencimentos, anotações de faltas injustificadas ou qualquer providência administrativa ou disciplinar desabonadora aos servidores que aderiram ao movimento.
O ministro reconheceu que houve usurpação da competência do STF, "haja vista que o presidente do Superior Tribunal de Justiça apreciou pedido de suspensão que caberia à Presidência do Supremo Tribunal Federal apreciar”, salientou Lewandowski.
Outro argumento afastado pelo presidente do STF foi o de que o pagamento dos dias parados, a contratação de professores substitutos e a devolução dos valores descontados poderiam trazer prejuízo aos cofres públicos. Ao conceder a liminar, o ministro Lewandowski disse que a retenção dos salários devidos pode comprometer “a própria subsistência física dos professores e de seus familiares”.
Durante a mais longa greve da história, os professores parados passaram a ter seus salários descontados já na folha de abril, quando receberam 17 dias. Em maio e junho nada receberam. No período, tiveram auxílio do fundo de greve repassado nas subsedes e recorreram às próprias finanças e ajuda de parentes. "A grande maioria estava vivendo de cesta básica", afirma a presidenta da Apeoesp, Mara Izabel de Azevedo Noronha, a Bebel. "Professor vivendo de cesta básica é a comprovação da redução da importância da categoria."
De acordo com a dirigente, a mais longa paralisação da história foi a primeira em que o sindicato foi obrigado a recorrer às mais altas instâncias da Justiça brasileira para defender seus direitos. "O governo quis jogar pesado, mas também fomos duros na queda. É uma questão de justiça. O governo não pode seguir assim criminalizando os movimentos sociais, querendo punir uma paralisação que está dentro do direito."
A decisão do Supremo, conforme Bebel, regula também a reposição das aulas. "Os professores já podem organizar suas turmas e repor com mais qualidade os conteúdos. Do jeito que estava, havia escolas dando reposição, outras não, e muito professor de português repondo aula de matemática."
Ainda segundo Bebel, ao contrário do que afirmaram ao longo da greve Alckmin e o secretário da Educação, Herman Voorwald, que apresentariam uma proposta de política salarial para quatro anos e que os professores deveriam aguardar o anúncio do plano salarial, não houve anúncio nem em abril, nem em maio e nem em 1º de julho – data-base considerada pelo governo, quando a categoria considera 1º de março.
O vice-presidente da CUT-SP Douglas Izzo comemorou a decisão do Supremo. Para ele a decisão deve ser comemorada sobretudo porque o governo paulista se eximiu de negociar com a categoria e, ao contrário do que determina a lei, cortou o ponto dos servidores e não reconhece o direito de greve. "É uma vitória da categoria, uma vitória da Apeoesp, numa greve em defesa de uma educação de qualidade, para além das questões da carreira do magistério".
Ontem, um dos 25 desembargadores que compõem o Órgão Especial do Tribunal de Justiça do Estado pediu vista no processo do dissídio da greve, suspendendo o julgamento. O relator e o juiz revisor consideraram a greve abusiva, recomendaram que os pontos da pauta não fossem concedidos e acataram os argumentos de Alckmin. O pedido de vista possibilita acrescentar novos elementos que podem influenciar os 23 desembargadores que ainda não votaram. Com o texto que embasou o voto do relator, a Apeoesp está reunindo novos argumentos para o julgamento, que deve ser retomado no final deste mês.