por José Gilbert Arruda Martins
O governo Dilma Roussef precisa manter suas promessas de chamar os Trabalhadores e Trabalhadoras para as negociações.
Os Movimentos Sociais, todos sabem, foram decisivos no segundo turno e na vitória sobre o atraso que representava o outro projeto.
A Classe Trabalhadora e os Movimentos Sociais em geral precisam ser ouvidos.
É totalmente inaceitável, engolir ministros como a Kátia Abreu e, por cima ainda ter que aceitar medidas autoritárias, unilaterais.
É uma lástima, os trabalhadores e Trabalhadoras terem que pagar novamente a conta de uma crise econômico-financeira criada e engendrada pelo grande capital.
O governo Dilma Roussef precisa entender que não pode se eleger com um discurso de esquerda e governar como direita.
As centrais sindicais, e toda a sociedade e Classe Trabalhadora não aceitarão retrocessos e apoiar um governo que governa como direita, o professor Vladimir Safatle, em seu livro "A esquerda que não teme dizer seu nome", sobre o assunto diz:
"(...) Como se a governabilidade justificasse a acomodação final da esquerda nacional a uma semidemocracia imobilista, de baixa participação popular direta e com eleições em que só se ganha mobilizando, de maneira espúria, a força financeira com seus corruptores de sempre."
Dilma Roussef não pode, em risco de jogar no lixo um projeto que pode fortalecer a Classe Trabalhadora, distribuir melhor a riqueza, em nome da governabilidade, entregar o governo aos interesses do grande capital especulativo. Isso seria traição aos Movimentos Sociais que ajudaram a elegê-la com a grande esperança de aprofundamento das Políticas Públicas que fortaleça e liberte nosso Povo do controle exploratório capitalista.
Compromisso de diálogo com movimentos deve ser cumprido
"Tendo em vista as medidas anunciadas pelo governo no dia 29 de dezembro de 2014, com o objetivo de ajustar as despesas do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) e da Previdência Social, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) manifesta a posição contrária ao método utilizado para a tomada de decisão por parte do governo. Contrariamente aos compromissos assumidos de que as decisões que envolvessem os trabalhadores deveriam passar por um processo de negociação que permitisse às Centrais Sindicais opinar e oferecer propostas alternativas a quaisquer iniciativas, fomos surpreendidos por um anúncio unilateral das medidas sem que pudéssemos contribuir e de alguma forma assegurar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
A CUT não concorda com as medidas adotadas no âmbito do Seguro Desemprego, tendo em vista que elas penalizam os trabalhadores e trabalhadoras jovens que estão ingressando no mercado de trabalho e também aqueles empregados nos setores com menor especialização, onde a rotatividade de mão de obra é uma prática recorrente do setor patronal.
A CUT considera que as medidas tomadas penalizam exclusivamente os trabalhadores e não impõem nenhuma regra ou sanção para inibir a rotatividade de mão de obra praticada pelas empresas com o único e exclusivo objetivo de reduzir os salários.
A CUT não concorda com o argumento de que os trabalhadores são responsáveis pela rotatividade de mão de obra existente hoje no país. Os exemplos utilizados não se constituem regra e não é a causa do aumento de gastos com o seguro desemprego. Os trabalhadores e trabalhadoras querem manter o seus empregos, terem seus salários valorizados e não fraudar um dispositivo que minimiza os prejuízos causados pela ganância empresarial. Essa medida representa um sério retrocesso aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Em relação ao seguro defeso, a CUT sempre se posicionou pela mais ampla transparência e controle social na concessão de benefícios. Por isso defendemos a manutenção da política de concessão exclusivamente para os trabalhadores e trabalhadoras da pesca e que o cadastro de beneficiários tenha o mesmo controle dos benefícios concedidos por outras políticas sociais, como o Bolsa Família, o Prouni etc.
A Central Única dos Trabalhadores também manifesta a sua preocupação com as medidas tomadas no âmbito da Previdência Social de forma pontual. Somos os maiores interessados na manutenção do equilíbrio das contas da Previdência, no entanto, esse equilíbrio não pode ser feito a custa dos direitos. Por isso queremos que a discussão seja mais abrangente, que possa inclusive criar uma solução para o Fator Previdenciário que tanto penaliza os trabalhadores, para que esses direitos não sejam comprometidos.
De acordo com a presidenta em exercício da CUT, Carmen Helena Foro, “É importante deixar claro que tudo o que se refere à transparência, aperfeiçoamento e maior controle social não trazem problemas para nós, desde que não retire direitos dos trabalhadores”. Também segundo ela, “é preciso reafirmar o compromisso de que toda a pauta dos trabalhadores e trabalhadoras seja previamente discutida e acordada com a CUT e as Centrais Sindicais”, como foi o compromisso assumido com a presidenta Dilma.
CUT Nacional"