domingo, 4 de janeiro de 2015

Como a mídia é regulada na Suécia

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por José Gilbert Arruda Martins

E aí? Vamos entrar no debate? ou vamos deixar apenas "eles" debaterem?
Quem são "eles"?
"Eles" são a "grande" mídia.
Os políticos de direita que não querem nem pensar em regulamentação da mídia.
Partidos de direita, de apoio ou não ao governo, que são contra a regulamentação.
São os grupos econômicos rentistas, banqueiros, grandes empresas e empresários.
Você não pode ficar apenas olhando. Participe de alguma forma.
Professores e professoras do país inteiro precisam levar o debate para as salas de aula.
Estudantes do Ensino Fundamental ao Superior, precisam se envolver no debate, levar o tema para as reuniões, encontros dos Grêmios estudantis e CAs.
E você trabalhador, vai ter tempo de conhecer e debater?
Postamos logo abaixo uma matéria que pode nos ajudar a entender a importância da regulamentação da mídia no Brasil
Aproveite.

O artigo abaixo é de Claudia Wallin, jornalista brasileira radicada na Suécia e autora do livro Um país sem excelências e mordomias.

no Diário do Centro do Mundo


DE ESTOCOLMO
O Ombudsman sueco da Imprensa levanta uma sobrancelha, como se acabasse de ouvir um impropério ou um desvairado insulto pessoal. A pergunta é se o sistema de regulação da mídia na Suécia pode ser interpretado como algum tipo de censura ou cerceamento da liberdade de imprensa. ”Absolutamente não”, diz um quase raivoso Ola Sigvardsson. ”Trata-se,aqui, de proteger a ética”.
Em 1766, a Suécia aprovou a primeira lei de liberdade de imprensa do mundo. Um século e meio depois, os suecos chegaram à conclusão de que era inadiável criar um modelo que, se de um lado preservava a essencial liberdade de expressão, de outro continha os perigosos excessos da mídia. Em 1916, o país criou o mais antigo conselho supervisor de imprensa da história – um modelo pioneiro, que viria a inspirar a criação de organismos de auto-regulamentação da mídia em diversos países.
Tempos depois, os suecos deram mais um passo à frente: incorporaram representantes da sociedade e do Judiciário ao seu Conselho de Imprensa. Criaram também um Comitê de Radiodifusão para supervisionar o rádio e na TV, e também puseram lá cidadãos comuns – como professores, médicos, representantes de sindicatos. E a presidência dos dois organismos é sempre excercida por juízes da Suprema Corte, que se alternam, em regime de revezamento, à frente dos órgãos de supervisão.
O entendimento sueco é que o direito de expressar uma opinião traz, em doses iguais, o dever da responsabilidade. ”A liberdade de expressão, quando exercida de forma abusiva, pode ofender, incitar à discriminação e à violência, ou ter consequências negativas para um indivíduo ou uma sociedade como um todo”, diz a literatura oficial sueca sobre o tema.
O modelo sueco é, por definição, um sistema de auto-regulação voluntária da mídia – mas que se equilibra sobre o alicerce de um sólido conjunto de normas de conduta, e leva em conta a voz do público. Não há uma legislação específica para regular a imprensa: o que rege o sistema é um robusto código de ética.
”A ética é sempre muito mais rigorosa do que as leis”, pondera Ola Sigvardsson, ex-jornalista que desde 2011 ocupa o cargo de Ombudsman da Imprensa na Suécia.
”Um jornal poderia, por exemplo, publicar os nomes de pessoas que cometeram suicídio, ou de indivíduos suspeitos de ter praticado um crime. Isso não seria uma violação à lei, mas seria antiético. A ética também manda que a imprensa seja particularmente cuidadosa com as vítimas de crimes, por elas já terem sofrido o suficiente”, observa Sigvardsson.
”A ética é sempre muito mais rigorosa do que as leis”, diz o ombudsman Ola Sigvardsson
”A ética é sempre muito mais rigorosa do que as leis”, diz o ombudsman Ola Sigvardsson
Os guardiões da ética na imprensa sueca são o Ombudsman da Imprensa e o Conselho de Imprensa (Pressens Opinionsnämnd). O Ombudsman, também uma invenção sueca (de ”ombud”, representante, e ”man”, povo”), é a face pública do sistema. Ele atua como o primeiro filtro das queixas relacionadas à mídia, e tem poderes para mediar correções e direitos de resposta nos jornais. Casos mais complexos são examinados pelo Conselho em seu conjunto.
O envolvimento no sistema do Conselho de Imprensa é voluntário – mas praticamente todos os jornais e sites noticiosos do país são sócios desse clube: aos olhos do seu exigente público, submeter-se voluntariamente a um real escrutínio representa uma espécie de selo de garantia de responsabilidade.
”Quando o jornal Expressen foi criticado certa vez, o editor estampou a seguinte manchete: ’O Expressen foi criticado pelo Conselho de Imprensa. Leiam sobre isso’. Porque a posição do editor é a de que ser reconhecido como um jornal responsável é o caminho do futuro, e uma maneira de se diferenciar do ”quase jornalismo” que em muitos casos se pratica na internet.  
“No passado, publicar uma crítica do Conselho era algo vexaminoso. Hoje, eu diria que essa cultura está sendo transformada: publicar uma crítica mostrando que seu jornal errou mostra ao seu público que você está empenhado em ser correto”, diz o Ombudsman da Imprensa, que é nomeado por um comitê especial composto pelo Ombudsman do Parlamento, o presidente da Associação Nacional de Magistrados da Suécia e o presidente do Clube Nacional de Imprensa.
O Conselho de Imprensa sueco é formado por 32 integrantes: além dos quatro juízes da Suprema Corte que se revezam na presidência, a composição do órgão é equilibrada entre 16 representantes das organizações de mídia e 12 membros do público em geral. Os representantes públicos – atualmente composto, entre outros, por médicos e professores – são nomeados pelo Ombudsman do Parlamento, e pelo presidente da Associação Nacional de Magistrados da Suécia.
”Não há qualquer interferência de políticos, do estado ou do governo. É um comitê independente, que realiza uma supervisão independente”, diz Fredrik Wersäll, o juiz da Suprema Corte que preside atualmente o Conselho.
”A Suécia tem uma forte tradição de liberdade de expressão, que é um elemento básico de uma sociedade liberal. Mas por outro lado, é preciso defender os valores éticos”, destaca Wersäll.
O juiz Fredrik Wersäll
”Não há qualquer interferência de políticos, do estado ou do governo”, diz o juiz Fredrik Wersäll, presidente do Conselho de Imprensa
Com orçamento anual de 45 milhões de coroas suecas (cerca de 15,3 milhões de reais), o Conselho de Imprensa da Suécia é financiado majoritariamente pelas quatro principais organizações jornalísticas do país: a Associação de Editores de Jornais (75%), a Associação dos Editores de Revistas (5%), a União de Jornalistas (menos de 1%) e o Clube Nacional de Imprensa (menos de 1%) – organismos que são também responsáveis pela formulação do Código de Ética que rege o sistema.
Os cerca de 20% restantes do financiamento do Conselho vêm de uma peculiaridade do sistema sueco: as multas aplicadas a empresas jornalísticas que violam as normas da ética. O valor das multas varia de 13 mil coroas suecas (cerca de 4,4 mil reais), para jornais de menor porte, a 22 mil coroas (aproximadamente 7,4 mil reais) para jornais com tiragem superior a dez mil exemplares.
É um sistema que ainda se apóia consideravelmente na eficácia da ameaça da humilhação pública: jornais que atropelam o código de ética costumam publicar os veredictos do Conselho de Imprensa em notas da proporção de uma página quase inteira – mesmo não sendo obrigados a isso: ”Recomendamos que as críticas sejam publicadas com destaque, mas não há obrigatoriedade no cumprimento da norma”, diz Synnöve Magnusson, secretária-geral do Conselho.
“Por que então quase sempre as críticas ocupam quase toda uma página?”, pergunto.
”Penso que é porque os jornais têm grande respeito pelo sistema”, responde Synnöve. ”E o sistema funciona, porque os leitores suecos odeiam ver esse tipo de crítica no jornal que compram”.
No site oficial do Conselho de Imprensa, é possível acessar um extenso banco de dados com as reprimendas e punições aplicadas pelo órgão. Um dos casos mais recentes é o de um sueco que se prepara para cumprir pena em uma penitenciária, e que encaminhou a sua queixa ao Conselho: o jornal Aftonbladet havia incluído seu nome em uma lista decondenados pela Justiça procurados pela Interpol, em reportagem intitulada ”Caçados em todo o mundo”.
Só que o homem já havia se apresentado à Justiça, que o condenou a quatro anos de prisão por ter ludibriado os serviços sociais ao fingir estar preso a uma cadeira de rodas para receber benefícios do Estado. O Conselho demandou a correção.
A cada ano, o Conselho recebe em torno de 200 queixas formais, em sua maioria relacionadas à cobertura jornalística sobre suspeitos de crimes e a casos de invasão de privacidade. Este ano, das 136 reclamações recebidas, 72 resultaram em críticas ao órgão jornalístico em questão.
”O sistema é eficiente, e não penso que o código de ética deve ser transformado em lei. Porque uma legislação teria o potencial de reduzir a liberdade de expressão”, opina o Ombudsman da Imprensa.
A Suécia também não tem uma legislação específica para regular a alta concentração da mídia no país: dois grupos, o sueco Bonniers e o norueguês Schibsted, controlam os jornais de maior circulação nacional e têm diferentes interesses no mercado de TV; a tradicional Bonniers controla ainda a maior editora do país.
”Somos um país pequeno, de pouco mais de 9 milhões de habitantes, e o mercado tende a ser mais concentrado. Temos por outro lado uma forte tradiçãode liberdade de opinião, e fortes valores éticos na mídia. Também há um grande espectro de empresas independentes de distribuição e produção de conteúdo.Mas há um consenso geral de que, a longo prazo, precisaremos ter um novo panorama de mídia no país”, diz Kristoffer Talltorp, o porta-voz do Ministério da Cultura.
Casos de fusão de empresas de mídia, porém, passam obrigatoriamente pelo crivo do Konkurrensverket, a autoridade sueca que regula a competição no país.
”Bloqueamos uma fusão de empresas de mídia recentemente, pois do contrário uma companhia de TV a cabo teria se tornado dominante demais”, conta Maria Ulvensjö, especialista em casos de merger do Konkurrensverket. ”Mas não é proibido na Suécia que uma empresa de mídia cresça e adquira predominância.”
Também não há nenhuma proibição formal, na Suécia, de que políticos sejam donos de jornais ou concessões de rádio e TV.
”Mas isso simplesmente não acontece aqui. Seria inaceitável”, afirma o porta-voz do Ministério.
Para o rádio e a TV sueca, o sistema de auto-regulação segue os moldes do modelo adotado na imprensa. Oguardião do sistema é a Comissão de Radiodifusão(Myndigheten för Radio och TV), subordinada ao Ministério da Cultura. São duas as funções do órgão: regulamentar a outorga de concessões, e supervisionar se as regras estabelecidas na Lei de Rádio e Televisão são cumpridas pelas emissoras.
A renovação de concessões de rádio e TV não é automática.
A renovação de concessões de rádio e TV não é automática
A renovação de concessões de rádio e TV não é automática
”As licenças são concedidas por um período máximo de seis anos”, diz Kerstin Morast, diretora do departamento responsável pela outorga de concessão de licenças. ”Todas as licenças de rádio e TV na Suécia expiram simultaneamente, e portanto a cada seis anos iniciamos um amplo processo de análise da renovação das licenças”.
Não há registro recente, no entanto, de casos de revogação de concessões.
”Não temos problemas sérios de violação das normas na Suécia”, diz Kerstin.
Algumas normas da Lei sueca de Rádio e TV, atualizada em 2010, são:
. O direito de realizar transmissões deve ser exercido, mais especificamente no caso das emissoras públicas, com imparcialidade e objetividade
. Empresas jornalísticas devem garantir que os serviços de jornalismo reflitam os conceitos fundamentais de uma sociedade democrática, o princípio de que todas as pessoas têm igual valor, e a liberdade e dignidade do indivíduo
. Programas para crianças menores de 12 anos de idade não devem ser interrompidos por comerciais
. Anúncios comerciais na TV não devem exceder o total de 12 minutos por hora
A lei sueca também proíbe a veiculação de comerciais destinados a crianças menores de 12 anos de idade.
Igualmente, a lei não permite que estrelas de programas infantis façam qualquer tipo de propaganda na TV.
”E antes das 9 da noite, as emissoras devem também evitar exibir filmes violentos ou que possam amedrontar as crianças. É recomendável ainda que a violência na TV sempre seja mantida em níveis aceitáveis”, diz o jurista Nils Sigfrid, jurista da Comissão de Radiodifusão.
A supervisão do cumprimento das normas é feita em caráter constante, na Comissão, pelo chamado Comitê Supervisor da Radiodifusão (Granskningsnämden för Radio och TV).
O órgão é composto por 11 integrantes, incluindo três juízes da Suprema Corte. Os demais oito membros são representantes públicos, nomeados pelo governo.
”Atualmente, os representantes do público são umprofessor de Mídia e Comunicação, três jornalistas, sendo que um deles é aposentado, um escritor e o diretor de uma companhia de ópera”, detalha Helena Söderman, chefe do departamento de supervisão da Comissão de Radiodifusão.
Não se trata, repete Söderman, de um trabalho de censor: ”Absolutamente nada a ver com censura”, diz ela. ”Temos uma legislação com normas de conduta, e regras especiais que os detentores de concessões devem seguir.”
Dos cerca de 1 300 casos julgados anualmente pelo Comitê, segundo Söderman, a maioria é relacionada à questão da imparcialidade e da exatidão das informações veiculadas.
A punição para o descumprimento das normas é a leitura das críticas do Comitê antes da transmissão do programa em questão – ou multa: casos de emissoras que violam por exemplo as regras sobre anúncios comerciais, ou sobre a proibição de exibir produtos em programas não comerciais, são levados pelo Comitê à Justiça. O valor da multa, nesses casos, pode chegar a5 milhões de coroas suecas (cerca de 1,7 milhão de reais).
Deve haver sensatez no modelo de regulação da mídia dos suecos e seus vizinhos escandinavos, que adotam sistemas semelhantes: Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca aparecem consistentemente no alto dos rankings dos países com o maior índice de liberdade de imprensa do mundo.
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Claudia Wallin
Sobre o Autor
A jornalista brasileira Claudia Wallin, radicada em Estocolmo, é autora do livro Um país sem excelências e mordomias.

O que é o Sisu

Fonte: MEC
O Sistema de Seleção Unificada (Sisu) é o sistema informatizado gerenciado pelo Ministério da Educação (MEC) no qual instituições públicas de ensino superior oferecem vagas para candidatos participantes do Exame Nacional de Ensino Médio (Enem).
quando acontece
O processo seletivo do Sisu é realizado duas vezes ao ano, sempre no início do semestre letivo. A inscrição é gratuita, em uma única etapa e é feita pela internet.
como funciona
A cada edição, as instituições públicas de ensino superior que optam por participar do Sisu ofertam vagas em seus cursos. Ao final do período de inscrições, são selecionados os candidatos mais bem classificados dentro do número de vagas ofertadas.

Educação - Especialistas apontam prós e contras do Enem e do vestibular

Especialistas apontam prós e contras do Enem e do vestibular Tadeu Vilani/Agencia RBS
Mudanças nas seleções de acesso ao Ensino Superior colocam em discussão os critérios para avaliar os candidatos a uma vaga nas universidadesFoto: Tadeu Vilani / Agencia RBS

Mudanças nas seleções de acesso ao Ensino Superior colocam em discussão os critérios para avaliar os candidatos a uma vaga nas universidades

Os quase 40 mil inscritos para o vestibular da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que começa na manhã deste domingo, estão participando de um concurso singular, com potencial para mudar o futuro do maior e mais disputado processo seletivo acadêmico do Estado. Pela primeira vez, a instituição está reservando parte de suas vagas — 30% do total de 5.641 — para o ingresso com a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), via Sistema de Seleção Unificada (Sisu).
Por meio de um ranking, o Sisu distribui os candidatos mais bem colocados pelos cursos com vagas disponíveis em instituições públicas de todo o país. No primeiro semestre de 2014, de acordo com o Ministério da Educação, 54 das 59 universidades federais brasileiras permitiram a entrada de alunos pelo Sisu, utilizando o sistema de forma total ou parcial (dados mais atuais devem ser divulgados ainda este mês). No Rio Grande do Sul, quatro entidades públicas já usam a prova do governo federal como modo único de admissão: Universidade Federal de Rio Grande (Furg), Universidade Federal do Pampa (Unipampa), Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e Universidade Federal de Pelotas (UFPel). A Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) realizou em dezembro o último vestibular no formato tradicional. A partir de agora, fará uma transição até a implementação total do ingresso pelo Sisu, em 2017. É o mundo acadêmico em acelerada metamorfose.
Com 8,7 milhões de inscritos no ano passado, o Enem, detentor de um histórico de falhas e polêmicas — cadernos de questões vazados nas vésperas, quadrilhas comercializadoras de vagas em ação durante o teste, correções malfeitas —, é uma prova única aplicada em todo o território nacional que permite grande mobilidade aos candidatos. Um aluno de Bagé pode almejar cursar Medicina no Rio de Janeiro, no Pará e em Pernambuco sem ter de se deslocar a outras regiões e enfrentar exames diferentes em cada destino.
Métodos de avaliação na ponta dos debates
Professores e especialistas abraçam uma ou outra dessas vantagens e fragilidades do Enem ao prever o futuro do vestibular. Professor titular de Psicologia da Educação da UFRGS, Fernando Becker vê com apreensão a troca da individualidade das instituições por uma avaliação padrão, igual, para alunos de uma nação com tamanha diversidade. Com uma logística complexa, o Enem generaliza questões que antes podiam explorar a cultura local do candidato — a matemática, destaca Becker, é igual para o jovem gaúcho ou amazonense, mas o enredo que envolve o cálculo terá de abdicar da regionalidade. O vestibular da UFRGS, avalia o professor, é melhor do que o Enem.
— O vestibular que conhecemos está seriamente comprometido. Se a universidade tem por função garantir um ensino de qualidade e o sistema de pesquisa, o que estamos vendo é que o vestibular não está mais selecionando os melhores, como fazia antes, mas atendendo a vários outros critérios, muito por definição de políticas públicas. Para onde vai isso, eu não sei, mas é extremamente preocupante — lamenta Becker.
Em um universo onde existem muito mais aspirantes a uma faculdade do que assentos livres para acomodá-los, não se pode abdicar de um método de seleção. Para Mozart Neves Ramos, professor e ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e diretor do Instituto Ayrton Senna, o Enem é uma ferramenta melhor por buscar uma visão mais interdisciplinar dos conteúdos, dispensando boa parte da decoreba exigida no vestibular. Não tira a autonomia das instituições porque permite que cada unidade escolha se quer ou não aderir. Para Ramos, o grande mérito do Enem é o de ter incitado uma necessária reformulação da rede de ensino.
— Não tenho dúvida de que o Enem é melhor do que o vestibular. Pode induzir a mudança no Ensino Médio. O livro didático ainda está se ajustando. A formação do professor precisa mudar, com uma visão muito mais interdisciplinar. O primeiro ano das universidades também precisa se adequar. A maioria fez pouco ou nada para receber esses novos alunos, ainda está com aquele formato de avaliação do passado. Devemos mudar a escola de Ensino Médio e a universidade e diversificar a oferta de cursos tecnológicos — recomenda Ramos.
UFRGS em fase de testes
Com o concurso deste ano destinando 1.645 vagas para entrada por meio do Sisu, a UFRGS dá início a um teste. O resultado dessa experiência com uma nova porta de ingresso além das provas do vestibular tradicional apontará o rumo que a universidade deverá seguir nos próximos anos. Depois da matrícula dos calouros, da recepção aos novatos de outros Estados e dos primeiros meses de adaptação desses alunos é que a universidade poderá avaliar de forma adequada o saldo desta primeira vez. Só então será tomada a decisão sobre os próximos vestibulares: se haverá uma fatia maior ou menor de vagas para o Sisu ou, até mesmo, se essa modalidade de admissão continuará valendo.
Para Rui Vicente Oppermann, vice-reitor e atualmente no exercício da reitoria, um dos mais importantes fatores a serem observados é o do choque cultural que os estudantes dos mais distintos pontos do Brasil poderão sentir ao se transferir para o Rio Grande do Sul.
— Teremos que administrar. Alguém que venha de uma região quente do país para o nosso inverno, por exemplo. Não é só o frio, mas uma sociedade adaptada ao frio tem um estilo de viver mais recluso. Quem estiver acostumado ao verão e ainda longe de casa pode ter dificuldades — diz Oppermann.
Estudantes de baixa renda aprovados pelo Sisu terão o direito de usufruir dos mesmos benefícios oferecidos aos demais estudantes sem condições de se manter sozinhos na cidade para conduzir os estudos, como verba para moradia e locomoção, além de refeições gratuitas.
— Estamos prontos para receber esses alunos. No sentido material, com os auxílios e as bolsas, e pelo lado pessoal, acolhendo-os de forma calorosa e afetiva — garante o vice-reitor.
Entre as entidades particulares gaúchas, a Unisinos é uma das que já permite que os interessados em seus cursos de graduação aproveitem o escore da prova nacional de mais de uma forma. O candidato opta por utilizar, total ou parcialmente, ou não a nota do Enem. É possível, por exemplo, não fazer as provas e concorrer só com a nota ou prestar o concurso tradicional e aproveitar a nota do Enem para melhorar o desempenho final.
— A imensa maioria ainda prefere o vestibular. Há uma tendência de adesão maior ao Sisu, mas é muito imprevisível ainda. Um dia pode ser, mas não há nada concreto ou previsto sobre eliminar totalmente o vestibular. Quem vai dizer isso é o número de candidatos — comenta Martha de Andrade Silva, professora e integrante do comitê do vestibular da Unisinos.
PUCRS está atenta às possibilidades
A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) não utiliza, em nenhuma medida, o Enem. Hoje em dia, o aluno que almeja uma vaga pode tentar vestibular, processo seletivo complementar (oferta de vagas que sobraram do concurso), transferência entre instituições e ingresso para diplomado. Segundo Mágda Cunha, pró-reitora acadêmica, a universidade está atenta às mudanças no cenário acadêmico e analisando novas possibilidades.
— No momento, nenhum estudo elimina o vestibular, mas estudamos possibilidades complementares e diferenciadas. Os processos e as carreiras são cada vez mais diversos, e a avaliação das competências para ingresso também deverá ser na mesma medida — afirma Mágda.
O ENEM
— O Enem é realizado uma vez por ano, com quatro provas objetivas de 45 questões cada uma distribuídas em dois dias, além de uma redação.
— Os testes englobam as áreas de ciências humanas, ciências da natureza, linguagens e matemática.
— O Enem permite ao candidato a participação em diferentes programas de acesso ao ensino: Sistema de Seleção Unificada (Sisu), que oferece vagas em instituições
públicas de Ensino Superior; Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec), que permite acesso gratuito a cursos técnicos; Programa Universidade para Todos (Prouni), que concede bolsas parciais e integrais em instituições superiores privadas; Ciência sem Fronteiras, que dá bolsas para intercâmbio; benefício do Fundo de Financiamento
Estudantil (Fies).
— Em 2014, 8,7 milhões de pessoas se inscreveram para os testes, o que representou um aumento de 21,6% em relação ao ano anterior.
O SISU
— Gerenciado pelo MEC, o Sisu possibilita que instituições públicas de Ensino Superior de todo o país ofereçam vagas para os estudantes que realizam o Enem.
— O candidato faz a prova e depois escolhe o curso que deseja cursar. São selecionados os mais bem classificados dentro do número de vagas ofertadas. O processo seletivo é aberto duas vezes por ano.
— No Brasil, 54 das 59 universidades federais abriram vagas pelo Sisu para o ingresso de estudantes no primeiro semestre de 2014.
NO RIO GRANDE DO SUL
Adesão
O número de vagas oferecidas pelas universidades públicas gaúchas por meio do Sisu foi de 10.229 no primeiro semestre de 2014, conforme dados do MEC.
Seleção unicamente pelo Sisu
— Furg, Unipampa, UFCSPA e UFPel.
Seleção parcial via Sisu
— Uergs: utiliza o Sisu como forma de ingresso na maioria de seus cursos de graduação.
— UFSM: atualmente, um pequeno número de vagas é destinado ao ingresso via Sisu. Realizou-se em dezembro o último vestibular nos moldes tradicionais. A partir de agora e até 2016, ocorrerá um processo de transição para adoção gradativa do Sisu, estando ainda disponível o processo seletivo seriado (provas de avaliação anuais para estudantes das três séries do Ensino Médio). A partir de 2017, o ingresso de novos alunos ocorrerá apenas pelo sistema do governo federal.
— UFRGS: 30% das vagas do concurso vestibular de 2015 estão reservadas para o ingresso via Sisu — do total de 5.641 vagas, portanto, 1.645 são exclusivas para o acesso com a nota obtida no Enem.

sábado, 3 de janeiro de 2015

A República dos Ruralistas

Deputado Paulo César Quartiero DEM/RR

por José Gilbert Arruda Martins

Você conhece esse senhor?

Quem elegeu esse deputado?

Foi você que não pesquisa em quem vota. Foi você do Povo, do Povo simples, que vive com salário mínimo.

Conheça antes, vote depois.

Se não fizer assim, será sempre mais um que alimenta um grupo de políticos que só pensa neles e em seus negócios.

Conheça a bancada dos "contra o Povo"...Povo vota em Povo...quem elegeu os Ruralistas? quem deu voto a esses caras além da família? Fomos nós, o Povo...Cuidado você quando vota sem analisar, pesquisar, pode estar votando no Inimigo..."Votando com o inimigo", esses caras não seriam eleitos apenas com o voto dos amigos e familiares. Você está elegendo os caras que irão ferrar com você e tudo que acredita. Entre e veja a lista dos inimigos do Povo e da sociedade.



No Congresso Nacional tramitam atualmente inúmeras propostas que atacam frontalmente os direitos indígenasgarantidos na Constituição de 1988; direitos conquistados pela população brasileira há mais de 25 anos para proteger sua diversidade cultural e ambiental.
Quem são os interessados em restringir esses direitos? Parlamentares da bancada ruralista, a maioria deles grandes proprietários de terra, que, legislando em favor de si próprios, cobiçam terras indígenas, territórios quilombolas e unidades de conservação. Eles querem aprofundar o poder oligárquico que sempre marcou a história do país, e consolidar de vez o Brasil como uma República dos Ruralistas.
Com este site, apresentamos uma sistematização de informações sobre financiadores de campanha, patrimônio fundiário e financeiro, além de ocorrências judiciais da bancada ruralista. O site conta com 32 perfis das principais lideranças ruralistas no Senado e na Câmara, autores ou apoiadores de projetos que atentam contra os direitos indígenas. Progressivamente, alcançaremos toda a bancada e aprofundaremos a análise das informações.
De fontes públicas, os dados aqui disponibilizados reforçam a ligação desses parlamentares com empresas multinacionais do agronegócio, crimes ambientais e contra populações tradicionais e pequenos agricultores. Tornam claros também os interesses particulares e corporativos das propostas que defendem.

A vitória dos povos indígenas e quilombolas na luta contra o Projeto de Emenda à Constituição 215/2000


Fonte CIMI - Conselho Indigenista Missionário


Fonte da notícia: Roberto Antonio Liebgott, Missionário Equipe Porto Alegre - Cimi Regional Sul

O Congresso Nacional concluiu, na noite de quarta-feira (17/12/2014), as sessões ordinárias do ano legislativo e da 54ª Legislatura. O último dia de trabalho no parlamento, 22, deverá ser usado apenas para discussões relativas ao orçamento de 2015.
Em abril de 2013, o presidente da Câmara dos Deputados determinou a criação de Comissão Especial para analisar a Proposta da Emenda Constitucional - PEC 215/2000. Com o fim desta legislatura, a Comissão Especial será extinta, assim como o relatório substitutivo do deputado Osmar Serraglio, que não foi votado. A PEC 215/2000 será então, provavelmente, arquivada.
Articulada por parlamentares ruralistas, a PEC 215/2000 pretendia transferir do Poder Executivo para o Poder Legislativo as atribuições constitucionais de demarcação de Terras Indígenas, de titulação dos Territórios Quilombolas e de criação de Unidades de Conservação. Caso fosse aprovada, aniquilaria com as possibilidades dos povos terem suas terras demarcadas.
Nas últimas quatro semanas os povos indígenas, com o apoio do Conselho Indigenista Missionário e de outros movimentos e entidades que lutam pela defesa dos direitos indígenas e quilombolas, intensificaram as mobilizações junto ao Congresso Nacional para impedir que o relatório elaborado pela Comissão Especial da Câmara fosse votado, uma vez que seu conteúdo é explicitamente contrário às demarcações de terras. Denúncias do Ministério Público e da Polícia Federal dão conta de que o relatório da Comissão Especial, ao invés de ter sido elaborado pelo relator da Comissão designado para essa finalidade, Deputado Osmar Serraglio, foi escrito por um assessor jurídico da CNA - Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária  e que este assessor recebeu em pagamento 30 mil reais pelo trabalho.
Os povos indígenas e quilombolas combatem a referida PEC desde a sua criação. No entanto, o debate ganhou força nos dois últimos anos em função da ofensiva dos setores ligados às grandes empresas de mineração e do agronegócio que querem maior liberdade de atuação para explorar as potencialidades econômicas existentes no solo e subsolo dos territórios demarcados ou em demarcação para povos originários e comunidades tradicionais.
Em abril de 2013, quando da criação da Comissão Especial, indígenas de todo o Brasil protestaram em Brasília e reivindicaram do governo federal um posicionamento firme contra a PEC, o que não aconteceu. Na mesma ocasião, exigiram no Congresso Nacional que o projeto fosse rejeitado e retirado de pauta. Ao contrário disso, ganhou força a perspectiva de que a PEC fosse efetivamente aprovada por uma Comissão Especial e, posteriormente encaminhada para votação no Plenário da Câmara dos Deputados. As lideranças indígenas tiveram que ocupar o Plenário da Câmara para exigir participação nos debates acerca do conteúdo da PEC. Foi criada uma comissão mista, com indígenas e parlamentares, para tratar do projeto. O relatório final desta comissão mista se opôs à proposta, refutando, então, a emenda constitucional. No entanto, desconsiderando este processo, o Presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves, criou a Comissão Especial, cujos componentes, em sua maioria, eram deputados da bancada ruralista.
As últimas semanas de novembro e as primeiras de dezembro foram de extrema tensão. Lideranças indígenas de diversas regiões do Brasil realizaram ações e mobilizações na capital federal, travando uma grande batalha para impedir que a Comissão Especial apreciasse e votasse o relatório final. Enfrentaram, neste período, todo tipo de adversidades, manobras na Câmara dos Deputados, especialmente as regimentais em torno de sua tramitação. Aos povos e suas lideranças foi negado o direito de acompanhar as reuniões da Comissão. Não conseguiam acessar a casa do povo para, ao menos, acompanhar o que se discutia sobre o futuro de seus territórios.
Desde terça (16/12), todos os acessos ao Congresso Nacional foram tomados por policiais legislativos e pela polícia militar. Aos indígenas cabia protestar do lado de fora do parlamento, pois lá dentro os ruralistas pretendiam decidir o futuro das demarcações de terras. E o governo federal, através de sua presidente da República e seus ministros da Casa Civil, Ministério da Justiça e Secretaria Geral da Presidência não se pronunciou sobre a repressão que se praticava contra os indígenas nas portas dos poderes da República. Ao contrário, os governos Federal e o Distrital, ambos do Partido dos Trabalhadores, ofereceram suas polícias - a Força Nacional de Segurança e a Polícia Militar - para combater, como se uma guerra houvesse, os indígenas que se mobilizavam contra os ataques aos seus direitos constitucionais. Além disso, introduziram policiais disfarçados – os chamados P2 – no meio das manifestações e, mais grave ainda, designaram policiais à paisana para monitorar e controlar as reuniões e as ações das lideranças indígenas desde o local onde estavam hospedadas até o Congresso Nacional.
Os líderes indígenas, no dia 16/12, foram violentamente reprimidos nas portas da Câmara dos Deputados por centenas de policiais fortemente armados e equipados. Depois de uma ação truculenta dos policiais, quatro lideranças acabaram presas quando estavam sendo conduzidas para uma reunião com o Ministro da Justiça reunião que, aliás, não ocorreu porque o Ministro, depois de ter solicitado a reunião, não compareceu. Outras duas lideranças foram presas pela Força Nacional de Segurança, numa operação com mais de cem policiais na BR-040 durante a noite, quando as delegações indígenas regressavam para o local onde estavam hospedadas.
No dia 17/12 as forças policiais continuaram a monitorar e reprimir os indígenas quando estes se dirigiam novamente ao Congresso Nacional onde continuariam sua vigília contra a PEC 215. Novamente foram impedidos de ingressar na Câmara dos Deputados, apesar de lá dentro, na “casa do povo” a reunião da Comissão Especial ter se iniciado. Do lado de fora, cercados por centenas de policiais os indígenas iniciaram seus rituais. Rezavam aos seus entes espirituais numa sincronia e verdadeira lição de interculturalidade, já que o espaço de ritual que se constituiu congregava pessoas de diferentes povos e religiosidades, mas todos estavam imbuídos de um propósito comum, e pediam força para que a PEC 215 não fosse aprovada. Rezaram sobre a Constituição Federal, envolvida por um cocar, um maracá e um colar indígena, símbolos de proteção. Depois, com mais intensidade e força espiritual, queimaram papéis onde estavam escritos os nomes dos parlamentares ruralistas que compunham a Comissão Especial. E lá dentro da “casa do povo” a reunião já estava adiantada. De repente, entre os cânticos, o ritual, o som dos maracás, a fumaça dos cachimbos dos pajés – a fumaça do petenguá – e os discursos dos parlamenteares a energia elétrica da “casa do povo” foi interrompida. Retornou, piscou, apagou! Retornou, piscou e apagou definitivamente. A reunião da Comissão Especial ficou às escuras. O presidente da Comissão, Afonso Florence decidiu pela suspensão dos trabalhos por falta de condições operacionais para a continuidade.
As expectativas se voltavam para o turno da tarde, pois assim que a energia voltasse, os parlamentares retomariam as discussões. Lá fora, com o céu azul e sol escaldante, ainda sob o cerco de policiais, os indígenas retomaram seus rituais. Por volta das 15hs os cantos, os maracás e os cachimbos formavam um ambiente sagrado, diante das portas de um parlamento que lhes negou o direito de acesso, que os impediu de assistir a um momento determinante para seus direitos. E, naquele momento, nuvens pesadas começaram a se formar sob o céu que, até então, estava azul. Raios, trovões e chuva, muita chuva, caíram sobre a “casa do povo”, alagando ruas e escorrendo para as garagens e o subsolo da Câmara dos Deputados, levando para dentro dela ainda mais lama. A reunião da Comissão Especial acabou suspensa em definitivo. O deputado ruralista Nilson Leitão (PSDB-MT) reconheceu em plenário que as pretensões de aprovação da PEC não se concretizariam, ao proferir publicamente a expressão “Fomos derrotados”...Apesar da bancada ruralista ser a maioria na Comissão Especial, o relatório da PEC 215 não seria aprovado. 
Os cinco líderes indígenas que, de forma arbitrária, acabaram sendo presos pelas forças repressoras do governo, foram libertados na tarde de sexta-feira 19/12, graças a intervenção da assessoria jurídica do Cimi e da Funai que ingressaram com pedidos de Habeas Corpus junto ao Juiz do Tribunal do Júri de Brasília. Na fundamentação da decisão em que concede a libertação dos indígenas, que podemos considerá-los presos políticos, o juiz Fábio Francisco Esteves afirma: “Verifico que as prisões não podem ser mantidas. É preciso registrar que os fatos se deram no contexto do legítimo exercício do direito de manifestação, da liberdade de expressar, do direito de participação na esfera pública, de integrar o processo deliberativo político, pilares centrais de sustentação de um Estado Democrático de Direito. O evento se deu em um contexto sensível, envolvendo um complexo debate político de uma polêmica questão indígena, em que os sujeitos afetados procuraram exercer o direito de defesa dos seus interesses através da manifestação, do movimento de protesto, de contestação contra uma sociedade que na sua visão, por meio dos seus representantes, se pôs contra eles”. Ver mais emhttp://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2014/dezembro/juiz-concede-liberdade-a-indios-acusados-de-flechar-policial-militar-em-manifestacao-no-cogresso.
Os líderes indígenas, apesar de experimentarem a repressão, obtiveram uma vitória extraordinária. Ela se deve a mobilização incansável e a convicção de que, com a luta e com a união, inclusive espiritual, é possível superar obstáculos que às vezes parecem ser intransponíveis. Mas o descanso é por pouco tempo. A luta segue, pois os inimigos ainda estão acordados.
Porto Alegre, RS, 20 de dezembro de 2014.
Roberto Antonio Liebgott
Cimi Sul-Equipe Porto Alegre

Terra Indígena Morro dos Cavalos

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Fonte: CIMI


por José Gilbert Arruda Martins

Faça de 2015 um Ano Novo para você, entre na Luta pela causa indígena brasileira. O novo ano para ser bom, tem que ser para todos e todas.

Não fique apenas vendo a História passar pela janela. Participe dos Movimentos que fazem a sociedade se mover. Você, sozinho ou sozinha é apenas mais um (a), juntos somos fortes.

2015 é o nosso ano, mas, só será nosso de verdade se você entrar na Luta.

Você será mais feliz, mais gente, mais Humano, entrando na Luta de Todos e Todas. 

Você não precisa ser Índio ou Índia, Negro ou Negra para lutar pela causa dos índios e negros. Você não precisa ser gay para entrar na Luta pela causa LGBT, entendeu?

Não precisa ser pobre para entrar na Luta contra a miséria e a Fome. Não precisa ser da periferia para entrar na Luta pelos jovens negros e pobres assassinados pela PM nas periferias do país.

Não precisa ser Mulher para entrar na Luta contra a violência contra as Mulheres.

Simplesmente, entre na Luta.

Você será mais gente, mais feliz, mais pessoa, mais HUMANO.

Homologação Urgente!

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Cantora revoluciona música pop após assumir perna amputada em clipe

no Catraca Livre
A cantora Viktoria Modesta, 26 anos, é nova sensação da música pop. Além da bela voz, a artista chamou a atenção por assumir a amputação da perna esquerda com a utilização de próteses. Recentemente, Viktoria ganhou destaque após apresentar o clipe ‘Prototype’, exibido durante a final do reality show ‘X Factor’, do Channel 4, na Inglaterra.
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Nascida na Letônia, ela tirou a perna voluntariamente em 2007 após passar por diversas cirurgias que não resolveram a sequela de um problema que teve durante o parto. Além de compositora, ela também é modelo e coleciona editoriais em publicações como The New York Times, Vogue, iD, Grazia, além de aparições em semanas de modas de Londres e Milão.
‘Prototype' entra para o clube dos videoclipes que questionam a música pop e os modelos pré-estabelecidos, ao lado de 'Paparazzi' de Lady Gaga, lançado em 2009, e 'Chandelier', de Sia, lançado este ano. No vídeo, a falta da perna é usada como um questionamento para a ‘perfeição’ imposta à sociedade.
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Veja o vídeo do clipe:

Equipe de transição do novo governo promete pagar dívida do 13º



Por Maria Carla 

 

Nesta terça-feira (30), o Sinpro se reuniu com a equipe de transição do novo governo para resolver o pagamento do 13º salário dos(as) professores(as). Recebidos pelo futuro secretário de Relações Institucionais, Marcos Dantas, representantes da diretoria do Sinpro informaram sobre a falta de pagamento e solicitaram o reconhecimento da dívida como dívida do GDF e o compromisso de que esse direito seja pago assim que o novo governo tome posse.
O representante da equipe de transição assumiu o compromisso de efetuar o pagamento assim que tomar conhecimento da situação. Ele disse que o entendimento do novo governo é o de que salário de trabalhador é sagrado e, sendo o 13º salário, será tratado como prioridade e que todas as medidas necessárias para execução desse pagamento serão providenciadas a fim de que isso aconteça o mais rapidamente possível. Contudo, Dantas disse que não pode ainda definir uma data.
A preocupação da Diretoria do Sinpro é a de que o governo trate essa dívida como as demais e que, por isso, seja classificada como erro de pagamento e caia no chamado exercício findo. Contudo, Dantas garantiu que o novo governo vai tratar as dívidas de salário de forma diferenciada e prometeu que, em havendo recursos financeiros, efetuará imediatamente o pagamento dos(as) professores(as) aniversariantes de dezembro efetivos e temporários e mais os acertos resultantes de reajustes salariais ocorridos durante o ano e também não pagos aos aniversariantes de janeiro a agosto.
Dantas informou ainda que a equipe de transição está consciente da situação. No entendimento da diretoria do Sinpro, essa reunião foi necessária porque a categoria não pode acumular prejuízos. Como na semana passada o Sinpro ingressou na Justiça com uma liminar e até hoje o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Território (TJDFT) não obrigou o governador Agnelo Queiroz a pagar os(as) servidores, a Diretoria do Sindicato está fazendo todas as mobilizações possíveis para assegurar esse pagamento. Na segunda-feira (29), o Sinpro se reuniu com o governador e, nesta terça (30), buscaram a equipe de transição.
Reconhecimento de dívida – Trata-se de um ato administrativo realizado pelo Poder Executivo nesse tipo de situação de pagamento que deveria ter sido executado em um exercício e que não foi e que, para ser pago no exercício seguinte, ou seja, em 2015, há a necessidade de se fazer o reconhecimento da dívida para que ela não seja enquadrada no decreto criado durante mandato do ex-governador Joaquim Roriz de “exercício findo”.

GDF encerra mandato causando prejuízos aos professores(as) e orientadores(as) educacionais

O governador Agnelo Queiroz termina seu mandato causando prejuízos a mais de 10 mil profissionais do magistério público do DF.  Após  a realização de atos e reuniões entre o Sinpro e  representantes...

Por Tomaz site do Sinpro-DF

 

O governador Agnelo Queiroz termina seu mandato causando prejuízos a mais de 10 mil profissionais do magistério público do DF.  Após  a realização de atos e reuniões entre o Sinpro e  representantes do GDF (incluindo o próprio governador), o governo não concretizou compromissos assumidos durante as negociações e deixa grande parcela da categoria, entre efetivos e temporários, sem o pagamento do 13º salário. O Sinpro repudia o injustificável comportamento do governo de subtrair destes profissionais do magistério o direito fundamental de usufruir do salário a que tem direito.
Salário é direito fundamental de cada trabalhador e trabalhadora, além de obrigação prioritária do governo. Por esta razão, o Sinpro mobilizou a categoria para realização de atos públicos para garantir o crédito de pagamento de dezembro, ações para garantir os acertos devidos de aposentadorias de setembro e outubro, atos para exigir o pagamento do 13º salário de profissionais efetivos(as) e temporários(as), além de várias reuniões entre o Sindicato e representantes do governo. Todas estas ações políticas visavam pressionar  o Governo do DF a cumprir a lei.
Com estas ações de mobilização foi possível garantir o crédito de pagamento do mês de dezembro e o acerto financeiro dos/as profissionais aposentados/as entre agosto e setembro.O crédito do 13º salário dos/as aniversariantes de dezembro, bem como os acertos financeiros para os aniversariantes de janeiro a agosto, em decorrência de diferenças ocorridas por ocasião do reajuste salarial de 2014, não se concretizou, apesar das inúmeras datas fixadas pelo próprio GDF para realização do crédito. Em razão de tais descumprimentos, o Sinpro ingressou, no dia 24/12, com uma ação na justiça, com pedido de liminar (2014.01.1.201106-8/TJDFT), para que o GDF fizesse o crédito do 13º salário imediatamente.
O Sinpro repudia o descaso deste governo que se encerra, subtraindo pagamento dos(as) professores(as), algo primordial para todo(a) trabalhador(a).

As melhores fotos do mundo em 2014, segundo a Reuters

                               Foto: Youssef Boudal/Reuters

no Catraca Livre

Se 2014 foi um ano repleto de acontecimentos marcantes no Brasil e no mundo, a melhor maneira de rever os principais fatos é através da fotografia. Por isso, a agência de notícias Reuters selecionou as melhores imagens deste ano documentadas por fotógrafos do mundo todo.
As imagens escolhidas revelam histórias de diferentes países. Entre elas, está a registrada pelo fotógrafo Youssef Boudal, com uma pequena jovem descansando após conseguir fugir de seu vilarejo, nas redondezas de Sinjar, no Iraque.
Imagem: REUTERS/Omar Sobhani
                               Foto: Omar Sobhani/Reuters
Outra foto marcante é a feita pelo fotógrafo Omar Sobhani. Nela, um civil aponta uma arma para um homem não identificado que, segundo a Reuters, era membro de um grupo do Taleban que fez um ataque ao aeroporto de Cabul, capital do Afeganistão.
Veja outras imagens abaixo. Para conferir a galeria completa, acesse: exame.abril.com.br/