sábado, 25 de outubro de 2014

“Projeto neoliberal coloca o capital à frente do trabalhador”

Para o secretário-geral da Força Sindical João Carlos Gonçalves, Juruna, somente a presença maciça do Estado pode re­verter essa lógica investindo em progra­mas de distribuição de renda e inclusão social
21/10/2014
Por Bruno Pavan,
Da Redação
A lembrança dos anos do PSDB no poder ainda é bastante forte na cabe­ça dos brasileiros. Apesar do plano Re­al ter controlado a inflação, o governo Fernando Henrique Cardoso ficou mar­cado pelo alto nível de desemprego, pe­los juros altos e pelo desmonte e venda de dezenas de estatais, que foram en­tregues a preços irrisórios, em proces­sos obscuros e fraudulentos, por exem­plo, a Companhia Vale do Rio Doce.
O secretário-geral da Força Sindical João Carlos Gonçalves, Juruna, explica que o projeto neoliberal “coloca o capi­tal à frente do trabalhador” e somente a presença maciça do Estado pode re­verter essa lógica investindo em progra­mas de distribuição de renda e inclusão social. Ele explica ainda como o gover­no brasileiro, na contramão dos gover­nos europeus, conseguiu superar a cri­se de 2008.
“Enquanto no chamado ‘mundo de­senvolvido’ o desemprego levou mi­lhões de trabalhadores ao desespero, com o Estado cortando gastos, reduzin­do direitos e precarizando as relações de trabalho, o governo brasileiro fez o oposto: fortaleceu o mercado interno, ampliando o consumo de todos através de um projeto com estratégias ousadas de enfretamento da crise e com centra­lidade no emprego e no salário”, avalia.
Segundo ele, para que o Brasil mante­nha o crescimento é fundamental man­ter a recuperação do valor do salário mí­nimo e investir na oferta de empregos de melhor qualidade, principalmente no setor industrial. “Também é impor­tante reduzir a taxa de juros, valorizan­do o setor produtivo em detrimento do setor financeiro”, reforça Juruna. 

Em carta, viúva de Paulo Freire pede voto para Dilma Rousseff (PT)


no Brasil de Fato

Acervo Paulo Freire
Entre outros pontos, Nita destaca que o PT inseriu na sociedade as pessoas que antes eram marginalizadas; ela firma também que, se estivesse vivo, Paulo Freire votaria em Dilma

23/10/2014
Da Redação
A pedagoga Ana Maria Araújo Freire (Nita), viúva do educador Paulo Freire, escreveu uma carta em que pede apoio a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, do PT. Entre outros pontos, ela destaca que o PT inseriu na sociedade as pessoas que antes eram marginalizadas.
“Resgatar 40 milhões de homens, mulheres e crianças para a condição de sujeitos da história , que ganharam voz ao dizerem o que querem e precisam é um ato revolucionário de amor, de humanismo, de cidadania política e ética”, escreveu.
Nita ainda ressalta que, se estivesse vivo, seu marido Paulo Freire também declararia seu voto na candidata petista.
“Ouso falar em nome de meu marido Paulo Freire, que se vivo estivesse, estaria aqui, tenho certeza, com seus 93 anos, com sua lucidez, seriedade e firmeza, declarando seu voto para Dilma, ‘porque só ela, diria: pode fazer um governo eminentemente democrático por que só ela está favor da Nação e do povo brasileiro’.”
Paulo Freire foi o mais importante educador brasileiro. Seu trabalho, que revolucionou a alfabetização de adultos, é reconhecido como um dos mais significativos do mundo, rendendo 37 títulos traduzidos para dezenas de idiomas. Na política, Freire integrou o Partido dos Trabalhadores (PT), foi presidente da 1ª Diretoria Executiva da Fundação Wilson Pinheiro, fundação de apoio partidária instituída pelo PT em 1981 (antecessora da Fundação Perseu Abramo), além de Secretário de Educação da Prefeitura Municipal de São Paulo na gestão petista de Luiza Erundina (1989-1992).
Leia a carta na íntegra
Escrevi antes do pleito de 5 de outubro de 2014 os 13 motivos “Por que voto no 13”. Por que iria votar em Dilma Rousseff. 
Hoje quero me dirigir ao povo de meu país conclamando que todos nós votemos na reeleição de nossa Presidenta Dilma Rousseff, no 2o. Turno das eleições de 2014. 
Precisamos votar em Dilma não só por que ela é mulher, é íntegra, é honesta, é segura, é competente política e cientificamente falando para comandar nossa nação. Precisamos valorizar a sua história de vida: ela  lutou, com serenidade e galhardia, com riscos para sua própria vida, contra os militares no poder, a favor da vida, por um Brasil melhor e mais justo, desde sua adolescência. 
Precisamos reconhecer que ela reúne as qualidades necessárias para ocupar o cargo máximo de nosso querido Brasil: ela já deu provas cabais disso nos quase 4 anos de governo. 
Precisamos reconhecer que é ela quem representa o novo, o bonito e o que precisamos para consagrar o sonho de termos um Brasil justo, equânime, verdadeiramente democrático. 
O novo não é o que se “acerta dizer” na calada da noite inventando fórmulas mirabolantes de discursos dribladores da verdade com repetições sem nexo e sem consistência apenas para efeitos eleitoreiros. O novo não é um milagre da vontade de alguns ou algumas iluminadas. Não basta dizer “eu sou o novo”, “eu incorporo o novo”. Para qual novo? Contra qual velho? A favor de quem  o novo? Contra quem o novo? O verdadeiro novo é o que se produz e se constrói em dias e anos de luta, de discernimento, de colaboração com o povo ao se ir substituindo o velho, o obsoleto, o vazio ou perverso por algo ainda não conhecido nas ações concretas, na realidade social. Ou, com outras palavras, o novo é decorrência da realização efetiva da objetividade crítica e necessária para transformar a realidade social, provocada e mobilizada pelos sonhos utópicos de uma sociedade melhor e mais justa, pelas necessidades que somente os que têm vontade política, crítica e séria de mudar o mundo, conseguem fazer. 
O novo e o bonito são as instâncias antropológico-políticas que vêm se produzindo e se construindo no Brasil a partir da luta de Zumbi, de Antônio Conselheiro, de Euclides de Cunha, de Celso Furtado, de Josué de Castro, de João Cabral de Melo Neto, de Ariano Suassuna e, sobretudo de PAULO FREIRE, que estimulou o povo brasileiro a lutar para ter voz, ter saber e ter participação política, ao se conscientizarem para saírem da condição de Seres Menos para o de Seres Mais! 
Precisamos reconhecer que foi o 13, o PT, que ouviu estas vozes e planejou um orçamento da nação no qual incluiu, pela  1a. vez na história, os que secularmente apenas eram objetos da sociedade, os “desprovidos da fortuna”, os oprimidos e miseráveis. O PT, com Lula, colocou os “marginais” dentro, como parte da sociedade que vivia na marginalidade determinada pelos que se dizem, hoje em dia, os donos do novo. O novo que conhecemos a partir de 2003 foi um ato revolucionário, nunca visto entre nós, inconcebível até no governo anterior. Resgatar 40 milhões de homens, mulheres e crianças para a condição de sujeitos da história , que ganharam voz ao dizerem o que querem e precisam é um ato revolucionário de amor, de humanismo, de cidadania política e ética. 
Essa iniciativa do novo se completa no bonito -- que entendo ser a capacidade de grande parte da gente do país, de qualquer classe social, etnia, gênero ou orientação sexual – é poder estudar nas universidades e praticar em  intercâmbio de estudos no exterior, praticar esporte e fazer arte de todo nível e natureza. De poderem todos e todas viajar em férias, prantear seus mortos,  saberem-se cidadãos de seu país. 
O que precisamos é que este novo, este bonito, que se traduz no cotidiano de respeito às diferenças quaisquer que sejam elas estejam atentas na vivência dos verdadeiros direitos humanos, isto significa sua presença: no respeito ao índio, às mulheres e às crianças; na comunicação de uma mídia séria, sem mistificações e sem as maledicências das doutrinas ideológicas fascistas tão em voga em nosso país que copia do mundo esta forma facínora de entendê-lo; na educação exigente de formação científico-filosófico-política do professorado para a criatividade, o saber e a invenção, que propicie termos as tecnologias a nosso serviço; na terra repartida, sem latifúndios, sem milhares de pessoas sobrevivendo à beira das estradas esperando pela Reforma Agrária; nos impostos menos exorbitantes e eticamente aplicados para o bem geral. 
O que precisamos é este novo, este bonito, que se traduz numa economia para a primazia dos seres humanos e do Planeta Terra e não a do Capital, assim, sem desemprego e sem competições que desabonam os “mais fracos; na garantia de um Brasil mais empenhado nas políticas públicas que permitam: Mais Médicos; Mais hospitais. Mais Minha casa, minha vida; Mais cursos técnicos; Mais pesquisas científicas e tecnológicas; Mais escolas de qualidade; Mais formação técnica, moral e política para os educadores/as. Mais campus universitários espalhados pelos 4 cantos de nosso país; Mais creches. Nenhum analfabeto no país que tem o maior teórico e a prática da educação de adultos, do mundo, Paulo Freire. 
O que precisamos é que este novo, este bonito encontre solução para Mais segurança nas ruas e dentro de nossas casas, de nossos maridos/esposas, filhos/as, netos/as ameaçados, abandonados à própria sorte; Mais policiais inteligentes e menos truculentos; Menos fome; Menos fila nos hospitais; Menos massacres e exploração de mulheres, idosos e crianças; e Nenhuma perseguição, tortura e extermínio dos pobres e negros. 
O que precisamos, sobretudo é que este novo, este bonito encontre solução, urgente e eficaz contra a secular corrupção dos que “tomam” a coisa pública como se fossem sua propriedade, nos envergonhando e privando a nação de mais verbas nos empreendimentos sociais necessários. 
O que precisamos, precisamos mesmo é que este novo, este bonito que Dilma prossegue, com autonomia, com seu jeito doce e enérgico de ser, ao mesmo tempo,  iniciado no governo Lula, quando o Partido dos Trabalhadores, do PT, chegou ao Poder, em  2003, fruto dos antecedentes mencionados, ouça, entenda e traduza a alma e o corpo inquieto e rebelde de nossa gente brasileira, que sonha, acima de tudo com um país no qual seus políticos tenham honradez e probidade! 
Por fim, ouso falar em nome de meu marido Paulo Freire, que se vivo estivesse, estaria aqui, tenho certeza, com seus 93 anos, com sua lucidez, seriedade e firmeza, declarando seu voto para Dilma, “porque só ela, diria: pode fazer um governo eminentemente democrático por que só ela está favor da Nação e do povo brasileiro!” 
VIVA O 13. VIVA O POVO BRASILEIRO. VIVA DILMA ROUSSEFF, NOVAMENTE, PRESIDENTA DO BRASIL. !!! 
São Paulo, 16 de outubro de 2014.
Nita Freire
Ana Maria Araújo Freire

As universidades federais nos oito anos de governo do PSDB


no Brasil de Fato

Reprodução/Brasil 247
Em artigo, o professor da UFSC, Lauro Mattei, enumera 13 pontos que causaram um “esfacelamento geral” nas instituições federais; o docente relata que durante o governo de FHC nenhuma universidade federal foi criada
24/10/2014
Da Redação
As universidades federais nos oito anos de governo do PSDB, sob a gestão de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), foram sucateadas, de acordo com o professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Lauro Mattei. Em seu artigo, Mattei enumera 13 pontos que, segundo ele, causaram um “esfacelamento geral” nas instituições de ensino superior.
Entre os pontos citados, o professor destaca que durante o governo tucano não foi criada nenhuma universidade federal. Mattei ainda ressalta que por mais de cinco anos os salários dos docentes das instituições ficaram congelados, levando a perdas significativas para o conjunto da categoria.
“Ao longo dos oito anos do governo FHC não houve nenhuma expansão de vagas nas universidades públicas federais, fazendo com que a escala social de acesso ao ensino público e gratuito se verticalizasse cada vez mais”, denuncia.
Leia abaixo os 13 indicadores apontados por Lauro Mattei
Durante os governos FHC (1995-2002) as universidades federais brasileiras foram sucateadas e sofreram um esfacelamento geral. Vejamos alguns indicadores:
1)Contratação de novos professores: Durante 5 anos (1997-2001) foram proibidas quaisquer contratações de professores, ao mesmo tempo que mudanças nas leis sobre as IFES levaram a uma enorme quantidade de pedidos de aposentadorias precoces;
2)Vagas: ao longo dos 8 anos do governo FHC não houve nenhuma expansão de vagas nas universidades públicas federais, fazendo com que a escala social de acesso ao ensino público e gratuito se verticalizasse cada vez mais;
3)Novas universidades: a durante os 8 anos não foram criadas nenhuma nova universidade federal;
4)Novos campi: o número de campi federais praticamente se manteve inalterado ao longo dos 8 anos de governo FHC;
5)Orçamento: durante todo o governo FHC ocorreram cortes sequenciais de verbas orçamentários, tanto para infraestrutura como para as atividades de ensino, pesquisa e extensão;
6)Salários de professores: por mais de 5 anos os salários dos docentes das IFES ficaram congelados levando a perdas salariais significativas para o conjunto da categoria, obrigando a mesma a desencadear greves praticamente todos os anos do Governo FHC;
7)Programas de qualificação docente: restrição enorme de bolsas para programação de doutorado e de pós-doutorado visando qualificar melhor a mão-de-obra docente;
8)Bolsas aos estudantes de pós-graduação: restrição enorme de bolsas de estudos, mantendo-se, inclusive, os valores congelados por muitos anos;
9)Bolsas aos estudantes de graduação: restrição enorme de bolsas para estudantes de graduação, especial nas áreas de iniciação científica e de extensão;
10)Programa internacionais de intercâmbio para os estudantes de graduação: nenhuma ação para este segmento estudantil foi implementada ao longo de 8 anos. Ao contrário, até mesmo as poucas bolsas foram reduzidas.
11)Técnicos Administrativos em Educação: restrição sequencial de contratações de novos servidores com implicação negativa sobre o funcionamento das universidades;
12)Salários do TAEs: arrocho salarial durante todo período com perdas salariais ao longo dos dois mandatos do governo FHC;
13)Expansão do ensino superior privado: uma política clara de opção pelo ensino superior privado no país, inclusive com o ministro da Educação virando consultor das instituições privadas de ensino superior e do Banco Mundial.
VOCÊ QUER ISSO NOVAMENTE PARA AS UNIVERSIDADES FEDERAIS BRASILEIRAS?

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Dilma: por que no mensalão tucano está todo mundo solto? Dilma cita o humorista José Simão


no Conversa Afiada

Dilma explode bala de prata do Aecioporto: Veja caiu na água.
Aecioporto não sabe o nome do Ministério.
Aecioporto reproduz tom terrorista da Veja.
“Quem não mantinha inflação dentro da meta foram vocês”, respondeu Dilma.
“A prática fala mais que palavras vazias”
Dilma entope ele com o Pronatec: “Nós fizemos 422 escolas técnicas, eqto vcs só fizeram 11 em 8 anos. Só o meu nº é 1600% a mais do que o de vocês”
Dilma aplica fator previdenciário ao Itaúuuu de Aecioporto.
A Presidenta lembra, no terceiro bloco, da compra da reeleição no governo presidencial de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Dilma aplica o regime do bateu levou, vapt vupt. Sobre ferrovias, Aécio diz que “falta ferrovias”. Oh, Camões!
O sorrismo irônico é o maior inimigo de Aécio.
No quarto bloco, Aécio nos brindou com ” 40% foi executado”, ao falar sobre segurança pública. Oh, Camões!
A candidata à reeleição cita matéria da Globonews, sobre violência, para falar de segurança pública.

Quando o povo se move, todo o Brasil se move

sp

Autor: Fernando Brito - no Tijolaço

Os resultados das pesquisas estaduais do Datafolha (aqui aqui), a dois dias da eleição, comprova o que se disse aqui, antes.
O povo brasileiro está se movendo.
Sem dono, sem comando, sem sequer ter meios de comunicação que ouçam a sua voz.
E sem, também, como dizem os elitistas, um necessário vínculo com benefícios de bolsa-família e transferências de renda que, com toda a justiça, os mais pobres desta terra merecem.
No Rio, diz o Datafolha, Dilma tem 59% dos votos contra 31% de Aécio. Terá mais, mais de 60%.
Em Minas, apesar das pesquisas fajutas, repetirá a vitória sobre Aécio.
E em São Paulo, onde seria o desastre, torça Aécio para repetirem-se os números de 2010, 60/40 para o candidato tucano.
Na Bahia e no Ceará,  o resultado será mais amplo de quatro anos atrás, os mais populosos do Nordeste junto com Pernambuco
Vai vencer no Rio Grande do Sul.
Vai vencer no Brasil, porque o Brasil vai vencer.

Advogado desmente a Veja - Esse Bessinha …




no Conversa Afiada


ADVOGADO DESCONHECE DECLARAÇÃO DE YOUSSEFF SOBRE DILMA E ALERTA PARA ESPECULAÇÃO ELEITORAL


Em matéria postada na noite desta quinta-feira (23), O GLOBO traz declarações de Antonio Figueiredo Basto , advogado do doleiro Alberto Yousseff, sobre suposta revelação de seu cliente DIVULGADA PELA VEJA.


O advogado foi enfático: “eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso “. Ele ainda disse que conversou com toda a sua equipe e ninguém teria conhecimento de declarações desse teor: ” Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo. É preciso ter cuidado porque está havendo muita especulação”.


Parece que a tentativa de terrorismo midiático da revista Veja realmente não está dando muito certo.

Leia mais:



AZENHA VIU TUDO: A VENDA CASADA JN/VEJA.

E vote na trepidante enquete do C Af:



O que a Dilma devia fazer com a Veja?
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As Eleições e o Ensino Superior Para atingir as metas do Plano Nacional e incluir 7 milhões de jovens, universidades precisarão de PAC específico e programas de permanência. Mas, até agora, nenhum candidato tocou no assunto

Vestibular

na Carta Capital

Na reta final das eleições presidenciais, o tema estratégico sobre os rumos e a expansão do Ensino Superior no País tem estado quase ausente dos debates.
Os programas de ambos os candidatos apresentam propostas de continuidade para diversas políticas e programas atualmente em andamento, sem maiores divergências com o atual processo de expansão e financiamento do setor. Isso seria o natural para a candidata Dilma Rousseff, já que concorre à reeleição. Por outro lado, a campanha do candidato Aécio Neves divulga seu compromisso com a manutenção dos mesmos programas da atual presidente, dentre os quais estão o Pronatec, o Ciências Sem Fronteiras, o ProUni e o Fies. Ela inclui ainda até mesmo os programas sociais, como o próprio Bolsa-Família.
Um balanço rápido das políticas para o Ensino Superior nos últimos 20 anos evidencia diferenças profundas entre o que realizaram os dois partidos, o PT e o PSDB, quando estiveram no comando do País. Analisar o perfil de ação de cada governo para o setor pode dizer mais sobre o que esperar para o Ensino Superior em cada caso.
Durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, o sistema de Universidades Públicas Federais sofreu enorme redução de recursos de custeio, praticamente nenhum investimento, forte arrocho de salários, redução e extinção de cargos, redução do número de servidores docentes e as várias tentativas para transformar as universidades em OSs (organizações sociais privadas para substituir a gestão pública). Ao final do seu governo, instalou-se uma das maiores greves do setor, que deixou marcas profundas até os dias atuais. Neste mesmo período, avançaram sem critérios as universidades particulares, que se proliferaram em número e grau. Curiosamente, no atual programa de Aécio, vislumbra-se esse retorno ao passado quando ele afirma que a expansão ocorrerá “em parceria com a iniciativa privada”, sem destacar a continuidade da expansão do setor público.
Durante os três mandatos de Lula e Dilma, ocorre uma redefinição progressiva de políticas e prioridades. Apesar de terem promovido a ampliação de vagas no setor privado impulsionado pelo sistema de bolsas do ProUni, eles impulsionaram também um vigoroso programa de ampliação na rede pública, o que duplicou o número de alunos nas Universidades Federais e ampliou a rede de Institutos Tecnológicos. Por mais que ainda sejam necessários mais recursos para infraestrutura, o programa permitiu a contratação de milhares de mestres e doutores que se tornaram professores e pesquisadores em mais de 150 novos campi. Além disso, esses governos realizaram a implantação do sistema unificado de vestibular (SiSU), do sistema de cotas, do programa de permanência estudantil (Pnaes) e do Ciência Sem Fronteiras.
O País ainda tem mais de 7 milhões de jovens em idade para a formação superior e que desejam entrar no sistema. É preciso mais investimento público para a ampliação de vagas públicas com qualidade. Para tanto, é preciso alcançar de fato os 10% do PIB investidos em educação (como previstos pelo Plano Nacional de Educação), não apenas com a utilização de recursos do pré-sal, mas também com os impostos progressivos de caráter redistributivo, como sobre grandes heranças e grandes fortunas. Hoje ainda são aplicados menos de 5% PIB. Por isso, é preciso que o investimento cresça rapidamente, com forte planejamento e um PAC específico para as obras nas universidades.
Esperamos a expansão com garantia de condições para a realização dos programas de ensino, pesquisa e extensão, bem como para os programas de permanência de jovens com maior vulnerabilidade social, para a continuidade e consolidação dos programas de interiorização, para o apoio e melhoria dos programas de internacionalização. A verdadeira inclusão virá por meio de uma universidade socialmente referenciada e com os recursos públicos para sua ação.
Falta pouco para definirmos o futuro dos próximos anos. A discussão sobre educação e, em particular, sobre as universidades, é fundamental para trazer à sociedade o compromisso com a diminuição das desigualdades, a difusão do conhecimento e a formação de sujeitos bem preparados, críticos e propositivos, comprometidos com a transformação do País, com o desenvolvimento, a sustentabilidade, a soberania e o bem-estar para todos.
* Soraya S. Smaili é reitora da Universidade Federal de São Paulo e professora da Escola Paulista de Medicina.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

#desesperodaVeja: terrorismo dela fede Nao esquecer que se trata do detrito sólido de maré baixa


No Muda Mais:


#DESESPERODAVEJA: REVISTA INVESTE NO TERRORISMO ELEITORAL, MAS JÁ PERDEU TODA A CREDIBILIDADE


A três dias das eleições presidenciais, quando as pesquisas apontam para a vitória da presidenta Dilma Rousseff, a Revista Veja – velha conhecida por atuar como principal veículo de oposição aos governos petistas – chega às bancas com mais uma capa fraudulenta e caluniosa contra Dilma e o ex-presidente Lula.Trata-se da conhecida tática golpista praticada pela revista de tentar manipular a opinião pública, pautar o último debate na TV e influenciar o resultado das eleições.



A capa da publicação mostra Lula e Dilma com a manchete “eles sabiam de tudo” se referindo ao esquema de corrupção denunciado pelo doleiro Alberto Yousseff, por meio de delação premiada, à Polícia Federal. MENTIRA. E como sabemos a mentira é a matéria-prima do golpismo que a Revista lança sempre que os seus candidatos a presidente estão atrás nas pesquisas eleitorais na reta final das campanhas. Surpreendente seria se a Veja se comportasse diferente dessa vez.



O doleiro Yousseff foi preso no começo deste ano, pela Operação Lava Jato da PF, acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O decorrer do processo ocorre em segredo de justiça e as declarações resultantes de delação premiada carecem de comprovação, já que esse tipo de interrogatório serve como peça inicial para investigações mais aprofundadas. As declarações do réu (no caso, o próprio doleiro Yousseff), aliás, precisam ser comprovadas para garantir a ele o direito de ter sua pena reduzida. Mas temos que lembrar que tudo o que “carece de comprovação” ou simplesmente é inventado ou fantasiado ganha contornos de “fato real” na redação oposicionista da Veja.




Vale destacar que, na semana passada, quando todos os jornais acusavam a participação do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, no esquema de recebimento de propina em que é acusado pelo doleiro Alberto Yousseff, a capa da Revista Veja requentava uma notícia velha, não comprovada e caluniosa, para desviar o foco do assunto. E essa, como já sabemos, não foi a primeira vez. A quem serve, então, a Revista Veja?



Ações como essa são sintomáticas de um tipo de pseudo-jornalismo que há muitos anos deixou de lado o compromisso com a verdade e a informação. E mais, a antecipação da publicação da edição atual na tentativa de influenciar o resultado das eleições é prática de fraude eleitoral, pura e simples. Quais são os interesses que se escondem por trás de uma publicação que sistematicamente divulga todo o tipo de mentira e calúnia para difamar, desqualificar e desestabilizar um governo legítimo e eleito democraticamente pelo povo? Em uma democracia a postura anti-ética da Veja é inaceitável e deve ser entendida como uma tentativa de golpe.





Felizmente, os brasileiros já não se deixam enganar por uma revista que há muito tempo jogou fora toda a sua credibilidade. Eles pensam que podem manipular o eleitor com mentiras e desinformação. Estão errados. A democracia brasileira não é exercida nas bancas de jornais, mas nas urnas. E essa verdade está fora do alcance da manipulação da Veja.

Globope plagia DataCaf: Dilma 54 a 46 DataCaf registrou 49 a 40


no Conversa Afiada

Bolsa fecha – 3,09%!!!

Quá, quá, quá!


Veja também: todos se aproximam da verdade do DataCaf: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1537063-dilma-atinge-53-e-abre-6-pontos-de-vantagem-sobre-aecio-diz-datafolha.shtml

Terrorismo: as capas da Veja! A Veja está assim porque ninguém se interessa por comprá-la !








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Em tempo: a veja forneceu o coordenador de comunicação do Aécio Neves, o jornalista Otávio Cabral, autor da “biografia” do Dirceu. PHA


PML denuncia método do juiz para ferrar a Dilma - Por favor, não me tire isso daqui, senão vai parar nas mãos do Lewandowski e do Teori…

no Conversa Afiada
Artigo de Paulo Moreira Leite reproduzido no site do PT deixa solarmente claro como um juiz federal do Paraná se comporta como instrumento de uma candidatura.

DELAÇÃO SOB ENCOMENDA NO CASO PETROBRAS



Juiz Sérgio Moro, candidato a uma vaga no STF, faz de depoimentos de Paulo Roberto Costa peças para campanha eleitoral do PSDB

Artigo do jornalista Paulo Moreira Leite, autor do livro “A outra história do mensalão”, demonstra como a agenda de depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa e doleiro Alberto Yousseff foi montada para ajudar Aécio Neves no segundo turno.

Segundo o Moreira Leite, os delatores foram orientados a não citarem autoridades com direito a foro privilegiado, como ministros, senadores, deputados, governadores. A razão é simples: revelações assim iriam retirar o caso da guarda do juiz Sérgio Moro, e este ficaria obrigado a transferir o caso para o Supremo Tribunal Federal.

E, no STF, sem a presença de Joaquim Barbosa, e sem a interferência direta de Gilmar Mendes, o assunto ficaria sob a guarda do ministro Ricardo Lewandowski. O outro ministro ligado ao caso, Teori Zavaski, responsável pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, também não apoio a escandalização das ações do Supremo.

Paulo Moreira Leite revela, ainda, que, em 2012, durante o julgamento da AP 470, Sérgio Moro tornou-se assistente da ministra Rosa Weber. A partir de então, passou a ser fonte privilegiada dos jornalistas que cobriam no STF o chamado “mensalão” do PT. Moro passou a ter grande influência sobre a ministra Weber, aquela que entrou para a história ao confessar que, mesmo sem provas, se achava no direito de condenar o ex-ministro José Dirceu.

Leia a íntegra do artigo:


O JUIZ DA CONJUNTURA E A CONJUNTURA DO JUIZ


Se é fácil entender a natureza explosiva dos depoimentos sobre a Petrobras que chegaram à TV, na conjuntura de um país que dentro de quinze dias irá votar para presidente da República, também é conveniente avaliar a conjuntura do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato.


Embora nenhum presidente da República já tenha indicado ministros para o STF com base em listas corporativas, em agosto o nome de Sérgio Moro surgiu numa lista de três nomes da Associação de Juízes Federais, a AJUFE, que mobilizou seus associados para criar uma lista tríplice de candidatos mais votados para ocupar a vaga deixada pela aposentadoria de Joaquim Barbosa. Numa relação na qual nenhum nome é incluído sem consentimento do próprio interessado, Sérgio Moro foi o mais votado, com 141 votos.


Nem todos observadores consideram que se trata de simples coincidência. Uma postura espetaculosa até o dia da eleição, favorecendo a criminalização do governo Dilma Rousseff numa investigação que está longe, muito longe de encerrada, pode ser motivo de recompensa depois da contagem dos votos.


Começando pelo começo. A Lei 12 850, de 2013, contém uma seção específica sobre Colaboração Premiada. O parágrafo 2o. diz que “o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia.” No parágrafo terceiro, marca-se um prazo para o fim do segredo: “o acordo deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia.”


Isso acontece porque o Estado tem o dever de proteger cidadãos que decidiram colaborar com a Justiça e deve evitar que sejam expostos publicamente. Também deve manter as revelações em segredo, única forma de impedir que os demais implicados possam destruir provas e construir álibis forjados unicamente para responder às denúncias conhecidas de antemão.


Tanto a lei 12850 como a experiência jurídica mais elementar permitem questionar a divulgação dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff sobre corrupção na Petrobras, gravados e divulgados quando os dois se encontravam na condição de colaboradores da Justiça. Neste papel, que pode assegurar a porta da liberdade para pessoas que a Lei poderia condenar inicialmente a 50 e até 100 anos de prisão, cada palavra, cada sentença, cada vírgula, tem um significado e uma função. “O sigilo está na essência da delação premiada, “afirma o assistente de um ministro do Supremo Tribunal Federal.


A própria presidente da República, Dilma Rousseff, tentou obter a íntegra dos documentos que dão base à delação premiada de Yousseff e Paulo Roberto Costa. Fez o pedido ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República. Os dois pedidos foram recusados, o que deixou a República brasileira numa situação institucional insólita. Enquanto informações que deveriam ser mantidas em segredo são divulgadas a conta gotas, por decisão de um juiz de primeira instância, a presidente da República é prejudicada em seu dever maior, que é defender a Constituição. Dilma não fazia uma simples retórica eleitoral quando denunciou, referindo-se a seus adversários políticos: “Eles sempre querem dar um golpe. E estão dando um golpe.”


A autonomia das investigações policiais recomenda que se faça segredo — mesmo diante da presidente da República — até o início das operações. O pressuposto é que dessa forma é possível garantir que as investigações possam ser realizadas com mãos livres por parte de policiais que tentam cumprir o dever de investigar todos os suspeitos — inclusive o governo. Mas essa fase se encerra depois que são feitas prisões e operações de busca e apreensão. Isso porque não se pode imaginar que uma presidente possa ser mantida na ignorância sobre fatos e pessoas capazes de representar um risco para o país.


Depois que a própria Dilma Rousseff colocou a questão nestes termos, o juiz Sergio Moro distribuiu nota dando explicações.

O juiz prestou um esclarecimento importante. Explicou que não divulgou nem permitiu o vazamento de depoimentos que integram os arquivos da delação premiada. Isso seria um crime.


O que ele fez foi divulgar “depoimentos prestados em audiência aberta e em ação penal pública, imperando os mandamentos constitucionais do contraditório e da publicidade.” Moro alegou ainda que em crimes “contra a Administração Pública a transparência nos processos e investigações é a única forma de garantir o controle da população sobre a gestão da coisa pública e sobre a ‘integridade da Justiça.” Disse também que a divulgação, pela imprensa, é um “consectário normal do interesse público e do princípio da publicidade dos atos processuais em uma ação penal na qual não foi imposto segredo de Justiça.”


Os argumentos de Sérgio Moro seriam 100% coerentes — não fosse seu comportamento, de um magistrado que não exibe maiores compromissos com a isenção, à frente da lendária balança que simboliza a Justiça, mas coloca-se como parte do trabalho de acusação.


“Ele está agindo de forma apaixonada, sem isenção, com uma postura politizada muito clara,” afirma um integrante do Ministério Público Federal, onde já chegou o relato de que jornalistas que cobrem o caso em grandes veículos costumam ser abastecidos por um sistema de divulgação semelhante à das assessorias de comunicação, com notícias frescas e argumentos explicativos.


Entre juristas, considera-se uma extravagância que um magistrado, que mais tarde irá julgar dois acusados, promova uma audiência pública onde eles são orientados a dar depoimentos sob medida para serem divulgados em ambiente de escândalo. Pode-se imaginar quem, nessa situação, deixaria de atender toda e qualquer solicitação feita pela autoridade que na hora devida terá a palavra final sobre sua liberdade.


No STF e especialmente na sede da Procuradoria Geral da República, a gravação é vista como um atalho formal, destinado a contornar a lei 12.850. Os documentos originais da delação são mantidos num computador sem contato com a internet, em versão criptografada. Ao mesmo tempo, Sergio Moro alimenta os meios de comunicação com a coleta de depoimentos convencionais de toda Ação Penal, onde os delatores falam como se estivessem respondendo a um interrogatório igual a qualquer outro — quando todas as partes sabem de sua condição especial. A existência da gravação e a decisão de divulgá-las foi anunciada até no Witter.


Como você deve ter lido em outra nota neste espaço, para o professor Luiz Moreira, integrante do Conselho Nacional do Ministério Público, “é lamentável que o sistema de justiça produza essa anomalia e que um procedimento judicial cercado de técnicas sofisticadas de colhimento dos testemunhos simplesmente se volte contra a ordem judicial que determina seu sigilo.”


Outro aspecto é que Yousseff e Paulo Roberto Costa têm sido orientados a nada dizer sobre autoridades com direito a foro privilegiado, como ministros, senadores, deputados, governadores. A explicação é inacreditável: é que essas revelações iriam retirar o caso da guarda de Sérgio Moro, que ficaria obrigado a transferir o caso para o STF. E daí?, pergunta-se. Nada. É o que determina lei. O problema é político. No STF, dificilmente haveria lugar para um carnaval pré-eleitoral. Encarregado de acompanhar a Lava Jato, o ministro Teori Zavaski tem demonstrado uma postura zelosa e discreta.


É estranho que se procure, abertamente, dirigir fatos investigados de acordo com as conveniências de uma autoridade encarregada de apurar e punir um delito, quando o enredo da investigação indica outros caminhos. O nome disso é bagunça institucional, uma situação intolerável, que deixou uma triste memória na AP 470, com distorções que resultaram num julgamento com penas fortes a partir de provas fracas, conduzido por um ministro-relator que esteve longe de exibir a postura equilibrada de magistrado, comportando-se como uma peça auxiliar e até principal da acusação.


A opção por um depoimento completo — o criptografado, inviolável — e uma segunda versão, pronta para divulgação, também permite uma seleção política de fatos e personagens. Os enredos podem ser modificados conforme as necessidades do momento.


Numa reportagem recente sobre o depoimento de Paulo Roberto Costa, VEJA dizia que ele fez diversas acusações ao PSB e ao ex-governador Eduardo Campos. Parecia muito razoável, já que a usina Abreu Lima, centro de operações de Paulo Roberto Costa, foi construída em Pernambuco, com a indispensável participação do governo de Estado.


No depoimento divulgado na semana passada, as referências ao PSB e a Eduardo Campos sumiram. Aécio Neves tinha acabado de receber apoio formal dos socialistas. Será coincidência?


A presença de Alberto Yousseff ajuda a dar volume às denúncias divulgadas mas a decisão de aceitar um dos grandes doleiros do país no regime de delação premiada causa muita estranheza. Em 2002, Yousseff já havia colaborado com a polícia, durante a CPI do Banestado. Naquele momento, livrou-se das penas principais porque reuniu provas contra 60 doleiros menores, com os quais operava. Também admitiu ter movimentado US$ 5 bilhões em operações ilegais. Em função disso, recebeu os benefícios previstos em lei. Como é obrigatório em acordos desse tipo, assumiu o compromisso de que não iria mais envolver-se em atividades criminosas. Mas Yousseff não cumpriu essa parte, como as investigações de 2014 vieram a demonstrar. Mesmo assim, com a credibilidade em dúvida, conseguiu ingressar no programa de colaboração com a Justiça, “o que nunca imaginei que fosse acontecer depois que traiu o acordo de 2002,” afirma um dos responsáveis pelas investigações do Banestado.


Há menos de um mês, no julgamento de um habeas corpus, o Supremo anulou uma decisão de Sérgio Moro. Seria um caso trivial no judiciário, onde instancias superiores existem para modificar ou confirmar decisões dos patamares inferiores, não fosse pela linguagem particularmente dura dos ministros. Ricardo Lewandovski, que era o relator do caso, afirmou que “ele usurpou a competência” da instância superior. Celso de Mello, que também julgou o caso, disse que a decisão de Sérgio Moro foi um “ato absolutamente destituído de qualquer ortodoxia processual, na medida em que o magistrado federal de primeira instância procedeu a uma conduta de usurpação de competência deste Supremo Tribunal Federal.”


Em 2012, durante o julgamento da AP 470, Sérgio Moro tornou-se assistente da ministra Rosa Weber, que fez carreira na justiça do trabalho do Rio Grande do Sul. Partidário de punições duríssimas, o juiz logo caiu nas graças de jornalistas que fazem a cobertura do Supremo. Eles passaram a tratar Sérgio Moro como a eminência parda por trás das sentenças que a ministra apresentava em plenário. Embora tivesse interesse em permanecer no STF, chegando a enfrentar uma guerra nos tribunais para combinar o trabalho em Brasília com a devida carga horária como professor da Universidade Federal do Paraná, Sérgio Moro acabou retornando ao Paraná.


Na mesma semana em que os vazamentos da Petrobrás chegavam a TV e aos jornais — em breve, estarão no centro da propaganda política de Aécio — o PGR Rodrigo Janot decidiu arquivar a denúncia criminal sobre o aeroporto de Claudio. Sabe: aquela pista de 1 km que custou R$ 14 milhões ao contribuinte mineiro e hoje decora a fazenda de um tio do candidato do PSDB.


Não é a primeira vez que uma denúncia grave — embora a gravidade real dos fatos ainda não seja inteiramente conhecida — chega ao segundo turno de uma eleição presidencial. O retrospecto das campanhas presidenciais depois de 1989, quando o eleitor recuperou o direito de escolher presidentes pelo voto direto, parece ter formulado uma situação constante: nas vezes em que o Partido dos Trabalhadores teve chances reais de capturar — ou manter o governo federal — ocorrem eventos extra eleitorais capazes de interferir no resultado da eleição. Foi assim em 1989, 2002, 2006 e agora, em 2014.


Só se respirou uma situação que se pode chamar de normalidade em ocasiões onde a vitória do PSDB parecia assegurada — em 1994 e 1998 — ou em 2010, quando o candidato do PSDB não empolgava sequer os próprios aliados. Em 2012, ano de eleições municipais, que ocorreu o julgamento da AP 470. As principais sentenças, em ambiente de triunfo, foram anunciadas às vésperas da votação. Decisões que representavam garantias de direitos dos réus, como o desmembramento do julgamento foram evitadas com o argumento de que não se deveria atrasar a decisão.