quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Advogado de doleiro trabalhava para tucano Richa - Da Sanepar ao juiz Moro


no Conversa Afiada

O advogado  Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Yousseff, foi conselheiro da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). O estado é governado por Beto Richa (PSDB), reeleito para o cargo neste ano. É o que aponta ata de reunião da empresa em 2012, disponível no site da companhia.

Youssef foi preso em março pela Polícia Federal , acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões. Ele está preso em Curitiba. 

Link: http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/investidoresarquivos/29032012-ata-da-2a2012-reuniao-extraordinaria-do-cad_2012-03-29.pdf



Em tempo: a veja forneceu o coordenador de comunicação do Aécio Neves, o jornalista Otávio Cabral, autor da “biografia” do Dirceu. PHA.


Em tempo 2: Figueiredo Basto já advogou para Beto Richa e contra prefeitura de Curitiba ao mesmo tempo:

ADVOGADO DO PREFEITO BETO RICHA É O MESMO DA CONSTRUTORA IGUATEMI E DE TONY GARCIA



Matéria de Edson Fonseca, site Jornale


O advogado contratado pelo prefeito Beto Richa (PSDB), Antônio Figueiredo Basto, para ingressar com uma ação contra o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) por calúnia e difamação é o mesmo que defende a Iguatemi Construtora de Obras em ação contra a Prefeitura. A construtora pertence à família do ex-presidente do PP de Curitiba Alberto Klaus, que se afastou da direção do partido depois da denúncia de fraudes nas licitações envolvendo a empresa e a Prefeitura.


Três meses depois das denúncias, a prefeitura suspendeu os contratos e os pagamentos da Iguatemi e a Catedral Construções. Alberto Klaus contratou Figueiredo Basto, encarregado de cobrar judicialmente da Prefeitura os valores referentes aos serviços prestados e impugnar a decisão judicial que suspendeu os contratos. Basto, classificou o rompimento dos contratos como decisão política. “É uma decisão estritamente política para atender aos anseios da mídia”, afirmou o advogado à época.


Algumas informações deram conta que a indicação de Figueiredo Basto a Beto Richa teria se dado por intermédio do empresário e ex-deputado Tony Garcia, amigo pessoal do prefeito. Garcia, no entanto, nega que tenha indicado o advogado, que também o representou em algumas ações. Alberto Klaus era dirigente do PP na ocasião em que Tony Garcia concorreu ao Senado e seu partido faz parte da base de apoio do prefeito Beto Richa desde o primeiro mandato. Procurado pela reportagem, o advogado Figueiredo Basto não retornou as ligações.


Para o deputado Fabio Camargo, a artilharia do prefeito voltou-se contra ele depois que “a tentativa de envolver o senador Álvaro Dias como autor da denúncia resultou em um grande pito da direção nacional do PSDB”. “Depois disso tentaram também envolver o governador Requião, o que também não colou. Agora estão tentando ir contra mim. Só que não sou eu quem está sendo investigado pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e o Nurce”, afirmou o deputado.


Camargo diz ainda que a questão está sendo mal conduzida pelo gabinete de crise do prefeito. “Em vez de contratar um advogado para me acusar, deveriam contratar um advogado para se defender. O prefeito não tem que tentar encontrar o culpado pela denúncia e sim explicar para a população as atividades do Comitê Lealdade e outros comitês durante a campanha”, afirma o deputado. “Dessa vez, queira ou não queira, o mau menino não sou eu”,completou.


Este imbróglio todo envolvendo a suposta indicação do advogado Figueiredo Basto para defender o Prefeito Beto Richa, através de Tony Garcia que nega ter sido o autor de tal referência, reside no fato de a escolha do advogado por parte do prefeito ser incompatível com os interesses da própria Prefeitura de Curitiba. Isto pelo fato de Figueiredo Basto ao estar defendendo Alberto Klaus e a Contrutora Iguatemi, atua neste feito contra os interesses orçamentários da própria Prefeitura de Curitiba.


A pergunta que fica é a seguinte: o fato de o advogado Figueiredo Basto defender a Constutora Iguatemi e o Prefeito Beto Richa ao mesmo tempo, não poderia em tese, promover um conflito de interesses entre ambas as partes?


Ou, a demanda da Prefeitura de Curitiba com a Construtora Iguatemi seria apenas “jogo de cena”? Com a palavra,mm o Ministério Publico.



A polêmica intervenção do TSE na eleição Rigor contra ataques rachou a corte, contrariou o MP e gera dúvidas sobre censura. Papel do presidente Dias Toffoli chama atenção

Dias Toffoli

por André Barrocal  - na Carta Capital


Encarregado de fiscalizar a eleição, o Tribunal Superior Eleitoral estará de plantão no sábado 25, véspera do pleito presidencial, para receber queixas dos comitês de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) contra o adversário. Se PT e PSDB se excederem, o TSE dará direito de resposta ao concorrente quando a propaganda eleitoral já estará proibida. O expediente extra foi aprovado nesta terça-feira 21. A norma resulta de um julgamento polêmico, que rachou a corte, despertou dúvidas sobre seu presidente, Dias Toffoli, contrariou o Ministério Público e levantou suspeitas de censura eleitoral.
O controverso julgamento aconteceu na quinta-feira 16. O TSE decidia sobre um pedido tucano para tirar do ar uma propaganda petista que acusava Aécio de repetir a ditadura e censurar a imprensa de Minas quando governador (2003-2010). A denúncia contra ele tinha sido feita por Eneida da Costa, apresentada pelo PT como ex-presidente do sindicato mineiro dos jornalistas.
O relator do caso, ministro Admar Gonzaga, era contra o pedido. O depoimento de Eneida, disse, “desperta dúvida razoável”, e Aécio dispunha de tempo de propaganda para se defender, algo que não foi feito pelos advogados tucanos na ação. O ministro contou ter recebido em seu gabinete relatos de episódios concretos de possível censura, como a demissão do jornalista Jorge Kajuru da Band mineira em 2004.
“O horário destinado à propaganda eleitoral revela-se como ambiente propício para a divulgação de críticas e manifestações de ordem política”, afirmou Gonzaga. “Sendo assim, entendo que não é papel da Justiça intrometer-se no debate de ideias e contestações, a ponto de colocar-se em substituição aos protagonistas do certame.”
Presidente do julgamento e do TSE, Toffoli não gostou do voto do relator. Mostrou-se incomodado com os ataques feitos na propaganda eleitoral, que pare ele deveria ser só “propositiva”. Sem que houvesse tal previsão no julgamento, passou a palavra à defesa do PSDB. “É impossível provar que [Aécio] não perseguia jornalistas. É prova negativa”, disse o advogado Marcelo Ribeiro, a apelar por uma “intervenção” do tribunal contra o comercial do PT.
Também fora do script, o advogado petista Gustavo Severo teve chance de argumentar perante o TSE contra a representação do PSDB. Segundo ele, a oposição não negava a acusação, como o relator já havia destacado em seu voto. “O Aécio pode muito bem se defender em sua propaganda.”
Posição parecida foi defendida pelo representante do Ministério Público Eleitoral no julgamento, Humberto Jacques de Medeiros. Segundo ele, “há paridade de acesso aos meios de comunicação” entre Dilma e Aécio neste segundo turno. “Ao ver do MP, a coisa mais prudente e mais cautelosa é o tribunal não conceder a este momento nenhuma medida, confiando na civilidade dos candidatos e não interferindo este tribunal no nível do debate.”
A argumentação do MP não convenceu Toffoli. Segundo ele, se o TSE não impusesse limites aos candidatos, “vamos assistir ao baile do risca faca, não uma campanha presidencial”. O ministro liderou então a derrubada do relatório de Admar Gonzaga. E venceu, em uma apertada votação por quatro a três. Junto com Toffoli, votaram os ministros Gilmar Mendes, Luiz Fux e João Otávio de Noronha. Com o relator, ficaram as ministras Luciana Lossio e Maria Thereza de Moura.
O julgamento atendeu não só o pedido tucano de retirada do ar da propaganda petista sobre censura à imprensa mineira, como levou o TSE a assumir uma nova postura na reta final da campanha. Dali em diante, disse Toffoli, a corte estava estabelecendo outra jurisprudência, mais rigorosa. A publicidade na TV e no rádio não poderia mais ser usada para atacar o rival, só para divulgar propostas. A troca de chumbo ficaria restrita a entrevistas e discursos.
Esta nova atitude foi regulamentada nesta terça-feira 21, em sessão que aprovou o plantão do TSE na véspera da eleição, bem como o direito de resposta nos dias 23 e 24. O Ministério Público fez um último esforço contra a norma, escrita pelo gabinete de Toffoli. O procurador-geral Eleitoral, Rodrigo Janot, foi pessoalmente à corte tentar impedir a aprovação da norma, em vão. “A mudança, na visão do Ministério Público Eleitoral, causa surpresa aos candidatos a poucos dias da disputa, não observa a jurisprudência reiterada, desatende o princípio esculpido na carta constitucional e gera insegurança jurídica, necessária ao Estado de direito e à regularidade do pleito.”
Desde sua decisão do dia 16, o TSE suspendeu sete propagandas de Aécio e quatro de Dilma. Pelo lado tucano, foram vetados, por exemplo, comerciais a dizer que o PT faz “a campanha mais baixa, agressiva e mentirosa” e outro a reproduzir uma entrevista antiga de Dilma na qual ela elogiava o então governador de Minas Aécio Neves. Pelo lado petista, foram sacrificadas propagandas em que o ex-presidente Lula chamava o tucano de “candidato dos banqueiros” e outra com uma música sobre Aécio não ser votado por quem o conhecia.
A nova postura do TSE abriu uma polêmica sobre os limites de interferência do tribunal na campanha e das propagandas dos candidatos. No domingo 19, em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Jânio de Freitas escreveu que “o Tribunal Superior Eleitoral tomou duas decisões que caracterizam censura à liberdade de informação jornalística e à liberdade pessoal de expressão”.
Em uma eleição acirrada como a deste ano, a discussão sobre os limites da campanha vem desde o primeiro turno, quando Marina Silva ainda estava na disputa, e o comitê de Dilma resolvera fazer o confronto aberto com ela. Na época, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos disse a CartaCapital que o País não estava acostumado com eleições politizadas e que se devia lamentar que outras disputas não tivessem sido assim. O conflito aberto de interesses, dizia, é próprio da democracia.
Mesmo tendo sido menos afetado até agora do que a campanha de Aécio pelas proibições do TSE, o comitê de Dilma reclama nos bastidores de que a decisão do tribunal atinge sobretudo o PT.
De acordo om um dos chefes do comitê, a campanha dilmista precisava tornar públicos certos fatos negativos para Aécio pois, de outro modo, eles não ganhariam notoriedade. O motivo seria o desinteresse dos órgãos de comunicação. Era o caso das nomeações de familiares de Aécio para cargos na gestão do tucano em Minas. E de nomeações de Aécio pelo pai e pelo tio no início da carreira do presidenciável. Na visão dos estrategistas de Dilma, era necessário aumentar a rejeição a Aécio, graças aos altos índices da presidenta. “A Marina e o Aécio foram desconstruídos por si mesmos, não por nós”, disse o dirigente.
A poucos dias da eleição, a rejeição de Aécio já supera à de Dilma, e pesquisas recentes mostram-no mais identificado com a autoria das ofensas do que sua adversária. Mesmo assim, o comitê dilmista preocupa-se com a nova norma do TSE. Sente-se exposto a um eventual noticiário negativo sem ter meios para se defender. A resolução aprovada pelo tribunal nesta terça-feira 21 garante direito de resposta apenas para o candidato que for acusado pela propaganda adversária. Não vale para notícias de jornais, revistas ou TVs.
Em Brasília, há quem veja com estranhamento a postura do presidente do TSE, responsável pela reviravolta na postura do tribunal. Advogado do PT no passado, indicado pelo ex-presidente Lula para o Supremo Tribunal Federal, Toffoli estaria descontente com Dilma. Em janeiro, a revista Veja publicou uma nota intitulada “De aliado a adversário”, na qual dizia que o ministro “sente-se desprestigiado por Dilma, que jamais o recebeu nem atendeu a seus telefonemas”. Não há registro de que Toffoli tenha feito reparo público à nota.
Em meados de setembro, com a campanha a pleno vapor, Toffoli já tinha se colocado no caminho da presidenta. Em entrevista à revista Época, criticara Dilma por conceder entrevistas no Palácio da Alvorada na condição de candidata e por utilizar o local como cenário de sua propaganda eleitoral televisiva. Para ele, “usar símbolos de poder num ato de campanha é algo que a legislação não permite” e uma “vantagem indevida”.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Aécio e família contra a CLT na era FHC Ministro do Trabalho de FHC, Francisco Dornelles propôs flexibilizar legislação trabalhista. O primo Aécio Neves presidia a Câmara quando da aprovação do projeto

por André Barrocal - na Carta Capital
Em outubro de 2001, o desemprego beirava os 8%. Era o penúltimo ano de Fernando Henrique Cardoso, presidente que entregaria ao sucessor um desemprego de 11%. Para tentar incentivar a criação de vagas, o ministro do Trabalho da época, Francisco Dornelles, teve uma ideia até hoje acalentada pelo empresariado: flexibilizar a legislação trabalhista. Ele propôs, e FHC mandou ao Congresso, uma lei para acordos entre patrões e empregados valerem mais do que a CLT. Direitos como férias e FGTS só seriam obtidos por categorias fortes.
Apesar de polêmico, o projeto teve tramitação célere na Câmara. Foi aprovado em dois meses, em uma votação apertada (264 a 213) que rachou a base aliada de FHC. Em vão. O Senado segurou  a lei, aí veio a eleição de 2002, o Partido dos Trabalhadores chegou ao Palácio do Planalto com Lula e não se falou mais no assunto.
Em meio a mais uma eleição presidencial, a memória do episódio tem valor e interesse. Parte dos empresários está defendendo alívios na legislação trabalhista, para aumentar a competitividade de seus negócios. Em sabatina organizada pela confederação dos agronegócio (CNA), o candidato Aécio Neves, do PSDB, disse ser a favor de regulamentar a terceirização, que é um dos caminhos vistos pelo setor produtivo para baixar custos trabalhistas. O presidente da Câmara dos Deputados em 2001, a garantir a rápida votação da lei contra a CLT proposta por FHC, foi Aécio Neves. O mentor da lei, Francisco Dornelles, é parente de Aécio.
Dornelles é também um dos responsáveis pelo currículo de Aécio exibir uma passagem pelo governo federal. Em 1985, quando José Sarney assumiu a Presidência após a morte de Tancredo Neves, Aécio foi nomeado diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal. O banco é vinculado ao Ministério da Fazenda, pasta então chefiada por Dornelles. Tal nomeação é um dos casos a alimentar dúvidas sobre o compromisso do tucano com a “meritocracia” que ele prega na eleição.
Há outros casos em que a associação com Dornelles pode atrapalhar Aécio. Senador pelo Partido Progressista (PP), Dornelles é relator de uma lei a propor a independência do Banco Central. A ideia é controversa e contribuiu para a ruína da candidatura de Marina Silva. Dornelles é favorável ao projeto, apresentado em 2007 por um tucano, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e só não o levou à votação ainda por resistência do PT e do governo.
Dornelles também foi presidente do PP, legenda das mais implicadas nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Parte das estripulias em favor do partido reveladas pela dupla aconteceu no período em que o primo de Aécio comandou a sigla (de 2007 a 2012).
Dornelles foi um dos arquitetos da chapa “Aezão” no Rio, a juntar o candidato a governador pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão, e Aécio Neves. Por ser do partido do vice-presidente Michel Temer, Pezão deveria em tese aliar-se à presidenta desde o início da disputa. Mas não foi bem assim. Tendo Dornelles como vice, Pezão primeiro namorou Aécio. Só mudou de atitude e aceitou associar-se a Dilma quando ela se mostrou uma parceira melhor do que Aécio na busca pelo voto fluminense.

Bancada da bala pode ajudar a reduzir maioridade Em 2015, Câmara terá pelo menos 21 deputados ligados à segurança e que defendem mais punição a menores


Bancada da bala 2015

Quem é o verdadeiro bandido nessa história? ( ou palavras de quem não sabe o que diz)

por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

A matéria da Carta Capital logo abaixo - "Bancada da bala pode ajudar a reduzir a maioridade em 2015..." - baseada em números, em estatísticas, mostra - "Segundo o Ministério da Justiça, os menores de 16 a 18 anos são responsáveis por 0,9% do total dos crimes praticados no País. Se considerados apenas homicídios e tentativas de homicídio, o percentual cai para 0,5%.".

Por que então tanto alarde, tanta comoção?

Com a irresponsabilidade de grande parte da mídia, as pessoas país afora têm a percepção de que os casos de violência praticados por jovens é espetacularmente grande, nos últimos anos foram criados programas com várias horas de duração nas tvs e rádios que tratam especificamente do tema violência; programas que possuem grande audiência, os espectadores se "deliciam" com as palavras e imagens veiculadas, isso em vez de informar e provocar a reflexão para problemas de ordem econômica, educacional, má distribuição de renda etc., servem apenas para escamotear e alienar ainda mais os telespectadores e ouvintes de tais programas. Talvez por isso o percentual tão expressivo de "89% de brasileiros que acreditam que o país deve obrigar, por lei,  jovens infratores a responder criminalmente como adulto a partir dos 16 anos de idade". 

Na tv, por exemplo, foi entregue a um apresentador da Band, Sr. Datena, um palanque nacional para que o mesmo, vomite ignorância em seus comentários racistas e desconhecedor profundo da realidade social e econômica brasileira - falar todos os dias no mesmo horário, em tom de discurso, usando palavras que soam autoritárias e violentas contra crimes praticados por jovens, não pode dar em outra coisa que não seja mais violência, mais irresponsabilidade e mais gente defendendo tal bandeira.

Como expressamente colocado na abertura desse texto, os números da violência praticado por jovens no Brasil - 0,9% e 0,5% - não condizem com o alarde feito pela tv e muito menos por candidatos a nenhum cargo público eletivo nesse país.

Quando esses senhores, que foram eleitos usando como discurso a violência, pararam para ler alguma coisa sobre as causas mais profundas da violência? Acredito que nunca. São demagogos que foram eleitos defendendo discursos rasos que não aprofundam o problema da violência no país, não ajudam em nada.

Se esses senhores fossem buscar as causas concretas da violência, e usassem seus preciosos minutos no horário eleitoral para debater e esclarecer a população, talvez nem fossem eleitos. 

Não sou especialista no tema, sou professor de História, mas é exatamente minha graduação nessa área que me permite escrever afirmando quão raso, superficial e irresponsáveis são esses discursos sobre a menoridade penal.

A  complexidade do tema talvez seja um das dificuldades encontradas por esses senhores candidatos. Fica mais fácil apenas usar da violência pela violência para se eleger.

Debater a profunda desigualdade social brasileira, advinda da má distribuição da renda dá trabalho e não dá voto. O Produto Interno Bruto do Brasil em 2013 cresceu a uma taxa de 2,3% chegando a espetacular cifra de R$ 4,8 trilhões de reais; é uma riqueza produzida por toda a sociedade, mas que fica nos bolsos de uma minoria de super ricos e da alta classe média. Que, usufruindo de maiores ganhos podem consumir, ter e fazer. Essa talvez seja a principal causa da violência no Brasil. Não podemos discutir tema tão importante sem antes refletirmos sobre os números da riqueza que não é distribuída ao nosso povo.

A exceção dos últimos 12 anos, nos governos Lula e Dilma, o Brasil esqueceu perversamente do seu povo. Até a Constituição Federal de 1988, não encontramos nenhuma lei de abrangência nacional que tivesse o objetivo de incluir os trabalhadores e a população em geral na distribuição da riqueza.

De 1988 para cá foram criadas tímidas Políticas Públicas de alcance social, mas, foi só a partir de 2003 que o país incluiu o problema da miséria e da pobreza como temas a serem tratados pelo Estado. No bojo dessas Políticas Públicas de grande alcance social, foram incorporados planos e metas educacionais e de atenção básica à saúde para as populações mais fragilizadas. Essas medidas fizeram o Brasil sair da rota de países com grandes populações de miseráveis e pobres. É um primeiro passo, importante, mas apenas um degrau na escada que poderá nos levar a construir uma sociedade bem alimentada, bem empregada, bem cuidada na área da saúde, protegida com moradias decentes e bem instruída com escolas públicas de qualidade.

Essa é a maneira correta de debater a questão da violência. Quando o Brasil distribuir melhor a sua renda, tiver pleno emprego de qualidade, permitindo a autonomia das famílias. Apostando numa educação pública que atenda plenamente nossa juventude, não precisaremos mais ouvir esses senhores demagogos falando sobre o que não sabem falar.

Os trabalhadores e trabalhadoras, vendo a riqueza trilionária do país sendo repartida com todos, dando oportunidades à toda a sociedade de estudar, morar com dignidade, consumir como cidadão, nunca mais verão seus filhos e filhas com motivos para roubar ou matar. A construção de uma sociedade não violenta passa obrigatoriamente pela distribuição da riqueza para todos e todas.

Bancada da bala pode ajudar a reduzir maioridade

Em 2015, Câmara terá pelo menos 21 deputados ligados à segurança e que defendem mais punição a menores
por Renan Truffi 

Se ganhar a eleição presidencial, no próximo dia 26 de outubro, o candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, terá condições favoráveis para conseguir a aprovar a redução da maioridade penal. Além de o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP), seu vice, ser autor de um projeto que pune menores de idade como adultos em caso de crimes hediondos, a Câmera dos Deputados vai ser composta, a partir de 2015, por uma “bancada da bala” de 21 deputados federais, segundo levantamento da reportagem deCartaCapital.
A maior parte dos integrantes da bancada é ou foi policial civil, militar e federal originalmente e tem como principal bandeira de campanha endurecer as penas contra os adolescentes que cometem atos infracionais graves. Cinco deles são ainda os mais votados em seus respectivos estados – Ceará, Distrito Federal, Goiás, Pará e Rio de Janeiro--, o que significa que contam com o apoio de uma parcela considerável da população para conseguir a aprovação de tal medida. Para se ter uma ideia, de acordo com pesquisa feita entre o instituto Vox Populi e a revista CartaCapital de 2013, 89% dos brasileiros acreditam que o País deve obrigar, por lei, jovens infratores a responder criminalmente como adulto a partir dos 16 anos de idade.
Do total de 21 deputados que devem formar a bancada no ano que vem, 18 têm carreira em algum tipo de força policial e apenas sete já estavam na Câmara e foram reeleitos. Os outros 14 nomes não foram deputados federais nos últimos quatros anos ou são novos na vida política. É o caso do Delegado Waldir, o campeão de votos em Goiás. Durante a campanha, ele usava seu número na urna (4500) para espalhar um slogan que remete à prisão. “45 do calibre, 00 da algema”. Apesar de integrante da Polícia Civil, ele defende que os menores autores de atos infracionais recebam pena “militarizada”.
“Hoje temos uma minoria de adolescente que aos 13 anos já rouba, mata, estupra e não tem acontecido nada. Sou a favor da redução da maioridade, mas antes da aprovação dessa lei precisamos da criação de novos presídios juvenis, separados por idade: 13 anos com 13 anos, 14 anos com 14 anos, e pela natureza de crime, roubo, tráfico, homicídio, e que esse adolescente tenha um sistema que eu diria militarizado”, defendeu. “Colocar ele pra acordar cedo de segunda a sábado, exercitar o corpo e a mente, além de trabalhar e fazer um curso profissionalizante. Domingo [será dia de] artes culturais e esportivas, religião e hino nacional. Vamos ver se esses adolescentes não serão recuperados”.
Assim como o próprio delegado Waldir admite, os atos infracionais cometidos por adolescentes representam uma “minoria” se comparado ao universo de crimes comuns no Brasil. Segundo o Ministério da Justiça, os menores de 16 a 18 anos são responsáveis por 0,9% do total dos crimes praticados no País. Se considerados apenas homicídios e tentativas de homicídio, o percentual cai para 0,5%.
Ainda assim, o discurso de repressão parece convencer mais do que os dados. No Pará, o candidato a deputado federal mais votado foi o delegado Éder Mauro (PSD). Policial civil, ele fez campanha prometendo dar basta “aos vagabundos”. Segundo o jornal O Globo, o policial foi denunciado por crime de tortura contra um pai e uma filha, de 10 anos. A Justiça entendeu que a criança sofreu ameaça, mas o processo prescreveu e o caso foi arquivado. A denúncia relacionada ao adulto continua sob investigação.
Rio de Janeiro e Ceará também votaram em peso em, respectivamente, um militar e um policial. No estado fluminense, o primeiro lugar na disputa por uma vaga na Câmara Federal foi de Jair Bolsonaro (PP). O Capitão da Reserva do Exército ainda conseguiu emplacar o filho e escrivão da PF, Eduardo Bolsonaro (PSC), em São Paulo. Assim como o pai, ele defende que é preciso aprovar penas mais duras para adolescentes urgentemente.
“Nova bancada preocupada com a segurança na Câmara dos Deputados dará prioridade para redução da maioridade penal, reforma do sistema prisional, valorização das Forças de Segurança e outros assuntos relacionados ao tema”, publicou nas redes sociais dois dias após ser eleito e já em nome da bancada. Entre os cearenses, o preferido foi Moroni Torgan (DEM). Policial federal e membro da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, ele já foi eleito deputado federal outras vezes. Mas, neste pleito, focou na redução da maioridade penal e em propostas de combate às drogas. Torgan une sua religião e profissão no combate ao crime. "Este é um enviado do senhor, paz, amor e, se não der certo....bala!", postou o deputado no Facebook.
No Distrito Federal, dois dos oito deputados eleitos são policiais: o campeão de votos foi Alberto Fraga (DEM), ex-deputado que foi tenente-coronel da Polícia Militar. O oitavo colocado foi Laerte Bessa (PR), delegado aposentado da Polícia Civil. Fraga afirmou que pretende criar uma Frente Parlamentar para discutir a redução da maioridade penal. “A maior bandeira minha com relação à segurança pública é acabar com essa impunidade do menor, que tem aumentado a cada dia a participação de menores em crimes no Brasil. Vou lutar por essa questão da maioridade penal e atacar as questões do sistema prisional, que precisa ser reformulado e atualizado”, afirmou.
A chamada Frente Parlamentar da Redução da Maioridade Penal já foi aberta e registrada em setembro de 2013. O coordenador do grupo até então era outro deputado federal da bancada da bala que se reelegeu: Fernando Francischini (SD-PR), também delegado da PF. “Chegou a hora de falar sobre isso. A sociedade cobra do Legislativo um posicionamento sobre o assunto, que toma proporções cada vez maiores. São muitas as proposições que tramitam no Congresso Nacional, mas está faltando discutir o tema, ponderar posições”, explicou na ocasião.

Representação policial e conservadorismo
Policial militar na Bahia e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o tenente Danillo Ferreira vê como um avanço da democracia que policiais sejam eleitos para o Congresso, por representarem uma classe pouco assistida politicamente. “É um avanço democrático policiais passaram a entender que é preciso eles terem representantes legítimos”, explicou. “Nesse sentido, as candidaturas trabalhistas de esquerda não se ocupam com as questões dos policiais, falham ao não olhar para os policiais e isso é preconceito”, complementou.
Na opinião de Ferreira, entretanto, a pauta de endurecimento de penas contra menores de idade é “demagógica” e reflexo do conservadorismo da sociedade brasileira. “Esses policias que levantam essa bandeira obtêm lastro em grande parte dessa população amedrontada que endossa esse discurso. É um discurso demagógico”, criticou. “Às vezes, ainda me sinto no conto ‘O Alienista’, de Machado de Assis, no qual vamos internando, prendendo, enclausurando, a ponto de não sabermos mais qual dos lados é a prisão e qual é a liberdade. Propor mais encarceramento é extremamente irracional e não condiz com os números e a eficácia do nosso sistema prisional. Nós temos um problema seríssimo de formação familiar”.
Ainda que este seja uma das principais bandeiras do PSDB, apoiada por boa parte da população brasileira, a redução da maioridade penal é motivo de discordância até do ponto de vista jurídico. Na visão de alguns especialistas e do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, estabelecer penas para menos de 18 anos seria inconstitucional por contrariar uma cláusula pétrea da Constituição, aqueles dispositivos que não podem ser modificados.
"Qualquer projeto que reduza a maioridade penal nos termos do que está hoje consagrado na Constituição Federal é inconstitucional, porque todos os direitos e garantias individuais consagrados na Constituição são cláusulas pétreas, ou seja, não podem ser modificados nem por emenda constitucional, (...) apenas com uma nova Constituição", disse no ano passado, em um dos auges do assunto.
Outro ponto de contradição dessa proposta é que ela fere um acordo internacional que o Brasil se comprometeu a cumprir. O País é signatário da Convenção Internacional dos Direitos da Criança e do Adolescente das Nações Unidas. Isso quer dizer que temos o compromisso de oferecer tratamento penal diferenciado a todos os menores de 18 anos, com recolhimento em unidades de ressocialização. Assim como acontece em países como Argentina, França, Espanha, China, Suíça, Noruega e Uruguai.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Dilma 52%; Aécio,48%, diz Datafolha. Agora é para liquidar a fatura

datapassa

Autor: Fernando Brito - no Tijolaço

Aécio murchou.
Já tinha murchado, não foi só nos últimos dias.
Mas as pesquisas são, claro, mais lentas em admitir isso.
Um ponto vem do Rio.
Um balde d’água de presente para quem adivinhar de onde vêm mais um ou dois.
Ainda que, para inglês ver, tudo  ainda está  dentro da “margem de erro”.
Conversa.
Avaliação ótimo bom do governo, nas três ultimas semana/pesquisas: 39,40, 42
Rejeição: Dilma – 43, 40, 39%; Aécio – 34, 38, 41%.
Era o que em futebol se chama de “passe telegrafado”, dito aqui desde a semana passada.
A essa altura, só uma armação tira a vitória de Dilma. Ou uma acomodação de sua campanha.
Preparem-se.
Vai valer de tudo.

Dilma devolve falta d’água aos tucanos Por que os tucanos não fizeram o Eixão das Águas?


no Conversa Afiada

Em São Paulo, a Presidenta Dilma Rousseff respondeu ao candidato adversário Aécio Neves (PSDB), que afirmou ter faltado “uma parceria maior do governo federal” na questão do problema de falta de água no estado governado por Geraldo Alckmin. Sobre o assunto, a Presidenta esclareceu que, primeiramente, entrou em contato com o governador em fevereiro deste ano e aconselhou que eram necessárias obras emergenciais, mas ele não adotou.

“Eu disse ao (Geraldo) Alckmin que os estudos do próprio governo mostravam que eles enfrentariam uma situação difícil. A água é atribuição dos governos estaduais e em alguns estados e atribuição de municípios. No caso de São Paulo, a gestão da água é feita pela Sabesp, pelo governo do estado”, disse em entrevista coletiva nesta segunda-feira (20), para completar: “A questão da água é importante para entender como os tucanos governam”.

E continuou: “Em março, eu disse ao governador que ele deveria fazer obras emergenciais. O que a nós foi pedido, nós fizemos, dentro das atribuições do governo federal. O governo do estado apresenta um projeto e nós somos parceiros do projeto. Nós não fazemos o projeto”.

“Por exemplo, no Ceará, fizeram o Eixão das Águas, que começou no governo Lula. A quarta etapa foi feita e concluída no meu governo”, confirmou Dilma para quem não deve ser acusada de negligência. “O governo do estado não pode atribuir a nós qualquer omissão na ajuda”, concluiu..

A  candidata à reeleição, que está na capital paulista para participar de ato político ao lado do Presidente Lula, citou alguns dos investimentos do governo federal em pequenos municípios, em saneamento e mobilidade urbana. “Para os municípios que sofrem com a seca, tem ações emergenciais e ações estruturantes, porque o povo não pode esperar. Fizemos grandes obras de mobilidade urbana nos grandes municípios brasileiros, como corredores de ônibus, BRTs e VLTs. Construímos mais de 1 milhão de cisternas no semiárido nordestino e complementamos essa ação com água de caminhões-pipa”, confirmou



Abaixo, outras frases da petista:

Nosso objetivo é universalizar a conexão de internet até 2018 

Chegaremos a 90% de domicílios no Brasil com banda larga por fibra ótica. Os outros 10% serão com outra tecnologia 

Nós pretendemos dobrar o número de conexões no Brasil 

A internet é tão importante hoje pras pessoas quanto a energia elétrica. É integrante da vida das pessoas 

Nós vamos usar também os princípios do Marco Civil da Internet para fazer a gestão dessa universalização 

A inclusão social também vai beneficiar empresas, setor de serviços e comércio 

Teremos também a banda larga nas escolas e nas estruturas de saúde 

A universalização da banda larga não tem só um aspecto econômico, tem também um aspecto social 


Sobre Petrobras:

Para que se tomem providências, é necessário que haja informação oficial (Petrobras)

É temerário a gente discutir sem informações oficiais sobre quem está envolvido e como


Crise:

O Brasil tem um situação excepcional porque a gente recebe, em média, R$ 67 bilhões e investimento externo 

A Alemanha é uma das maiores economias industriais do mundo e está sofrendo pesadamente os efeitos da crise


O Brasil, na crise, não desempregou, pelo contrário, nós criamos 5,5 milhões de empregos, enquanto a Europa está com 100 milhões de desempregados.



Alisson Matos, editor do Conversa Afiada

Dilma leva a seca tucana de SP ao horário eleitoral! É assim que eles governam !


por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Vamos insistir num ponto importante - como explicar a vitória de alckmin ainda no 1° turno? Cadê os nordestinos e filhos de nordestinos que moram em São Paulo?

Um coisa é certa, só a elite branca do Morumbi não tem voto suficiente para para tanto, muito menos eleger sozinhos o cerra senador abrindo mão de um dos políticos mais corretos do país o Sr. Eduardo Suplicy.

"O sertão vai virar mar"?

Quem poderia imaginar que um dia a cidade mais importante do Brasil veria  pessoas com baldes
disputando água nas filas de carros-pipas?

O povo não é bobo, chega uma hora que as coisas começam a acontecer, começam a mudar. O psdb levou a maior cidade do país ao caos. A elite branca não se importou novamente com o povo, mesmo com todos os problemas de corrupção, falta de água, violência da polícia militar contra os jovens, assassinatos de jovens negros da periferia...etc...etc alckmin foi reeleito, como explicar?




Judiciário cria bolha de proteção para separar Aécio de seu passado Tucano teve quatro anos para atacar oponente sem ser incomodado. Mas, na hora em que se viu sob dificuldades, recebeu o apoio do TSE, que sob o manto da 'boa campanha' decidiu desequilibrar a disputa

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Missão cumprida: Mendes abriu caminho a jurisprudência que garante pista livre a Aécio contra Dilma

por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Olha a confusão que nos metemos; numa democracia, as instituições como os Tribunais, são instrumentos fundamentais para a segurança legal e justa, mas o país numa tentativa de dar qualidade e inserção do nosso povo ao judiciário, recebeu o Sr. Joaquim Barbosa que, por méritos chegou ao mais alto poder judiciário da República mas, quando chegou, ajudou a "grande" mídia, Gilmar Mendes e outros a montar um verdadeiro circo que tinha como objetivo claro destruir o PT, Lula e desestabilizar o governo Dilma, pois bem, agora, outro tribunal, muda o jogo aos 45 minutos do segundo tempo numa clara e inequívoca intenção de continuar o massacre midiático contra a candidatura Dilma Roussef. Tenho dito, a democracia possui instrumentos de controle tanto da mídia irresponsável, como dos juízes venais.

Lembro que, quando fazia a campanha de Lula da Silva em Grajaú Maranhão em 1989, fomos perseguidos pelo juiz da cidade que nos ameaçava todas as vezes que topávamos com o mesmo nas ruas da cidade. No dia da eleição, tivemos que, em certo momento, sair para o distrito de São Pedro para não sermos arbitrariamente detidos, nosso crime, fazer a campanha limpa e transparente do Partido dos Trabalhadores.

Pensei, depois de mais de mais de 20 anos, que poderíamos ter avançado, mas não, essa atitude do TSE é absurda. Isso poderia ter sido feito, de forma democrática, antes da campanha e não agora.

Leia o texto abaixo da Rede Brasil Atual.

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na Rede Brasil Atual

por João Peres, da RBA


Judiciário cria bolha de proteção para separar Aécio de seu passado

Tucano teve quatro anos para atacar oponente sem ser incomodado. Mas, na hora em que se viu sob dificuldades, recebeu o apoio do TSE, que sob o manto da 'boa campanha' decidiu desequilibrar a disputa

É louvável a preocupação dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em ajudar a elevar o nível dos debates do segundo turno da eleição presidencial, notadamente baixo, estarrecedor, de causar tristeza. Ninguém pode se opor a uma tentativa de tornar respeitosa a troca de ideias entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB).
Porém, há ao menos duas questões preocupantes na linha de raciocínio estabelecida na última quinta-feira (16) pelos ministros do TSE, ao deixar claro que não mais permitirão que os programas políticos no rádio e na televisão façam críticas ou denúncias ao adversário da vez. A primeira, elementar, é de que não se muda as regras do jogo com a bola rolando. Menos ainda quando nos aproximamos dos cinco minutos finais de um clássico acirrado.
A segunda, bem mais complexa e passível de debate, diz respeito àquilo que se almeja de uma disputa eleitoral. A população, sem dúvida, tem o direito de ouvir prioritariamente dos candidatos as propostas para o futuro do país. Mas tem, igualmente, o direito de saber o passado dos postulantes a qualquer cargo, uma vez que a trajetória de um político é fundamental para entender quais serão suas escolhas futuras.
Neste aspecto, observar o contexto em que o TSE decidiu mudar sua jurisprudência é salutar. Desde agosto Aécio Neves conta com pista livre pela frente para usar em seu programa denúncias contra a adversária e seu partido, o PT. Ao longo destes dois meses, dois meses e meio, chegou a se valer inclusive de ter como proposta central o “voto útil contra o PT”, o que, convenhamos, está longe de garantir a campanha propositiva que almejam os ministros da Corte Eleitoral. E pôde lançar mão, incontáveis vezes, de manchetes e áudios fornecidos por reportagens da mídia tradicional. No caso central de sua campanha anti-Dilma, na maior parte das oportunidades abasteceu-se dos dados fornecidos por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras e criminoso confesso.
Ao chegar ao segundo turno, porém, o senador passou a ser alvo de críticas e denúncias pelo programa de Dilma. De lá para cá, indicam as pesquisas, viu crescer sua rejeição, muito com base em seu passado como governador de Minas Gerais. Maus resultados nos serviços públicos, desvio de finalidade de recursos na saúde, uso de recursos estaduais para financiar obras em propriedades de parentes e nepotismo são algumas das questões evocadas pela petista.
O caso que levou o TSE a lançar sobre a campanha o manto do respeito é particularmente curioso. A coligação Muda Brasil, encabeçada pelo PSDB, moveu ação para que Dilma fosse impedida de veicular trecho de sua propaganda que abordava a censura de Aécio aos meios de comunicação mineiros. Irritou particularmente o momento em que a ex-presidenta do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Eneida da Costa, afirma que o tucano perseguia profissionais de imprensa. “Tudo o que desagradava o governo Aécio era como no tempo da ditadura, era um telefonema e o repórter, o fotógrafo, o jornalista, em qualquer posto, estava ameaçado de perder o seu emprego”, diz.
Ainda mais curiosa é a origem da reclamação de que a Corte deveria ajudar a elevar o nível dos debates vetando críticas ácidas entre os candidatos. Gilmar Mendes, támbém ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), foi quem abriu voto divergente do relator do processo no TSE alegando que se tem um papel institucional de garantir um novo parâmetro para a realização do horário eleitoral. Mendes, famoso pela defesa de interesses conservadores. Mendes, o mesmo que recentemente recebeu telefonema de Fernando Henrique Cardoso minutos antes de votar o caso em que se pedia pela cassação da candidatura de José Roberto Arruda, candidato ao governo do Distrito Federal – recorde-se que em seguida se posicionou a favor da manutenção a do cabeça de chapa do PR.
Entre os votos vencidos na sessão de quinta-feira, merece destaque o de Maria Thereza de Assis Moura:  “Estou de acordo que o tribunal deve fixar os parâmetros para que as campanhas tenham decoro”, disse. “Mas se nós estamos fixando esse parâmetro, qual é esse parâmetro? Não é possível o quê, para o outro candidato?  Não é possível falar mal? Ou então só será possível falar de programa de governo?”
Dúvidas que começaram a ser respondidas nos dois dias seguintes, com uma chuva de liminares favoráveis aos dois lados em disputa no segundo turno. Aécio foi proibido de seguir falando de denúncias feitas por meios de comunicação envolvendo a Petrobras, o que de imediato abarca quatro inserções no rádio e na TV.
Dilma não pode mais falar do aeroporto construído com dinheiro de Minas em terras de um tio de Aécio. O horário eleitoral “não pode ser desvirtuado para a realização de críticas destrutivas da imagem pessoal do candidato adversário, nem é justo que o ofendido tenha de utilizar o seu próprio tempo para se defender de ataques pessoais em prejuízo de um autêntico e benfazejo debate político”, argumentou o ministro Tarcisio Vieira de Carvalho Neto.
A decisão do TSE parece tomada de ideais de justiça ao contemplar ambos os lados. Mas, ainda que porventura algum ministro tenha tomado a decisão investido desta noção, o resultado é o desequilíbrio. Por um motivo tão visível quanto simples: Aécio conta 24 horas por dia com amplo apoio dos setores dominantes da imprensa. Além de ele e sua família serem proprietários e de emissoras de rádio e TV – prática vedada pela Constituição, diga-se de passagem –, é notória a ânsia da mídia tradicional, Globo à frente, de ver o PT derrotado.
Num país em que a audiência televisiva é altamente concentrada, e por consequência a capacidade de formação de opinião, o horário eleitoral acaba por cumprir a função de restituir, ou ao menos tentar, algum equilíbrio à difusão de informações. Se Dilma passou quatro anos sob ataque, às vezes com fundamento, às vezes não, ostentava agora dez minutos que lhe garantiam divulgar suas propostas sem a intermediação de um veículo que propositalmente esquece informações pelo caminho e, de quebra, divulgar dados sobre seu adversário deixados de lado por uma imprensa que há tempos esqueceu o interesse público para se portar como partido político.
Neste sentido, a decisão do TSE tem um efeito prático a favor de Aécio, que contará na última semana de uma eleição acirrada com uma campanha gratuita para a qual sua adversária terá dificuldades de apresentar contraponto, amarrada que estará pela legislação eleitoral. O caso Petrobras seguirá à tona, com ou sem citações diretas pela candidatura tucana. O do aeroporto de Cláudio, não, esquecido que ficará.
Se a alguém ainda couber ingenuidade sobre a parcialidade de nossa mídia tradicional, vale conferir os estudos feitos pelo Manchetômetro, grupo criado por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro. A contabilidade de 2014, até o dia do primeiro turno, dava conta de
567 reportagens tratando de “escândalos” com participação de petistas, contra 187 em que apareciam quadros tucanos. Os dados da cobertura desta última semana são interessantes: no Jornal Nacional Dilma recebeu 14 reportagens contrárias, 22 neutras e duas favoráveis. Aécio, uma contrária, uma favorável e oito neutras.
Sob o manto do respeito, o que os ministros do TSE fizeram foi jogar sobre a campanha o manto da proteção. A Aécio, que ganhou uma bolha de proteção que o isola de seu passado.

O Tribunal do “bons” decide o que o povo pode ouvir

elitejudicial

Autor: Fernando Brito - no Tijolaço
Não existe censura no Brasil.
Ou não existia.
Porque o Tribunal Superior Eleitoral acaba de decidir o que o povo brasileiro pode e não pode ouvir.
Ou melhor, sobre quem pode ouvir.
Sobre o Governo, pode-se dizer tudo: que rouba, desvia, se corrompe.
Tudo, claro, “comprovado”pelas acusações  -até agora genéricas e improvadas – de um homem que admite ser um ladrão – e seu comparsa, que já foi definido pelo próprio juiz do caso como “um bandido profissional”, ambos se beneficiando de um perdão judicial quanto mais acusarem.
Mas de Aécio não se pode dizer, sequer, que desapropriou, como governador, uma nesga de terra dentro da fazenda do tio e investiu dinheiro público para fazer um aeroporto numa pequena cidade, onde só serve para seus passeios a fazenda da família.
O fato é que o Judiciário brasileiro, salvo honrosas exceções, parece ter sucumbido aos tapetes que frequenta e adotado, com cada vez menos rebuços, a identidade com uma classe média alta, que se julga possuidora de todos os méritos e à cuja ditadura moral o país deva se submeter.
Não escandaliza ninguém que um juiz, com vencimentos brutos de perto de R$ 30 mil,  se contado seu auxílio-moradia imune a tributos,escreva num processo que está trabalhando como “escravo”.
A elite do funcionalismo público, que tem suas posições conquistadas por saber do qual não se duvida, deveria ser mais lúcida que a elite econômica, à qual tantas vezes se alinha em opinião, e entender que este é um país carente, arrochado por um brutal garrote financeiro, e que os recursos que faltam ao Judiciário mais ainda faltam à saúde, à educação, à assistência social.
Não pensar que “estou aqui porque mereço e quem não está não merece”. Isso é a selva, não a civilização.
A cegueira e o ódio,  instalaram-se de forma doentia e obcecada em muitas mentes.
Neste grupos, só se pode repetir o discurso monolítico da mídia, no qual todos os pecados pertencem a um lado, embora o outro seja um colecionador de imoralidades e desvios de conduta sabidos de todos.
Este blog, que recebe contribuições dos leitores e anúncios do Google disponíveis a qualquer um, é “sujo”.
O governador Aécio Neves, que determinou a destinação  verbas publicitárias de seu governo para as rádios que ganhou durante o Governo Sarney, é “limpo”.
O conservadorismo brasileiro e a classe média cheia de ódio que se construiu aqui acham preferível um desqualificado que rebaixe os pobres a seu lugar, do que uma mulher que, com todos os defeitos políticos que seu governo possa ter, é honrada e austera, embora esteja, há dois anos, sendo diariamente enxovalhada pelos jornais.
Estamos diante do impensável e, entretanto, ele está aí.
Escrevi, há dias, que o povo brasileiro estava só.
Seu Governo, agora que resolveu se defender, depois de anos de inércia, está com “baixarias”, porque dos atos baixos do PSDB é deselegante falar e, agora, proibido.
Estamos chamados a um esforço final para livrar nosso país de um período de trevas que virá se esta mistificação continuar.
Mas o Brasil e seu povo valem este esforço, ah, se valem.
Porque não há tribunal, mídia, elites que nos possam tirar esse amor, essa causa, este desejo de justiça e felicidade que eles não têm.
Quem mede sua felicidade pelo sofrimento alheio está fadado ao veneno do ódio.

Janio de Freitas acusa TSE de censura

censura

Autor: Miguel do Rosário  -  no Tijolaço

Na mesma linha do que o Fernando escreveu aqui ontem, o colunista da Folha Jânio de Freitas, um dos últimos espécimes progressistas da grande imprensa, acusou o Tribunal Superior Eleitoral, de praticar censura, ao determinar o que os candidatos podem ou não divulgar.
A decisão afeta, obviamente, o processo eleitoral e constitui um arbítrio contra Dilma.
Aécio não precisa nem atacar o PT, embora o faça com virulência em sua propaganda. Sua propaganda eleitoral já foi, desde sempre, terceirizada à mídia.
A propaganda eleitoral de Dilma é o único meio pelo qual ela pode mostrar aos brasileiros quem é Aécio Neves.
E tem conseguido esse objetivo.
Segundo Ilimar Franco, do tucaníssmo Globo, a rejeição à Aécio Neves já superou a de Dilma. Aliás, falaremos disso num post à parte.