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Escola das Américas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Escola das Américas (em inglês School of the Americas)
Em
2001 renomeada como Western
Hemisphere Institute for Security Cooperation (WHINSEC) — Instituto do
Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança
A instituição é mantida pelos Estados Unidos e, entre outros, ministra cursos sobre assuntos militares a oficiais de outros países.
Atualmente situada em Fort Benning, Columbus, Geórgia, a escola esteve de 1946 a 1984 situada no Panamá, onde se graduaram mais de 60 mil militares e policiais de cerca de 23 países da América Latina, alguns deles de especial relevância pelos seus crimes contra a humanidade como os generais Leopoldo Fortunato Galtieri ou Manuel Noriega.
O polêmico centro de treinamento
A Escola das Américas foi
inicialmente criada em Fort Amador, no Panamá, como parte da iniciativa da
conhecida Doutrina de Segurança Nacional. Sua denominação inicial foi
"Centro de Adestramento Latinoamericano - Divisão da Terra"
("Centro de Adiestramiento Latinoamericano - División de la Tierra"
em espanhol). Sua missão principal era a de fomentar cooperação ou servir como
instrumento para preparar as nações latino-americanas a cooperar com os Estados
Unidos e manter assim um equilíbrio político contendo a influência crescente de
organizações populares ou movimentos sociais de esquerda.
Instalações onde
funcionou a Escola de das Américas no Panamá.
Em 1950 a escola mudou o seu nome
para United States Army Caribbean School ("Escola
Caribenha do Exército dos Estados Unidos") e foi transferida para Fort
Gulick, também no Panamá; neste mesmo ano o espanhol foi adotado como língua
oficial da academia. Em Julho de 1963 o centro reorganizou-se com o nome
oficial de United States Army School of the Americas (USARSA), ou mais
popularmente como Escola das Américas.
Durante as seguintes décadas cooperou
com vários governos e regimes totalitários e violentos. Vários dos seus cursos
ou adestramentos incluíam técnicas de contra insurgência, operações de comando,
treinamento em golpes de Estado, guerra psicológica, intervenção militar,
técnicas de interrogação. Manuais militares de instrução destas iniciativas,
primeiramente confidenciais, foram liberados e publicados pelo pentágono Americano
em 1996. Entre outras considerações, os manuais davam detalhes sobre violações
de direitos humanos permitidos, como por exemplo o uso de tortura,
execuções sumárias, desaparecimento de pessoas, etc definindo seus objetivos
como sendo o de conter e controlar indivíduos participantes em organizações
sindicais e de esquerda.
Uma instituição polêmica
Em uma carta aberta enviada
em 20 de julho de 1993 ao Columbus Ledger Enquirer, o comandante Joseph Blair,
antigo instrutor da Escola das Américas, declarou: "Nos meus três anos de
serviço na Escola nunca ouvi nada sobre qualquer objetivo de promover a
liberdade, a democracia e os direitos humanos. O pessoal militar da América
Latina vinha a Columbus unicamente em busca de benefícios econômicos,
oportunidades para comprar bens de qualidade isentos de taxas de importação e
com transporte gratuito, pago com impostos de contribuintes americanos.
De
acordo com o senador democrata Martin Meehan (Massachusetts): "Se a Escola
das Américas decidisse celebrar uma reunião de ex-alunos, reuniria alguns dos
mais infames e notórios malfeitores do hemisfério".
A
Escola das Américas, desde 1946, treinou mais de 60
mil militares da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica,
Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru,
Uruguai e Venezuela.
Instrutores e Alunos
O Brasil enviava regularmente
militares para treinamento na Escola das Americas .1
Entre os graduados mais reconhecidos
encontram-se importantes instigadores de crimes de guerra ou contra a
humanidade, alguns deles também relacionados estreitamente aos esquadrões da
morte e ao crime organizado bem com com ligações com a CIA estado-unidense:
·
Brigadeiro João Paulo Burnier, militar da Força Aérea
Brasileira.2
·
General Manuel Noriega, responsável pela ditadura
militar no Panamá, e antigo colaborador da CIA, esteve preso por vários anos
nos Estados Unidos por sua relação com o narcotráfico, atualmente segue preso,
porém foi transferido para o Panamá;
·
General Hugo Banzer, responsável pelo sanguinário golpe na Bolívia em
1971 e sua subsequente ditadura militar que se prolongou até 1978. Hugo Banzer
foi incluído em 1988 no Hall da Fama da Escola;
·
Roberto D'Aubuisson, graduado en 1972 e depois
parte do serviço de inteligência de El Salvador, acusado como líder de
esquadrões da morte, entre outros crimes e delitos.
·
General Héctor Gramajo,
ex-ministro de Guatemala, autor de políticas militares genocidas nos anos
oitenta.
·
Roberto Eduardo Viola, promotor do golpe de
estado na Argentina em 1976.
·
Leopoldo Fortunato Galtieri, precursor da
Guerra das Malvinas (1982), líder da Junta Militar da Argentina que
supervisionou desde 1981, os dois anos finais da "guerra suja", onde
se torturaram mais de 100.000 pessoas, e posteriormente mais de trinta mil
foram assassinadas e desaparecidas.
·
General Guillermo Rodríguez,
responsável pelo golpe de estado de 1972 a 1976 no Equador.
·
Vladimiro Montesinos, advogado, militar,
colaborador inicial da CIA, responsável pelo Serviço de Inteligência do Peru
durante o polêmico governo de Alberto Fujimori. Acusado de repressão política,
incitador do golpe de estado e de arrecadar enorme fortuna graças a sua
estreita ligação com o narcotráfico.
Em 1976,
uma Comissão parlamentar do Partido Democrata dos Estados Unidos, durante o
governo de Jimmy Carter, reconheceu as ditas práticas e obrigou a Escola a
suspender as suas actividades. Em 1977,
diante das provisões dos Tratados Tratados
Torrijos-Carter relativos ao Canal do Panamá os Estados Unidos
aceitaram a demanda panamenha de retirar de seu país a escola para recolocá-la
em território americano em Fort Benning, Georgia.
Em 1984,
o governo de Ronald Reagan autorizou o reinício dos treinamentos de contra
guerrilha na Escola. Anteriormente em 1983,
revisou-se o manual mais polêmico que instruía em tortura e que vinha sendo
utilizado por duas décadas - Manuais KUBARK. Parte dos manuais foram
desclassificados pela CIA em 1994. 3
O manual passou a ser chamado de Human
Resource Exploitation Training Manual ('Manual de adestramento para a
exploração de recursos humanos).
Após o assassinato de quatro membros
da Igreja Católica de El Savador por graduados da escola comandados por
D'Aubuisson, em 1989, e após a criação daSOA Watch - Observador da Escola das Américas (School
of Americas Watch em Inglês), uma ONG dedicada à denuncia das atividades da
Escola liderada pelo entao padre Roy Bourgeois, a atenção pública ao assunto se
tornou cada vez maior.
Em 1996, sob pressão de vários
jornais e organizações de Direitos Humanos, o Exército dos Estados Unidos
publicou parte da documentação sobre a Escola, incluindo alguns dos manuais.
Estes foram publicados pelo National Security
Archive.
A crítica às atividades da escola
intensificou-se e em Outubro de 2000, durante a presidência de Bill Clinton, o congresso estado-unidense
analisou a situação e finalmente decidiu exigir a criação de um novo estatuto.
Em 15 de dezembro de 2000 a escola foi fechada oficialmente mas foi criado em
seu lugar o chamadoInstituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em
Segurança . Até 1 de julho de 1999 havia graduado 61.034
alunos.
Em 17 de janeiro de 2001 foi
instalado o Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em
Segurança .
Algumas organizações, como SOAW e Anistia Internacional,
criticaram a iniciativa afirmando que se trata de "pura mudança
cosmética", uma vez que o governo reconhece a nova instituição denominada
como Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança , como
sendo herdeira de Escola das Américas.
Em 2004 a Venezuela informou que não
mais enviaria seus cadetes para treinamento na organização americana, decisão
que dois anos mais tarde foi seguida pelos governos da Argentina e do Uruguai.
Recentemente em maio de 2007, a Costa Rica deixou de enviar membros de sua
Força Policial também.4 5
Um dos mais conhecidos manuais de
tortura utilizados para treinamento na Escola das Américas recebeu o titulo de Manuais KUBARK. Parte dos manuais foram
desclassificados pela CIA em 1994. 3
Em 1990, o padre Roy Bourgeois, fundou a organização pacifista SOA Watch, depois de testemunhar o assassinato
e tortura de milhares de pessoas na América Central durante os anos de 1980 e
identificar o local onde eram treinados os torturadores - a Escola das
Américas.6
Suas campanhas pelo fim da Escola das
Américas, incluem campanhas junto ao Congresso americano e protesto anual em
frente as instalações do notório centro de treinamento atualmente conhecido
como Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em
Segurança, antiga denominação de Escola das Américas e conhecida
como "Escola de Assassinos". 7
Vários documentários tem sido feitos
sobre a atuação da organizacao. Entre eles:
- Hidden in Plain Sight - (2003) de Andrés Thomas Conteris, Vivi Letsou e John Smihula.John
Smilhula. 8 9 - documentário feito por meio de
entrevistas com autoridades e depoimentos de Noam Chomsky, Eduardo Galeano, Christopher Hitchens.
Revela o funcionamento do centro de treinamento, por onde passaram mais de 62
mil oficiais militares latino-americanos, do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai
e Uruguai.10
Conta ainda a história desse centro
de especialização de técnicas de tortura, desde sua criação no Panamá, em 1946,
até a transferência para Fort
Benning, naGeórgia, quando foi mudado
o nome de Escola das Américas para Instituto de Cooperação para a Segurança
Hemisférica. [ABI]
- The War on Democracy -
(2007) por John Pilger e produzido por Youngheart Entertainment PTY
Limited. 11 ,(2007) se centra na
interferência dos EUA nos assuntos políticos da América Latina e documenta a
atuação através da Escola das Américas.
- Father Roy: Inside the School of Assassins -
(1997) - O documentário Father Roy: Inside the School of Assassins ,
narrado por Susan Sarandon,
conta a Historia do padre Roy Bourgeois e de sua luta pelo fechamento da
chamada Escola de Assassinos atual Instituto do Hemisfério Ocidental para a
Cooperação em Segurança.
- School of the Americas Assassins - (1995)
produzido por Robert Richter, foi indicado para o Oscar de melhor documentário
curto.12
Referências
1. Ir para cima↑ "Análise de Instrutores e Alunos Brasileiros da
“School of Americas”, Rede Brasil de Direitos Humanos, 16 de fevereiro, 2014 ]
2. Ir para cima↑ "Análise de Instrutores e Alunos Brasileiros da
“School of Americas”, Rede Brasil de Direitos Humanos, 16 de fevereiro, 2014 ]
3. ↑ Ir para:a b Prisoner Abuse:
Patterns from the Past. National Security
Archive Electronic Briefing Book No. 122. Página visitada em 2006-09-05.
6. Ir para cima↑ "Conheça a Escola das Américas, agora chamada
Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança, em Inglês:
Western Hemisphere Institute for Security Cooperation (SOA/ WHINSEC )”, SOA
Watch, 16 de fevereiro, 2014 ]
8. Ir para cima↑ (em inglês) [1] -
acessado em 17 de Fevereiro de Maio de 2014.
10. Ir para cima↑ HiddenInPlainSight.org –
Documentario - Oficial 2003]
11. Ir para cima↑ (em inglês) [2] - acessado em 17 de Fevereiro de Maio
de 2014.
12. Ir para cima↑ "School
of the Americas Assassins" em Ingles com legendas" IMDB
School of the Americas Assassins (1994) Awards, 16 de fevereiro, 2014 ]