domingo, 5 de março de 2017

Como se combate o ódio?

por José Gilbert Arruda Martins

Buda um vez teria escrito: "O conflito não é entre o bem e o mal, mas entre conhecimento e ignorância". 

Praticamente todos os dias, infelizmente, chegam até nós histórias absurdas de violência. Por que tanto ódio? 

FOTO: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ AGÊNCIA BRASIL

Primeiramente, é importante analisar que a violência é instrumento de poder das elites brasileiras desde a época da invasão no século XVI.

Outro ponto fundamental, seguindo a mesma linha de pensamento, é que, se estudarmos a história e a vida dos indígenas, negros, pobres e população LGBT, veremos claramente que esses grupos sofreram e sofrem estatisticamente, maior violência que todos os demais grupos da sociedade.

Nesse sentido, é prudente tentar enxergar que, se hoje sentimos que o ódio aumentou, pode não passar de percepção, porque a violência nunca ou quase nunca parou contra os grupos sociais historicamente fragilizados e violentados em seus direitos de cidadania.

É preciso refletir que a violência tem diversas caras, uma delas é a violência pura e terrivel que é o ódio homofóbico que chamou a atenção do Brasil esta semana, no entanto, outras formas de ódio podem ser notadas, que é o ódio de classes, fruto da luta de classes como defendeu Karl Marx, que, apesar de ser uma teoria nascida, como teoria de estudo, no século XIX, é de uma forte e importante atualidade.

Como dizia Buda, sobre ignorância e conhecimento, o Brasil precisa, para lutar contra o ódio hoje, de um bom projeto de educação pública, diferente desse defendido pelo governo usurpador, que tirou a obrigatoriedade de disciplinas importantes, mas um projeto popular de educação que fortaleça a democracia, a liberdade e as diferenças.

Um jovem, cheio de ódio, que esbraveja nas ruas pedindo a volta da ditadura, é um exemplo claro da ignorância destacada por Buda.

Esse tipo de jovem desconhece que a Ditadura Militar perseguiu, prendeu e assassinou pessoas em grande escala na América Latina e no Brasil, desrespeitou todo os direitos sociais e humanos, só uma pessoa completamente ignorante da história poderia pedir a volta de tal regime.

Essa ignorância no entanto, é filha também da uma mídia irresponsável, que, de forma subliminar defende uma sociedade elitista e violenta.

Precisamos, enfim de mais educação, de mais livros de mais escolas.

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