quarta-feira, 23 de abril de 2014

SÉRIE GRANDES PENSADORES


Sócrates
Fonte: Revista Nova Escola


Para o pensador grego, só voltando-se para seu interior o homem chega à sabedoria e se realiza como pessoa.
O pensamento do filósofo grego Sócrates (469-399 a.C.) marca uma reviravolta na história humana. Até então, a filosofia procurava explicar o mundo baseada na observação das forças da natureza. Com Sócrates, o ser humano voltou-se para si mesmo. Como diria mais tarde o pensador romano Cícero, coube ao grego "trazer a filosofia do céu para a terra" e concentrá-la no homem e em sua alma (em grego, a psique). A preocupação de Sócrates era levar as pessoas, por meio do autoconhecimento, à sabedoria e à prática do bem.

Nessa empreitada de colocar a filosofia a serviço da formação do ser humano, Sócrates não estava sozinho. Pensadores sofistas, os educadores profissionais da época, igualmente se voltavam para o homem, mas com um objetivo mais imediato: formar as elites dirigentes. Isso significava transmitir aos jovens não o valor e o método da investigação, mas um saber enciclopédico, além de desenvolver sua eloqüência, que era a principal habilidade esperada de um político.

Sócrates concebia o homem como um composto de dois princípios, alma (ou espírito) e corpo. De seu pensamento surgiram duas vertentes da filosofia que, em linhas gerais, podem ser consideradas como as grandes tendências do pensamento ocidental. Uma é a idealista, que partiu de Platão (427-347 a.C.), seguidor de Sócrates. Ao distinguir o mundo concreto do mundo das idéias, deu a estas status de realidade; e a outra é a realista, partindo de Aristóteles (384-322 a.C.), discípulo de Platão que submeteu as idéias, às quais se chega pelo espírito, ao mundo real.
Biografia
Sócrates nasceu em Atenas por volta de 469 a.C. Adquiriu a cultura tradicional dos jovens atenienses, aprendendo música, ginástica e gramática. Lutou nas guerras contra Esparta (432 a.C.) e Tebas (424 a.C.). Durante o apogeu de Atenas, onde se instalou a primeira democracia da história, conviveu com intelectuais, artistas, aristocratas e políticos. Convenceu-se de sua missão de mestre por volta dos 38 anos, depois que seu amigo Querofonte, em visita ao templo de Apolo, em Delfos, ouviu do oráculo que Sócrates era "o mais sábio dos homens". Deduzindo que sua sabedoria só podia ser resultado da percepção da própria ignorância, passou a dialogar com as pessoas que se dispusessem a procurar a verdade e o bem. Em meio ao desmoronamento do império ateniense e à guerra civil interna, quando já era septuagenário, Sócrates foi acusado de desrespeitar os deuses do Estado e de corromper os jovens. Julgado e condenado à morte por envenenamento, ele se recusou a fugir ou a renegar suas convicções para salvar a vida. Ingeriu cicuta e morreu rodeado por seus amigos, em 399 a.C.
Ensino pelo diálogo

Nas palavras atribuídas a Sócrates por Platão na obra Apologia de Sócrates, o filósofo ateniense considerava sua missão "andar por aí (nas ruas, praças e ginásios, que eram as escolas atenienses de atletismo), persuadindo jovens e velhos a não se preocuparem tanto, nem em primeiro lugar, com o corpo ou com a fortuna, mas antes com a perfeição da alma". Defensor do diálogo como método de educação, Sócrates considerava muito importante o contato direto com os interlocutores – o que é uma das possíveis razões para o fato de não ter deixado nenhum texto escrito. Suas idéias foram recolhidas principalmente por Platão, que as sistematizou, e por outros filósofos que conviveram com ele. Sócrates se fazia acompanhar freqüentemente por jovens, alguns pertencentes às mais ilustres e ricas famílias de Atenas. Para Sócrates, ninguém adquire a capacidade de conduzir-se, e muito menos de conduzir os demais, se não possuir a capacidade de autodomínio. Depois dele, a noção de controle pessoal se transformou em um tema central da ética e da filosofia moral. Também se formou aí o conceito de liberdade interior: livre é o homem que não se deixa escravizar pelos próprios apetites e segue os princípios que, por intermédio da educação, afloram de seu interior.

Sócrates comparava sua função com a profissão de sua mãe, parteira – que não dá à luz a criança, apenas auxilia a parturiente. "O diálogo socrático tinha dois momentos", diz Carlos Roberto Jamil Cury, professor aposentado da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O primeiro corresponderia às "dores do parto", momento em que o filósofo, partindo da premissa de que nada sabia, levava o interlocutor a apresentar suas opiniões. Em seguida, fazia-o perceber as próprias contradições ou ignorância para que procedesse a uma depuração intelectual. Mas só a depuração não levava à verdade – chegar a ela constituía a segunda parte do processo. Aí, ocorria o "parto das idéias" (expresso pela palavra maiêutica), momento de reconstrução do conceito, em que o próprio interlocutor ia "polindo" as noções até chegar ao conceito verdadeiro por aproximações sucessivas. O processo de formar o indivíduo para ser cidadão e sábio devia começar pela educação do corpo, que permite controlar o físico. Já para a educação do espírito, Sócrates colocava em segundo plano os estudos científicos, por considerar que se baseavam em princípios mutáveis. Inspirado no aforismo "conhece-te a ti mesmo", do templo de Delfos, julgava mais importantes os princípios universais, porque seriam eles que conduziriam à investigação das coisas humanas.
Opondo-se ao relativismo de muitos sofistas, para os quais a verdade e a prática da virtude dependiam de circunstâncias, Sócrates valorizava acima de tudo a verdade e as virtudes – fossem elas individuais, como a coragem e a temperança, ou sociais, como a cooperação e a amizade. O pensador afirmava, no entanto, que só o conhecimento (ou seja, o saber, e não simples informações isoladas) conduz à prática da virtude em si mesma, que tem caráter uno e indivisível.

Segundo Sócrates, só age erradamente quem desconhece a verdade e, por extensão, o bem. A busca do saber é o caminho para a perfeição humana, dizia, introduzindo na história do pensamento a discussão sobre a finalidade da vida.

O despertar do espírito

O papel do educador é, então, o de ajudar o discípulo a caminhar nesse sentido, despertando sua cooperação para que ele consiga por si próprio "iluminar" sua inteligência e sua consciência. Assim, o verdadeiro mestre não é um provedor de conhecimentos, mas alguém que desperta os espíritos. Ele deve, segundo Sócrates, admitir a reciprocidade ao exercer sua função iluminadora, permitindo que os alunos contestem seus argumentos da mesma forma que contesta os argumentos dos alunos. Para o filósofo, só a troca de idéias dá liberdade ao pensamento e a sua expressão – condições imprescindíveis para o aperfeiçoamento do ser humano.

Sob o governo de Péricles (499-429 a.C.), a cidade-estado de Atenas, vitoriosa na guerra contra os persas e enriquecida pelo comércio marítimo, tornou-se o centro cultural do mundo grego, para o qual convergiam os talentos de toda parte. Fídias, o arquiteto e escultor que dirigiu as obras do Partenon, o maior templo da Acrópole, os dramaturgos Sófocles, Ésquilo, Eurípedes e Aristófanes e o orador Demóstenes são nomes dessa época. O regime democrático ateniense – restrito aos cidadãos livres, deixando de fora estrangeiros e escravos – foi fortalecido por reformas que limitaram os poderes da burguesia rica e ampliaram os da assembléia e do júri popular. A educação artística do povo foi estimulada pela exibição de obras de arte em locais públicos e pelas representações teatrais.
Para pensar
Ao eleger o diálogo como método de investigação, Sócrates foi o primeiro filósofo a se preocupar não só com a verdade mas com o modo como se pode chegar a ela. Eis por que ele é considerado por muitos o modelo clássico de professor. Quando você prepara suas aulas, costuma levar em conta a necessidade de ajudar seus alunos a desenvolver procedimentos para que possam pensar por si mesmos?

Quer saber mais?
História da Educação na Antigüidade, Henri-Irénée Marrou, 656 págs., Ed. EPU, tel. (11) 3168-6077, 135 reais
Paidéia - A Formação do Homem Grego, Werner Jaeger, 1413 págs., Ed. Martins Fontes, tel. (11) 3241-3677, 101,40 reais
Sócrates, coleção Os Pensadores, Ed. Nova Cultural, tel. (11) 3039-0900 (edição esgotada)
Sócrates, Rodolfo Mondolfo, Ed. Mestre Jou (edição esgotada) 


segunda-feira, 21 de abril de 2014

Bienal do Livro, Estamos Lendo Mais!

II Bienal do Livro e da Leitura
Brasília-DF de 11 a 21 de abril de 2014



Num país onde, por mais de 500 anos deixamos de lado o que realmente importa, como cuidar do povo, cuidar da educação do povo, cuidar das pessoas, nada mais importante que uma Bienal do livro e da leitura. 
Não sei ainda quantas pessoas passaram pela Bienal, foram muitas, milhares, isso foi o que mais me chamou a atenção. Pessoas de todos os lados, pessoas de todas as idades, muita gente.
O pessoal que vive de vender livro ficou com certeza empolgado, mas, o mais interessante não é apenas o crescimento do mercado de livro, o mais importante são mais e mais leitores, mais e mais amantes do livro.
É visível o crescimento, apesar do preço alto, de pessoas interessadas em adquirir livros. Isso para um país acostumado com suas mazelas sociais e humanas é um avanço.
Falta muito, mas estamos no caminho certo, as mudanças são lentas, mas estamos no caminho certo.




quarta-feira, 16 de abril de 2014

Leia Mais...


O filósofo já dizia: "Leio, Logo Existo", imagina um cara que não sabe ler; cego sai por aí, tropeçando nas poucas palavras que fala, nas relações entre amigos e amigas, e, perdido não consegue incluir-se, ser respeitado. O que fazer? não tem outro jeito, precisa aprender a ler.

Ler palavras, textos, livros, jornais, revistas é aprender a ler o mundo.
A leitura de mundo te incluirá.
A leitura de mundo te ajudará a ser gente, a ser pessoa.

Aprender a ler o mundo é enxergar as pessoas.
É enxergar os outros na frente, ao lado, além do teu umbigo...
É enxergar o social, entender a questão humana, sentir e saber que, se você sente dor, sofre, se angustia, os outros também sentem, sofrem, passam dificuldades, lutam no dia a dia para vencer, viver melhor...

Crie agora o hábito da leitura.
Escolha agora um livro e comece a ler.
O livro é caro, é verdade, mas, se sua cidade possui biblioteca, empreste o livro.
Crie agora o hábito de ler...

Leia mais...

Prof. Gilbert
16/04/2014





Catástrofe climática ameaça desalojar milhões; Bangladesh é região mais afetada


Fonte: Por nytsyn, The New York Times News Service/Syndicate

Quando uma poderosa tempestade destruiu sua casa ribeirinha em 2009, Jahanara Khatun perdeu mais que um teto sobre a cabeça. Depois da tragédia, seu marido morreu e ela ficou tão necessitada que vendeu o filho e a filha para um esquema de trabalho escravo. E ela pode perder ainda mais.
Khatun hoje vive em um barraco de bambu em Dakope, Bangladesh (na foto), que fica abaixo do nível do mar e a 46 metros de uma margem de rio. Ela passa seus dias recolhendo esterco de vaca para usar como combustível e na luta para fazer com que os vegetais que planta não morram em um solo contaminado pelo sal da água do mar.
Os estudiosos do clima preveem que esta região será inundada com o aumento dos níveis marítimos e a intensificação das tempestades -- um ciclone ou outro desastre semelhante pode facilmente colocar abaixo tudo o que Khatun conseguiu reconstruir. Mas ela está tentando se segurar pelo menos enquanto dá, sendo uma das milhões de pessoas que estão com os dias contados vivendo em um país ameaçado pelas mudanças climáticas.
Um dos itens mais preocupantes de um relatório apresentado em um encontro de cientistas em Yokohama, Japão, é a previsão de que os níveis dos mares no mundo podem subir até um metro até 2100. Os mares mais altos e o clima alterado motivarão profundas transformações.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Estados Unidos da América e a "Defesa" da Liberdade e da Democracia



Escuta, você não pode viver tua vida sem enxergar o que acontece ao redor, o que acontece lá fora, o que acontece além do teu próprio umbigo.
Estamos disponibilizando um vasto material sobre como os Estados Unidos da América trabalham na suposta defesa da "Democracia e da Liberdade" LEIAM!

Escola das Américas
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Escola das Américas (em inglês School of the Americas)
Em 2001 renomeada como Western Hemisphere Institute for Security Cooperation (WHINSEC)  Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança

A instituição é mantida pelos Estados Unidos e, entre outros, ministra cursos sobre assuntos militares a oficiais de outros países.

Atualmente situada em Fort Benning, Columbus, Geórgia, a escola esteve de 1946 a 1984 situada no Panamá, onde se graduaram mais de 60 mil militares e policiais de cerca de 23 países da América Latina, alguns deles de especial relevância pelos seus crimes contra a humanidade como os generais Leopoldo Fortunato Galtieri ou Manuel Noriega.
O polêmico centro de treinamento
A Escola das Américas foi inicialmente criada em Fort Amador, no Panamá, como parte da iniciativa da conhecida Doutrina de Segurança Nacional. Sua denominação inicial foi "Centro de Adestramento Latinoamericano - Divisão da Terra" ("Centro de Adiestramiento Latinoamericano - División de la Tierra" em espanhol). Sua missão principal era a de fomentar cooperação ou servir como instrumento para preparar as nações latino-americanas a cooperar com os Estados Unidos e manter assim um equilíbrio político contendo a influência crescente de organizações populares ou movimentos sociais de esquerda.
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Instalações onde funcionou a Escola de das Américas no Panamá.
Em 1950 a escola mudou o seu nome para United States Army Caribbean School ("Escola Caribenha do Exército dos Estados Unidos") e foi transferida para Fort Gulick, também no Panamá; neste mesmo ano o espanhol foi adotado como língua oficial da academia. Em Julho de 1963 o centro reorganizou-se com o nome oficial de United States Army School of the Americas (USARSA), ou mais popularmente como Escola das Américas.
Durante as seguintes décadas cooperou com vários governos e regimes totalitários e violentos. Vários dos seus cursos ou adestramentos incluíam técnicas de contra insurgência, operações de comando, treinamento em golpes de Estado, guerra psicológica, intervenção militar, técnicas de interrogação. Manuais militares de instrução destas iniciativas, primeiramente confidenciais, foram liberados e publicados pelo pentágono Americano em 1996. Entre outras considerações, os manuais davam detalhes sobre violações de direitos humanos permitidos, como por exemplo o uso de tortura, execuções sumárias, desaparecimento de pessoas, etc definindo seus objetivos como sendo o de conter e controlar indivíduos participantes em organizações sindicais e de esquerda.
Uma instituição polêmica
Em uma carta aberta enviada em 20 de julho de 1993 ao Columbus Ledger Enquirer, o comandante Joseph Blair, antigo instrutor da Escola das Américas, declarou: "Nos meus três anos de serviço na Escola nunca ouvi nada sobre qualquer objetivo de promover a liberdade, a democracia e os direitos humanos. O pessoal militar da América Latina vinha a Columbus unicamente em busca de benefícios econômicos, oportunidades para comprar bens de qualidade isentos de taxas de importação e com transporte gratuito, pago com impostos de contribuintes americanos.
De acordo com o senador democrata Martin Meehan (Massachusetts): "Se a Escola das Américas decidisse celebrar uma reunião de ex-alunos, reuniria alguns dos mais infames e notórios malfeitores do hemisfério".
A Escola das Américas, desde 1946, treinou mais de 60 mil militares da Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela.
Graduados notáveis[editar | editar código-fonte]
Instrutores e Alunos
O Brasil enviava regularmente militares para treinamento na Escola das Americas .1
Entre os graduados mais reconhecidos encontram-se importantes instigadores de crimes de guerra ou contra a humanidade, alguns deles também relacionados estreitamente aos esquadrões da morte e ao crime organizado bem com com ligações com a CIA estado-unidense:
·         Brigadeiro João Paulo Burnier, militar da Força Aérea Brasileira.2
·         General Manuel Noriega, responsável pela ditadura militar no Panamá, e antigo colaborador da CIA, esteve preso por vários anos nos Estados Unidos por sua relação com o narcotráfico, atualmente segue preso, porém foi transferido para o Panamá;
·         General Hugo Banzer, responsável pelo sanguinário golpe na Bolívia em 1971 e sua subsequente ditadura militar que se prolongou até 1978. Hugo Banzer foi incluído em 1988 no Hall da Fama da Escola;
·         Roberto D'Aubuisson, graduado en 1972 e depois parte do serviço de inteligência de El Salvador, acusado como líder de esquadrões da morte, entre outros crimes e delitos.
·         General Héctor Gramajo, ex-ministro de Guatemala, autor de políticas militares genocidas nos anos oitenta.
·         Roberto Eduardo Viola, promotor do golpe de estado na Argentina em 1976.
·         Leopoldo Fortunato Galtieri, precursor da Guerra das Malvinas (1982), líder da Junta Militar da Argentina que supervisionou desde 1981, os dois anos finais da "guerra suja", onde se torturaram mais de 100.000 pessoas, e posteriormente mais de trinta mil foram assassinadas e desaparecidas.
·         General Guillermo Rodríguez, responsável pelo golpe de estado de 1972 a 1976 no Equador.
·         Vladimiro Montesinos, advogado, militar, colaborador inicial da CIA, responsável pelo Serviço de Inteligência do Peru durante o polêmico governo de Alberto Fujimori. Acusado de repressão política, incitador do golpe de estado e de arrecadar enorme fortuna graças a sua estreita ligação com o narcotráfico.
Restruturação e mudança de nome[editar | editar código-fonte]
Em 1976, uma Comissão parlamentar do Partido Democrata dos Estados Unidos, durante o governo de Jimmy Carter, reconheceu as ditas práticas e obrigou a Escola a suspender as suas actividades. Em 1977, diante das provisões dos Tratados Tratados Torrijos-Carter relativos ao Canal do Panamá os Estados Unidos aceitaram a demanda panamenha de retirar de seu país a escola para recolocá-la em território americano em Fort Benning, Georgia.
Em 1984, o governo de Ronald Reagan autorizou o reinício dos treinamentos de contra guerrilha na Escola. Anteriormente em 1983, revisou-se o manual mais polêmico que instruía em tortura e que vinha sendo utilizado por duas décadas - Manuais KUBARK. Parte dos manuais foram desclassificados pela CIA em 1994. 3
O manual passou a ser chamado de Human Resource Exploitation Training Manual ('Manual de adestramento para a exploração de recursos humanos).
Após o assassinato de quatro membros da Igreja Católica de El Savador por graduados da escola comandados por D'Aubuisson, em 1989, e após a criação daSOA Watch - Observador da Escola das Américas (School of Americas Watch em Inglês), uma ONG dedicada à denuncia das atividades da Escola liderada pelo entao padre Roy Bourgeois, a atenção pública ao assunto se tornou cada vez maior.
Em 1996, sob pressão de vários jornais e organizações de Direitos Humanos, o Exército dos Estados Unidos publicou parte da documentação sobre a Escola, incluindo alguns dos manuais. Estes foram publicados pelo National Security Archive.
A crítica às atividades da escola intensificou-se e em Outubro de 2000, durante a presidência de Bill Clinton, o congresso estado-unidense analisou a situação e finalmente decidiu exigir a criação de um novo estatuto. Em 15 de dezembro de 2000 a escola foi fechada oficialmente mas foi criado em seu lugar o chamadoInstituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança . Até 1 de julho de 1999 havia graduado 61.034 alunos.
Em 17 de janeiro de 2001 foi instalado o Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança .
Algumas organizações, como SOAW e Anistia Internacional, criticaram a iniciativa afirmando que se trata de "pura mudança cosmética", uma vez que o governo reconhece a nova instituição denominada como Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança , como sendo herdeira de Escola das Américas.
Em 2004 a Venezuela informou que não mais enviaria seus cadetes para treinamento na organização americana, decisão que dois anos mais tarde foi seguida pelos governos da Argentina e do Uruguai. Recentemente em maio de 2007, a Costa Rica deixou de enviar membros de sua Força Policial também.4 5
Manuais de tortura[editar | editar código-fonte]
Um dos mais conhecidos manuais de tortura utilizados para treinamento na Escola das Américas recebeu o titulo de Manuais KUBARK. Parte dos manuais foram desclassificados pela CIA em 1994. 3

Campanhas para o Fechamento[editar | editar código-fonte]
Em 1990, o padre Roy Bourgeois, fundou a organização pacifista SOA Watch, depois de testemunhar o assassinato e tortura de milhares de pessoas na América Central durante os anos de 1980 e identificar o local onde eram treinados os torturadores - a Escola das Américas.6
Suas campanhas pelo fim da Escola das Américas, incluem campanhas junto ao Congresso americano e protesto anual em frente as instalações do notório centro de treinamento atualmente conhecido como Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança, antiga denominação de Escola das Américas e conhecida como "Escola de Assassinos". 7

Documentários[editar | editar código-fonte]
Vários documentários tem sido feitos sobre a atuação da organizacao. Entre eles:
Hidden in Plain Sight - (2003) de Andrés Thomas ConterisVivi Letsou e John Smihula.John Smilhula8 9 - documentário feito por meio de entrevistas com autoridades e depoimentos de Noam ChomskyEduardo GaleanoChristopher Hitchens. Revela o funcionamento do centro de treinamento, por onde passaram mais de 62 mil oficiais militares latino-americanos, do Brasil, Argentina, Chile, Paraguai e Uruguai.10
Conta ainda a história desse centro de especialização de técnicas de tortura, desde sua criação no Panamá, em 1946, até a transferência para Fort Benning, naGeórgia, quando foi mudado o nome de Escola das Américas para Instituto de Cooperação para a Segurança Hemisférica. [ABI]
The War on Democracy - (2007) por John Pilger e produzido por Youngheart Entertainment PTY Limited. 11 ,(2007) se centra na interferência dos EUA nos assuntos políticos da América Latina e documenta a atuação através da Escola das Américas.
Father Roy: Inside the School of Assassins - (1997) - O documentário Father Roy: Inside the School of Assassins , narrado por Susan Sarandon, conta a Historia do padre Roy Bourgeois e de sua luta pelo fechamento da chamada Escola de Assassinos atual Instituto do Hemisfério Ocidental para a Cooperação em Segurança.
School of the Americas Assassins - (1995) produzido por Robert Richter, foi indicado para o Oscar de melhor documentário curto.12


Bibliografia[editar | editar código-fonte]
·         Manual de Contra inteligência (1963), Escuela de las Américas. Disponível em SOAW.org.

Ver Tambem[editar | editar código-fonte]
·         Dorothy Hennessey
·         Gwen Hennessey
·         Operação Condor

Referências
3.    ↑ Ir para:a b Prisoner Abuse: Patterns from the PastNational Security Archive Electronic Briefing Book No. 122. Página visitada em 2006-09-05.
8.    Ir para cima (em inglês[1] - acessado em 17 de Fevereiro de Maio de 2014.
10. Ir para cima HiddenInPlainSight.org – Documentario - Oficial 2003]
11. Ir para cima (em inglês[2] - acessado em 17 de Fevereiro de Maio de 2014.
12. Ir para cima "School of the Americas Assassins" em Ingles com legendas" IMDB School of the Americas Assassins (1994) Awards16 de fevereiro2014 ]