sexta-feira, 17 de novembro de 2017

“O novo Palácio de Inverno são os Bancos Centrais”

no Outras Palavras

POR ANTONIO NEGRI

171116-Negri

Para Toni Negri, já surgem os movimentos que reverterão a onda conservadora. Mas é preciso sacudir os programas e métodos da esquerda no século 20 — e abraçar a Renda Universal
Entrevista a Roberto Ciccarelli, na Euronomade | Tradução: Inês Castilho | Imagem: Stelios Faitakis
Quando nos sentamos ao redor da grande mesa de seu apartamento em Paris, Antonio Negri, aos 84, traz nas mãos um monte de anotações, olhar tenso e ar exigente. Está impaciente com a gripe que o atormenta desde que voltou de viagem ao Brasil, onde lançou seus livro Negri no Trópico As Verdades Nômades.
“Não estou conseguindo trabalhar como gostaria”, diz ele, autor, com Michael Hardt, de uma tetralogia sobre as mutações do capitalismo, composta por ImpérioMultidão, Bem Comum e Assembly [este, ainda sem tradução para o português]. Filósofo de renome internacional, está agora trabalhando na segunda parte de sua autobiografia. O título da primeira parte é revelador: Storia di un comunista (História de um comunista).
TEXTO-MEIO
Ele já tem planejado um novo volume a ser escrito com Hardt. Entre o desejo spinozista e a prática marxista, Negri não deixa tempo para reminiscências, e conversamos a partir de uma posição contemporânea. Eis sua entrevista.
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Hoje, uma palavra como “revolução” parece merecer crédito apenas de assessores de imprensa pagos para inventar programas eleitorais. Para você, que acreditou tão intensamente na revolução a ponto de mudar radicalmente seu próprio estilo de vida, que significa essa palavra?
Para mim, significa que uma revolução não é feita – ela faz você. É preciso parar desmistificá-la: A revolução significa viver e construir momentos de inovação e ruptura constantemente. A revolução é uma ontologia, não um evento. Não está incorporada num nome, seja Jesus Cristo, Lênin, Robespierre ou Saint-Just.
A revolução é o desenvolvimento de forças produtivas, dos modos de vida comuns, o desenvolvimento da inteligência coletiva. Nunca pensei em fazer uma revolução e assumir o poder no dia seguinte.
Quando era jovem, pensava que o Comitê dos Trabalhadores de Marghera [em Veneza] organizaria a própria sociedade em torno de um conselho de trabalhadores e seus ideais, a partir do modelo da fábrica. Isso foi nos anos 1970. Hoje as coisas são muito diferentes, e existe outro modo de produção: você pode organizar a sociedade a partir de uma renda básica universal, de novos tipos de trabalho, de novas escolas e formas de associação, de novas formas de lazer, escapando do tédio e do desespero em que vivemos.
Nunca pensei que a revolução seria alguma coisa que leva ao poder, mas antes algo que muda o próprio poder. Significa adquirir poder de outra maneira. Essa é uma diferença fundamental: significa não ser concebida de cima pra baixo, mas a partir de baixo. A revolução acontece quando alguém é capaz de mostrar que, hoje, o Comum está emergindo no modo de produção que informa a vida. A revolução não é mais a “parteira da história”, que tem o fórceps nas mãos – é antes a própria criança.
Em comparação com a linguagem e as imagens correntes, sua abordagem sempre foi não-conformista, para dizer o mínimo. Em geral você recebe uma resposta polida de que está sendo otimista, utópico, visionário. Há na esquerda essa atitude sempre impiedosa, realista, ocupada com o esforço voluntarista de unir, ou de evocar aquilo que falta. Onde você se encontra, dessa perspectiva?
Posso responder narrando certo episódio, um caso bem concreto. Há alguns dias, Michael Hardt apresentou nosso livro Assembly em Londres. Ele teve um encontro com a “Momentum”, uma rede de trabalho de base que apoia o Partido Trabalhista e Jeremy Corbyn. O encontro entre jovens e velhos corbynistas é impressionante, pessoas que viveram 1968 e as lutas dos anos 70 e que hoje são puxadas pelo entusiasmo dos mais jovens, que participaram das lutas altermundistas e do movimento Occupy, as mais recentes dessa geração. Quem falta são as pessoas entre 35 e 60 anos, a geração Blair. É nesses encontros que está sendo formada a nova esquerda, e é nessas condições que estamos conseguindo, hoje, nos encontrar e superar as velhas barreiras da cultura social democrata.
No ano passado falou-se muito de Bernie Sanders, nos Estados Unidos. O que pensa da experiência dele?
Estamos em contato com uma amiga que ocupa posição de liderança no movimento de Sanders. Pelo que ela conta, entendemos que o Partido Democrata norte-americano é uma máquina poderosa que é péssima na gestão de si mesma, não reage ao que é novo e impulsiona os clássicos temas social democratas que não são efetivos.
Neste seu livro, você descreve a emergência extraordinária e dramática do movimento norte-americano Black Lives Matter [Vidas Negras Importam]. O que pensa sobre ele?
Black Lives Matter é o futuro. É a expressão de um movimento sem liderança. Há muitos como ele no mundo, e a esquerda deve compreendê-los em toda a sua amplitude: os movimentos dos indígenas, por exemplo, que lutam pela propriedade comum, oferecem experiências extraordinárias. E da mesma forma os novos movimentos feministas, com sua forte subjetividade.
É a própria forma do capitalismo que revela essas novas forças produtivas e essas experiências de ruptura. Isso não é somente um discurso marxista, é um discurso realista, se queremos finalmente nos libertar do “breve século 20″, escapar dessa agonia de uma vez por todas.
Você sempre fala do ponto de vista dos movimentos. Em Assembly,você não faz reticências à análise da crise desses movimentos, e sugere que não deveríamos subestimar “o poder duradouro daqueles que lutam e são derrotados”. O que quer dizer com isso?
Voltemos ao paradoxo Corbyn: a geração de 68 que se encontra com os jovens de hoje. Basta que lhes deem um sinal, e aqueles que então foram derrotados se levantarão novamente. Porque como parte da luta eles aprenderam a generosidade, a cooperação, e conseguiram uma vitória pela solidariedade. Esses são “vícios” que você adquire um dia, e não consegue mais livrar-se deles.
Se alguém pudesse traçar uma história foucaultiana dos movimentos na Itália, seria possível entender como muitos “cínicos”, militantes comunistas coléricos, são encontrados por todo lado. Falo de pessoas que cresceram com o “desejo de saber” e de ação revolucionária, e essa foi a maneira como aprenderam a amar aos outros e à própria vida.
Você escreve que, de 2001 pra cá, os movimentos têm reivindicado um novo começo para a esquerda, mas têm mostrado “pobreza organizacional” e não cresceram ao nível do problema que apresentaram. Não há risco de repetirem os velhos fracassos sem avançar um milímetro sequer?
Precisamos, de uma vez por todas, livrar-nos da ilusão de que alguma outra coisa pode surgir dos movimentos. Os movimentos quase sempre expressam o fim de um discurso – não produzem um evento, antes marcam sua conclusão. Sessenta e oito não foi um evento específico, mas uma construção feita no tempo. Porque antes houve os anos 60, houve uma massa política em nível global durante algum tempo. Na Itália, esse tipo de política foi poderosa o suficiente para durar 10 anos, e foi até o movimento de 1977. Os movimentos hoje não entendem que precisam construir, não apenas colher os frutos.
Tenho ouvido companheiros que vêm do movimento antiglobalização, ou das lutas universitárias, dizendo que depois das manifestações era tempo de criar uma organização. Mas se ainda não tivessem criado antes delas, nunca teriam conseguido realizá-las. Teriam sido apenas identificados pela polícia como aqueles a ser derrotados. Precisamos acabar com essa noção de que o movimento depois vai formar o partido, a coalisão, ter alguma forma de resultado. Os movimentos são eles próprios a força, a essa força será reconhecida.
Os movimentos são a estratégia. Eles não nasceram de um alento do espírito, ou por um mistério que de repente se incorpora à sociedade. Eles são construídos concretamente, passo a passo, junto com milhares de outras pessoas, cada um começando de si próprio. A política é construída em conjunto.
Os sovietes são um modelo para pensarmos, nascidos de um modo de produção especifico, reunindo forças produtivas e sociais. Hoje, num mundo completamente diferente, continuam a ser um instrumento poderoso.
Os sovietes ainda são relevantes?
Hoje temos de construir instituições não-governamentais e não-corporativas. Elas funcionariam tanto na gestão da água como bem comum como na batalha contra a violência policial na França ou nos Estados Unidos, nas grandes lutas indígenas da América Latina e nas lutas feministas. A invenção de uma nova estrutura política pode nascer apenas da conexão entre essas forças. Uma instituição não é criada por um soberano, mas pela necessidade de estar juntos, de produzir e viver juntos.
Essa era a ideia básica dos sovietes: organizar o modo como existimos juntos numa sociedade industrial, onde a cooperação social está num nível avançado e tem capacidade de exercer o poder por meio da construção política de uma força produtiva.
No livro, você usa uma expressão interessante para descrever essa construção: “o empreendedorismo de multidão”. O que isso significa?
Estão nos atacando por causa desse conceito em algumas críticas no mundo anglo-saxão. Empreender, dizem eles, não pode ser separado de neoliberalismo. Mas penso que, hoje, a relação entre empreendedorismo e instituição – do verbo latino instituere – é algo que poderia ser estudado em toda a sua profundidade. O trabalho é sempre um istitutio. Mas atualmente essa capacidade está sendo destruída ou escondida sob um falso conceito de liberdade.
Criar um empreendimento significa deixar a força de trabalho livre para organizar-se. Esse é o discurso político que o capitalismo está roubando dos trabalhadores. Acreditamos porém que se começa a fazer política quando a força de trabalho ganha capacidade de organizar-se produtivamente.
E tudo isso deve ser alcançado por meio de um partido? É isso que você sustenta?
Absolutamente não. Hoje, a autonomia da política não é mais leninista – ela é o populismo. Em cada tempo, a autonomia da política é qualificada de um modo, se o desejo é de evitar falar dela em termos gerais. E atualmente a autonomia da política foi reduzida a um jogo de linguagem que usa categorias institucionais, com a intenção de construir um povo submisso.
Estou lendo sobre o que está acontecendo na Itália, onde a legislação eleitoral tornou-se há muito tempo o locus central desse uso discriminatório da política. É manipulação pura e simples das pessoas e do consenso geral.
Em jogo encontra-se não apenas um critério mínimo de representação, que penso estar cada vez mais em crise, mas algo mais profundo: O objetivo é impedir que as pessoas façam experimentos com novas formas institucionais e produtivas de autogovernar-se.
A social democracia está em crise, que muita gente acredita poder ser superada através de uma “versão de esquerda” do populismo. Você pensa que o Podemos ou o trabalhismo de Corbyn podem ser interpretados dessa maneira?
O populismo de esquerda é um populismo de “substituição”. Duvido que essa lógica, teorizada pelo filósofo argentino Ernesto Laclau, possa algum dia inventar fórmulas diferentes das do “socialismo nacional”. Na Espanha houve um grande debate dentro do Podemos sobre essa questão. E a tendência nacional-populista venceu.
A controvérsia foi com os movimentos, em torno do papel do partido em relação a eles: se deveria apoiar os movimentos e criar uma coalizão ou ser um partido clássico capaz de encontrar seus eleitores. Venceu o populismo de “substituição”, não um projeto de reforma da esquerda.
Na outra ponta do espectro do populismo, Alice Weidel, do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), representa uma reversão sensacional das posições dos movimentos: lésbica, casada com uma cidadã do Sri Lanka, trabalhou para a Goldman Sachs e a Allianz, ao mesmo tempo apoia políticas xenofóbicas e islamofóbicas e é contra o casamento de pessoas do mesmo sexo. O que essa figura representa?
Representa o vazio que se reproduz a si mesmo. Como outras figuras, ela não é um sujeito, mas um produto. Tal produto nasce apelando ao pior dos instintos e chega ao ponto da contradição mais absurda com o que realmente acontece em sua própria vida. É a isso que leva o populismo, em sua essência: criar um povo que é inclusive contra a própria realidade. Essa contradição está ligada ao conceito de nação, e depois, na ordem, ao de pertencimento regional e familiar. Articulam-se dessa maneira formas de propriedade e de fronteira. O grande risco é o da corrupção que emerge daí. Vi no decorrer da minha vida muita gente fazer coisas terríveis em nome da família, incluindo as piores formas de corrupção. Por trás dessas formas de filiação há apenas barbárie e tribalismo.
Quais os outros tipos de populismo?
Trump é um exemplo claríssimo. Macron, na França, é parecido com ele à sua própria maneira, embora se comporte como um tecnocrata que leva direita e esquerda em direção ao centro, de acordo com o projeto de Juppé.
À esquerda e à direita, encontramos vários populismos “renovados”. No grupo Mediaset, no caso de Berlusconi; online no caso do Movimento 5 Estrelas. Melenchon, na França, distingue entre a soberania popular – a da Revolução de 1789 – e o soberanismo, que seria um conceito de direita; entre o ideal de “nação” e o de “nacionalismo como etnicismo”.
Nesse e em outros casos, tais como entre os bolivarianos da América do Sul, as pessoas nunca refletem suficientemente sobre o fato evidente de que são os setores dominantes e os ricos que conduzem o processo e falam em nome dos muitos.
É possível inclusive que essa ideia de “populismo” produza uma reviravolta contra os movimentos, particularmente nos de imigrantes, amplificando um “senso comum” xenófobo e racista. Um risco que se pode entrever também no trabalhismo inglês ou no Partido de Esquerda [Die Linke] alemão. Como explicar essa ambivalência?
Há duas ideias que jamais seremos capazes de separar da social democracia herdeira do “século breve”: as de propriedade e de fronteira. São uma bactéria mortal, hoje enraizada no coração da Europa, quando se constroem muros ou quando se movem as fronteiras através do Mediterrâneo, condenando imigrantes à morte nos campos da Líbia.
Rousseau dizia que o maior criminoso já nascido foi aquele que disse, antes de todos: “Isso é meu”. Mas houve um criminoso ainda maior, Rômulo, que disse: “Essa é minha fronteira”. São a mesma coisa, propriedade e fronteira.
A social democracia amadureceu essa cultura depois de 1848, com a revolução romântica. Estou pensando em Mazzini. Ele foi, desse ponto de vista, o primeiro democrata social – apoiou a República Popular e a centralidade da nação, dois elementos que sempre exibiram uma síntese reacionária, popular-nacionalista. A segunda Internacional Socialista foi atravessada por esse espírito contra o internacionalismo comunal e tentou combinar nacionalismo e revolução.
Por outro lado, o bolchevismo foi formidável do ponto de vista da revolução mundial porque unificou o comunismo, o anti-imperialismo e o anticolonialismo. A tragédia do anticolonialismo foi o retorno do nacionalismo.
Isso levou a um grande erro, ainda hoje recorrente nas decadentes políticas centristas: pensar que a aliança do proletariado com as classes médias e progressistas é um passo estratégico, e não meramente tático. Os vários tipos de populismo estão repetindo atualmente o mesmo erro: pensam que o conceito de nação anula o de classe. É um problema que ainda temos de confrontar.
Ouvimos cada vez mais frequentemente que a alternativa ao neoliberalismo e a crise são o trabalho, o pleno emprego, o keynesianismo, as nacionalizações. Isso é um solução?
Essas são propostas que continuam presas à agonia do “século breve”, em que ainda nos encontramos. Estamos até agora discutindo alternativas que já se mostraram ineficazes: formas de socialismo nacional e de Estado, e um liberalismo corporativo e privado. Continuamos reféns da distinção entre público e privado, e não enxergamos tudo o que se passou por baixo e atravessou o século 20 até hoje. E o que aconteceu?
A derrota da ideologia do privado e do público, por causa da transformação do modo de produção. Há um novo agrupamento das forças produtivas, determinado pela transformação do trabalho, que o tornou comum e singularizado, removendo-o tanto da esfera privada quanto da pública. É uma força de trabalho que funciona apenas cooperativamente. Quer dizer, de maneira cada vez mais comum. O problema hoje é a organização da produção social e a distribuição de renda, não o pleno emprego.
A distinção entre o trabalho/emprego e a nova capacidade laboral e cooperativa é o elemento central do debate, e envolve consequências radicais na esfera fiscal, assim como políticas sociais e industriais profundamente diferentes daquelas do passado.
A esquerda e os sindicatos sustentam que um Estado “inovador” será capaz de criar tecnologias revolucionárias na green economy, nas telecomunicações, na nanotecnologia ou na área farmacêutica. As novas instituições de que fala no livro vão para além do Estado; qual a relação delas com essa categoria que volta a ter sucesso?
Que venha esse Estado, desejo que tenha boa sorte. Contudo, permita-me notar que esses setores se encontram no mercado, organizados como mecanismos para extrair valor socialmente produzido, e como tais são protegidos, ainda que precariamente, pelo Estado.
Em Assembly, nós nos perguntamos se essas maravilhas tecnológicas podem estar sujeitas a escolhas e decisões democráticas. Respondemos que não. Não até que se reconheça o sistema de exploração extrativo e proprietário (patentes, rendas financeiras, organizações monetárias) no qual operam essas indústrias; e até que esse reconhecimento seja seguido de um processo democrático de reapropriação dos bens comuns.
Agora é o momento de reapropriação do comum por parte de seus produtores, e de reorientação democrática da gestão do comum: não é o Estado, mas os produtores quem têm de dizer para que servem essas tecnologias, que benefícios e que desvantagens acarretam.
A força de trabalho está cada vez mais organizada por plataformas digitais: Uber, Deliveroo ou Task Rabbit. O poder dos “senhores do silício” é tão amplo que leva a acreditar que o algoritmo transmite uma ideia popular e transparente de democracia. A revolução digital conduz a isso?
Nessas plataformas, os trabalhadores não pensam desfrutar de um maior grau de democracia! E lutam e resistem a uma exploração bestial. É importante, todavia, que se coloque o problema: é possível reverter o funcionamento do algoritmo de comando das plataformas digitais? Longe de imaginar reversões utópicas das plataformas digitais em circuitos de cooperação, só será possível dominar esses monstros mediante o desmantelamento das condições políticas nas quais o algoritmo é imposto: as do direito privado e sua legitimação estatal.
Mark Zuckergerg do Facebook admitiu a importância da renda básica. Será o Vale do Silício a realizar aquela que é definida como uma utopia concreta?
Zuckerberg nos obriga a estudar as maneiras por meio das quais a tecnologia e a atividade laboral se entretecem na produção e no uso das mídias sociais. É lá, naquele espaço, que paradoxalmente torna-se possível reconstruir a democracia. Creio que é nesse espaço que vai ser reaberta a busca dos revolucionários: o espaço que, mutatis mutandis, há 150 anos Marx analisou no primeiro volume de O Capital. Lá, onde o homem se defronta com a exploração de novas máquinas e de novos patrões, é que renasce a classe e que a revolução se repropõe.
Então você está convencido de que somente uma renda básica nos salvará?
Não, é óbvio que em si mesma ela não pode resolver o problema. É o elemento preliminar, e também central, para a reorganização social baseada no Comum e a superação das categorias de propriedade privada e pública. É no terreno financeiro que é preciso confrontar-se. O problema é o comando das finanças. O Palácio de Inverno hoje são os bancos centrais.

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

HISTÓRIA - Um século da revolução russa: o capitalismo sobreviverá à sua 'vitória'?

na Rede Brasil Atual

O mundo emergente da queda do Muro de Berlim e do fim da URSS não está melhor do que antes: em muitos aspectos parece ter regredido ao período que antecedeu a eclosão da Primeira Guerra Mundial

por Flavio Aguiar 


revolução russa
Marcha em Moscou comemora aniversário de 100 anos da Revolução Russa. Comunismo "perdeu" Guerra Fria, mas mundo ficou pior sob o capitalismo


"A vida é bela. Que as gerações futuras
a limpem de todo o mal, de toda a opressão,
de toda a violência, e possam goza-la plenamente" – Leon Trotsky
Na noite de 7 de novembro de 1917, 25 de outubro pelo Calendário Juliano, um dos canhões do cruzador Aurora, então ancorado nas margens do Rio Neva, em Petrogrado – hoje São Petersburgo, depois de ter sido Leningrado –, disparou um tiro de pólvora seca. Foi o sinal para que os revolucionários tomassem de assalto o Palácio de Inverno na cidade, que fora dos czares russos e era então a sede do governo instalado naquele ano. A tomada se concretizou às duas horas da madrugada do dia seguinte, 26 de outubro, 8 de novembro no Calendário Gregoriano, e assim começou, cem anos atrás, a segunda fase da Revolução Russa, que criaria a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, hoje extinta.
A Revolução Soviética e a consolidação posterior do regime comunista lembram o cascudo, aquele besouro que aparentemente não poderia voar, mas que no entanto voa. Ninguém esperava que uma revolução comunista, que deveria ser mundial, começasse num país "atrasado", entre aspas, como a Rússia. Ao contrário, esperava-se que este movimento tivesse seu berço e fulcro nos países de ponta do capitalismo industrializado, como a Alemanha, a França, a Inglaterra ou até mesmo os Estados Unidos, país que então tinha um movimento operário amplo e vigoroso.
Assim, a primeira revolução comunista do mundo surpreendeu até mesmo a teoria marxista que a sustentava, bem como a subsequente revolução comunista na China, ao fim da Segunda Guerra, e a cubana, já em plena Guerra Fria. Naquela época outra revolução que sacudia o mundo – embora não fosse comunista – acontecia não nos Estados Unidos, mas no também "atrasado" México, na América Latina.
Se havia uma teoria marxista que sustentava a análise crítica do capitalismo, em termos de governo tudo teve de ser mais ou menos improvisado, esta é a verdade. Os comunistas pregavam, no limite, o fim do Estado, mas tiveram de organizar e consolidar um, poderoso o suficiente para se defenderem dos ataques que sofreram, da guerra civil contra os chamados "russos brancos" e o apoio internacional que estes tiveram.
Isto pode ajudar a entender algumas das vicissitudes trágicas que se seguiram. O testamento político de Lênin previa a destituição de Stalin e a indicação de Trotsky como seu sucessor. Mas segundo a biografia deste, escrita por Isaac Deutscher, o notável comandante do Exército Vermelho subestimou a capacidade do rival para dominar a máquina burocrática do Partido e do Estado, e ele mesmo terminou sucumbindo diante do seu poder. O mesmo aconteceu com grande parte da vanguarda revolucionária de 1917 e dos anos subsequentes.
Hoje, diante do capitalismo triunfante até mesmo na China que ainda se proclama comunista, mas não é mais, há quem afirme que a Revolução Soviética foi um fracasso histórico. Mas é necessário, no mínimo, relativizar esta afirmação.
Olhando-se o plano geopolítico, deve-se pôr no seu saldo positivo a derrota do nazi-fascismo, por exemplo. Também neste plano deve-se por o fato de que, com todas as suas contradições, a presença do regime soviético "do outro lado do muro", para usar uma expressão berlinense, contribuiu em certos momentos para dar uma face mais humana ao capitalismo, através, por exemplo, do New Deal nos Estados Unidos, ou da social-democracia na Europa pós-Segunda Guerra.
Talvez o nó górdio que os regimes comunistas não conseguiram cortar foi o de se acostumarem com a falta de democracia em tudo: no governo, na burocracia, nas instituições, no Partido. Eles não foram derrotados de fora para dentro, mas de dentro para fora, numa espécie de autofagia destrutiva.
No que toca o regime soviético, há teorias que dizem ter sido o Exército Vermelho o maior responsável pela sua longevidade, e não o Partido. Quando o Exército Vermelho saiu do Afeganistão, no começo de 1989, derrotado, desgastado, desmoralizado, depois de uma guerra de dez anos que exauriu as suas forças militar e politicamente, o regime soviético começou a entrar em colapso, o que se concretizou quase três anos depois, ao final de 1991.
Deste fracasso, depois de muitos anos de turbulência, o que emergiu, em vez do "homo sovieticus", generoso, solidário, revolucionário, foi o reino de oligarquias e máfias ferozes, e o neo-czariato de Vladmir Putin para disciplina-las. Entretanto isto não implica o desaparecimento dos melhores ideais de 17.
Os países que compunham o Pacto de Varsóvia, na maioria, se debatem hoje entre políticos de direita e de extrema-direita. A Iugoslávia, que não aderiu ao Pacto, se desfez em meio a guerras nacionalistas e movidas por diferentes formas de xenofobia. A Albânia, que deixou o Pacto em 1968, aliou-se primeiro à China mas acabou aderindo à Otan.
O mundo emergente da queda do Muro de Berlim e do fim da URSS não está melhor do que antes: em muitos aspectos parece ter regredido ao período que antecedeu a eclosão da Primeira Guerra Mundial. E até mesmo o fantasma de um apocalipse nuclear voltou a ronda-lo. A União Europeia e a Zona do Euro, que prometiam a pacificação durável da Europa de tantas guerras, está recriando seu próprio "Terceiro Mundo" às margens do Mediterrâneo, enquanto forças neo-nazis, que pareciam sepultadas, ressurgem das próprias cinzas e disputam espaço nos parlamentos.
Hoje, com o comunismo praticamente desaparecido da face da Terra, reduzido quase ao status de "reservas ecológicas" em Cuba e na Coreia do Norte, o que se viu e se vê é a capitulação, em grande parte, da social-democracia ao neo-liberalismo e à orgia capitalista promovida pelos seus agentes mais reacionários, nos Estados Unidos e na América Latina.
Cem anos depois da Revolução Soviética, a pergunta mais contundente não é se ela e seus ideias foram um fracasso, mas sim se o capitalismo, hoje envolto numa das mais brutais concentrações de renda da história, e também engolfado pelas águas turvas de coisas como Panamá e Paradise Papers, vai sobreviver à sua vitória na Guerra Fria.

terça-feira, 7 de novembro de 2017

MEDIEVALISMO - Visita de Judith Butler ensina: ideologia de gênero e bruxas não existem

na Rede Brasil Atual

Aos gritos de "queimem a bruxa", conservadores e extremistas cristãos tentaram calar a filósofa, que falou sobre paz: "Nenhum grupo pode ser destituído de pertencimento e cidadania"

por Gabriel Valery, da RBA

Judith Batler em SP

São Paulo – “Temos que buscar espaços sem censura e medo (…) A maior parte das pessoas que convivem comigo passa por um momento de angústia política. Temos dores na cabeça e no estômago. Isso acontece quando passamos a perder esperanças e começamos a viver a injustiça”, afirmou a filósofa norte-americana Judith Butler nesta terça-feira (7). Uma das principais pensadoras na atualidade em questões como gênero e ética, ela está em São Paulo, onde ministrou palestras ontem (6) e hoje.
Sua presença despertou a ira de setores conservadores e de fundamentalistas cristãos brasileiros, que chegaram a promover uma petição para tentar censurar a palestrante. Não tiveram sucesso. Na noite de ontem, Judith falou no auditório da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), na Vila Mariana, zona sul da capital. Hoje, foi a vez do bairro da Pompeia, na zona oeste, receber no período da manhã a filósofa, na unidade local do Sesc.
Como esperado, os grupos que defendiam a censura compareceram à porta do Sesc. O resultado da perseguição foi o oposto. Coletivos em defesa da democracia também marcaram presença para garantir o debate, e compareceram em maior número. Enfim, o debate não só aconteceu como o previsto, como ganhou maior visibilidade. Auditórios lotados, milhares de espectadores via internet e centenas de pessoas escutaram Judith na calçada da rua Clélia, em frente à sede do Sesc Pompeia.REPRODUÇÃO/FACEBOOK/GABRIEL LINDENBACH
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Coletivos marcaram presença em defesa da liberdade de expressão e da coexistência
De um lado, antes da fala da filósofa, os presentes debateram, com um microfone aberto, os perigos da radicalização e do fundamentalismo. “Estamos vendo uma questão delicada, vivendo um período de censuras. Isso nos faz enxergar como a democracia está em risco. Esse movimento tem um objetivo político e fala sobre ‘ideologia de gênero’, o que não existe”, disse a antropóloga Jacqueline Moraes Teixeira.
“Esse movimento aproveitou a visita de Judith Butler para tentar impor sua agenda política, que vem sendo construída nos últimos tempos, como se viu na questão dos museus. Vivemos um conjunto de eventos que foi preparando para esse cenário trágico”, completou. A tragédia em questão ganhou fortes símbolos em meio aos conservadores. Eles carregavam crucifixos e bíblias, e queimaram uma boneca de bruxa com o rosto de Judith. “Queima no inferno, bruxa! Jesus tem poder”, diziam.

A voz de Judith

Em sua palestra, a filósofa afirmou que o “ódio vem do medo da diferença”. A pensadora possui uma carreira diversificada dentro das ciências sociais, e ganhou notoriedade por seus estudos sobre questões de gênero e feminismo, o que despertou o ódio que tentou censurá-la. Entretanto, o que esses movimentos talvez não soubessem é que o tema de suas palestras no Brasil nada tinha a ver com essas questões.
A pensadora veio ao Brasil para falar sobre sua mais nova obra: Caminhos Divergentes (2017), da editora Boitempo. No livro, Judith reúne conceitos judaicos e textos de pensadores palestinos para tentar encontrar formas de encerrar o conflito histórico na região. “O Estado de Israel não exemplifica o que as pessoas encontram no judaísmo, ao mesmo tempo, pode-se ler escritores palestinos para pensar com eles a dor do conflito e os futuros de uma coabitação”, disse.
O ponto central no livro é a proposição de uma coexistência pacífica entre os dois povos dentro do mesmo território. Um “Estado binacional”, como explicou. Isso para reverter injustiças promovidas pelo Estado israelense contra os palestinos. “Pode parecer estranho que escrevi um livro sobre o tema Israel e Palestina se você me conhece como pesquisadora de questões de gênero. Caminhos Divergentes é um livro que considero o que pode ser possível dentro da tradição judaica para estabelecer uma crítica ao Estado de Israel pela despossessão e subjugo do povo palestino desde sua fundação, em 1948”, disse.
Desde a formação do Estado israelense, mais de 5 milhões de palestinos foram expulsos de suas casas ou confinados em guetos modernos como Gaza. Judith, que é judia, argumenta que a crítica à política israelense nada tem de antissemita. “Alguns críticos suspeitam imediatamente: será que não é antissemita criticar o estado de Israel, pois ele representa o povo judeu? Talvez seja mais importante saber que muitos judeus que afirmam sua judaicidade não dão apoio ao Estado de Israel e não consideram que ele os represente. O motivo da crítica é que o Estado de Israel deveria ser democrático, tratando todos os cidadãos igualmente, independentemente de sua religião”, afirmou.
REPRODUÇÃO/FACEBOOKjudite.jpgJudith falou, em sua palestra, sobre a paz entre Israel e Palestina
Os discursos da filósofa foram os mesmos ontem e hoje. Na Unifesp, ele foi acompanhado de uma apresentação da reitora da universidade, Soraya Smaili, também integrante do Instituto de Cultura Árabe, que trouxe Judith ao Brasil juntamente com a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade da Califórnia em Berkeley, o Sesc, e a revista CartaCapital. “Judith é conhecida por ser uma voz crítica e muito bem fundamentada em seus escritos. Como genuína pensadora, trata questões do contemporâneo com engajamento, diálogo, dentro e fora da academia, com uma boa dose de afeto e humanidade”, afirmou Soraya.
Tornou-se extremamente conhecida por seus estudos de gênero, feminismo e teoria queer. Porém, é também uma voz ativa e engajada nas questões da violência e da injustiça social relativa às guerras, à transfobia, à tortura, à violência policial, ao antissemitismo e à discriminação racial de todos os tipos. Tem diversos livros publicados no Brasil, onde é particularmente querida e amada. Aqui, teremos a honra de ouvi-la falar sobre uma questão complexa do mundo contemporâneo, além de muito importante para a humanidade: a necessidade de uma convivência democrática radical entre israelenses e palestinos. Butler afirma que a judaicidade, em sua essência, está vinculada à justiça social e não à violência de Estado”, completou a reitora.
"Acreditamos que os refugiados precisam de um lar, um lugar de pertencimento, algo que Israel foi para os judeus"
De fato, a filósofa usa como argumento, por exemplo, a Lei do Retorno de Israel, que permite aos judeus de todo o mundo cidadania no Estado israelense. Ela lembra que o país foi criado como um “santuário” para os refugiados judeus dos horrores do Holocausto durante a Segunda Guerra Mundial para que o povo pudesse ter o direito à cidadania. Direito que, de acordo com a pensadora, é suprimido dos refugiados contemporâneos e dos palestinos. “Acreditamos que os refugiados precisam de um lar, um lugar de pertencimento, algo que Israel foi para os judeus. Agora, se aceitamos o argumento para um grupo, temos que aceitar para o outro. Nenhum grupo pode ser destituído de pertencimento e cidadania. Falamos isso sobre o povo judeu e também dos palestinos, sírios, e do grande número de pessoas despossuídas”, disse.
Todo judeu pode pedir cidadania em Israel, sob a chamada Lei do Retorno. Mas a demanda palestina pelo retorno é negada por Israel. Então, um grupo de refugiados tem o direito de formar um Estado em terras palestinas e tirá-los de suas casas, enquanto outros não têm o direito de formar um Estado ou de ficar em suas terras. O conflito nasce desta contradição. Também significa que precisamos de uma política de refugiados consistente na região. Isso está na coabitação, em nos vermos como iguais, na dissolução do poder colonial e na abertura de cidadania dupla”, concluiu.GABRIEL LINDENBACH/FB
Judith Batler em SP
Coletivos como Pompeia Sem Medo organizaram vigília para assegurar debate

segunda-feira, 30 de outubro de 2017

E-commerce brasileiro deve crescer até 15% em 2017

e-commerce brasileiro começa 2017 com boa perspectiva de faturamento: a expectativa é de alta de 10% a 15% no ano, após encerrar 2016 com crescimento previsto de 8% nas contas do Ebit, e de 11% segundo a ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico).


A previsão é do presidente do Conselho de Comércio Eletrônico da FecomercioSP e CEO da Ebit, Pedro Guasti, com base na Pesquisa Conjuntural do Comércio Eletrônico FecomercioSP/Ebit.

Em 2017, segundo ele, uma estratégia que deve ser usada para as empresas do segmento elevarem as vendas é a oferta de cupons de desconto, mercado que teve bom desempenho em 2016. Já para as empresas que operam apenas no varejo físico, a dica é considerar ampliar o negócio para o mundo virtual, a exemplo de corporações que aumentaram bastante o faturamento com essa alternativa.
Apesar das boas perspectivas para 2017, Guasti afirma que o ano passado poderá ser a primeira vez em anos que o e-commerce corre o risco de crescer apenas um dígito (em 2015, a alta foi de 15% e em 2014, de 24%, de acordo com o Ebit). Porém, diante de um cenário de recuo do setor varejista, é um resultado a se comemorar.
“O ano foi bem difícil para a economia de forma geral e as lojas virtuais também foram impactadas pela crise, apesar de crescer em um cenário no qual a maioria apresenta queda”, diz.
Balanço
De acordo com Guasti, os consumidores que mais deixaram de comprar no comércio eletrônico em 2016 foram os da classe C, que devem representar em 2016 cerca de 35% dos compradores, enquanto em 2015 eram 39%.
No quesito comportamento do cliente, ele destaca o aumento da participação das compras por meio de dispositivos móveis (a expectativa é que dobre o índice de 12% visto em 2015). Já pelo lado das empresas, houve grande preocupação com o resultado (a margem de lucro) e não apenas com o maior número de vendas.
“Isso impactou na redução da oferta de frete grátis e do número de parcelas sem juros no pagamento, além de mais estímulo para os consumidores pagarem suas compras à vista, oferecendo desconto maior para quem pagasse nessa modalidade, com o objetivo de fazer caixa e ter um capital de giro”, analisou.
Segmentos
Produtos como eletrodomésticos, eletroportáteis e celulares devem terminar o ano como o segmento que teve o maior volume financeiro em vendas, com destaque para as categorias de utilidades domésticas (principalmente para cozinha) e peças para automóveis (acessórios automotivos).
“São duas categorias impactadas pela crise, com aumento nas vendas em consequência de as pessoas saírem menos para comer fora, ficarem mais em casa, viajarem menos, e comprarem menos automóveis novos, optando por investir na manutenção do veículo atual”, apontou Guasti.
Foi o que sentiu a revendedora de autopeças e acessórios Tottori, que possui e-commerce próprio e vende também por meio do Mercado Livre. Em 2016, as vendas giraram em torno de 5 mil por mês, contra as cerca de 4,5 mil mensais vistas no ano anterior. Em novembro, esse número bateu os 6,5 mil mensais.
Segundo um dos diretores da empresa, Gustavo Taconi, a procura por peças aumentou no final do ano porque muitas pessoas saem de férias e fazem a manutenção do veículo para poder viajar. “Estamos vendendo mais as peças mecânicas voltadas para a manutenção do automóvel do que os acessórios. Vimos que com a crise, as pessoas preferem fazer a manutenção do que trocar por um novo”, relatou.
Pensando em ampliar o número de clientes e os canais de vendas – hoje, a maioria das vendas é proveniente do Mercado Livre, em outubro a Tottori começou a comercializar seus produtos em marketplaces. “O ramo de autopeças é complicado porque existem muitas peças e que mudam muito, conforme os modelos dos carros são alterados. Precisamos ter muitos canais porque é muito concorrido”, explicou Taconi.
Para Sabrina Nunes, CEO da Francisca Joias, e-commerce especializado na venda de joias e semijoias, nos últimos anos o brasileiro se acostumou “a comprar barato”, por isso em tempos de crise ele pesquisa mais antes de adquirir algum produto. E, em tempos de crise, apesar de diminuir o tíquete da compra, não deixa de comprar.
“Isso dá um pouco mais de trabalho porque precisamos conseguir mais clientes com menos recursos financeiros. Por esse motivo investimos em melhorar o relacionamento com eles, aparecendo mais nas redes sociais, caprichando nas embalagens, oferecendo um produto melhor com uma margem de preço menor, tudo para não perder o cliente”, relatou.
A companhia, que vende no varejo e no atacado, resolveu investir mais no relacionamento com as revendedoras, tanto no ano que passou quanto em 2017. A ideia é prestar mais auxílio nas vendas, realizando encontros e estando mais próximo. “Gera confiança e isso reflete na venda”, disse.
Fonte: FecomercioSP

terça-feira, 24 de outubro de 2017

Veja alternativas para Android da função SOS de Emergência

no Catraca Livre

Uma das novidades do iOS 11 que mais estão repercutindo na internet é o SOS de emergência. O recurso do novo sistema operacional da Apple permite que usuários de iPhone possam discar para um número de emergência sem precisar interagir com a tela do seu smartphone – um ótimo truque para quando se está em apuros.


No entanto, a ideia não é exclusiva do iOS. Se você tem um aparelho Android, veja quais são as alternativas para facilitar um pedido de socorro:

Galaxy S8

O smartphone da Samsung tem uma funcionalidade bem parecida com o SOS de Emergência do iOS 11: com ela, você pressiona a tecla ligar/desligar três vezes para enviar mensagens com a sua localização aos seus contatos principais.
O caminho para encontrá-la no celular é: definições > funções avançadas > enviar mensagens SOS. Depois, basta ativá-la e indicar quatro contatos que possam fornecer ajuda em momentos de perigo.
Dependendo da sua operadora e da região em que você estiver, também é possível anexar gravações de áudio e fotografias na mensagem. Veja mais informações aqui.

Aplicativos

Graver 24x7
A ferramenta permite que você cadastre contatos para receberem SMS ou e-mail em situações de emergência. Ela também envia imediatamente as suas coordenadas por GPS.
Red Panic Button
O app deixa o usuário configurar um "botão de pânico". Ele pode enviar SMS, e-mail, sua localização por meio do Google Maps e até mesmo fazer um post no Facebook ou no Twitter.
Emergência
O aplicativo lista números de emergência e indica qual é o seu endereço – assim, fica mais fácil de pedir socorro no caso de um acidente ou um assalto.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Mensagem de Rosa Luxemburgo ao século 21

no Outras Palavras

POR 
ISABEL LOUREIRO

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Uma nova biografia (agora em quadrinhos) destaca a revolucionária que defendeu a liberdade com paixão, criticou a esquerda endurecida, viu potência no feminismo e nos índios e entregou-se ao amor, ao sexo e à arte
Por Isabel Loureiro | Tradução: Mauro Lopes
Por que em um momento de derrota da esquerda na América Latina e em todo o mundo ainda falamos de Rosa Luxemburgo? O que fez essa revolucionária judia-polaca-alemã para que, cem anos depois de seu assassinato, em janeiro de 1919, suas ideias ainda nos interpelem?
Ainda que brevemente é preciso dizer que Rosa militou durante 20 anos na social-democracia da Polônia (SDKPiL) e na social-democracia da Alemanha; polemizou toda a vida com Lênin; participou ativamente da revolução russa de 1905; foi a única mulher a ser professora de Economia Política na Escola do SPD (Partido Social-Democrata Alemão); junto com seus pares da ala esquerda do SPD, fundou a Liga Spartakus –nome em homenagem ao gladiador de origem trácia que liderou uma revolta de massas na Roma antiga; passou toda a guerra na prisão, onde escreveu cartas de tom lírico a seus amigos e amores; saiu da prisão em novembro de 1918 e se converteu em líder da revolução alemã; em fins de dezembro de 1918 tornou-se uma das cofundadoras do KPD (Partido Comunista da Alemanha); foi assassinada em 15 de janeiro de 1919 por tropas paramilitares, os Freikorps, precursores dos nazistas. Seus assassinos tiveram penas leves e viveram tranquilamente na Alemanha nazista.
A recepção a suas ideias no século XX foi muito controvertida. Em vida, Rosa sofreu seguidos ataques machistas de seus companheiros de partido, que tinham medo de sua língua mordaz e de sua liberdade de espírito. Referiam-se a ela como “materialista histérica” ou “cadela venenosa, porém brilhante” (Víctor Adler); quando foi nomeada redatora chefe de um importante jornal social-democrata, enfrentou uma quase rebelião dos colegas jornalistas que duvidavam de sua competência, pelo fato de ser mulher; os conservadores alemães chamavam-na de “porca judia”; na Polônia, sua terra natal, é odiada até hoje; em 2001, quando a prefeitura de esquerda de Berlim propôs a construção de um monumento em sua homenagem, houve uma verdadeira chuva de críticas na imprensa e ataques de cunho machista, embora de maneira mais sutil: ela nunca recebeu uma proposta de casamento de seus amantes e nunca teve filhos, que era um desejo explícito. Quem questionaria um homem dessa maneira, revolvendo sua vida privada?
Além das críticas machistas, existiam aquelas de caráter político, que começaram com Lênin, continuaram no âmbito do KPD – Partido Comunista da Alemanha – e chegaram ao paroxismo com o stalinismo, que procurou extirpar sua memória do campo da esquerda. Um dirigente do KPD, disse em 1932, abertamente: “Em todas as questões nas quais RL tinha uma concepção diferente da de Lênin, ela estava errada.” Porém, a tentativa de matar sua memória foi em vão.
Rosa sobreviveu subterraneamente, até ser redescoberta nos anos 1970 quando suas obras completas começaram a ser publicadas na República Democrática Alemã: escritos políticos, teóricos e cartas.
TEXTO-MEIO
É um fato: Rosa sempre reaparece em momentos de crise da esquerda. Isso aconteceu no Brasil depois da Segunda Guerra Mundial; na Europa, durante a rebelião de 1968; no movimento Occupy; no Brasil novamente no ano passado, durante o movimento de ocupações das escolas, quando voltamos a viver um “momento Rosa Luxemburgo”. Por que isso acontece?
Vejamos rapidamente algumas de suas ideias políticas para entender: a defesa intransigente das liberdades democráticas em todas as sociedades e em todos os tempos; a crítica incisiva à concepção de um partido de vanguarda formado por um núcleo duro de revolucionários profissionais separados das bases, cuja função seria liderar as massas populares que, por sua vez, limitar-se-iam a obedecer ao comando superior; a defesa incondicional da formação política e intelectual das classes subalternas, que ela via como pré-requisito para sua autonomia política; e, finalmente, uma ideia que está na ordem do dia, a da espontaneidade das massas populares. Ou seja, a ideia de que as camadas subalternas da sociedade entram em movimento independentemente das palavras de ordem dadas por líderes partidários ou sindicais e que a organização se estrutura a partir da própria luta, cotidiana e/ou revolucionária. Mas Rosa também sabia que a espontaneidade sozinha não resolve tudo, que o trabalho organizativo é fundamental para estruturar as explosões de energia que brilham esporadicamente no céu cinzento da vida cotidiana.
Para dizer em poucas palavras, penso que o mais atraente para um leitor contemporâneo no pensamento de Rosa Luxemburgo é sua defesa apaixonada da liberdade, tanto pública como individual. Para Rosa, não existe sociedade livre sem indivíduos livres, conscientes, não manipulados, seja por líderes políticos, pelas mídias, pela propaganda, ou, no plano individual, por suas paixões e fantasmas.
Rosa é filha da Aufklärung (iluminismo), como todo o marxismo. Esse era seu mundo e seu limite. Porém, em que pese o fato de hoje sabermos que não bastam declarações racionalizadas, creio que ela tinha razão em acreditar que não existe a possibilidade de virar a página sem a iniciativa e a participação consciente dos debaixo, dos que mais sofrem com a desigualdade econômica, social e política engendrada pelo capitalismo.
Há igualmente outra ideia de Rosa que nos atrai até hoje e que aparece no ensaio A crise da social-democracia (1916). Neste amargo balanço do processo de decomposição da social-democracia alemã – que culminou  com a aprovação dos créditos de guerra pela bancada do SPD em 4 de agosto de 1914 –, Rosa colocou em questão pela primeira vez o ingênuo conceito de progresso, típico da II Internacional. Para os socialistas hegemônicos da época, essa ideia  traduzia-se na crença de que o socialismo resultaria, cedo ou tarde, das contradições imanentes ao modo de produção capitalista. No ensaio, um de seus melhores, Rosa pôs na ordem do dia a famosa consigna socialismo ou barbárie, dando a entender que o socialismo não era mais uma garantia mas uma aposta. E essa aposta só pode ser vencida si houver o compromisso ativo das classes subalternas, aqui e agora, contra a barbárie. Esta é a interpretação Michael Löwy, com que estou totalmente de acordo.
Também é digna de nota sua obra de economia política na qual apresenta elementos de uma visão terceiromundista que é muito frutífera para a América Latina. Segundo Rosa, a acumulação do capital, para além da apropriação da mais valia, só foi e é possível com o intercâmbio entre economias capitalistas e não capitalistas. Tal intercâmbio continua até hoje e é uma descrição válida do processo de desenvolvimento histórico do capitalismo como processo global e, consequentemente, uma boa descrição da destruição violenta das culturas e dos espaços não capitalistas. Tal processo violento de acumulação primitiva permanente (acumulação por expropriação, para Harvey), além dos métodos tradicionais de expropiação territorial, consiste também na conversão de antigos direitos em mercadorias.
Rosa enfatizou a violência com que as culturas primitivas foram e são aniquiladas pelo colonizador e substituídas pela economia de mercado. Isso não significou nem significa progresso em relação ao período anterior, mas tão somente a ruína econômica e cultural dos povos originários. Diferentemente de uma concepção iluminista do progresso, segundo a qual a violência capitalista é vista como um mal “necessário” no caminho até o socialismo, Rosa acreditava que os povos originários poderiam (e podem) ensinar aos “civilizados” formas mais igualitárias de sociabilidade, não predadoras, determinadas pelos interesses da coletividade.
Rosa Luxemburgo, que era polonesa – ou seja, periférica na Europa dos princípio do século XX – teve insights (que não desenvolveu) que apontavam para uma concepção de história distinta do marxismo ortodoxo de seu tempo, caracterizada por una fé ingênua no desenvolvimento das forças produtivas. As populações tradicionais da América Latina, em busca de um modelo de desenvolvimento crítico ao modelo de civilização oriundo da Revolução Industrial, fundado na dicotomia entre pobres e ricos e na destruição da naturaleza, podem ter em Rosa Luxemburgo uma fonte de inspiração.
Por fim, Rosa é uma referência para as feministas; basta pensar no funcionamento interno das organizações políticas e dos movimentos, onde imperam a hierarquia, o centralismo, a rigidez, a burocracia, tudo o que Rosa questionava. Além de construir-se como mulher independente, que atuou no espaço público, ela também questionou a sujeição das mulheres ao isolamento da vida privada, à submissão aos homens, ou seja, questionou o patriarcado, que é inseparável do capitalismo.
A Editora Martins Fontes acaba de publicar a tradução do original inglês de una biografia-historieta de Rosa Luxemburgo –Red Rosa/Rosa Vermelha–, que enfatiza a Rosa feminista. De autoria de Kate Evans, esta biografia apresenta-nos uma mulher que, além da dedicação apaixonada à militância e à revolução, entregou-se de corpo e alma aos prazeres da vida, ao amor, ao sexo, à natureza, à pintura, à música, à literatura. A autora apresenta-nos também una professora talentosa, que sabia explicar didaticamente aos estudantes (adultos que frequentavam a Escola do Partido) os conteúdos mais complexos da economia política. Tudo coroado por uma escrita plena de vivacidade, de ironia, palavras espirituosas, um texto pleno de lirismo, como demonstram as cartas da prisão.
Há algo maravilhoso nessa biografia escrita por una mulher jovem e não especializada na obra de Rosa Luxemburgo: revela a proximidade entre essa revolucionária que viveu na virada do século XIX para o XX é nós, no século XXI; uma proximidade que deriva em parte de sua intensa relação com a vida, com todo o vivente. Esse é um traço muito forte de sua personalidade, que a levou a opor-se a tudo o que é rígido, inflexível, mecânico; em uma palavra, burocrático. Quando, por exemplo, criticou Lênin, Rosa disse que sua concepção de partido e de revolução era mecânica. Rosa apreciava a metáfora da vida em contraposição às de fundo mecânico.
Escreveu Rosa: “Só a vida sem obstáculos, efervescente, leva a milhares de novas formas e improvisações, traz à luz a força criadora, corrige os caminhos equivocados. A vida pública em países com liberdade limitada está sempre tão golpeada pela pobreza, é tão miserável, tão rígida, tão estéril, precisamente porque, ao excluir-se a democracia, fecham-se as fontes vivas de toda riqueza e progresso espirituais.” (A revolução russa).
Rosa criticava os bolcheviques porque, ao fechar a Assembleia Constituinte, não permitiram que as camadas populares fizessem suas próprias experiências da vida democrática no âmbito da revoluão; é como se Rosa tivesse dito que os companheiros de Lênin intervinham desde fora do processo democrático porque já sabiam o que seria melhor para o povo, porque já tinham uma ideia do que o povo devia fazer. Assim foram (são) substituídas as massas populares que ainda não estariam (estão) prontas para o socialismo. Para Rosa, o socialismo só pode ser obra das próprias massas, não de lideranças intelectuais que pretensamente sabem o que é melhor para o povo. Para isso é necessário tempo de amadurecimento. “Tempo não é dinheiro, tempo é o tecido da vida”, disse o grande crítico literário Antonio Cândido, que também era socialista. A democracia, e ainda mais o socialismo democrático, são uma invenção permanente que necessita vida pública livre, absolutamente necessária para a formação política dos de baixo.
A crença nas virtudes curativas da vida aparece muitas vezes em sua correspondência da prisão como, por exemplo, nesta carta a sua amiga Sonia Liebknecht (dezembro de 1917), onde explicava por que não desesperava depois de viver tanto tempo encarcerada: “Creio que o segredo não é outro que a própria vida (…) Sob os passos lentos e pesados do carcereiro canta uma bela, uma pequena canção da vida: basta apenas saber ouvir.”
Em suma, a biografia de Rosa Luxemburgo escrita por Kate Evans não é como outras anteriores, a de mártir assexuada e cheia de pudor, que sacrificou a vida no altar da Revolução – como se fora uma santa comunista – , mas uma mulher de carne e osso, divertida, ousada, à frente de seu tempo, que rechaçava o espartilho, controlava seu corpo para não ficar grávida — em uma palavra, uma mulher que conquistou sua liberdade com muita luta e sacrifício. Ela sabia que liberdade outorgada não é verdadeiramente liberdade. Essa é a mensagem que Rosa deixa para as mulheres do século XXI que ainda lutam por sua emancipação.
_________________
*Isabel Loureiro falou no Seminário sobre a vida, obra e pensamento de Rosa Luxemburgo que aconteceu em 2 e 3 de setembro de 2017 em Assunção (Paraguai). O texto acima é o roteiro original de sua palestra.

domingo, 8 de outubro de 2017

30 dicas do Catraca Livre para você GABARITAR no Enem

no Catraca Livre

A próxima edição do Enem está chegando! As provas acontecem em dois domingos, dias 5 e 12 de novembro de 2017. Então, mantenha a calma e aproveite as dicas do Catraca Livre para estudar para o exame:

O Resistência Foi Buscar para Você Dicas para o Enem Clique.

Resultado de imagem para imagens do enem 2017

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Conheça a universidade que oferece graduação gratuita e on-line

no Catraca Livre

University of the People (UoPeople) ou Universidade do Povo, em português, é a primeira instituição on-line e sem fins lucrativos que se dedica a ampliar o acesso global à educação superior de forma gratuita. Não há salas físicas nem taxas de anuidade. Além disso, a universidade norte-americana reúne alunos de 194 países em seu ambiente de aprendizagem.
De acordo com o site Estudar Fora, a UoPeople oferece atendimentos personalizados e assistência de mais de 3 mil professores voluntários por meio da tecnologia open-source. São oferecidos atualmente programas completos de graduação em administração de empresas; ciência da computação; ciência da saúde; e MBA.
As salas são compostas por até 30 estudantes. Diferente de cursos on-line abertos, precisa ser aceito na instituição para se matricular. Embora não tenha mensalidade ou custos com materiais, é necessário também pagar uma taxa de candidatura (de até 50 dólares) e uma taxa (de 100 dólares) por exame de final de curso. Há possibilidade de se isentar das taxas ao final do programa através de bolsas.
Qualquer pessoa que tenha concluído o ensino médio pode se candidatar. Ter acesso a computador, conexão de internet e conhecimentos de inglês para acompanhar as aulas são essenciais. Todos os anos são feitas cinco rodadas de admissão. Acompanhe o site da UoPeople para não perder as próximas inscrições!
Com informações do site Estudar Fora.

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Educação - 3 países na Europa para cursar uma universidade (quase) de graça

no Catraca Livre

Aqui na editoria Educação do Catraca Livre já divulgamos diversas ofertas de bolsas de estudo em muitas partes do mundo. Mas, há também países em que a universidade pode ser cursada quase de graça, sem custos de anuidade ou competição para bolsas. Conheça abaixo três nacionalidades em que é possível estudar gastando o mínimo:
1. Alemanha
As universidades da Alemanha não cobram nenhum tipo de taxa para alunos de graduação. De modo geral, não é caro para se viver em solo alemão. Por lá, os estudantes gastam entre 500 e 700 euros por mês com acomodação, transporte, alimentação e despesas gerais. Confira aqui as principais instituições de ensino na Alemanha.
2. Noruega
Créditos: iStock/rusm
Os custos para estudar na Noruega
As universidades públicas não cobram anuidade de qualquer estudante (incluindo alunos de graduação, mestrados e PhD). No entanto, é preciso desembolsar uma taxa semestral de manutenção que varia entre 300 e 600 coroas norueguesas (até 230 reais). Já o custo de vida no país é mais elevado. Veja aqui instituições da Noruega.
3. França
Créditos: iStock/sborisov
Como estudar na França pagando menos
Aos estudantes que se arriscam a falar francês, o ensino é mais em conta nas universités (com graduações e mestrados que custam entre 200 e 400 euros anuais) e écoles (formações mais específicas com custo de 600 euros anuais). Um estudante precisa de 430 euros por mês para se manter no país.
Com informações do site Estudar Fora