sábado, 5 de dezembro de 2015

Recuo de Alckmin sugere primeira derrota em mais de 20 anos de gestão tucana

na Rede Brasil Atual

Para sindicato dos professores da rede estadual, manifestações estudantis contra reorganização mudaram a história da escola pública no estado de São Paulo

por Cida de Oliveira


professores em greve.jpg
Durante greve de 90 dias, professores denunciaram mazelas do ensino paulista, como a superlotação das classes

por José Gilbert Arruda Martins

O recuo do governador truculento do PSDB, não se enganem, é apenas provisório, até os bravos estudantes secundaristas de São Paulo, saírem das escolas, não acreditem nesse cara, um governador que bate em professor e estudante, não merece nenhuma consideração de apreço, muito menos de confiança.

Apesar de ser um recuo do governador e uma vitória momentânea apenas, mas uma vitória que poderá ter algum significado, pois o PSDB vem, com mão de ferro, dominando o estado de São Paulo há mais de 20 anos, a impressão que passa, para quem mora longe, é que até professores e estudantes apoiam cegamente as políticas autoritárias, anti-republicanas do Alckmin.

Por que digo isso?

Por que, a dominação do PSDB por duas décadas, foi e é acompanhada de uma administração repleta de descasos com a coisa pública, haja vista as questões que envolvem desvios de recursos públicos com os trens do Estado, o extermínio das populações de jovens pobres da periferia etc., agora, essa tal de reorganização das escolas, que poderá significar para um futuro bem breve, a entrega aos rentistas, da educação pública ou, como dizem muitos, a entrega dos terrenos onde ficam as escolas para a especulação imobiliária.

Mesmo assim, parabéns aos estudantes secundaristas de São Paulo. Estamos com vocês.

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São Paulo – Longe de significar o fim da reorganização da rede estadual de ensino reivindicada por alunos que ocupam escolas há 25 dias, a suspensão do projeto do governo de Geraldo Alckmin (PSDB), anunciada hoje (4) em meio a protestos e repressão policial, parece apontar para a primeira derrota em mais de 20 anos de gestão tucana.
“O debate sobre a situação da educação paulista acabou sendo feito por vias tortas, em meio às manifestações. O governo tentou colocar na agenda a seu modo, mas foram os movimentos que acabaram agendando a educação”, disse a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp) Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, em entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira.
Segundo a dirigente, a desvalorização do trabalho docente e as classes superlotadas, que prejudicam a qualidade do ensino e que estão no centro do debate estudantil apoiado por pais, professores e movimentos sociais, são os mesmos pontos da pauta de reivindicações do movimento grevista dos professores que em 2015 durou três meses sem que o governo apresentasse uma proposta sequer. "Tivemos zero de correção salarial e estamos com uma série de pendências que serão transferidas pelo novo secretário da Educação", disse.
A suspensão do projeto que inclui o fechamento de mais de 90 escolas e a extinção do ensino médio, principalmente noturno, em muitas unidades, bem como a saída do secretário da Educação Herman Voorwald, foram recebidas como "necessárias".
"Era preciso voltar atrás. O bom senso dizia que não se pode impor com força policial aquilo que a sociedade não está aceitando", disse Bebel. "Estamos esperando que o próximo secretário tenha o perfil prometido pelo governador em 2011, de que teria disposição para o diálogo, mas que não aconteceu na prática".
Ainda segundo a dirigente, a luta dos professores ganha força com o movimento dos alunos. "Mesmo assim, governo Alckmin deverá seguir com a tentativa de quebrar a Apeoesp".
A presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas Ângela Meyer, avalia como importante e significativa a queda de Voorwald. "Sua gestão foi marcada pela falta de diálogo desde o princípio. É uma felicidade a saída dele".
No entanto, conforme a lider estudantil, a luta não acabou. "A escola pública deve ter outro objetivo, os professores devem ser valorizados e o governo tem de cumprir sua obrigação com a educação".

Acertada, porém tardia

O diretório estadual da Rede Sustentabilidade se manifestou sobre o recuo do governo de Geraldo Alckmin. Em nota oficial, destacou que a decisão do governo de suspender o processo de reorganização escolar é acertada, porém tardia e claramente motivada pela queda na popularidade de Alckmin anunciada hoje.

"É preciso deixar claro que a decisão de suspender o fechamento das escolas não exime o estado da apuração acerca da conduta violenta por parte da Polícia Militar contra as manifestações", diz a nota oficial. "É grave notar que a declaração de guerra aos estudantes anunciada na semana passada pelo chefe de gabinete da Secretaria Estadual de Educação tenha se concretizado em cenas de truculência contra os adolescentes, como assistimos mais uma vez na manhã desta sexta-feira, com o uso da tropa de choque e promoção de uma verdadeira “chuva de bombas”.

O partido cobra ainda transparência com abertura do diálogo com a sociedade, para a construção de alternativas para a educação no Estado de São Paulo e que as ações policiais estejam a serviço da proteção à comunidade e não contra ela.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Quilombo de São José

por José Gilbert Arruda Martins
Foto: PG


Nosso povo tem muita história. Quando fazia graduação em História na Universidade Estadual do Ceará (UECE), na década de 1980, li e ouvia de alguns, inclusive velhos e reacionários professores vindos da área militar, que a história do Brasil teria sido construída apenas pelas elites representadas por D. João, D. Pedro e cia.

Na mesma graduação, encontrei outros professores, entre eles, Lúcio Caminha, professor de História do Brasil que, como dizia ele, para complementar as informações dos outros colegas defendia: "Índios e Negros fizeram história e reagiram, desde o início, à escravidão e à invasão de suas terras e destruição de suas famílias e nações.

Conclui meu curso com as informações do bom e velho amigo Lúcio Caminha. Nosso povo tem história sim senhor.

Os Quilombos, e foram mais de cem, era e é a prova concreta e viva dessa informação.

Os livros didáticos, infelizmente, nos ensinaram ao longo de décadas, que existia apenas Palmares.

Essa informação, fazia parte de um projeto maior das elites tupiniquins, que era esconder do próprio povo a sua História.

Não conseguiram.

Ao longo de décadas de um ensino castrador, com a maioria de professores e professoras de História, mal preparados, tivemos, para nossa alegria, dezenas de outros professores e professoras que, de uma forma bem mais profunda e comprometida com a luta do povo, conseguiu levar às salas de aula, a informação que faltava nos livos e nas aulas do mau professor.

Não apenas os livros e salas de aulas em escolas de ensino fundamental e médio, falaram da história do povo.

O próprio povo, com sua santa teimosia, conseguiu manter suas tradições e suas vidas, que hoje são testemunhos de que somos um povo de muita garra.

Apesar de toda a violência da escravidão.

Apesar de toda a violência do Senhor de Engenho.

Apesar de toda a violência do Pelourinho.

Conseguimos sair do outro lado. Conseguimos vencer o ódio e nos manter vivos.

A história dos Quilombos brasileiros está aí, ninguém, por mais que queira, conseguirá apagar.

O Quilombo de São José é uma dessas histórias.

"No período de escravidão no Brasil (séculos XVII e XVIII), os negros que conseguiam fugir se refugiavam com outros em igual situação em locais bem escondidos e fortificados no meio das matas. Estes locais eram conhecidos como quilombos. Nestas comunidades, eles viviam de acordo com sua cultura africana, plantando e produzindo em comunidade. Na época colonial, o Brasil chegou a ter centenas destas comunidades espalhadas, principalmente, pelos atuais estados da Bahia, Pernambuco, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais e Alagoas."
"O Quilombo São José da Serra, é o mais antigo quilombo do Estado do Rio, formado por volta de 1850. Localizado na estrada RJ 157 na altura do Km 57, tem uma área de 476 hectares em Santa Isabel do Rio Preto (distrito de Valença), nas proximidades da Serra da Beleza, e abriga cerca de 200 quilombolas que mantêm vivas as ricas tradições africanas divulgando sua cultura negra.
Algumas características preservadas são: Musica Afro, Artesanato, O ferro a carvão, o fogão a lenha, o terço de São Gonçalo rezado pelas parteiras, o plantio coletivo de milho e feijão, as casas em pau a pique e o mutirão para “catar” sapê na mata para construir o telhado das casas.
Palco de grandes celebrações culturais, o Quilombo tem como maior de todas as comemorações a Festa da Cultura Negra, realizada duas vezes ao ano. Trata-se de um acontecimento grandioso, onde uma grande fogueira é acesa para celebrar a Abolição da Escravatura, que reúne cerca de 2 mil pessoas acampadas pelo terreno, durante um final de semana. Os participantes promovem apresentações de capoeira, Folia de Reis, Jongo, maculelê, calango, dança de roda e muitas outras manifestações da cultura negra.
Dentro do Quilombo, cercado de montanhas e muito verde, destaca-se um centenário e gigantesco jequitibá onde sob a copa da árvore há grutas, ossos e raízes aparentes. É considerado sagrado e abençoado, e são feitos muitos rituais, pedidos e orações ao redor dessa árvore. É uma das localidades especiais na cultura do lugar, e que pela sua beleza, chama a atenção dos visitantes que se embrenham pelas trilhas.
Visitar São José é uma viagem ao passado com direito à uma bela receptividade de seus senhores, senhoras, jovens e crianças que nos recebem com alegria, simpatia e satisfação, sempre convidativos a nos sentar nos sofás de suas casas, tomar um café, e passar uma bela tarde de conversa."
Mais fotografias do Quilombo São José, em exposição em João Pessoa PB:

Fontes:
http://valedocafeonline.com/quilombo-sao-jose-da-serra-santa-isabel-do-rio-preto/

http://www.suapesquisa.com/historiadobrasil/quilombos/

Sexo, drogas e skate: 'O Cheiro da Gente' faz análise chocante da juventude

na Rede Brasil Atual

Do mesmo diretor de 'Kids', longa-metragem de ficção acompanha seis jovens parisienses e retrata a inconsequência, o egoísmo e a solidão desta nova geração

por Xandra Stefanel, especial para RBA

Prostituição
Math (Lukas Ionesco) é o protagonista de 'O Cheiro da Gente'

Vinte anos depois de lançar o polêmico filme Kids, o fotógrafo e diretor americano Larry Clark atravessou o oceano e desembarcou no Velho Mundo para filmar, desta vez, a juventude parisiense. O Cheiro da Gente (The Smell of Us, no título original) estreia nesta quinta-feira (3) nos cinemas brasileiros.
Do alto de seus 72 anos, Clark não perdeu o interesse pelo desregrado universo jovem com o qual entrou no mundo das artes. Ele atraiu a atenção dos produtores artísticos ao expor em suas fotografias o universo que conheceu como adolescente: os subúrbios movidos por anfetaminas e sexo, transformados em matéria-prima de seu cinema nos filmes Kids (1994), indicado à Palma de Ouro no Festival de Cannes de 1995, Bully - Juventude Violenta (2001), Ken Park (2002) e Marfa Girl (2012).
Se, na década de 1990, a história ultra-realista de jovens autodestrutivos que se deixam consomir pelas drogas e sexo sem proteção já chocou parte da sociedade, Clark volta agora com a mesma receita cheia de violência. Desta vez, os adolescentes se encontram entre o Museu de Arte Moderna e o Palácio de Tóquio, em Paris, onde bebem, se drogam, transam em público e “batem” carteiras ao ar livre e sob o permanente registro de seus telefones inteligentes.
A câmera indiscreta de Clark também acompanha os garotos nas festas malucas e nas noites de sexo nas quais os garotos vendem seus corpos à velhos e velhas pervertidos. Nada no filme é delicado ou pensado para preservar de alguma maneira aqueles corpos tão jovens: as cenas de sexo explícito não são raras – muito menos excitantes. A impressão que se tem é que tudo naquele universo é vazio e solitário, até (ou especialmente) as relações familiares.

A cena que abre o filme já prepara o espectador para a angústia que vai acompanhá-lo durante os 88 minutos. Em seus skates, os jovens fazem manobras ao redor de um morador de rua, Rockstar (interpretado pelo próprio Larry Clark), passam por cima e esbarram naquele corpo largado e consumido pelo álcool. É esta a sensação que se mantém durante todo longa-metragem: nada e ninguém importa para aqueles garotos, nem eles mesmo. Além da próxima dose, tudo o que parecem querer é esquecer.

O Cheiro da Gente 
Direção: Larry Clark
Elenco: Lukas Ionesco, Diane Rouxel, Theo Cholbi, Hugo Behar-Thinieres, Rayan Ben Yaiche, Adrien Binh Doan, Maxime Terin, Larry Clark, Michael Pitt
Roteiro: Mathieu “Scribe” Landais, Larry Clark
Fotografia: Helene Louvart
Montagem: Marion Monnier
Distribuição: Zeta Filmes

Para governadores, golpismo e interesse pessoal movem Cunha

na Rede Brasil Atual

Enquanto parlamentares se inscrevem para repercutir pedido de impeachment, governadores do Nordeste enviam ao Congresso documento em que classificam ação como retrocesso institucional

por Hylda Cavalcanti

Governadores
Camilo Santana (CE), Flávio Dino (MA), Jackson Barreto (SE), Paulo Câmara (PE), Renan Filho (AL) Robinson Farias (RN), Ricardo Coutinho (PB), Rui Costa (BA) e Wellington Dias (PI)

Brasília – O Congresso recebeu na tarde de hoje (3) uma nota assinada por governadores dos nove estados da região Nordeste criticando o acolhimento do pedido de impeachment por Eduardo Cunha após a notícia de que o PT iria votar contra ele no Conselho de Ética. Os governadores destacam, no documento, que Cunha reagiu por motivação pessoal e classificam a atitude do deputado como “indesejado retrocesso institucional”.
“Na verdade, a decisão de abrir o tal processo de impeachment decorreu de propósitos puramente pessoais, em claro e evidente desvio de finalidade. Diante desse panorama, os governadores (dos estados) do Nordeste anunciam sua posição contrária ao impeachment nos termos apresentados, e estarão mobilizados para que a serenidade e o bom senso prevaleçam”, acentua o documento, que acrescenta, ainda, que “o  Brasil precisa de união e não de golpismos.
A nota tem a assinatura dos governadores Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PCdoB-MA), Jackson Barreto (PMDB-SE), Paulo Câmara (PSB-PE), Renan Filho (PMDB-AL) Robinson Farias (PSD-RN), Ricardo Coutinho (PSB-PB), Rui Costa (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI).
Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, é lido há mais de três horas o requerimento que pede o impeachment da presidenta Dilma Rousseff, acolhido ontem pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). A leitura é feita pelo 1º secretário, Beto Mansur (PRB-SP). Parlamentares entram e saem do plenário a todo momento, e muita gente está inscrita para se manifestar. Mas a peça jurídica lida por Mansur é longa, e ele não dá sinais de estar perto do final.

Distribuição das legendas

Na reunião realizada entre os partidos políticos para definir a distribuição entre cada legenda na comissão que vai apreciar o impeachment, encerrada esta tarde, as lideranças acertaram que dos 65 deputados que terá a comissão, os partidos com maior número de integrantes serão PT e PMDB, cada um com o direito de indicar oito deputados. Em seguida vem o PSDB, que poderá ter seis representantes na comissão. A composição segue a proporcionalidade dos partidos na Casa.
PP, PSD, PR e PSB indicarão, cada um, quatro deputados. O PTB indicará três, e um bloco formado pelas siglas DEM, PRB, PDT, SD, PSC e Pros vão indicar dois parlamentares.
Terão direito, nesta proporcionalidade, a indicar um representante, as legendas PCdoB, PPS, PV, PHS, PSol, PMN, PEN, PTC, PTdoB,  PMB e Rede. Ao passo que não terão direito a indicar representantes as bancadas do PRP, PSDC, PRTB e PSL. Mediante um acordo feito entre as lideranças partidárias, cada bancada tem até segunda-feira para indicar os nomes dos deputados, mas alguns partidos já se anteciparam.

O Solidariedade divulgou há pouco que os seus deputados na comissão serão Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), e Arthur Oliveira Maia (BA). No PSDB, o líder Carlos Sampaio também disse que a legenda vai antecipar seus nomes até a tarde de amanhã, embora já estejam confirmados o próprio Sampaio e Bruno Araújo (PE). Mas ele destacou que os tucanos têm interesse em fazer com que os próprios líderes e vice-líderes é que sejam os demais representantes da legenda na comissão.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Marcelo Nobre, o elo oculto entre Eduardo Cunha e Hélio Bicudo

no GGN de Luis Nassif


A ligação entre Hélio Bicudo e Eduardo Cunha tem nome: é o advogado Marcelo Nobre, a face jurídica pública de Cunha. Na parte jurídica, a defesa técnica é do ex-Procurador Geral Antônio Fernando de Souza. A defesa pública agressiva é de Nobre.
Há mais pontos em comum entre eles.
Os propósitos políticos de Bicudo são publicamente questionados pelo seu filho, José Eduardo Bicudo. Os de Marcos Nobre provavelmente seriam por seu pai, se vivo fosse. Trata-se do notável político e democrata Freitas Nobre, da melhor tradição democrata-cristã. O filho intelectual de Freitas Nobre, cientista político Marcos Nobre, já se posicionou publicamente contra o impeachment.
Marcelo é o filho que não estudou. Fez carreira graças ao duplo relacionamento. Junto ao PT, como chefe de gabinete de Hélio Bicudo, então vice-prefeito de Marta. Depois, aproximou-se do PMDB e conseguiu, graças ao sobrenome ilustre e a um trabalho pertinaz de relações públicas, ser indicado para o CNJ (Conselho Nacional de Justiça), substituindo o atual Secretário de Segurança de São Paulo Alexandre de Moraes.
Lá, tornou-se o mais insistente louvaminhas do então presidente Gilmar Mendes. A ponto de dividir a história do CNJ entre AG e DG - Antes de Gilmar e Depois de Gilmar, para gáudio dos observadores mais críticos, que se divertem com demonstrações explícitas de puxa-saquismo, próprias da corte.
Considerado algo vaidoso e vingativo, atribuem-se a ele as manifestações mais agressivas de Eduardo Cunha. E também à ligação umbilical estabelecida entre Cunha e Bicudo.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Dilma: ‘Não tenho conta no exterior, não faço coação e não barganho votos’

na Rede Brasil Atual

Em pronunciamento curto e contundente, Dilma diz receber com indignação decisão de Cunha, considera argumentos pelo impeachment inconsistentes e diz confiar no funcionamento da instituições

Dilma

São Paulo – A presidenta Dilma Rousseff afirmou há pouco em pronunciamento que recebeu com indignação a decisão do presidente da Câmara de encaminhar no Congresso processo de impeachment contra um mandato conferido democraticamente. A presidente disse que não existem "atos ilícitos" em sua gestão e que nenhuma acusação paira sobre ela. 

"São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentaram esse pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim, não paira contra mim nenhuma suspeita e desvio de dinheiro público", ressaltou. E rechaçou de maneira contundente qualquer possibilidade de "acordo" entre o Executivo e Cunha visando a livrá-lo do processo que pode determinar seu afastamento do cargo e cassação.
"Não existe ato ilícito. Não possuo conta no exterior, não tentei coagir instituições ou pessoas para satisfazer interesses pessoais. A imprensa noticiou que houve interesse de votos em troca do arquivamento dos pedidos. Eu não aceitaria qualquer tipo de barganha, nem atentei contra princípios morais e éticos que ofendam a vida da nação. Há improcedência no pedido. Não podemos deixar que interesses abalem a democracia. Devemos ter tranquilidade e confiar no Estado democrático de direito", declarou.


terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Fúria da Sereia - Exposição de Ronaldo Fraga em João Pessoa

por José Gilbert Arruda Martins

Em nossa passagem esta semana pela capital da Paraíba, a trabalho, nos deparamos com belezas, que o Nordeste consegue manter e mostrar ao mundo de uma forma peculiar.


Mulheres artesãs da Comunidade da Penha João Pessoa PB
Fotos: PG

Salta aos olhos, de qualquer turista, de qualquer visitante a genialidade e inventividade de um povo maravilhoso, que consegue, mesmo com uma história longa de abandono e de desrespeito das autoridades centrais - claro, com exceção dos últimos 13 anos, onde os governos Lula da Silva e Dilma Roussef, se fizeram presentes, oportunizando projetos pequenos e grandiosos na região -, ter tanta sensibilidade e maestria para se deixar conhecer e produzir/reproduzir belezas e riquezas incomensuráveis.

Não conhecia João Pessoa, agora, depois dos meus bem vividos 50 anos, conheci a tão falada capital da Paraíba.

Praias lindas e limpas - Bessa, Tambaú, Cabo Branco... -, cidade de mais ou menos 800 mil habitantes, limpa, trânsito ainda organizado e, de um povo hospitaleiro e amigo.

"Como ninguém é de ferro", aproveitamos para conhecer e curtir as belezas da cidade: Novos amigos, uma família de pessoas incríveis, que nos deu apoio, que nos deu a certeza, que os bons são a imensa maioria.

Como dizia, "ninguém é de ferro", por isso, além das praias citadas, conhecemos a "Estação Cabo Branco – CiênciaCultura e Artes, localizada no bairro do Altiplano em João Pessoa, capital do estado brasileiro da Paraíba, foi projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer e inaugurada no dia 3 de julho de 2008 pelo então prefeito Ricardo Vieira Coutinho.
A Estação tem a missão de levar cultura, arte, ciência e tecnologia à população de forma gratuita. Além da proposta cultural, a Estação se apresenta como ponto turístico e cartão-postal da cidade."
Não esperava ver em João Pessoa uma obra do grande arquiteto brasileiro, Oscar Niemeyer, fiquei chocado com a beleza arquitetônica e suas famosas formas.
Mas, o que estava sendo exposto, chamava a atenção, tanto quanto a beleza exterior e monumental do conjunto pensado e projetado pelo grande Oscar.
O espaço, está promovendo três ricas exposições: Uma sobre o Quilombo São José da Serra, que iremos em breve falar em outra matéria aqui mesmo neste blog; outra, com o título "Fúria da Sereia", e uma terceira sobre o maravilhoso, vigoroso e genial Candomblé que iremos discorrer também em breve.
O Projeto "Fúria da Sereia", é uma vitoriosa e sensível parceria entre a prefeitura da cidade, as Sereias da Penha, mulheres artesãs e o grande estilista Ronaldo Fraga.
"Nessa exposição, o trabalho artesanal criado em João Pessoa é mostrado sob a perspectiva do design e dentro do conceito de economia criativa. Através dessas peças autorais criadas a partir do saber popular e da apropriação cultural, o público ainda reconhece a importância da preservação ambiental e dos ecossistemas a partir do reaproveitamento e ressignificação de materiais que fazem parte do dia a dia das comunidades de pescadores e que costumavam ser vistos como lixo ou sem valor econômico.
Sereias da Penha – O projeto Sereias da Penha é uma iniciativa promovida pela Prefeitura Municipal de João Pessoa (PMJP), por meio da Secretaria de Trabalho, Produção e Renda, através do Programa João Pessoa Artesã (JPA), em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) e Sebrae Paraíba, que possibilitou as mulheres artesãs capacitação, tendo uma nova atividade econômica. A primeira-dama da Capital, Maísa Cartaxo, é coordenadora do Programa JPA."
As fotos que fizemos, expostas a seguir mostram e dizem muito, curta...


Com informações:
http://www.joaopessoa.pb.gov.br/lancamento-da-exposicao-furia-da-sereia-de-ronaldo-fraga-sera-nesta-quinta-feira/

https://pt.wikipedia.org/wiki/Esta%C3%A7%C3%A3o_Cabo_Branco





SÃO PAULO - Um dia após anúncio de 'guerra' contra ocupações, alunos reclamam de truculência

na Rede Brasil Atual
CUT-SP protocolou pedido de audiência na Secretaria da Segurança Pública para que governo Alckmin responda sobre denúncias de violência praticada por policiais nas escolas ocupadas
por Sarah Fernandes

Protesto
Estudantes levaram cadeiras para o cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças: aula na rua

São Paulo – Um dia depois de vazar a informação de que a Secretaria Estadual da Educação de São Paulo prepara uma “guerra” contra o movimento de estudantes que ocupam escolas em protesto à reorganização escolar, os adolescentes denunciaram hoje (30) ações truculentas da Polícia Militar nas unidades ocupadas. Mesmo indo contra determinação judicial, PMs entraram uma escola no extremo sul da capital e um aluno foi levado para a delegacia. Em Pinheiros, na zona oeste da capital paulista, policiais agiram com truculência contra estudantes que realizaram um ato. Na zona norte, estudantes têm sofrido intimidações.
Pelo menos dez policiais entraram, sem mandato judicial, na escola Honório Monteiro, em M'Boi Mirim, extremo sul da capital. “Havia uma aglomeração de estudantes, pais e professores na porta da escola. Foi quando chegaram cinco viaturas da PM. Ficamos com medo de bater de frente e eles entrarem na força, por isso fomos obrigados a dar passagem. Eles entraram pressionando. Eu e um aluno de 17 anos filmamos a ação e fomos presos e encaminhados à 100ª delegacia de polícia”, conta Gilberto Abreu Almeida, morador vizinho da escola que tem ajudado os estudantes a cuidar da escola ocupada.
Na delegacia, foi feito um boletim de ocorrência para relatar o fato, na presença de um advogado voluntário, e os dois foram liberados na sequência. “Foi desnecessário. Agora estamos alerta. Sabemos que nessa hora quem mais sofre são os mais pobres, que estão nas periferias”, critica Almeida. A ocupação continua.
Na escola Martin Egídio Damy, na Vila Brasilândia, zona norte da capital, um grupo de policiais militares tem pressionado os estudantes a saírem da escola. Na manhã de hoje (30), oficiais intimidaram os jovens. Na quarta-feira (25), um grupo de PMs chegou a pular o muro e invadir o colégio. "Os policiais estão mais agressivos. A gente não consegue dormir à noite direito. Tem pressão psicológica dos policiais, que chegam cedo na frente da escola, chamam aluno para sair da ocupação, para ‘conversar de homem para homem’. Mas vem com arma na mão. Na quarta passada, à noite, pularam o muro, com lanterna na mão, enquanto a gente fazia atividade na quadra", diz um dos estudantes, que preferiu não se identificar.
A CUT de São Paulo protocolou hoje um pedido de audiência na Secretaria daSegurança Pública (SSP-SP) para que o governo paulista responda sobre denúncias de violência praticada pela Polícia Militar nas ocupações de escolas. A instituição alega que há dias vem recebendo informações de professores e estudantes sobre a pressão exercida por policiais militares diariamente nas escolas públicas estaduais ocupadas por alunos e comunidade escolar, mesmo depois de a 7ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça proibir as reintegrações de posse na capital.
“Exigimos esclarecimento sobre essa pressão exercida pelo governo Alckmin (PSDB). Ainda mais depois do áudio que vazou pela internet com a fala do Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação (Herman Voorwald), dizendo ser preciso organizar ações de guerra, e que parte dessa estratégia seria utilizar a PM para amedrontar os estudantes”, afirmou o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, em nota publicada no site da central.
Na manhã de ontem, pelo menos 40 dirigentes de ensino do estado se reuniram com Novaes e receberam instruções de como quebrar a resistência de alunos, professores e funcionários. O chefe de gabinete repetiu inúmeras vezes que se trata de "uma guerra", que merece como resposta "ações de guerra" e que "vai brigar até o fim”. Ele fala de isolar as escolas mais organizadas e diz que o objetivo é mostrar que o "dialogômetro" do lado deles só aumenta, e que a radicalização está "do lado de lá". O áudio foi publicado pelo coletivo Jornalistas Livres.
Como resposta, pelo menos 100 estudantes fizeram um protesto durante a manhã: eles levaram cadeiras da sala de aula para o cruzamento da avenida Faria Lima com a Rebouças, sentaram e travaram o fluxo de veículos. Trabalhadores que passaram pelo local aderiram ao movimento. Um grupo de policiais tentou apreender a força as cadeiras dos alunos. A ação provocou tumulto.
Entre as medidas da “reorganização” está o fechamento de pelo menos 93 escolas e a transferência compulsória de 311 mil alunos. Como resposta, 205 escolas estão ocupadas em todo o estado, segundo o último levantamento do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), divulgado na noite de hoje (30).
O governo Alckmin justificou o fechamento alegando que vai reunir apenas alunos do mesmo ciclo – fundamental 1 e 2 e médio – nas escolas e com isso melhorar a qualidade do ensino. Professores e estudantes temem que as mudanças levem à superlotação de salas, demissão de docentes e à redução de salários decorrente da redução de jornada. Além disso, a Apeoesp acredita que o número de escolas a serem fechadas será muito maior.