segunda-feira, 2 de março de 2015

Editorial O suicídio do Brasil

no Portal da Carta Capital
Aqui estão os responsáveis pela crise, após séculos de predação e escravidão
Imagem
Sempre pretenderam ficar a esta mesa

Com a maior urgência o Brasil haveria de implorar por um New Deal para enfrentar a gigantesca crise em que o meteram. Caso se desse conta da necessidade, ainda assim faltariam um Roosevelt e um Keynes brasileiros para executá-lo. Convém admitir, por outro lado, que, nos começos dos anos 30 do século passado, o presidente americano e seu extraordinário inspirador britânico, se não careciam de coragem para desafiar a elite dos Estados Unidos, não se viam, entretanto, às voltas com uma Operação Lava Jato.
Na entrevista a CartaCapital publicada na primeira edição deste ano, o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli, ao afirmar que o Brasil tem de recuperar o crescimento, entendia como medida essencial investimentos em infraestrutura. “São portos – dizia Gabrielli –, estradas, ferrovias, aeroportos e, no caso do petróleo, estaleiros, sondas, plataformas...”
Gabrielli não nos brindava com uma revelação, e sim com uma constatação. O New Deal significou um enorme investimento em infraestrutura, em benefício do trabalho e do emprego. É o que se recomenda neste momento de recessão brava, com óbvia tendência a se acentuar, mais e mais. Nem por isso, a despeito das evidências, outras são as receitas sugeridas, ou reclamadas com veemência.
Duas saltam aos olhos, apresentadas como antídotos seguros ao desastre iminente. Uma, a do impeachment de Dilma Rousseff, como se, uma vez afastada a presidenta, o sol da ordem e do progresso voltasse a raiar. Trata-se, obviamente, de uma hipótese não somente golpista, mas também estúpida. Outra, defendida inclusive por sábios do jornalismo nativo, parece supor que, uma vez atingidos os corruptos por punições exemplares, o País reencontraria seu eixo. Nada impede que as duas receitas sejam tidas como complementares.
No primeiro parágrafo deste editorial, aludia ao Brasil como vítima. De quem? De Dilma? Da corrupção? Do Partido dos Trabalhadores? Vejamos. Dilma foi reeleita com vantagem de 5% dos votos sobre Aécio Neves. Vitória clara. A corrupção é doença crônica no País. O PT não cumpriu o que prometia e no poder portou-se como os demais. Ou seja, aqueles que mantêm a tradição partidária brasileira, vetusta ao contrário do tempo de vida do PT, nascido depois da reforma criada pela ditadura em 1979, e capaz, por mais de duas décadas, de se parecer com um partido de verdade, na melhor acepção democrática e republicana.
O combate à corrupção tem todas as justificativas, mas a Operação Lava Jato é apenas o último (espera-se, se ainda houver espaço para esperanças) ato de um longo enredo. Juscelino conferiu às empreiteiras um papel determinante, a ditadura o fortaleceu e ampliou. Desde o primeiro ato, a peça desenrola-se ao sabor da corrupção. E de muita incompetência até na hora de roubar. E de prepotência e manobras escusas, e da insuportável conciliação das elites.
Não são poucos os brasileiros competentes e honestos. São, porém, minoria absoluta, e não podem fazer a diferença. Campo livre para a chamada elite, cujo empenho total foi e é manter de pé a casa-grande e a senzala. Ou, por outra, uma Idade Média dotada de computadores e celulares de infinitas serventias. A Operação Lava Jato, ao mirar nas empreiteiras, sem entrar no mérito das razões que a movem e exigem justas condenações, precipita o impasse paradoxal.
A nossa elite, a turma do privilégio, os correntistas do HSBC da Suíça e de quem sabe quantos mais paradeiros de dinheiro lavado e sonegado, é a única, inescapável vilã do entrecho. Sem empresas adequadas à tarefa, Roosevelt e Keynes não teriam condições de levar a cabo o New Deal salvador. Aqui, com o processo às nossas empreiteiras, assistimos ao suicídio imposto ao Brasil por cinco séculos de predação e três séculos e meio de escravidão.
Apelo ao perdão não é admissível, está claro. Registre-se, apenas, o desfecho de uma tragédia, que parece até agora não percebida em toda a sua imponência por quem a provocou e por quem a sofre. E ainda mais sofrerá, vítima anunciada o tempo inteiro.
Dois episódios desta semana são o perfeito retrato da sociedade que condena o Brasil ao suicídio. Trata-se dos moradores da casa-grande e de quantos sonham em chegar lá e já agem como se fossem inquilinos. O juiz que se apossa do carro do réu. Os apupos dos frequentadores do Hospital Albert Einstein de São Paulo dirigidos contra o ex-ministro da Fazenda em visita a um amigo enfartado.
Exemplos eficazes e aterradores, reveladores de uma sociedade que ostenta, a par de suas grifes, ignorância, parvoíce, vocação de trapaça, incapacidade crônica para a ironia e o senso de humor, prepotência e arrogância sem limites, hipocrisia e desfaçatez, velhacaria e vulgaridade. São estes os brasileiros que impõem o suicídio a um país favorecido pela natureza como nenhum outro.

Provas da privataria tucana da Vale do Rio Doce se perderam para sempre?

no Maria Frô
A Vale do Rio Doce é uma das maiores mineradoras do mundo criada na Era VargasQuando foi privatizada na era da Privataria tucana era a maior mineradora de ferro do mundo.
Nunca foi feita uma auditoria sobre o escândalo da privatização da Vale, patrimônio do Povo Brasileiro dado de presente ao capital internacional pelo governo de FHC.
Conheça um pouco a história deste crime de lesa-pátria praticado durante o governo de Fernando Henrique Cardoso:
 
Lúcio Flávio Pinto nos informa sobre uma notícia aterradora na matéria reproduzida abaixo.
por José Gilbert Arruda Martins
Cadê a esquerda desse país? Vai ficar, como sempre, brigando pelo governo, enquanto a direita mais reacionária - Dem e PSDB -, aprontam de tudo para derrubar o governo Dilma Roussef?
A esquerda, o governo, as centrais sindicais, os sindicatos, o MST, o MTST, a OAB, os juízes sérios e a sociedade organizada precisa tomar pé e sair do ar condicionado.
A direita, capitaneada pelo PSDB, entregou na década de 1990 o patrimônio público brasileiro ao grande capital internacional, no maior e mais profundo desmonte que um Estado já experimentou, usando dinheiro público do BNDES, com leilões, possivelmente, marcados, com todo tipo de irregularidades, o Ministério Público não fez nada, o Supremo Tribunal Federal não fez nada, a esquerda não soube agir, e tudo foi arquivado e, agora incendiado, no caso específico dos documentos da Vale do Rio Doce. É impressionante.
A reação a toda essa situação de arquivamentos, incêndios a documentos importantes, a discursos golpistas, precisa sair dos gabinetes.

Provas da privataria tucana da Vale do Rio Doce se perderam para sempre?


Por Maria Frô
Que documentos foram queimados neste incêndio? Quem, o quê o provocou? Por que documentos tão importantes como estes estavam num depósito no interior de Minas Gerais? Sobrou algo para um dia, quando este país tiver coragem para investigar os crimes da privataria tucana contra o patrimônio do povo brasileiro se fazer uma verdadeira auditoria?
Atualização: O leitor Marco Aurélio Neves posta um link: Comprador da Vale do Rio doce no governo FHC é um dos 8 mil sonegadores da HSBC que coloco aqui em observação.
Existe uma equipe de jornalistas fazendo trabalho voluntário para tornar pública a listas dos sonegadores do HSBC, banco que, aliás, recebeu de presente na era da Privataria tucana o Bamerindus com recursos do PROER. 
O fogo e o silêncio
Um comunicado quase anônimo, de aparência amadora, publicado discretamente na edição do dia 13 do jornal Estado de Minas, de Belo Horizonte, informou sobre uma tragédia histórica: boa parte dos documentos da antiga Companhia Vale do Rio Doce pegaram fogo em um galpão na cidade de Contagem, na região metropolitana da capital mineira.
Os mais antigos documentos remontavam à fundação da CVRD, em 1942, em plena ditadura do Estado Novo e durante a Segunda Guerra Mundial. Os mais recentes eram de outubro do ano passado. Um dos capítulos mais importantes da história econômica do país estava registrado nesses documentos.
Na nota, inusitadamente pobre de conteúdo, a Vale não diz se essa documentação já foi digitalizada no todo ou em parte. Não explica também por que acervo tão precioso foi entregue a uma “guarda terceirizada”, e foi parar num galpão em Contagem. Não informa sequer quando exatamente aconteceu o incêndio, quais as providências adotadas para combatê-lo e para salvar o que tivesse sido possível da documentação. Limitou-se a comunicar que informou a polícia sobre o fato e um inquérito policial foi instaurado.
Apesar da evidente gravidade da perda, nada saiu na imprensa e nenhuma autoridade responsável se manifestou. Parece que o incêndio aconteceu na Guiné Equatorial.

domingo, 1 de março de 2015

A PARTIR DE HOJE - Cartilha apresenta novas regras do seguro-desemprego e do abono salarial

por Agência Brasil no Rede Brasil Atual
Trabalhador terá de comprovar vínculo com o empregador pelo menos por 18 meses nos 24 meses anteriores à primeira vez em que requerer o seguro-desemprego.
dese.jpg
Trabalhador demitido até ontem (27) será regido pela legislação anterior

Brasília – Uma cartilha com informações sobre as novas regras do seguro-desemprego e do abono salarial foi lançada ontem (27) pelo Ministério do Trabalho. A partir de agora, o trabalhador terá de comprovar vínculo com o empregador pelo menos por 18 meses nos 24 meses anteriores à primeira vez em que requerer o seguro-desemprego. Na segunda solicitação do benefício, ele terá de ter trabalhado por 12 meses nos 16 meses anteriores. A partir do terceiro pedido, a carência voltará a ser de seis meses.
As alterações no seguro-desemprego foram anunciadas em dezembro do ano passado e começam a valer para quem for demitido a partir de hoje (28). Segundo o ministério, o manual tem o intuito de esclarecer de maneira didática e prática as eventuais dúvidas dos trabalhadores e empregadores, por meio de perguntas e respostas
“Quem sofreu desemprego antes de 28 de fevereiro de 2015, será regido pela legislação anterior, segundo a qual é necessário ter recebido salário relativo a cada um dos seis meses anteriores à data da dispensa, tendo direito, nesse caso, ao benefício”, informa a cartilha.
O manual também informa que a comprovação do recebimento dos salários de forma ininterrupta não será necessária para a primeira e a segunda solicitações. “Essa exigência somente é necessária para a terceira solicitação e para as posteriores, nas quais é necessário comprovar os seis salários recebidos em cada um dos últimos seis meses anteriores à data da dispensa.”
Por isso, o trabalhador poderá usar outros vínculos empregatícios que estejam dentro do período dos últimos 36 meses, contados da data da dispensa atual, como referência para aumentar o número de parcelas.
A cartilha também traz informações sobre as mudanças na concessão do abono salarial. Segundo a publicação, “para o calendário que se inicia este ano, como o ano-base é 2014, as regras que valerão serão as que estavam em vigor anteriormente”. As novas regras “serão exigidas para o calendário de pagamento que tem início em julho de 2016 e que tem como ano-base o ano de 2015”.
Antes, quem trabalhava somente um mês e recebia até dois salários mínimos tinha acesso ao abono salarial. Agora, o prazo será de no mínimo seis meses ininterruptos. Outra mudança será o pagamento proporcional ao tempo trabalhado, do mesmo modo que ocorre atualmente com o décimo terceiro salário, já que, pela regra atual, o benefício era pago igualmente para os trabalhadores, independentemente do tempo trabalhado.
A cartilha com todas as informações está no site do Ministério do Trabalho.

A conexão entre o escândalo Agripino e o tucanato paulista

por Helena Sthephanowitz no Rede Brasil Atual
Delator afirma ter dado propina a senador do RN, presidente do DEM, e ter gravações para provar. O entorno do coordenador da campanha de Aécio Neves é mais conectado ao Sudeste do que se imagina.
Agripino Maia
Ligando-se os pontos desde Agripino passa-se perto de Paulo Preto e de Aécio, cuja campanha o senador coordenou


O senador José Agripino Maia (DEM-RN) se vê no olho do furacão com seu nome no noticiário acusado de receber propina milionária do empresário George Olimpio, relativo ao sistema de Inspeção Veicular no Rio Grande do Norte.
Em agosto de 2014, Olímpio prestou depoimento ao Ministério Público Estadual após fazer acordo de delação premiada, e confessou ter dado R$ 1 milhão ao senador José Agripino. Ele não disse que ouviu falar, ele afirmou que pagou pessoalmente, descreveu detalhadamente como, onde e quando ocorreu e quem testemunhou os pagamentos.
Segundo seu depoimento, na campanha eleitoral de 2010 o então senador em exercício João Faustino (PSDB-RN), que concorria como suplente de José Agripino naquele pleito, o procurou e exibiu uma pesquisa indicando que a candidata de oposição Rosalba Carlini (DEM), apoiada por Agripino, seria a governadora, e deu a entender que para preservar o esquema de exploração da inspeção veicular ele precisaria se encontrar com o senador do DEM. Faustino telefonou dali mesmo para Agripino e marcaram um encontro na manhã seguinte no apartamento do senador em Natal.
Olímpio disse que tinha seus esquemas de corrupção montados com o grupo político do então governador Iberê Ferreira (PSB), que concorria à reeleição, e da ex-governadora Vilma Maia (PSB), que concorria ao Senado.
Na manhã seguinte, Olimpio e seu parceiro de São Paulo no negócio, Alcides Barbosa, se reuniram com Faustino e Agripino, no apartamento deste último.
Agripino disse a Olimpio que ouvira falar que ele doara R$ 5 milhões para a campanha adversária de Iberê. O empresário disse ser boato exagerado. Ele havia doado R$ 1 milhão. Agripino pediu a mesma quantia. Olimpio disse que dispunha de R$ 200 mil em cash e poderia dar mais R$ 100 mil na semana seguinte e só teria mais em fevereiro quando começaria a entrar dinheiro da inspeção veicular, pois estava investindo em equipamentos e obras para iniciar os serviços. Agripino aceitou, mas disse que precisava resolver os outros R$ 700 mil que faltavam.
Olímpio disse que no dia seguinte voltaram a se encontrar no apartamento do senador em Natal. Entregou o pacote de dinheiro com R$ 200 mil para Agripino. No encontro, o senador chamou Marcílio Carrilho, presidente do DEM de Natal, para emprestar 400 mil para Olímpio doar.
Os outros R$ 300 mil que faltavam para completar R$ 1 milhão foram emprestados em um terceiro  encontro por outro correligionário e amigo de Agripino, o empresário José Bezerra de Araújo Júnior, conhecido com Ximbica, que também já foi suplente do senador do DEM.
Os empréstimos seriam quitados a partir de fevereiro, quando a inspeção veicular passaria a gerar caixa. Olímpio disse que deixou cheques para garantir o empréstimo e pagou R$ 25 mil de juros mensais. A movimentação bancária pode confirmar, em grande parte, a veracidade de sua delação.
A inspeção veicular foi cancelada antes mesmo de iniciar. Olímpio disse que conseguiu pagar R$ 150 mil de juros até fevereiro mas não teve como quitar os R$ 300 mil de Ximbica, nem os R$ 400 mil de Carrilho, dívida absorvida por outros, segundo ele.
O fato de José Agripino negar ter recebido qualquer pagamento de Olímpio só leva a duas conclusões possíveis. Ou o delator mentiu e não tem as provas que diz ter, ou as provas existem e o pagamento foi no caixa dois, por isso Agripino nem sequer pode admitir para não se incriminar. Nem permitir que alguma fagulha espirre para o lado de aliados, como Aécio Neves, que teve a recente campanha à presidência da República coordenada pelo senador do DEM.
George Olimpio é a terceira pessoa que testemunha o suposto pagamento de propina para Agripino.
Com a Operação Sinal Fechado deflagrada no final de 2011 pelo Ministério Público Estadual do Rio Grande do Norte, Olímpio, Faustino, Alcides Barbosa e outros foram presos.
O primeiro a delatar a suposta propina foi o empreiteiro José Gilmar de Carvalho Lopes, conhecido como Gilmar da Montana, preso na operação. Após a delação, seus advogados procuraram invalidar seu depoimento, dizendo que o preso estava sob efeito de remédios e sob pressão psicológica.
O segundo a delatar foi Alcides Fernandes Barbosa, em 2012. Nesta época Olímpio alegava inocência e disse que o parceiro paulista estaria mentindo. Chegou a registrar uma declaração em cartório usada pela defesa de José Agripino para o ex-procurador-geral da República Roberto Gurgel, não abrir inquérito contra ele no Supremo Tribunal Federal (STF).
Porém, em julho de 2014, não vendo chances de se safar e sentindo-se abandonado por seus antigos aliados políticos, o empresário fez um acordo de delação premiada com o Ministério Público Estadual e passou a colaborar com as investigações, entregando gravações, vídeos, documentos, explicando suas movimentações financeiras, seus encontros e testemunhas.
E é isto tudo que dará bastante trabalho para os advogados de defesa de José Agripino, uma vez que o procurador-geral da República, diante destes fatos novos, já pediu ao STF abertura de inquérito contra o senador, procedimento necessário para investigar parlamentares. A decisão caberá à ministra Cármen Lúcia.
Recentemente, o STF se negou a autorizar abertura inquérito sobre parlamentares paulistas do PSDB e do DEM acusados por um ex-executivo da Siemens de estarem envolvidos com o superfaturamento de contratos de trens e Metrô paulista. Tão nomes de deputados apareceram, o Ministério Público precisar parar de investigar e pedir autorização ao Supremo para prosseguir, senão a investigação seria anulada. E por falta de investigar mais, a maioria da turma do STF que julgou o caso considerou não haver indícios suficientes.
Curiosa esta jurisprudência aplicada aos tucanos. Se aprofunda na investigação, é anulada. Se não aprofunda, é engavetada sem investigar por falta de indícios mais fortes. Assim, para quem tem mandato parlamentar, estar no PSDB ou no DEM é o paraíso da impunidade. Vamos ver a ministra Cármen Lúcia quebra esta lógica no caso de Agripino.
De acordo com George Olímpio, o parceiro Alcides Fernandes Barbosa entrou no negócio para, entre outras coisas, fazer com que a empresa paulista Controlar, que é a maior do Brasil no setor de inspeção veicular, não competisse na licitação do governo potiguar, arranjada para Olímpio vencer.
Alcides Barbosa também virou investigado e delator em outros supostos casos de corrupção na prefeitura de São José do Rio Preto (SP). Em 2 de agosto de 2012, ele afirmou em depoimento ao Ministério Público paulista que o prefeito Valdomiro Lopes (PSB) teria recebido US$ 1 milhão em propina da empresa Constroeste para ficar com o contrato do lixo. Disse ainda que o prefeito teria recebido outro R$ 1 milhão da empresa de ônibus urbano Circular Santa Luzia.
Segundo o depoimento de Barbosa, sua participação nesta história começou quando ele era corretor de imóveis e em 2007 negociava um terreno da estatal do governo paulista Desenvolvimento Rodoviário SA (Dersa). Paulo Vieira de Souza, conhecido como Paulo Preto, amigo do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-MG), indicou Luiz Tavolaro, que também era diretor da Dersa.
Depois disso Barbosa e Tavolaro se tornaram amigos e sócios em um escritório em São Paulo. Após a eleição de Valdomiro Lopes (PSB) para prefeito de São José do Rio Preto em 2008, Tavolaro passou a ser procurador-geral do município e intermediou propinas para o prefeito e para si mesmo em contratos com a prefeitura. Barbosa veio a conviver com Valdomiro e empresários corruptores, de quem ouviu o relato das propinas. Por fim, Barbosa intermediou um terreno para construção de um conjunto habitacional em Rio Preto e foi coagido a dividir seus ganhos com o prefeito, sempre segundo seu depoimento.
O prefeito negou na época, mas o MP já apresentou denúncia por improbidade administrativa.
Voltando ao Rio Grande do Norte, na época de 2009/2010, quando Olímpio formatava seu negócio de inspeção veicular, João Faustino era subchefe da Casa Civil do governo paulista quando José Serra (PSDB-SP) era governador e o atual senador Aloysio Nunes Ferreira, chefe da Casa Civil. Antes disso, Faustino chegou a ser ministro no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), assumindo interinamente a chefia da Secretaria-Geral da Presidência da República.
Nos depoimentos tornados públicos, até agora não ficou claro como Alcides Barbosa, radicado em São Paulo, aproximou-se de George Olímpio, radicado em Natal.

ESTADO E POLÍTICAS PÚBLICAS EDUCACIONAIS: REFLEXÕES SOBRE AS PRÁTICAS NEOLIBERAIS

Autora: Luciene Maria de Souza
Doutoranda em Educação – UFU
Coautor:
Prof. Dr.Carlos Alberto LucenaUFU
Estudantes do Setor Leste na Assembleia em apoio à Educação Pública


O artigo que segue pode ser um ótimo instrumento de leitura para ajudar a entender o que estar acontecendo na área da educação pública em São Paulo, Paraná e, o que pode estar sendo iniciado em Brasília com as medidas do novo governo.


Este texto é resultado de estudos sobre Estado e Políticas Públicas
Educacionais no contexto da reestruturação produtiva do capital. Esta análise possui
entre outros desafios o intuito de destacar alguns argumentos em torno do caráter que
assume o projeto neoliberal diante do contexto de crise do capitalismo monopolista em
relação à reforma do Estado e suas influências no campo das políticas públicas
educacionais.
Tendo como pressuposto teórico metodológico os princípios do materialismo
histórico dialético problematizamos a Reforma do Estado que ocorreu a partir de um
projeto neoliberal de mundo pautados em idéias mercadológicas que salientam a
importância da liberdade individual e a necessidade de restrição das intervenções do
Estado nas políticas públicas educacionais. Dessa forma, consideramos pertinente a
discussão no sentido de problematizar como as práticas neoliberais têm influenciado
essas categorias nos últimos anos. Abordamos primeiramente o contexto histórico e os
principais expoentes do neoliberalismo e em seguida apresentamos os reflexos dessas
práticas nas políticas públicas educacionais.
Um balanço do Estado Neoliber al
O denominado neoliberalismo reinventa o liberalismo clássico, porém com
uma nova roupagem dada às diferenças do momento histórico em que é retomado.
Segundo Azevedo (1997), as raízes da corrente neoliberal encontramse
na teoria do
Estado formulada a partir do século XVII, expressando o ideário do liberalismo clássico
então emergente. O pensamento liberal surgiu numa época de profundas modificações
2
político – econômicas ocorridas na Europa durante o século XVII e XVIII, as quais
consolidaramse
com os acontecimentos de 1789, na França, trazendo uma série de
reflexões teóricas a respeito do papel do Estado.
O Estado liberal apresentase
como representante do público e guardião da
propriedade privada. Segundo Locke (1991), o Estado surge para proteger e garantir os
direitos naturais como à vida, a liberdade e a propriedade. Para Locke
O Estado de natureza tem uma lei de natureza para governálo,
que a
todos obriga; e a razão, que é essa lei, ensina a todos os homens que
tãosó
a consultem, sendo todos iguais e independentes, que nenhum
deles deve prejudicar a outrem na vida, na saúde, na liberdade ou nas
posses. (LOCKE, 1991, p.218).
Dessa forma, o liberalismo concebe o homem como naturalmente livre. Para
Locke cada um é proprietário de si mesmo e de suas capacidades. Nesse sentido, ele
afirma,
Embora a terra e todas as criaturas inferiores sejam comuns a todos os
homens, cada homem tem uma propriedade em sua própria pessoa; a
esta ninguém tem qualquer direito senão ele mesmo. O trabalho do seu
corpo e a obra das suas mãos pode dizerse,
são propriamente dele.
Seja o que for que ele retire do estado que a natureza lhe forneceu e no
qual o deixou, ficalhe
misturado ao próprio trabalho, juntandoselhe
algo que lhe pertence, e, por isso mesmo, tornandoo
propriedade dele.
(LOCKE, 1991, p.227).
Assim, o trabalho dá início ao direito de propriedade. Para o referido autor,
mesmo quem não possui bens é proprietário de sua vida, de seu corpo e de seu trabalho.
De acordo com Locke, cabe ao Estado o papel de guardião dos interesses públicos. Sua
função é tão somente responder pelo provimento de alguns bens essenciais, a exemplo
da educação, da defesa e da aplicação das leis.
Na mesma perspectiva, Adam Smith (1983) em sua obra “A riqueza das
nações”, preconiza que os indivíduos são livres para buscar a realização do seu bem
estar social através da livre oferta e procura do mercado. Para Smith, o mercado seria
regulado por uma “mão invisível” naturalmente justa que controlaria paixões e desejos
individuais, lançando a base para a construção do bem comum. O autor condena toda
forma de intervenção do Estado na economia, admitindo a sua intervenção em apenas
três situações: na defesa do território, na garantia da propriedade privada e na execução
de obras públicas.
3
Desse modo, Vieira (1992), afirma que o pensamento liberal consagra as
liberdades individuais, a liberdade de empresa, a liberdade de contrato, sob a égide do
racionalismo, do individualismo e do nãointervencionismo
estatal na esfera econômica
e social. O liberalismo consagra a liberdade de mercado responsável pela lei da oferta e
da procura. O “sujeito mercado” imune das paixões e dos interesses humanos deve
governar a sociedade, definindo as relações nela existentes e suas condições de
desenvolvimento.
Nesse sentido, para Azevedo (1997), a teoria liberal foi sendo paulatinamente
modificada e adaptada, à medida que o avanço do capitalismo delineava a estrutura de
classes com maior nitidez, trazendoa
para o centro da cena econômica e política.
Desse modo, para Anderson (1995), o neoliberalismo nasceu logo depois da II
Guerra Mundial, na região da Europa e da América do Norte onde imperava o
capitalismo. Foi uma reação teórica veemente contra o Estado intervencionista e de
bemestar.
Desse modo, o ideário neoliberal ganhou força a partir de 1973, com a crise
do petróleo, que gerou baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação. Nesse
período de recessão econômica as idéias neoliberais começaram a ganhar espaço.
Dessa forma, Antunes (2002) salienta que a base material do projeto político e
ideológico neoliberal é o processo de reestruturação produtiva do capital. O capital
como resposta à sua crise, iniciou um processo de reorganização de si mesmo e de seu
sistema ideológico e político de dominação, cujos contornos mais evidentes foram o
advento do neoliberalismo que adotou políticas como privatização do Estado, a
desregulamentação dos direitos do trabalho e a desmontagem do setor produtivo estatal.
As conseqüências dessas mudanças foi um intenso processo de reestruturação da
produção e do trabalho, com o propósito de recuperação do capital. Como bem afirma
Lucena (2004), as respostas do capitalismo monopolista à crise da década de 1970 estão
trazendo profundas mudanças ao ser social que vive do trabalho. A exclusão social, a
pobreza, a violência e o alto índice de desemprego estrutural afetam a classe
trabalhadora levando à sua fragmentação e precarização num cenário de reestruturação
produtiva do capital.
Dessa maneira, um dos representantes da doutrina neoliberal mais conhecido é
Friedrick Hayek (1977), segundo ele as raízes da crise do sistema capitalista estavam
localizados no poder excessivo dos sindicatos e movimentos operários que
reivindicavam salários maiores e gastos sociais pelo estado.Assim a doutrina neoliberal
pregava um estado forte em sua capacidade de romper com os sindicatos, mas fraco em
4
todos os gastos sociais e nas intervenções econômicas. Hayek no livro “O caminho da
servidão” é um defensor apaixonado contra qualquer limitação dos mecanismos de
mercado por parte do Estado, para ele, uma ameaça fatal não só à liberdade econômica
como também à política. A obra desse autor transformase
numa espécie de “bíblia da
doutrina neoliberal” a ser seguida por todos os países que priorizam uma verdadeira
liberdade econômica. Na visão de Hayek qualquer intromissão do Estado tornase
perniciosa e, nessa medida, irracional; ela afetaria a liberdade individual e dessa
maneira estaríamos todos caminhando novamente para a tão temida servidão.
Segundo Anderson (1995), o propósito de Hayek e seus companheiros
neoliberais eram combater o Keynesianismo e o solidarismo reinantes e preparar as
bases de um outro tipo de capitalismo. Eles combatiam qualquer regulação do mercado
por parte do Estado e afirmavam que o Estado de bemestar
destruía a liberdade dos
cidadãos e vitalidade da concorrência e argumentavam que a desigualdade era um valor
positivo, pois disso necessitavam as sociedades ocidentais.
Na mesma perspectiva de Hayek, Milton Friedman (1984) defendia que a
preservação da liberdade é a principal razão para a limitação e descentralização do
poder do Estado. “A principal função deve ser a de proteger nossa liberdade contra os
inimigos externos e contra nossos próprios compatriotas, preservar a lei e a ordem;
reforçar os contratos privados e promover mercados competitivos”. (1984, p.12).
Para Friedman (1984), a organização econômica desempenha um papel
fundamental na preservação de uma sociedade livre ao afirmar que a liberdade
econômica é parte da liberdade entendida em sentindo mais amplo e, portanto, um fim
em si própria. Para ilustrar o poder da “mão invisível” do mercado, presente na obra do
autor, observe a citação abaixo:
O consumidor é protegido da coerção do vendedor devido a presença
de outros vendedores com que pode negociar. O vendedor é protegido
da coerção do consumidor devido à existência de outros consumidores
a quem pode vender. O empregado é protegido da coerção do
empregador devido aos outros empregadores para quem pode
trabalhar, e assim por diante. E o mercado faz isto, impessoalmente, e
sem nenhuma autoridade centralizada. (FRIEDMAN, 1984, p.23).
Segundo Friedman (1984), a existência de um mercado livre não elimina, a
necessidade do Estado. Pelo contrário, o Estado é essencial para determinar as “regras
do jogo” e um árbitro para interpretar e pôr em vigor as regras estabelecidas. Nesse
sentido, o papel do Estado deve se limitar as seguintes funções,
5
Um governo que mantenha a lei e a ordem; defina os direitos de
propriedades; sirva de meio para a modificação dos direitos de
propriedade e de outras regras do jogo econômico; julgue disputas
sobre a interpretação das regras; reforce contratos; promova a
competição; forneça uma estrutura monetária; envolvase
em
atividades para evitar monopólio técnico e evite os efeitos laterais
considerados como suficientemente importantes para justificar a
intervenção do governo; suplemente a caridade privada e a família na
proteção do irresponsável, quer se trate de um insano ou de uma
criança; um tal governo teria, evidentemente, importantes funções a
desempenhar. (FRIEDMAN, 1984, p.39).
Dessa maneira, esses são, pois, os papéis básicos do governo numa sociedade
livre, prover os meios para modificar as regras, regular as diferenças sobre seu
significado, e garantir o cumprimento das regras por aqueles que, de outra forma, não se
submeteriam a elas. O que o mercado faz é reduzir sensivelmente o número de questões
que devem ser decididas por meios políticos e, por isso, minimizar a extensão em que o
governo tem que participar diretamente do jogo.
Para Anderson (1995), os principais reflexos da implantação de práticas
neoliberais são a deflação, a desmontagem de serviços públicos, as privatizações de
empresas, o crescimento de capital corrupto e polarização social, seguidas da ampliação
das desigualdades sociais. O autor ressalta de forma muito pertinente que nos aspectos
citados acima o neoliberalismo obteve um êxito além do esperado pelos seus
idealizadores, mas no que concerne à reanimação do capitalismo avançado mundial,
restaurando taxas altas de crescimento estáveis, com existiam antes da crise dos anos
70, o quadro se mostrou decepcionante. “Entre os anos 70 e 80 não houve nenhuma
mudança na taxa de crescimento, muita baixa nos países da OCDE. Dos ritmos
apresentados durante o longo auge, nos anos 50 e 60, restam somente uma lembrança
distante. (ANDERSON, 1995, p.15).
Segundo Anderson (1995), qualquer balanço atual do neoliberalismo só pode
ser provisório, pois, este é um movimento que está em curso na história.
Economicamente o neoliberalismo fracassou; no entanto, como doutrina ideológica
nunca se conheceu no capitalismo algo tão forte e hegemônico que dominasse mentes e
corações de todo o mundo. Nessa perspectiva, Paulani (2005, p.127), corrobora ao
afirmar que “no plano político e no plano das idéias, porém o neoliberalismo alcançou
hoje um êxito num grau insuspeitado, com o qual seus fundadores provavelmente
jamais sonharam”. A autora ainda ressalta uma das características marcantes do
6
neoliberalismo que é a idéia de que não há alternativas para seus princípios, nos
apresentando como sendo a única e melhor alternativa racional. Quanto mais a
sociedade entender esse projeto como algo sem saída, mais hegemônico ele se torna,
apontando que o resta é adaptarse
a ele. Como bem afirma Paulani (2005, p.129),
“nesse momento, as condições materiais em que se desenvolve o capitalismo
possibilitam que esse ideário mostrese,
sem disfarce, como o discurso nu e cru do
capital”.
Nesse sentido, o neoliberalismo é concomitantemente original e repetitivo, uma
vez que cria uma nova forma de dominação e reproduz formas anteriores. Desse modo,
o neoliberalismo reinventa o liberalismo clássico, introduzindo novos conceitos, porém
mais conservador. Assim, podemos compreender o neoliberalismo como um ambicioso
projeto de reformas no plano econômico, político, cultural e ideológico de nossas
sociedades em que uma série de políticas orienta para uma drástica reforma do sistema
escolar nacional na contemporaneidade.
Dessa forma, o neoliberalismo constitui um projeto hegemônico, isto é, uma
alternativa dominante à crise do capitalismo contemporâneo, uma nova forma de
organização socioeconômica, com um novo papel para o Estado diante das políticas
públicas educacionais.
Reflexos das práticas neoliberais no campo educacional
Uma das grandes operações estratégicas das práticas neoliberais consiste em
transferir a educação da esfera pública para a esfera do mercado. Entretanto, como
projeto econômico, o neoliberalismo se inscreve na lógica de continuidades e rupturas
que caracterizam as formas históricas de dominação nas sociedades capitalistas.
Destarte, com a hegemonia da doutrina neoliberal, temos uma proposta de
reforma do próprio Estado que busca reduzir seu papel intervencionista na economia e
nos setores sociais para se tornar um estado gestor que carrega em si a racionalidade das
empresas capitalistas.
A reforma do Estado induzido pelo projeto neoliberal provocou significativas
mudanças na educação. Segundo Gentili (1996, p.17) na perspectiva neoliberal os
sistemas educacionais enfrentam, hoje, uma profunda crise de eficiência, eficácia e
produtividade. Em outras palavras, a redefinição do papel do Estado em grande parte
7
tem por influência, mais ou menos direta, dos processos de globalização cultural e de
transnacionalização do capitalismo.
Para o neoliberalismo há uma crise gerencial, é preciso melhorar a qualidade
dos serviços educacionais.Podemos então observar que há uma forte transferência de
termos empresariais como qualidade total, eficácia e eficiência para o campo
educacional. Para Gentili (1998), o discurso educacional do neoliberalismo representase
a partir de uma reformulação dos enfoques economicistas do “capital humano”. A
teoria do capital humano colocou em uma só direção a relação entre educação e
desenvolvimento econômico no contexto histórico de um capitalismo que objetiva a
apropriação dos conhecimentos para aumentar a capacidade de trabalho para o capital,
isto é, um capital como fator de produção em busca de crescimento econômico. Enfim,
as perspectivas neoliberais mantêm essa ênfase economicista, utilizando a educação
para um bom desempenho do mercado e de sua expansão do crescimento econômico.
Nesse sentido, a educação é concebida apenas como uma instituição que
qualifica pessoas para a ação na esfera econômica, sendo esta ação restrita ao mercado
de trabalho. Desse modo, os trabalhadores buscam na sua qualificação saídas para
ingressarem nesse mercado de trabalho cada vez mais competitivo e são estimulados a
procurar a educação como forma de valorizar sua empregabilidade. A categoria
empregabilidade é aqui entendida como a capacitação da mão de obra de se manter
empregada. O princípio que está em volta deste conceito é de que o desemprego tem
como causa a baixa empregabilidade da mão de obra, ou seja, sua desqualificação em
face das exigências do mercado de trabalho.Assim, transferese
do social para o
individual a responsabilidade pela inserção profissional dos indivíduos. A
empregabilidade está ligada aos conhecimentos, habilidades e esforço individual de
adequação.No entanto, sabemos que a solução dos problemas do desemprego não pode
ser buscada unicamente na educação, pois, o que está ocorrendo com o mundo do
trabalho é produto da forma como está estruturada a nossa sociedade capitalista.
Diante disso, a educação na lógica do capital tem o objetivo de inserir os
indivíduos no do mercado de trabalho por meio do desenvolvimento de competências e
habilidades. A partir disso, categorias como qualidade, competência e até mesmo a
noção de cidadania tem seus sentidos resignificados no contexto neoliberal presente na
lógica da sociedade produtora de mercadorias.
Assim, o imperativo que o discurso neoliberal institui, deslocando o eixo da
lógica do Estado para a lógica do mercado, sustenta as teses de um Estado mínimo e
8
coloca a própria sociedade civil mergulhada na concorrência do poder econômico, de tal
forma que a aparente ausência do Estado coloca a todos numa disputa individualista
pela sobrevivência. O Estado minimizado para as políticas sociais e obviamente não
para os interesses do capital, repassa aos usuários os custos das políticas sociais.
Conforme Oliveira:
No decorrer dos anos 1990, o debate sobre educação e
desenvolvimento esteve pautado pela exigência de responder ao
padrão de qualificação emergente no contexto de reestruturação
produtiva e de globalização da economia, ocupando lugar de destaque
nas políticas educacionais. (OLIVEIRA, 2001, p.105).
Sendo assim, o conceito de cidadania sob a lógica do capital é marcado por um
acentuado individualismo, uma exacerbada competitividade, sendo que o cidadão é
visto como cliente na concepção do estado. Segundo Pimenta (1998, p.183) é
importante valorizar o cidadão como principal consumidor dos serviços públicos e
adotar pesquisas de satisfação de usuários como parâmetros para avaliação de
desempenho no setor público. Assim o cidadão tornase
cliente e consumidor dos
serviços prestados pelo Estado.
Para Pimenta (1998), a reforma administrativa brasileira engloba uma
concentração em desburocratização, descentralização, transparência, avaliação de
resultados e profissionalismo, mas com ótimas perspectivas em ética, competitividade e
enfoque no cidadão. Esse novo Estado deve ter indicadores objetivos e mensuráveis de
gestão, dando maior ênfase ao resultado do que no processo.
Desse modo, palavras como competitividade, êxito, produtividade, aparecem
como conceitoschave
e critérios de qualidade na lógica neoliberal e se constituem no
novo senso comum dominante no que se refere à concepção de educação. Para os
neoliberais a educação enfrenta uma crise de qualidade, derivada da improdutividade
que caracteriza as práticas pedagógicas, e da gestão administrativa na grande maioria
dos estabelecimentos escolares.
Dessa maneira, refletindo sobre as políticas educacionais, é possível perceber
seus avanços e recuos, suas continuidades e descontinuidades, que submetem a
educação ao poder autoregulador
do Estado, hoje fortemente atrelado aos interesses
econômicos dos organismos internacionais, principais defensores do projeto neoliberal.
Nesse sentido, de acordo com Rummert (2000), apreender as propostas educacionais e
9
suas características inseridas na lógica neoliberal, é abordar um processo dinâmico, que
se constrói na dialética entre continuidades e rupturas, entre inovações e tradições.
Assim, compreender a dialeticidade presente nesse processo é ver possibilidades de
confronto e resistência, tendo em vista, que a história não acabou, mas está repleta de
possibilidades de mudanças e transformações.
Nessas circunstâncias, diante das transformações ocorridas no campo
educacional provocadas pelo neoliberalismo e a reestruturação produtiva do capital,
cabe discutirmos as políticas escolares atreladas aos interesses do capital e a idéia de
educação formal como negócio e não como bem social. Dessa forma, alguns desafios
são postos, sendo necessário questionarmos o papel da educação dentro da lógica
neoliberal. A educação visa apenas legitimar os interesses do mercado de trabalho ou
ela é uma instituição que qualifica pessoas, possibilitando o acesso destas não somente à
ciência e a tecnologia, mas uma verdadeira qualidade de vida.
Considerações Finais
Dessa maneira, sem nenhuma pretensão de esgotar o debate, o presente texto
teve a intenção de problematizar as práticas neoliberais no que tange as políticas
públicas educacionais. Desse modo, refletir sobre os limites e desafios da educação na
sociedade contemporânea apresentase
necessário e urgente diante do discurso
hegemônico do capital. Por isso, tornase
importante como bem afirmou Alves (2006,
p.54), “apreendermos metamorfoses estruturais que estão ocorrendo na base sócioprodutiva
do sistema, buscando identificar, na miséria do presente, as riquezas de
possibilidades para o desenvolvimento para além do capital”.
Dessa forma, numa perspectiva marxiana, é que Mészáros (2005) aponta que
uma educação para além do capital deve, portanto, andar de mãos dadas com a luta por
uma transformação radical do atual modelo econômico e político hegemônico. Assim,
romper a forma como a educação está estruturada em nossa sociedade tornase
imprescindível para alcançarmos uma transformação social do quadro atual. Portanto,
romper com a lógica do capital no âmbito da educação é absolutamente inconcebível
sem uma mudança radical da forma como está estruturada a sociedade. Por isso, a
importância de elaborarmos críticas radicais à forma como a educação é percebida na
sociedade capitalista. Para o capital a educação é apenas uma mercadoria que deve
atender às necessidades de acumulação da sua lógica. Mas como bem afirma Mészáros
10
(2005), a educação não é uma mercadoria que tem como objetivo somente acrescentar a
força de trabalho para se subsumir aos interesses do capital. Por isso, é necessário
romper com a lógica sociometabólica do sistema capitalista se quisermos contemplar a
criação de uma alternativa educacional significativamente diferente.
Portanto, toda esta discussão fazse
necessária para compreendermos como a
reforma do Estado que ocorreu a partir de um projeto político e ideológico neoliberal
ocasionou inúmeras transformações no que diz respeito às políticas públicas
educacionais nos últimos anos.
Refer ências
ALVES, Giovanni. et al. Trabalho e Educação: contradições do capitalismo global.
Editora: Práxis, 2006.
ANDERSON, Perry. Balanço do Neoliberalismo. In: Pós Neoliberalismo – as políticas
sociais e o estado democrático. São Paulo: Paz e Terra, 1995, p.923.
ANTUNES, Ricardo. Os Sentidos do Tr abalho: Ensaio Sobr e a afir mação e negação
do Tr abalho. São Paulo: Boitempo, 2002.
AZEVEDO, Janete M. L. A educação como política pública. Campinas, SP: Autores
Associados, 1997.
BORON, Atílio A. Os “novos Leviatãs” e a polis democrática: neoliberalismo,
decomposição estatal e decadência da democracia na América Latina. In: SADER,
Emir; GENTILI, Pablo. Pósneoliberalismo
II: que Estado para que democracia?
Rio de Janeiro: Vozes; Buenos Aires: CLACSO; RJ: UFRJ, 1999, p. 767.
FRIEDMAN, Milton. Capitalismo e liber dade. São Paulo: Abril Cultural, 1984.
GENTILI, Pablo. Neoliberalismo e educação: manual do usuário. In: Escola S.A. –
quem ganha e quem per de no mer cado educacional do neoliberalismo. Brasília:
CNTE/Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, 1996, p.945.
11
GENTILI, Pablo. O que há de novo nas “novas” formas de exclusão educacional?
Neoliberalismo, trabalho e educação. In: A falsificação do consenso – simulacr o e
imposição na refor ma educacional do neoliberalismo. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.
p.101116.
HAYEK, Friedrick A. O caminho da ser vidão. São Paulo: Globo, 1977.
IANNI, Octavio. Teor ias da globalização. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1996.
LOCKE, John. Ensaio acer ca do entendimento humano. Segundo tratado sobre o
gover no. São Paulo: Nova Cultural, 1991.
LOMBARDI, José Claudinei (org). Temas de pesquisa em educação. Campinas:
Autores Associados, 2003.
MÉSZÁROS, István. A educação par a além do capital. São Paulo: Boitempo, 2005.
MÉSZÁROS, István. O Século XXI: Socialismo ou bar bárie? São Paulo: Editora
Boitempo, 2003.
OLIVEIRA, Dalila A. Política educacional nos anos 1990: educação básica e
empregabilidade. In: DOURADO, Luiz F. ; PARO, Vitor H. (org). Políticas públicas
& educação básica. São Paulo: Xamã, 2001, p. 105121.
PAULANI, Leda M. Moder nidade e discur so econômico. São Paulo: Boitempo, 2005.
PIMENTA, C.C. A reforma gerencial do estado brasileiro no contexto das grandes
tendências mundiais. In: Revista de Administr ação Pública, Rio de Janeiro, 32 (5),
set/out. 1998, p.173199.
RUMMERT, Sonia Maria. Educação e identidade dos trabalhador es: as concepções
do capital e do trabalho. São Paulo: Xamã, 2000.
12
SACRISTÁN, José Gimeno. Reformas educacionais: utopia, retórica e pratica. In:
SILVA, T. T. da; GENTILI, p. Escola S.A. – quem ganha e quem per de no mer cado
educacional do neoliberalismo. Brasília: CNTE/Confederação Nacional dos
Trabalhadores em Educação, 1996, p.5074.
SILVA, JR. J.R. Refor ma do Estado e da Educação no Brasil de FHC. São Paulo:
Xamã, 2002.
SILVA, Marcelo S. P. da. Organização do trabalho escolar e políticas educacionais no
limiar do século XXI. In: CICILLINI, Graça A., NOGUEIRA, Sandra V. (orgs).
Educação escolar : políticas, saber es e pr áticas pedagógicas. Uberlândia: EDUFU,
2002.
SMITH, Adam. A riqueza das nações: investigação sobr e sua natur eza e suas
causas. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
VIEIRA, Evaldo. Democracia e política social. São Paulo: Autores Associados, 1992

CORRUPÇÃO - José Agripino foi sócio de grande empreiteira investigada na Lava Jato

por Helena Sthephanowitz no Rede Brasil Atual
De acordo com a revista Istoé, José Agripino foi sócio cotista da EIT até agosto de 2008. E mais: nas eleições de 2010, o senador recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira.
agripino
Nas eleições de 2010, o senador José Agripino Maia recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira investigada

por José Gilbert Arruda Martins

O partido desse ilustríssimo senhor, o Democratas, é um dos que decretaram a "caça às bruxas". Chamou muita gente de corrupto e exigiu punição, agora, que a história deu a volta, o país precisa das listas e das punições adequadas a quem fez o "mal feito".

Vamos às listas: Cadê a lista do HSBC? Cadê a lista dos políticos envolvidos no Lava Jato do Moro?

O Brasil ao inaugurar os governos trabalhistas a partir de 2003, judicializou a política e fortaleceu o discurso golpista.

Sempre fomos um país desorganizado e mal planejado. Esse era o modelo adotado pelos governos das elites até Getúlio Vargas assumir em 1930.

Essa arquitetura política/administrativa, que tinha sua origem lá na colônia, onde o Senhor de Engenho mandava, facilitava enormemente os esquemas dos grupos que engordavam suas riquezas sem controle, sem lei, a não ser as suas próprias.

Getúlio Vargas, que governou por dois períodos, de 1930 a 1945 e de 1950 a 1954, iniciou uma certa organização e planejamento do Estado brasileiro, criou a CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas -, a CSN - Companhia Nacional de Volta Redonda (privatizada pelo FHC), a Companhia Vale do Rio Doce (também privatizada pelo FHC) e, finalmente a Petrobrás em 1953.

Essa estrutura que deu condições para que o país tivesse condições de industrializar-se, mexeu em interesses dos já gordos e ricos patrões no país e das grandes corporações internacionais.

Era algo fora do eixo. Que andava na contra mão dos interesses das elites daqui e dos Estados Unidos da América. Era o "quintal" desejando autonomia e soberania. Fato inaceitável para as minorias que dominavam o capital e a exploração da mão de obra no sistema.

A partir desse momento, os golpistas voltaram a fazer barulho e não parou mais até o suicídio do presidente Getúlio Vargas em agosto de 1954.

A carta testamento do presidente suicida, mostra de forma clara as poderosas forças que atuavam em torno do seu governo e do Brasil.

Forças que 10 anos depois articulariam e dariam um golpe de Estado instalando a Ditadura Militar que retirou todos os direitos mais básicos da sociedade brasileira e da Classe Trabalhadora.

Com o retorno de governos trabalhistas no início da década de 2000, com Lula da Silva, as forças golpistas retomaram sua verdadeira forma de fazer política.

Agora, muito mais sofisticados e equipados, - na época de Getúlio tinham apenas os jornais escritos e o rádio, que por sinal, como hoje, tiveram papel fundamental, para ajudar no suicídio do presidente e no golpe de 1964 -, atualmente os golpistas possuem, além do apoio dos EUA, do rádio e dos jornais, contam com o apoio das TVs, uma delas a rede Globo, que, apesar da decadência, ainda tem alguma entrância na sociedade.

Agripino Maia e seu partido o "democratas", representam esses grupos que durante séculos mamaram nas tetas do Estado sem controle, sem fiscalização. E, todas as vezes que foram apeados do poder, agiram com truculência e autoritarismo golpista.

O país precisa conhecer as listas do HSBC e do Lava Jato.

É imprescindível para a democracia capenga que ainda temos.

José Agripino Maia, o "paladino da moral e da ética", será investigado? e, se tiver "culpa no cartório", será punido?

Blog do autor: professorgilbert2014.blogspot.com.br

CORRUPÇÃO

José Agripino foi sócio de grande empreiteira investigada na Lava Jato

De acordo com a revista Istoé, José Agripino foi sócio cotista da EIT até agosto de 2008. E mais: nas eleições de 2010, o senador recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira
Na declaração de bens apresentada à Justiça federal em 2002, o senador José Agripino Maia (DEM-RN) era sócio da Empresa Industrial Técnica (EIT). A empreiteira é investigada na Operação Lava Jato. A Petrobras até incluiu a empresa entre as "impedidas de contratar" enquanto procede as investigações.
Agripino só foi candidato nos últimos tempos em 2002 e 2010, já que o mandato de senador dura oito anos e ele não disputou nenhuma eleição no meio do mandato. Da declaração de 2002 constava um vasto patrimônio em imóveis, veículos, aplicações financeiras e participações em empresas, incluindo a referida empreiteira e uma concessionária de pedágios. Em 2010, segundo os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele declarou não possuir nenhum bem. Nem veículo próprio, nem apartamento de morada, e nem mesmo saldo bancário.
Poderia ter transferido os bens para o filho, mas a declaração de seu filho, deputado federal Felipe Maia (DEM-RN) ao TSE em 2010, também não mostra nenhum bem, com patrimônio zero. Felipe disputou as eleições de 2014 e seu patrimônio que havia sumido voltou a aparecer, totalizando mais de R$ 15 milhões, saindo da condição de deputado mais pobre em 2010, se considerarmos os bens declarados, para o deputado mais rico do Rio Grande do Norte nas eleições de 2014.
Em 20 de dezembro de 2013, a Polícia Federal  iniciou investigação para comprovar se   Agripino favoreceu a EIT em obras públicas no Rio Grande do Norte.
A revista Istoé publicou em 2013 uma matéria sobre investigação da Polícia Federal baseado em denúncia de que o senador José Agripino, presidente nacional do DEM, teria utilizado sua influência para fazer o Executivo estadual favorecer a EIT com contratos milionários, e citou as obras do Contorno de Mossoró como uma das fontes de renda pública para a empresa. Porém, essa não é a única obra de mobilidade nas mãos da empresa, que teve Agripino como sócio (segundo a revista). A EIT também é responsável pela construção do acesso do aeroporto de São Gonçalo do Amarante.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do Rio Grande do Norte, a vencedora do certame licitatório para a construção dos acessos foi a Queiroz Galvão. No entanto, ela desistiu da obra, fazendo com que a segunda colocada na licitação, EIT, assumisse a responsabilidade da entrega, mesmo com o fato de o contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal ter sido assinado no dia 1º de abril, quando já não havia mais os 24 meses necessários para a execução da obra. Restavam apenas 11 meses.
Segundo o DER, nessa situação, a segunda colocada de pronto aceitou a proposta. A ordem de serviço foi assinada em 6 de abril, mas a obra só começou de fato em agosto. Até novembro, haviam sido executados o desmatamento e a terraplanagem da área. Ainda deve ter início a construção da base e do asfalto dos acessos.
O “tráfico de influência”, praticado pelo presidente nacional do partido, é mais um item para uma série de suspeitas de irregularidades eleitorais que teriam a governadora Rosalba Ciarlini como personagem. Além desta, a própria IstoÉ mostra o “desengavetamento” de uma investigação sobre caixa 2 na campanha eleitoral de 2006. Isso, sem contar com a recente condenação de Rosalba por usar a máquina pública estadual para favorecer a candidatura da prefeita de Mossoró, Cláudia Regina.
Ainda de acordo com a revista Istoé, José Agripino foi sócio cotista da EIT até agosto de 2008. E mais: nas eleições de 2010, o senador recebeu R$ 550 mil de doação da empreiteira. “Empresa privada, a EIT é o terceiro maior destino de recursos do estado nas mãos de Rosalba. Perde apenas para a folha de pagamento e para crédito consignado. Só este ano foram R$ 153,7 milhões em empenhos do governo, das secretarias de Infraestrutura, Estradas e Rodagem e Meio Ambiente”, aponta a revista.
Nem na crise financeira, que fez o governo do Rio Grande do Norte atrasar pagamento a fornecedores e, até mesmo, aos servidores estaduais (que passaram a receber de forma escalonada) e os gastos com a Saúde, a EIT deixou de receber. O governo afirma que não tinha dinheiro essas despesas básicas, mas gastava milhões nas obras do Contorno de Mossoró, empreendimento tocado pela EIT.
Quando era recém-formado em engenharia, antes entrar diretamente na política, José Agripino trabalhou na empreiteira EIT, da qual se tornou sócio mais tarde.
O currículo do senador e presidente do DEM indica:
- Engenheiro-chefe de Obras EIT - Empresa Industrial Técnicas S/A (1969/ 72).
- Gerente regional da EIT - Empresa Industrial Técnica S/A, para os estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba (1972/ 75).
Gerente regional, cuidando de obras no Nordeste, deve ter-lhe dado experiência no trato com licitações e contratos públicos. Nessa época em que atuava do lado da empreiteira, o pai, Tarcísio Maia, era ligado ao General Golbery do Couto e Silva, e foi indicado (sem eleições diretas) governador do Rio Grande do Norte (início do governo em 1975).
Seu tio, Lavoisier Maia, também era outro político influente da dinastia Maia, e sucedeu o pai de Agripino no governo potiguar. Ao tomar posse como governador nomeou Agripino prefeito de Natal.
Porém, mesmo político, Agripino, ocupando cargos de prefeito, governador e senador, virou acionista da empreiteira.

sábado, 28 de fevereiro de 2015

Dilma inaugura o maior parque eólico das Américas

no Conversa Afiada
Dilma: “Se no passado [governo FHC] ocorresse isso [crise hídrica], estaríamos no maior racionamento”
Parque Eólico Geribatu: "Somos pioneiros na produção de energia eólica", disse Dilma

Nesta sexta-feira (27), na inauguração do Parque Eólico Geribatu, em Santa Vitória do Palmar (RS), a Presidenta Dilma Rousseff garantiu que, mesmo “diante do maior desafio, que é a maior seca dos últimos anos no Nordeste e a maior seca Sudeste”, não haverá racionamento no país. No entanto, ela reforçou que é preciso economizar.

“Se no passado ocorresse isso, estaríamos no maior racionamento. Em 2001, no racionamento, tinha energia no Rio Grande do Sul, mas não tinha linhas de transmissão. Hoje tem”, disse a Presidenta em referência ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

“Não iremos ter problemas sérios ou mais sérios na área de energia. Mas não significa que devemos jogar energia fora”, explicou Dilma, para continuar: “Diversificação da matriz mais desperdício zero é garantia de segurança energética do País”.

O empreendimento, que teve investimentos que somam R$ 2,1 bilhões – no parque eólico e nos sistemas de transmissão associados – possui 258 megawatts (MW) de capacidade instalada e deve produzir energia suficiente para abastecer 1,5 milhão de habitantes, segundo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

“É um parque eólico excepcional porque é o maior da América Latina”, declarou Dilma em Santa Vitória. “Aqui vocês têm uma oportunidade de desenvolvimento aberta para toda a região e para o Brasil”, destacou.


Segurança energética


“Temos trabalhado muito para garantir a segurança energética do País. Nos quatro anos do meu primeiro governo, ampliamos a produção em mais de 21 mil MW”, lembrou a Presidenta.

“Além das hidrelétricas, temos de ter eólicos, termelétricas, diversidade de fontes”, concluiu. “Aumentamos as linhas de transmissão, as termelétricas e as eólicas”.




Aumento da tarifa de energia


No evento, a Presidenta esclareceu o aumento na tarifa das contas de energia. “Os aumentos nos preços da energia são passageiros, estão em função do Brasil enfrentar a maior falta de água dos últimos 100 anos”, contou.

“Isso não significa que vamos ter algum problema sério na área de energia. Não vamos ter porque temos segurança”, seguiu Dilma.

“Neste ano de 2015, nós vamos entregar mais 6.400 MW de energia e mais 7 mil km de linhas de transmissão”.

“Estamos sendo pioneiros na questão da energia eólica. Sem dúvida, a vocação dessa região vai permitir grande exploração da energia eólica”, encerrou a Presidenta.


Abaixo, outras frases:


Para mim é, de fato, um orgulho estar aqui. É um orgulho porque eu volto para minha terra de adoção.

Estamos vendo aqui que o Brasil precisará sempre de energia para crescer.


Esta é uma das prioridades e eu lutei muito por ela.

A garantia não é de 10 minutos, é de 24 horas por dia, 365 dias por ano, chova ou faça sol.

Diversificação da matriz mais desperdício zero

No Brasil temos um sistema fundamentalmente movido pela água. Quando tem água suficiente é muito bom, mas não pode depender dela.

Estamos diante do maior desafio da história hidrológica. É a maior seca do Nordeste dos últimos 100 anos.

Estamos diante do maior desafio, que é a maior seca dos últimos anos. E é a maior seca do sudeste.

Nós aumentamos as linhas de transmissão, as termelétricas e as eólicas.



Dilma ao lado do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga: "Os aumentos nos preços da energia são passageiros""