sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Advogado desmente a Veja - Esse Bessinha …




no Conversa Afiada


ADVOGADO DESCONHECE DECLARAÇÃO DE YOUSSEFF SOBRE DILMA E ALERTA PARA ESPECULAÇÃO ELEITORAL


Em matéria postada na noite desta quinta-feira (23), O GLOBO traz declarações de Antonio Figueiredo Basto , advogado do doleiro Alberto Yousseff, sobre suposta revelação de seu cliente DIVULGADA PELA VEJA.


O advogado foi enfático: “eu nunca ouvi nada que confirmasse isso (que Lula e Dilma sabiam do esquema de corrupção na Petrobras). Não conheço esse depoimento, não conheço o teor dele. Estou surpreso “. Ele ainda disse que conversou com toda a sua equipe e ninguém teria conhecimento de declarações desse teor: ” Estamos perplexos e desconhecemos o que está acontecendo. É preciso ter cuidado porque está havendo muita especulação”.


Parece que a tentativa de terrorismo midiático da revista Veja realmente não está dando muito certo.

Leia mais:



AZENHA VIU TUDO: A VENDA CASADA JN/VEJA.

E vote na trepidante enquete do C Af:



O que a Dilma devia fazer com a Veja?
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  
  •  






As Eleições e o Ensino Superior Para atingir as metas do Plano Nacional e incluir 7 milhões de jovens, universidades precisarão de PAC específico e programas de permanência. Mas, até agora, nenhum candidato tocou no assunto

Vestibular

na Carta Capital

Na reta final das eleições presidenciais, o tema estratégico sobre os rumos e a expansão do Ensino Superior no País tem estado quase ausente dos debates.
Os programas de ambos os candidatos apresentam propostas de continuidade para diversas políticas e programas atualmente em andamento, sem maiores divergências com o atual processo de expansão e financiamento do setor. Isso seria o natural para a candidata Dilma Rousseff, já que concorre à reeleição. Por outro lado, a campanha do candidato Aécio Neves divulga seu compromisso com a manutenção dos mesmos programas da atual presidente, dentre os quais estão o Pronatec, o Ciências Sem Fronteiras, o ProUni e o Fies. Ela inclui ainda até mesmo os programas sociais, como o próprio Bolsa-Família.
Um balanço rápido das políticas para o Ensino Superior nos últimos 20 anos evidencia diferenças profundas entre o que realizaram os dois partidos, o PT e o PSDB, quando estiveram no comando do País. Analisar o perfil de ação de cada governo para o setor pode dizer mais sobre o que esperar para o Ensino Superior em cada caso.
Durante os dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, o sistema de Universidades Públicas Federais sofreu enorme redução de recursos de custeio, praticamente nenhum investimento, forte arrocho de salários, redução e extinção de cargos, redução do número de servidores docentes e as várias tentativas para transformar as universidades em OSs (organizações sociais privadas para substituir a gestão pública). Ao final do seu governo, instalou-se uma das maiores greves do setor, que deixou marcas profundas até os dias atuais. Neste mesmo período, avançaram sem critérios as universidades particulares, que se proliferaram em número e grau. Curiosamente, no atual programa de Aécio, vislumbra-se esse retorno ao passado quando ele afirma que a expansão ocorrerá “em parceria com a iniciativa privada”, sem destacar a continuidade da expansão do setor público.
Durante os três mandatos de Lula e Dilma, ocorre uma redefinição progressiva de políticas e prioridades. Apesar de terem promovido a ampliação de vagas no setor privado impulsionado pelo sistema de bolsas do ProUni, eles impulsionaram também um vigoroso programa de ampliação na rede pública, o que duplicou o número de alunos nas Universidades Federais e ampliou a rede de Institutos Tecnológicos. Por mais que ainda sejam necessários mais recursos para infraestrutura, o programa permitiu a contratação de milhares de mestres e doutores que se tornaram professores e pesquisadores em mais de 150 novos campi. Além disso, esses governos realizaram a implantação do sistema unificado de vestibular (SiSU), do sistema de cotas, do programa de permanência estudantil (Pnaes) e do Ciência Sem Fronteiras.
O País ainda tem mais de 7 milhões de jovens em idade para a formação superior e que desejam entrar no sistema. É preciso mais investimento público para a ampliação de vagas públicas com qualidade. Para tanto, é preciso alcançar de fato os 10% do PIB investidos em educação (como previstos pelo Plano Nacional de Educação), não apenas com a utilização de recursos do pré-sal, mas também com os impostos progressivos de caráter redistributivo, como sobre grandes heranças e grandes fortunas. Hoje ainda são aplicados menos de 5% PIB. Por isso, é preciso que o investimento cresça rapidamente, com forte planejamento e um PAC específico para as obras nas universidades.
Esperamos a expansão com garantia de condições para a realização dos programas de ensino, pesquisa e extensão, bem como para os programas de permanência de jovens com maior vulnerabilidade social, para a continuidade e consolidação dos programas de interiorização, para o apoio e melhoria dos programas de internacionalização. A verdadeira inclusão virá por meio de uma universidade socialmente referenciada e com os recursos públicos para sua ação.
Falta pouco para definirmos o futuro dos próximos anos. A discussão sobre educação e, em particular, sobre as universidades, é fundamental para trazer à sociedade o compromisso com a diminuição das desigualdades, a difusão do conhecimento e a formação de sujeitos bem preparados, críticos e propositivos, comprometidos com a transformação do País, com o desenvolvimento, a sustentabilidade, a soberania e o bem-estar para todos.
* Soraya S. Smaili é reitora da Universidade Federal de São Paulo e professora da Escola Paulista de Medicina.

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

#desesperodaVeja: terrorismo dela fede Nao esquecer que se trata do detrito sólido de maré baixa


No Muda Mais:


#DESESPERODAVEJA: REVISTA INVESTE NO TERRORISMO ELEITORAL, MAS JÁ PERDEU TODA A CREDIBILIDADE


A três dias das eleições presidenciais, quando as pesquisas apontam para a vitória da presidenta Dilma Rousseff, a Revista Veja – velha conhecida por atuar como principal veículo de oposição aos governos petistas – chega às bancas com mais uma capa fraudulenta e caluniosa contra Dilma e o ex-presidente Lula.Trata-se da conhecida tática golpista praticada pela revista de tentar manipular a opinião pública, pautar o último debate na TV e influenciar o resultado das eleições.



A capa da publicação mostra Lula e Dilma com a manchete “eles sabiam de tudo” se referindo ao esquema de corrupção denunciado pelo doleiro Alberto Yousseff, por meio de delação premiada, à Polícia Federal. MENTIRA. E como sabemos a mentira é a matéria-prima do golpismo que a Revista lança sempre que os seus candidatos a presidente estão atrás nas pesquisas eleitorais na reta final das campanhas. Surpreendente seria se a Veja se comportasse diferente dessa vez.



O doleiro Yousseff foi preso no começo deste ano, pela Operação Lava Jato da PF, acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O decorrer do processo ocorre em segredo de justiça e as declarações resultantes de delação premiada carecem de comprovação, já que esse tipo de interrogatório serve como peça inicial para investigações mais aprofundadas. As declarações do réu (no caso, o próprio doleiro Yousseff), aliás, precisam ser comprovadas para garantir a ele o direito de ter sua pena reduzida. Mas temos que lembrar que tudo o que “carece de comprovação” ou simplesmente é inventado ou fantasiado ganha contornos de “fato real” na redação oposicionista da Veja.




Vale destacar que, na semana passada, quando todos os jornais acusavam a participação do ex-presidente do PSDB, Sergio Guerra, no esquema de recebimento de propina em que é acusado pelo doleiro Alberto Yousseff, a capa da Revista Veja requentava uma notícia velha, não comprovada e caluniosa, para desviar o foco do assunto. E essa, como já sabemos, não foi a primeira vez. A quem serve, então, a Revista Veja?



Ações como essa são sintomáticas de um tipo de pseudo-jornalismo que há muitos anos deixou de lado o compromisso com a verdade e a informação. E mais, a antecipação da publicação da edição atual na tentativa de influenciar o resultado das eleições é prática de fraude eleitoral, pura e simples. Quais são os interesses que se escondem por trás de uma publicação que sistematicamente divulga todo o tipo de mentira e calúnia para difamar, desqualificar e desestabilizar um governo legítimo e eleito democraticamente pelo povo? Em uma democracia a postura anti-ética da Veja é inaceitável e deve ser entendida como uma tentativa de golpe.





Felizmente, os brasileiros já não se deixam enganar por uma revista que há muito tempo jogou fora toda a sua credibilidade. Eles pensam que podem manipular o eleitor com mentiras e desinformação. Estão errados. A democracia brasileira não é exercida nas bancas de jornais, mas nas urnas. E essa verdade está fora do alcance da manipulação da Veja.

Globope plagia DataCaf: Dilma 54 a 46 DataCaf registrou 49 a 40


no Conversa Afiada

Bolsa fecha – 3,09%!!!

Quá, quá, quá!


Veja também: todos se aproximam da verdade do DataCaf: http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/10/1537063-dilma-atinge-53-e-abre-6-pontos-de-vantagem-sobre-aecio-diz-datafolha.shtml

Terrorismo: as capas da Veja! A Veja está assim porque ninguém se interessa por comprá-la !








4















!



Em tempo: a veja forneceu o coordenador de comunicação do Aécio Neves, o jornalista Otávio Cabral, autor da “biografia” do Dirceu. PHA


PML denuncia método do juiz para ferrar a Dilma - Por favor, não me tire isso daqui, senão vai parar nas mãos do Lewandowski e do Teori…

no Conversa Afiada
Artigo de Paulo Moreira Leite reproduzido no site do PT deixa solarmente claro como um juiz federal do Paraná se comporta como instrumento de uma candidatura.

DELAÇÃO SOB ENCOMENDA NO CASO PETROBRAS



Juiz Sérgio Moro, candidato a uma vaga no STF, faz de depoimentos de Paulo Roberto Costa peças para campanha eleitoral do PSDB

Artigo do jornalista Paulo Moreira Leite, autor do livro “A outra história do mensalão”, demonstra como a agenda de depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto da Costa e doleiro Alberto Yousseff foi montada para ajudar Aécio Neves no segundo turno.

Segundo o Moreira Leite, os delatores foram orientados a não citarem autoridades com direito a foro privilegiado, como ministros, senadores, deputados, governadores. A razão é simples: revelações assim iriam retirar o caso da guarda do juiz Sérgio Moro, e este ficaria obrigado a transferir o caso para o Supremo Tribunal Federal.

E, no STF, sem a presença de Joaquim Barbosa, e sem a interferência direta de Gilmar Mendes, o assunto ficaria sob a guarda do ministro Ricardo Lewandowski. O outro ministro ligado ao caso, Teori Zavaski, responsável pelos desdobramentos da Operação Lava Jato, também não apoio a escandalização das ações do Supremo.

Paulo Moreira Leite revela, ainda, que, em 2012, durante o julgamento da AP 470, Sérgio Moro tornou-se assistente da ministra Rosa Weber. A partir de então, passou a ser fonte privilegiada dos jornalistas que cobriam no STF o chamado “mensalão” do PT. Moro passou a ter grande influência sobre a ministra Weber, aquela que entrou para a história ao confessar que, mesmo sem provas, se achava no direito de condenar o ex-ministro José Dirceu.

Leia a íntegra do artigo:


O JUIZ DA CONJUNTURA E A CONJUNTURA DO JUIZ


Se é fácil entender a natureza explosiva dos depoimentos sobre a Petrobras que chegaram à TV, na conjuntura de um país que dentro de quinze dias irá votar para presidente da República, também é conveniente avaliar a conjuntura do juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato.


Embora nenhum presidente da República já tenha indicado ministros para o STF com base em listas corporativas, em agosto o nome de Sérgio Moro surgiu numa lista de três nomes da Associação de Juízes Federais, a AJUFE, que mobilizou seus associados para criar uma lista tríplice de candidatos mais votados para ocupar a vaga deixada pela aposentadoria de Joaquim Barbosa. Numa relação na qual nenhum nome é incluído sem consentimento do próprio interessado, Sérgio Moro foi o mais votado, com 141 votos.


Nem todos observadores consideram que se trata de simples coincidência. Uma postura espetaculosa até o dia da eleição, favorecendo a criminalização do governo Dilma Rousseff numa investigação que está longe, muito longe de encerrada, pode ser motivo de recompensa depois da contagem dos votos.


Começando pelo começo. A Lei 12 850, de 2013, contém uma seção específica sobre Colaboração Premiada. O parágrafo 2o. diz que “o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao Ministério Público e ao delegado de polícia.” No parágrafo terceiro, marca-se um prazo para o fim do segredo: “o acordo deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia.”


Isso acontece porque o Estado tem o dever de proteger cidadãos que decidiram colaborar com a Justiça e deve evitar que sejam expostos publicamente. Também deve manter as revelações em segredo, única forma de impedir que os demais implicados possam destruir provas e construir álibis forjados unicamente para responder às denúncias conhecidas de antemão.


Tanto a lei 12850 como a experiência jurídica mais elementar permitem questionar a divulgação dos depoimentos de Paulo Roberto Costa e Alberto Yousseff sobre corrupção na Petrobras, gravados e divulgados quando os dois se encontravam na condição de colaboradores da Justiça. Neste papel, que pode assegurar a porta da liberdade para pessoas que a Lei poderia condenar inicialmente a 50 e até 100 anos de prisão, cada palavra, cada sentença, cada vírgula, tem um significado e uma função. “O sigilo está na essência da delação premiada, “afirma o assistente de um ministro do Supremo Tribunal Federal.


A própria presidente da República, Dilma Rousseff, tentou obter a íntegra dos documentos que dão base à delação premiada de Yousseff e Paulo Roberto Costa. Fez o pedido ao Supremo Tribunal Federal e à Procuradoria Geral da República. Os dois pedidos foram recusados, o que deixou a República brasileira numa situação institucional insólita. Enquanto informações que deveriam ser mantidas em segredo são divulgadas a conta gotas, por decisão de um juiz de primeira instância, a presidente da República é prejudicada em seu dever maior, que é defender a Constituição. Dilma não fazia uma simples retórica eleitoral quando denunciou, referindo-se a seus adversários políticos: “Eles sempre querem dar um golpe. E estão dando um golpe.”


A autonomia das investigações policiais recomenda que se faça segredo — mesmo diante da presidente da República — até o início das operações. O pressuposto é que dessa forma é possível garantir que as investigações possam ser realizadas com mãos livres por parte de policiais que tentam cumprir o dever de investigar todos os suspeitos — inclusive o governo. Mas essa fase se encerra depois que são feitas prisões e operações de busca e apreensão. Isso porque não se pode imaginar que uma presidente possa ser mantida na ignorância sobre fatos e pessoas capazes de representar um risco para o país.


Depois que a própria Dilma Rousseff colocou a questão nestes termos, o juiz Sergio Moro distribuiu nota dando explicações.

O juiz prestou um esclarecimento importante. Explicou que não divulgou nem permitiu o vazamento de depoimentos que integram os arquivos da delação premiada. Isso seria um crime.


O que ele fez foi divulgar “depoimentos prestados em audiência aberta e em ação penal pública, imperando os mandamentos constitucionais do contraditório e da publicidade.” Moro alegou ainda que em crimes “contra a Administração Pública a transparência nos processos e investigações é a única forma de garantir o controle da população sobre a gestão da coisa pública e sobre a ‘integridade da Justiça.” Disse também que a divulgação, pela imprensa, é um “consectário normal do interesse público e do princípio da publicidade dos atos processuais em uma ação penal na qual não foi imposto segredo de Justiça.”


Os argumentos de Sérgio Moro seriam 100% coerentes — não fosse seu comportamento, de um magistrado que não exibe maiores compromissos com a isenção, à frente da lendária balança que simboliza a Justiça, mas coloca-se como parte do trabalho de acusação.


“Ele está agindo de forma apaixonada, sem isenção, com uma postura politizada muito clara,” afirma um integrante do Ministério Público Federal, onde já chegou o relato de que jornalistas que cobrem o caso em grandes veículos costumam ser abastecidos por um sistema de divulgação semelhante à das assessorias de comunicação, com notícias frescas e argumentos explicativos.


Entre juristas, considera-se uma extravagância que um magistrado, que mais tarde irá julgar dois acusados, promova uma audiência pública onde eles são orientados a dar depoimentos sob medida para serem divulgados em ambiente de escândalo. Pode-se imaginar quem, nessa situação, deixaria de atender toda e qualquer solicitação feita pela autoridade que na hora devida terá a palavra final sobre sua liberdade.


No STF e especialmente na sede da Procuradoria Geral da República, a gravação é vista como um atalho formal, destinado a contornar a lei 12.850. Os documentos originais da delação são mantidos num computador sem contato com a internet, em versão criptografada. Ao mesmo tempo, Sergio Moro alimenta os meios de comunicação com a coleta de depoimentos convencionais de toda Ação Penal, onde os delatores falam como se estivessem respondendo a um interrogatório igual a qualquer outro — quando todas as partes sabem de sua condição especial. A existência da gravação e a decisão de divulgá-las foi anunciada até no Witter.


Como você deve ter lido em outra nota neste espaço, para o professor Luiz Moreira, integrante do Conselho Nacional do Ministério Público, “é lamentável que o sistema de justiça produza essa anomalia e que um procedimento judicial cercado de técnicas sofisticadas de colhimento dos testemunhos simplesmente se volte contra a ordem judicial que determina seu sigilo.”


Outro aspecto é que Yousseff e Paulo Roberto Costa têm sido orientados a nada dizer sobre autoridades com direito a foro privilegiado, como ministros, senadores, deputados, governadores. A explicação é inacreditável: é que essas revelações iriam retirar o caso da guarda de Sérgio Moro, que ficaria obrigado a transferir o caso para o STF. E daí?, pergunta-se. Nada. É o que determina lei. O problema é político. No STF, dificilmente haveria lugar para um carnaval pré-eleitoral. Encarregado de acompanhar a Lava Jato, o ministro Teori Zavaski tem demonstrado uma postura zelosa e discreta.


É estranho que se procure, abertamente, dirigir fatos investigados de acordo com as conveniências de uma autoridade encarregada de apurar e punir um delito, quando o enredo da investigação indica outros caminhos. O nome disso é bagunça institucional, uma situação intolerável, que deixou uma triste memória na AP 470, com distorções que resultaram num julgamento com penas fortes a partir de provas fracas, conduzido por um ministro-relator que esteve longe de exibir a postura equilibrada de magistrado, comportando-se como uma peça auxiliar e até principal da acusação.


A opção por um depoimento completo — o criptografado, inviolável — e uma segunda versão, pronta para divulgação, também permite uma seleção política de fatos e personagens. Os enredos podem ser modificados conforme as necessidades do momento.


Numa reportagem recente sobre o depoimento de Paulo Roberto Costa, VEJA dizia que ele fez diversas acusações ao PSB e ao ex-governador Eduardo Campos. Parecia muito razoável, já que a usina Abreu Lima, centro de operações de Paulo Roberto Costa, foi construída em Pernambuco, com a indispensável participação do governo de Estado.


No depoimento divulgado na semana passada, as referências ao PSB e a Eduardo Campos sumiram. Aécio Neves tinha acabado de receber apoio formal dos socialistas. Será coincidência?


A presença de Alberto Yousseff ajuda a dar volume às denúncias divulgadas mas a decisão de aceitar um dos grandes doleiros do país no regime de delação premiada causa muita estranheza. Em 2002, Yousseff já havia colaborado com a polícia, durante a CPI do Banestado. Naquele momento, livrou-se das penas principais porque reuniu provas contra 60 doleiros menores, com os quais operava. Também admitiu ter movimentado US$ 5 bilhões em operações ilegais. Em função disso, recebeu os benefícios previstos em lei. Como é obrigatório em acordos desse tipo, assumiu o compromisso de que não iria mais envolver-se em atividades criminosas. Mas Yousseff não cumpriu essa parte, como as investigações de 2014 vieram a demonstrar. Mesmo assim, com a credibilidade em dúvida, conseguiu ingressar no programa de colaboração com a Justiça, “o que nunca imaginei que fosse acontecer depois que traiu o acordo de 2002,” afirma um dos responsáveis pelas investigações do Banestado.


Há menos de um mês, no julgamento de um habeas corpus, o Supremo anulou uma decisão de Sérgio Moro. Seria um caso trivial no judiciário, onde instancias superiores existem para modificar ou confirmar decisões dos patamares inferiores, não fosse pela linguagem particularmente dura dos ministros. Ricardo Lewandovski, que era o relator do caso, afirmou que “ele usurpou a competência” da instância superior. Celso de Mello, que também julgou o caso, disse que a decisão de Sérgio Moro foi um “ato absolutamente destituído de qualquer ortodoxia processual, na medida em que o magistrado federal de primeira instância procedeu a uma conduta de usurpação de competência deste Supremo Tribunal Federal.”


Em 2012, durante o julgamento da AP 470, Sérgio Moro tornou-se assistente da ministra Rosa Weber, que fez carreira na justiça do trabalho do Rio Grande do Sul. Partidário de punições duríssimas, o juiz logo caiu nas graças de jornalistas que fazem a cobertura do Supremo. Eles passaram a tratar Sérgio Moro como a eminência parda por trás das sentenças que a ministra apresentava em plenário. Embora tivesse interesse em permanecer no STF, chegando a enfrentar uma guerra nos tribunais para combinar o trabalho em Brasília com a devida carga horária como professor da Universidade Federal do Paraná, Sérgio Moro acabou retornando ao Paraná.


Na mesma semana em que os vazamentos da Petrobrás chegavam a TV e aos jornais — em breve, estarão no centro da propaganda política de Aécio — o PGR Rodrigo Janot decidiu arquivar a denúncia criminal sobre o aeroporto de Claudio. Sabe: aquela pista de 1 km que custou R$ 14 milhões ao contribuinte mineiro e hoje decora a fazenda de um tio do candidato do PSDB.


Não é a primeira vez que uma denúncia grave — embora a gravidade real dos fatos ainda não seja inteiramente conhecida — chega ao segundo turno de uma eleição presidencial. O retrospecto das campanhas presidenciais depois de 1989, quando o eleitor recuperou o direito de escolher presidentes pelo voto direto, parece ter formulado uma situação constante: nas vezes em que o Partido dos Trabalhadores teve chances reais de capturar — ou manter o governo federal — ocorrem eventos extra eleitorais capazes de interferir no resultado da eleição. Foi assim em 1989, 2002, 2006 e agora, em 2014.


Só se respirou uma situação que se pode chamar de normalidade em ocasiões onde a vitória do PSDB parecia assegurada — em 1994 e 1998 — ou em 2010, quando o candidato do PSDB não empolgava sequer os próprios aliados. Em 2012, ano de eleições municipais, que ocorreu o julgamento da AP 470. As principais sentenças, em ambiente de triunfo, foram anunciadas às vésperas da votação. Decisões que representavam garantias de direitos dos réus, como o desmembramento do julgamento foram evitadas com o argumento de que não se deveria atrasar a decisão.

Advogado de doleiro trabalhava para tucano Richa - Da Sanepar ao juiz Moro


no Conversa Afiada

O advogado  Antônio Figueiredo Basto, que defende o doleiro Alberto Yousseff, foi conselheiro da Sanepar (Companhia de Saneamento do Paraná). O estado é governado por Beto Richa (PSDB), reeleito para o cargo neste ano. É o que aponta ata de reunião da empresa em 2012, disponível no site da companhia.

Youssef foi preso em março pela Polícia Federal , acusado de chefiar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado ilegalmente cerca de R$ 10 bilhões. Ele está preso em Curitiba. 

Link: http://site.sanepar.com.br/sites/site.sanepar.com.br/files/investidoresarquivos/29032012-ata-da-2a2012-reuniao-extraordinaria-do-cad_2012-03-29.pdf



Em tempo: a veja forneceu o coordenador de comunicação do Aécio Neves, o jornalista Otávio Cabral, autor da “biografia” do Dirceu. PHA.


Em tempo 2: Figueiredo Basto já advogou para Beto Richa e contra prefeitura de Curitiba ao mesmo tempo:

ADVOGADO DO PREFEITO BETO RICHA É O MESMO DA CONSTRUTORA IGUATEMI E DE TONY GARCIA



Matéria de Edson Fonseca, site Jornale


O advogado contratado pelo prefeito Beto Richa (PSDB), Antônio Figueiredo Basto, para ingressar com uma ação contra o deputado estadual Fabio Camargo (PTB) por calúnia e difamação é o mesmo que defende a Iguatemi Construtora de Obras em ação contra a Prefeitura. A construtora pertence à família do ex-presidente do PP de Curitiba Alberto Klaus, que se afastou da direção do partido depois da denúncia de fraudes nas licitações envolvendo a empresa e a Prefeitura.


Três meses depois das denúncias, a prefeitura suspendeu os contratos e os pagamentos da Iguatemi e a Catedral Construções. Alberto Klaus contratou Figueiredo Basto, encarregado de cobrar judicialmente da Prefeitura os valores referentes aos serviços prestados e impugnar a decisão judicial que suspendeu os contratos. Basto, classificou o rompimento dos contratos como decisão política. “É uma decisão estritamente política para atender aos anseios da mídia”, afirmou o advogado à época.


Algumas informações deram conta que a indicação de Figueiredo Basto a Beto Richa teria se dado por intermédio do empresário e ex-deputado Tony Garcia, amigo pessoal do prefeito. Garcia, no entanto, nega que tenha indicado o advogado, que também o representou em algumas ações. Alberto Klaus era dirigente do PP na ocasião em que Tony Garcia concorreu ao Senado e seu partido faz parte da base de apoio do prefeito Beto Richa desde o primeiro mandato. Procurado pela reportagem, o advogado Figueiredo Basto não retornou as ligações.


Para o deputado Fabio Camargo, a artilharia do prefeito voltou-se contra ele depois que “a tentativa de envolver o senador Álvaro Dias como autor da denúncia resultou em um grande pito da direção nacional do PSDB”. “Depois disso tentaram também envolver o governador Requião, o que também não colou. Agora estão tentando ir contra mim. Só que não sou eu quem está sendo investigado pelo Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual e o Nurce”, afirmou o deputado.


Camargo diz ainda que a questão está sendo mal conduzida pelo gabinete de crise do prefeito. “Em vez de contratar um advogado para me acusar, deveriam contratar um advogado para se defender. O prefeito não tem que tentar encontrar o culpado pela denúncia e sim explicar para a população as atividades do Comitê Lealdade e outros comitês durante a campanha”, afirma o deputado. “Dessa vez, queira ou não queira, o mau menino não sou eu”,completou.


Este imbróglio todo envolvendo a suposta indicação do advogado Figueiredo Basto para defender o Prefeito Beto Richa, através de Tony Garcia que nega ter sido o autor de tal referência, reside no fato de a escolha do advogado por parte do prefeito ser incompatível com os interesses da própria Prefeitura de Curitiba. Isto pelo fato de Figueiredo Basto ao estar defendendo Alberto Klaus e a Contrutora Iguatemi, atua neste feito contra os interesses orçamentários da própria Prefeitura de Curitiba.


A pergunta que fica é a seguinte: o fato de o advogado Figueiredo Basto defender a Constutora Iguatemi e o Prefeito Beto Richa ao mesmo tempo, não poderia em tese, promover um conflito de interesses entre ambas as partes?


Ou, a demanda da Prefeitura de Curitiba com a Construtora Iguatemi seria apenas “jogo de cena”? Com a palavra,mm o Ministério Publico.



A polêmica intervenção do TSE na eleição Rigor contra ataques rachou a corte, contrariou o MP e gera dúvidas sobre censura. Papel do presidente Dias Toffoli chama atenção

Dias Toffoli

por André Barrocal  - na Carta Capital


Encarregado de fiscalizar a eleição, o Tribunal Superior Eleitoral estará de plantão no sábado 25, véspera do pleito presidencial, para receber queixas dos comitês de Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) contra o adversário. Se PT e PSDB se excederem, o TSE dará direito de resposta ao concorrente quando a propaganda eleitoral já estará proibida. O expediente extra foi aprovado nesta terça-feira 21. A norma resulta de um julgamento polêmico, que rachou a corte, despertou dúvidas sobre seu presidente, Dias Toffoli, contrariou o Ministério Público e levantou suspeitas de censura eleitoral.
O controverso julgamento aconteceu na quinta-feira 16. O TSE decidia sobre um pedido tucano para tirar do ar uma propaganda petista que acusava Aécio de repetir a ditadura e censurar a imprensa de Minas quando governador (2003-2010). A denúncia contra ele tinha sido feita por Eneida da Costa, apresentada pelo PT como ex-presidente do sindicato mineiro dos jornalistas.
O relator do caso, ministro Admar Gonzaga, era contra o pedido. O depoimento de Eneida, disse, “desperta dúvida razoável”, e Aécio dispunha de tempo de propaganda para se defender, algo que não foi feito pelos advogados tucanos na ação. O ministro contou ter recebido em seu gabinete relatos de episódios concretos de possível censura, como a demissão do jornalista Jorge Kajuru da Band mineira em 2004.
“O horário destinado à propaganda eleitoral revela-se como ambiente propício para a divulgação de críticas e manifestações de ordem política”, afirmou Gonzaga. “Sendo assim, entendo que não é papel da Justiça intrometer-se no debate de ideias e contestações, a ponto de colocar-se em substituição aos protagonistas do certame.”
Presidente do julgamento e do TSE, Toffoli não gostou do voto do relator. Mostrou-se incomodado com os ataques feitos na propaganda eleitoral, que pare ele deveria ser só “propositiva”. Sem que houvesse tal previsão no julgamento, passou a palavra à defesa do PSDB. “É impossível provar que [Aécio] não perseguia jornalistas. É prova negativa”, disse o advogado Marcelo Ribeiro, a apelar por uma “intervenção” do tribunal contra o comercial do PT.
Também fora do script, o advogado petista Gustavo Severo teve chance de argumentar perante o TSE contra a representação do PSDB. Segundo ele, a oposição não negava a acusação, como o relator já havia destacado em seu voto. “O Aécio pode muito bem se defender em sua propaganda.”
Posição parecida foi defendida pelo representante do Ministério Público Eleitoral no julgamento, Humberto Jacques de Medeiros. Segundo ele, “há paridade de acesso aos meios de comunicação” entre Dilma e Aécio neste segundo turno. “Ao ver do MP, a coisa mais prudente e mais cautelosa é o tribunal não conceder a este momento nenhuma medida, confiando na civilidade dos candidatos e não interferindo este tribunal no nível do debate.”
A argumentação do MP não convenceu Toffoli. Segundo ele, se o TSE não impusesse limites aos candidatos, “vamos assistir ao baile do risca faca, não uma campanha presidencial”. O ministro liderou então a derrubada do relatório de Admar Gonzaga. E venceu, em uma apertada votação por quatro a três. Junto com Toffoli, votaram os ministros Gilmar Mendes, Luiz Fux e João Otávio de Noronha. Com o relator, ficaram as ministras Luciana Lossio e Maria Thereza de Moura.
O julgamento atendeu não só o pedido tucano de retirada do ar da propaganda petista sobre censura à imprensa mineira, como levou o TSE a assumir uma nova postura na reta final da campanha. Dali em diante, disse Toffoli, a corte estava estabelecendo outra jurisprudência, mais rigorosa. A publicidade na TV e no rádio não poderia mais ser usada para atacar o rival, só para divulgar propostas. A troca de chumbo ficaria restrita a entrevistas e discursos.
Esta nova atitude foi regulamentada nesta terça-feira 21, em sessão que aprovou o plantão do TSE na véspera da eleição, bem como o direito de resposta nos dias 23 e 24. O Ministério Público fez um último esforço contra a norma, escrita pelo gabinete de Toffoli. O procurador-geral Eleitoral, Rodrigo Janot, foi pessoalmente à corte tentar impedir a aprovação da norma, em vão. “A mudança, na visão do Ministério Público Eleitoral, causa surpresa aos candidatos a poucos dias da disputa, não observa a jurisprudência reiterada, desatende o princípio esculpido na carta constitucional e gera insegurança jurídica, necessária ao Estado de direito e à regularidade do pleito.”
Desde sua decisão do dia 16, o TSE suspendeu sete propagandas de Aécio e quatro de Dilma. Pelo lado tucano, foram vetados, por exemplo, comerciais a dizer que o PT faz “a campanha mais baixa, agressiva e mentirosa” e outro a reproduzir uma entrevista antiga de Dilma na qual ela elogiava o então governador de Minas Aécio Neves. Pelo lado petista, foram sacrificadas propagandas em que o ex-presidente Lula chamava o tucano de “candidato dos banqueiros” e outra com uma música sobre Aécio não ser votado por quem o conhecia.
A nova postura do TSE abriu uma polêmica sobre os limites de interferência do tribunal na campanha e das propagandas dos candidatos. No domingo 19, em sua coluna no jornal Folha de S. Paulo, o jornalista Jânio de Freitas escreveu que “o Tribunal Superior Eleitoral tomou duas decisões que caracterizam censura à liberdade de informação jornalística e à liberdade pessoal de expressão”.
Em uma eleição acirrada como a deste ano, a discussão sobre os limites da campanha vem desde o primeiro turno, quando Marina Silva ainda estava na disputa, e o comitê de Dilma resolvera fazer o confronto aberto com ela. Na época, o cientista político Wanderley Guilherme dos Santos disse a CartaCapital que o País não estava acostumado com eleições politizadas e que se devia lamentar que outras disputas não tivessem sido assim. O conflito aberto de interesses, dizia, é próprio da democracia.
Mesmo tendo sido menos afetado até agora do que a campanha de Aécio pelas proibições do TSE, o comitê de Dilma reclama nos bastidores de que a decisão do tribunal atinge sobretudo o PT.
De acordo om um dos chefes do comitê, a campanha dilmista precisava tornar públicos certos fatos negativos para Aécio pois, de outro modo, eles não ganhariam notoriedade. O motivo seria o desinteresse dos órgãos de comunicação. Era o caso das nomeações de familiares de Aécio para cargos na gestão do tucano em Minas. E de nomeações de Aécio pelo pai e pelo tio no início da carreira do presidenciável. Na visão dos estrategistas de Dilma, era necessário aumentar a rejeição a Aécio, graças aos altos índices da presidenta. “A Marina e o Aécio foram desconstruídos por si mesmos, não por nós”, disse o dirigente.
A poucos dias da eleição, a rejeição de Aécio já supera à de Dilma, e pesquisas recentes mostram-no mais identificado com a autoria das ofensas do que sua adversária. Mesmo assim, o comitê dilmista preocupa-se com a nova norma do TSE. Sente-se exposto a um eventual noticiário negativo sem ter meios para se defender. A resolução aprovada pelo tribunal nesta terça-feira 21 garante direito de resposta apenas para o candidato que for acusado pela propaganda adversária. Não vale para notícias de jornais, revistas ou TVs.
Em Brasília, há quem veja com estranhamento a postura do presidente do TSE, responsável pela reviravolta na postura do tribunal. Advogado do PT no passado, indicado pelo ex-presidente Lula para o Supremo Tribunal Federal, Toffoli estaria descontente com Dilma. Em janeiro, a revista Veja publicou uma nota intitulada “De aliado a adversário”, na qual dizia que o ministro “sente-se desprestigiado por Dilma, que jamais o recebeu nem atendeu a seus telefonemas”. Não há registro de que Toffoli tenha feito reparo público à nota.
Em meados de setembro, com a campanha a pleno vapor, Toffoli já tinha se colocado no caminho da presidenta. Em entrevista à revista Época, criticara Dilma por conceder entrevistas no Palácio da Alvorada na condição de candidata e por utilizar o local como cenário de sua propaganda eleitoral televisiva. Para ele, “usar símbolos de poder num ato de campanha é algo que a legislação não permite” e uma “vantagem indevida”.

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Aécio e família contra a CLT na era FHC Ministro do Trabalho de FHC, Francisco Dornelles propôs flexibilizar legislação trabalhista. O primo Aécio Neves presidia a Câmara quando da aprovação do projeto

por André Barrocal - na Carta Capital
Em outubro de 2001, o desemprego beirava os 8%. Era o penúltimo ano de Fernando Henrique Cardoso, presidente que entregaria ao sucessor um desemprego de 11%. Para tentar incentivar a criação de vagas, o ministro do Trabalho da época, Francisco Dornelles, teve uma ideia até hoje acalentada pelo empresariado: flexibilizar a legislação trabalhista. Ele propôs, e FHC mandou ao Congresso, uma lei para acordos entre patrões e empregados valerem mais do que a CLT. Direitos como férias e FGTS só seriam obtidos por categorias fortes.
Apesar de polêmico, o projeto teve tramitação célere na Câmara. Foi aprovado em dois meses, em uma votação apertada (264 a 213) que rachou a base aliada de FHC. Em vão. O Senado segurou  a lei, aí veio a eleição de 2002, o Partido dos Trabalhadores chegou ao Palácio do Planalto com Lula e não se falou mais no assunto.
Em meio a mais uma eleição presidencial, a memória do episódio tem valor e interesse. Parte dos empresários está defendendo alívios na legislação trabalhista, para aumentar a competitividade de seus negócios. Em sabatina organizada pela confederação dos agronegócio (CNA), o candidato Aécio Neves, do PSDB, disse ser a favor de regulamentar a terceirização, que é um dos caminhos vistos pelo setor produtivo para baixar custos trabalhistas. O presidente da Câmara dos Deputados em 2001, a garantir a rápida votação da lei contra a CLT proposta por FHC, foi Aécio Neves. O mentor da lei, Francisco Dornelles, é parente de Aécio.
Dornelles é também um dos responsáveis pelo currículo de Aécio exibir uma passagem pelo governo federal. Em 1985, quando José Sarney assumiu a Presidência após a morte de Tancredo Neves, Aécio foi nomeado diretor de Loterias da Caixa Econômica Federal. O banco é vinculado ao Ministério da Fazenda, pasta então chefiada por Dornelles. Tal nomeação é um dos casos a alimentar dúvidas sobre o compromisso do tucano com a “meritocracia” que ele prega na eleição.
Há outros casos em que a associação com Dornelles pode atrapalhar Aécio. Senador pelo Partido Progressista (PP), Dornelles é relator de uma lei a propor a independência do Banco Central. A ideia é controversa e contribuiu para a ruína da candidatura de Marina Silva. Dornelles é favorável ao projeto, apresentado em 2007 por um tucano, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, e só não o levou à votação ainda por resistência do PT e do governo.
Dornelles também foi presidente do PP, legenda das mais implicadas nos depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa e do doleiro Alberto Youssef. Parte das estripulias em favor do partido reveladas pela dupla aconteceu no período em que o primo de Aécio comandou a sigla (de 2007 a 2012).
Dornelles foi um dos arquitetos da chapa “Aezão” no Rio, a juntar o candidato a governador pelo PMDB, Luiz Fernando Pezão, e Aécio Neves. Por ser do partido do vice-presidente Michel Temer, Pezão deveria em tese aliar-se à presidenta desde o início da disputa. Mas não foi bem assim. Tendo Dornelles como vice, Pezão primeiro namorou Aécio. Só mudou de atitude e aceitou associar-se a Dilma quando ela se mostrou uma parceira melhor do que Aécio na busca pelo voto fluminense.