quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Dilma venceu Aécio no debate, reconhece Ricardo Noblat

Resultado de imagem para imagem Ricardo Noblat
extraído Revista Fórum
Jornalista, crítico feroz da presidenta e do PT, afirmou que a candidata à reeleição deixou o adversário “acuado” no debate da TV Bandeirantes ao citar denúncias de nepotismo, corrupção e improbidade administrativa envolvendo o PSDB
Por Redação
O colunista Ricardo Noblat do jornal O Globo, crítico contumaz da presidenta Dilma e do PT, afirmou que a presidenta e candidata à reeleição pela legenda, Dilma Rousseff, saiu vencedora do debate realizado na noite de terça-feira (14) pela TV Bandeirantes. Esse foi o primeiro confronto com o adversário Aécio Neves (PSDB) no segundo turno das eleições.
Para o jornalista, Dilma “atacou com esmero e se defendeu com eficiência”, deixando o candidato tucano “acuado” mais de uma vez. “Chamar Dilma de leviana ou de mentirosa não acrescenta votos a Aécio. Pode até soar como uma indelicadeza aos ouvidos mais sensíveis. Dizer que Aécio empregou parentes quando governou Minas Gerais é uma coisa que todo mundo entende e pode guardar na memória. Dizer que ele responde a processo por improbidade administrativa, também”, ressaltou.
Os próximos debates entre os presidenciáveis serão transmitidos pelo SBT na quinta-feira (16); pela TV Record, no domingo (19); e pela TV Globo, na sexta-feira (24), antevéspera do dia da votação.
Foto de capa: Reprodução / YouTube

Maria Classe Média

Assista, talvez melhore suas opiniões sobre governo, sociedade, políticas sociais. Assista vai ser bom para você. Assista, pode te aliviar o peso que carregas. Assista OK?

Em tempo: o amigo navegante Luiz Carlos publicou no Twitter a informação do site do TCMG:



O povo não é tolo. Apesar da mídia marrom e golpista não divulgar, o Povo, através da web conseguirá ver as mentiras do Aécio.

O site do Tribunal de Contas do estado de Minas foi retirado do ar ontem à noite, tivemos grandes dificuldades para acessar. O país inteiro teve a mesma dificuldade.

O Povo não é tolo.

Se o candidato mente, e mente muito, se fosse eleito continuaria mentindo e, estaríamos ferrados, imaginem o cara privatizando o Banco do Brasil, a Caixa, o BNDES, as Universidade Federais, as Escolas Técnicas Federais, o ar, a água...

por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Foi um DilmaBATE! - Será isso o que explica a cara fechada dele, os olhos fechados, a boca crispada ?


No Conversa Afiada

Em debate da Rede Bandeirantes, na noite da última terça-feira (14), a primeira exposição foi da Presidenta e candidata à reeleição Dilma Rousseff. Acompanhe as frases de Dilma:
Quero avançar ainda mais na educação. Peço humildemente o voto de vocês pra continuarmos levando o Brasil pra frente. 

Quem tem, hoje, o compromisso para gerir o novo ciclo de desenvolvimento no país, para avançarmos mais?

É o momento de você se perguntar: quem tem compromisso com os trabalhadores, para manter suas conquistas e seus direitos?

Uma campanha numa eleição, é um momento decisivo pra que todos nós reflitamos sobre o futuro do Brasil 

Acho estarrecedor que o sr. venha falar pra mim de creches. Mais de 2 mil creches construídas e mais 4 mil em construção

O senhor (Aécio), recentemente teve uma condenação no STF, por ter contratado funcionários públicos sem concurso público

Pergunto ao Aécio: O que está em questão é se vai ou não vai continuar tendo emprego no Brasil. O que o senhor fará para criar empregos?

Está em questão se vai ou não continuar havendo emprego

Nós empregamos 12 milhões de pessoas, enquanto o mundo desempregou 100 milhões
Só quem nunca esteve desempregado pode achar que uma pessoa sem emprego está melhor do que uma pessoa com emprego

O senhor está inventando uma história que não existe. O Bolsa Família não tem parentesco com os programas tucanos
Nós estamos fazendo um esforço imenso pra colocar todas as crianças de 0 a 3 na creche.
É importante lembrar que a história das creches está mal contada. O sr. não entende dessa questão.

Quantas crianças de 4 e 5 anos estão nas pré-escolas? 89%. Por isso é possível universalizar até 2016

Demos extrema atenção à formação científica e tecnológica com o Ciência Sem Fronteiras
Nos 10 anos do governo do senhor e do governador que o sucedeu em MG, as taxas de homicídio cresceram 52%

O senhor sabe que, pela CF, é dos estados a responsabilidade pela segurança

Nós vamos integrar as polícias e formar os centros de comando e controle, tomando para a União a responsabilidade

Candidato, eu acredito que o senhor não quer que eu diga que a responsabilidade pelo ensino médio é dos estados

Fizemos o Pronatec para tratar o ensino médio como uma questão também profissional

Eu considero fundamental reformar os currículos de ensino fundamental e ensino médio

A reforma vai tornar a educação mais atrativa para o jovem e diminuir o índice de evasão escolar

Nós duplicamos o número de estudantes universitários, voltamos a fazer Escolas Técnicas e fizemos o Pronatec
Dilma defende investimento em Cuba, como  financiamento de empresas brasileiras.

FHC fez financiamento para vender ônibus e ela para serviços de engenharia.

Ressalta o Minha Casa Minha Vida com mais de 3,5 milhões de moradias.

E o Bolsa Familia, que não eram os 5 milhoes do FHC para 50 milhões de Lula e Dilma.

E dizer que o BF nasceu no Governo Feernando henrique – não aplicaram dinheiro em programas sociais.

Estamos aí no capitulo da lenda.
Os brasileiros jamais vão acreditar que o Bolsa Família seja do FHC, chegamos à fabulação

Vocês impediram a criação de Escolas Técnicas Federais, candidato
O financiamento não foi a Cuba, porque não pode ser feito a Cuba, só a empresas brasileiras
O que o senhor (Aécio) está querendo é reduzir o papel dos bancos públicos 

No caso dos programas sociais, nós não condicionamos nossos programas à medidas impopulares e choque de gestão 

O Minha Casa Minha Vida é o maior programa habitacional já feito no país 

No governo FHC, vcs fizeram o mesmo financiamento a Cuba, pra exportação de ônibus
O que o senhor acha da violência contra a mulher? A Lei Maria da Penha foi um gde avanço nesse sentido

O senhor (Aécio) pretende acabar com a secretaria de mulheres da presidência? 

Eu estou falando de violência contra a mulher. Nós não nos apropriamos da Lei Maria da Penha, pelo contrário, nós a incentivamos

A Casa da Mulher brasileira que estamos construindo em todos os estados, ela é algo que nós realizamos

No Minha Casa Minha Vida e no Pronatec, as mulheres são maioria, porque priorizamos políticas públicas para elas

Ele provavelmente achava que ela ia medar.

E ele perdeu a cabeça.

Está raivoso, com os olhos fechados, a expressao marcada, e, como sempre cinico: arrogante, machista e irreposnsável – “ela mente !”, “é o mar de lama !”.

O público percebe isso.

Ele faz sucesso com os convertidos e não converte mais nunguém.
Hoje, é proibido o nepotismo. O senhor tem uma irmã, um primo, uma prima e um tio no governo. Eu não tenho parentes lá

Aécio, o senhor está enganado com a decisão do MP. Ele não aceitou a ação criminal, mas mandou investigar a obra

O MP mandou investigar a obra de Claudio por mau uso dos recursos públicos
O terreno fica em terra do seu tio e a chave fica com ele.


Aecio volta à UDN: mar de lama !

E em Montezuma, pavimentou para beneficiar terra dele e das irmãs
Candidato, seria importante que o senhor dissesse ao telespectador o que ocorreu em Cláudio

Como é que o senhor explica ter construído um aeroporto de R$13,9 milhões na época, no terreno da sua família?
Onde estão todos os envolvidos no mensalão mineiro, no trensalão? Todos soltos. Eu quero todos os culpados presos

Onde estão os envolvidos na compra de votos para reeleição, no caso Sivam, no caso da pasta rosa, no caso do Metro de SP? 
Aécio, a minha indignação em relação a tudo o que acontece, inclusive com a Petrobras, é a de todos os brasileiros

A minha disposição a punir todos os investigados que forem culpados, corruptos e corruptores, é total
Nós acabamos com a realidade da impunidade no Brasil
Previsibilidade pra ter a segunda maior taxa de desempregados no mundo, como na época dos governos tucanos?

Em 2002, no governo de FHC, o PSDB tinha a maior taxa de desemprego do mundo, perdendo só para a Índia! 


O Pronatec tem 8 milhões de matrículas realizadas. Os programas que o senhor se refere, são pequenos programas pilotos, não têm escala
A educação é prioridade no meu governo. Eu e Lula triplicamos o valor gasto em educação

Pergunta para Aécio: a educação é prioridade no meu governo. Nós triplicamos o investimento em educação. O que o senhor acha do Pronatec?

Com a mesma receita e mesmo cozinheiro, como querem fazer novo prato?,  questionou Dilma sobre Armínio Fraga para eventual ministro da Fazenda.

Foi com o Pronatec que nós pudemos dar oportunidades de profissionalização aos jovens brasileiros

Quem está assistindo pode entrar no site do Tribunal de Contas e ver os números (sobre dinheiro aplicado na saúde)

O senhor tem memória curta. O meu governo garantiu uma inflação controlada, dentro dos limites da meta

Eu acredito que o senhor esqueceu o que ocorria no governo do FHC. Vocês deixaram, por duas vezes, a inflação superar o limite da meta

Diante da crise, mantivemos emprego, salário e continuamos investindo

Nós mantivemos salário e continuamos investindo. No governo tucano, as filas à procura de emprego davam volta nos quarteirões
Dilma lembrou que o candidato a Ministro da Fazenda vai jogar o BB , o BNDES e a Caixa no lixo !

E que MG é o terceiro pior SAMU do Brasil

Quanto ao SAMU, ela disse que Minas é o terceiro pior progama de Samus.

Dilma  falou sobre desvio de recursos e diz que mineiro não cuidou do Samu no Estado.

Aécio Neves (PSDB), na réplica, afirma que as declarações de Dilma são mentirosas e garante que vai tratar de formar mais médicos no Brasil.

Dinheiro destinado à saude para Minas, segundo Dilma, ele não aplicou.

Ela lembra que o PSDB detonou a CPMF e é contra o Mais Médicos.

Enquanto isso, ele não diz que é do PSDB, mas de um conjunto de partidos.
É o seu Ministro da Fazenda, Aécio, que está dizendo que vai diminuir o papel dos bancos públicos

É temerário que alguém proponha reduzir o papel dos bancos públicos

Quem faz a maior parte do crédito para o agronegócio e pra agricultura familiar é o Banco do Brasil

Vocês têm dois pesos e duas medidas. Nunca fizeram programas sociais quando puderam

Aécio, não coloca no meu governo reconhecimento de governo de Minas, que é o 3º pior estado no atendimento do SAMU

Minas tem a segunda maior dívida dos estados brasileiros, e foi governada pelo senhorEu acredito que dois projetos se apresentam. Fizemos o mais profundo processo de distribuição de renda das ultimas décadas. Elevamos uma Argentina inteira à classe média.

Tiramos 36 milhões pessoas da pobreza extrema e elevamos mais de 40 milhões para a classe média.

Todos ganharam, mas ganharam mais os que mais precisavam.

Nós lançamos as bases para um novo ciclo de desenvolvimento. Nesse novo ciclo haverá uma prioridade para a educação.

A educação estará no centro de tudo.

Nós lançamos as bases para um novo ciclo de desenvolvimento, um Brasil moderno, mais inclusivo, produtivo e competitivo. 

Considero ser muito importante para o Brasil a discussão de dois valores morais. O primeiro é a igualdade de condições. O segundo é o combate à corrupção.

Tenho certeza que se você conhecer as minhas propostas, você votará em mim no dia 26.

Candidato Aécio, vocês da oposição votaram contra a CPMF. Quando o governo de Minas foi dirigido pelo senhor, vocês não cumpriram a constituição, desviaram mais de R$ 7 bilhões da saúde. O senhor foi contra o mais Médicos. O que o senhor acha da minha proposta de criar o “Mais Especialidades”?

Aécio garante o emprego: da família ! O tucano desafiou Dilma a informar onde trabalha a irmã dele. O Conversa Afiada ajuda a responder!


Durante o debate de ontem (14), realizado na Rede Bandeirantes, a Presidenta Dilma acusou Aécio Neves de praticar o nepotismo ao nomear parentes para cargos públicos em Minas Gerais. O tucano negou e desafiou a Presidenta a informar onde trabalha a irmã dele. 

Conversa Afiada publica, com auxílio da Rede Brasil Atual, a lista dos familiares de Aécio que Dilma citou no debate:

- Oswaldo Borges da Costa Filho (genro do padrasto do governador), presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico e Minas Gerais;


- Fernando Quinto Rocha Tolentino (primo), assessor do diretor-geral do Departamento de Estradas e Rodagem (DER/MG);


- Guilherme Horta (primo), assessor especial do governador;


- Tânia Guimarães Campos (prima), secretária de agenda do governador;


- Frederico Pacheco de Medeiros (primo), secretário-adjunto de estado de governo;


- Andréia Neves da Cunha (irmã), diretora-presidente do Serviço de Assistência Social de Minas Gerais (Servas);


- Ana Guimarães Campos (prima), servidora do Servas;


- Júnia Guimarães Campos (prima), servidora do Servas;


- Tancredo Augusto Tolentino Neves (tio), diretor da área de apoio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).

Aécio trabalhou para Câmara enquanto morava no Rio - Viva a meritocracia !


No Conversa Afiada

O candidato tucano à Presidência, Aécio Neves, admitiu em nota que foi contratado para trabalhar na Câmara dos Deputados, que fica em Brasília, mesmo enquanto ainda morava no Rio de Janeiro, em 1980. Na época, tinha 19 anos.


De acordo com o texto, o tucano cuidava da agenda do deputado Aécio Ferreira da Cunha –trata-se do pai de Aécio Neves que exercia mandato pelo PDS (Partido Democrático Social). A sigla é sucessora da Arena, legenda criada pela ditadura militar.


(…)


A biografia de Aécio Neves, no site oficial do tucano, omite o período em que o presidenciável trabalhou remotamente para o gabinete do pai.



Em tempo: o Conversa Afiada reproduz artigo de Paulo Nogueira, extraído do Diário do Centro do Mundo:

MERITOCRACIA À AÉCIO


Meritocracia.


Uma das palavras mais pronunciadas por Aécio nesta campanha é esta, meritocracia.


Faz parte, se entendo, de um esforço de se colocar como um grande gerente. No jargão corporativo, meritocracia é uma palavra muito empregada, bem como outra do repertório de Aécio: previsibilidade.


Como todos sabemos, meritocracia é escolher alguém pelos seus méritos, e apenas por eles.


Num mundo menos imperfeito, a mídia teria tratado de verificar a trajetória de Aécio para ver como, no caso pessoal dele, se manifestou a meritocracia.


Convenhamos: ele é um forte candidato à presidência, e informações sobre sua carreira profissional têm, mais que nunca, um torrencial interesse público.


Mas este mundo é muito imperfeito – e a mídia mais ainda.


A inépcia — ou má fé — de jornais e revistas não impediu, no entanto, que viralizassem na internet documentos que mostram a rápida ascensão de Aécio.


Examinemos o papel da meritocracia em sua jornada, iniciada cedo. As informações estão no site da Câmara dos Deputados. Nenhum repórter teria que suar, portanto, para prestar um serviço relevante aos eleitores. (AQUI, O LINK)


Aos 17 anos, Aécio foi nomeado secretário de gabinete parlamentar na Câmara dos Deputados. Seu pai, Aécio Cunha, era deputado federal pela Arena.


Segundo o site da Câmara, Aécio permaneceu nesta posição até os 21 anos.


Há, aí, um fato intrigante: conforme perfil feito pela insuspeita revista Época, Aécio fazia faculdade no Rio no mesmo período em que era secretário de gabinete.


Algum jornalista se interessou em esclarecer essa suposta ubiquidade meritocrática?


Mundo imperfeito, mundo imperfeito.


Aos 23 anos, de volta a Minas depois da estada no Rio, foi nomeado assessor pelo avô, o governador Tancredo Neves. Como avós sempre encontram méritos nos netos, Aécio poderia hoje dizer que ganhou o cargo graças à meritocracia.


Tancredo morreria em 1985, pouco antes de tomar posse como primeiro presidente civil depois da ditadura militar. (Ele vencera, ao lado do vice Sarney, eleições indiretas.)


Com Sarney na presidência, Aécio deu um salto. Aos 25 anos, era diretor da Caixa Econômica Federal.


O que o candidato Aécio diria, hoje, de um neto de político indicado para uma diretoria da Caixa aos 25?


Aparelhamento?


Como os jornais, que jamais trataram disso, falariam do caso se fosse um neto de Lula?


No Brasil, aparelhamento é quando os adversários fazem nomeações.


Quando você mesmo faz, é meritocracia. FHC nomeou seu genro diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, e o desnomeou depois do divórcio.


Serra deu emprego a Soninha e família na máquina estadual do PSDB.


Mas nada disso é aparelhamento.


A irmã de Aécio ocupa alto cargo público em Minas. O marido dela é peça-chave na campanha de Aécio. Um primo também. CHEQUE AQUI, se tiver dúvida.


Na gestão do presidente Itamar Franco, o pai de Aécio, Aécio Cunha, foi nomeado presidente do Conselho de Administração do BNDES.


Tudo é meritocracia, naturalmente.


Graças à meritocracia à Aécio, Minas sob seu governo ficou em 22.o lugar entre os 27 estados brasileiros em crescimento econômico entre 2002 e 2010, segundo o IBGE.


O silêncio da mídia permite bravatas meritocráticas a Aécio. E não só meritocráticas: ele se sente protegido o suficiente para falar em “decência” mesmo depois de construir, com dinheiro público, um aeroporto numa fazenda da família.


Este silêncio é obsequioso, mas não gratuito. Caso Aécio se eleja, as grandes empresas de mídia podem se preparar para as copiosas quantidades de dinheiro público que choverão nelas em anúncios governamentais.


E em resposta à chuva de publicidade, o Brasil subitamente melhorará nas análises de Jabor, Merval, Míriam Leitão. A corrupção desaparecerá dos telejornais, dos jornais, das revistas. Se nem a compra da reeleição de FHC foi notícia, o que haverá de ser?


Como disse um genial economista conservador, “não existe almoço grátis”.

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Dilma: não dou sinal ao mercado. Isso é coisa do outro “Onde estão os envolvidos em escândalos como o Sivam e a Pasta Rosa ? Estão todos soltos !”


No Conversa Afiada

A Presidenta Dilma Rousseff fez duros comentários sobre a Operação Lava-jato ao comparar as investigações feitas nos governos do PT com as do PSDB, período em que Fernando Henrique Cardoso presidiu o país. “(As denúncias) Não são um ponto fora da curva. É que antes não se investigava. Quem não investiga, não acha”, declarou a candidata à reeleição em coletiva no Palácio da Alvorada nesta segunda-feira (13).

“Onde estão todos aqueles envolvidos em escândalos anteriores como Sivam e o da Pasta Rosa?  Estão todos soltos”, continuou Dilma para quem a Lava-jato “tem que ser aberta, pois tudo deverá ser investigado”.

No inicio do mandato do tucano, denúncias de corrupção e tráfico de influências em um contrato de US$ 1,4 bilhão para a criação do Sistema de Vigilância da Amazônia (Sivam) chegaram a derrubar um ministro e dois assessores presidenciais. Logo depois, a Procuradoria-Geral da República arquivou  os processos da chamada “pasta rosa”. Era uma alusão à pasta com documentos citando doações ilegais de banqueiros para campanhas eleitorais de políticos da base de sustentação do governo. 

Confrontada com a intenção de Aécio Neves (PSDB) de acabar com a reeleição, Dilma enfatizou: “Quem propõe o fim da reeleição foi quem criou, em um processo que não houve investigação. Hoje, estão todos soltos. Quero saber que negociação é esta que está por trás da proposta. É uma negociação dos tucanos? Essa é uma proposta que deve vir à mesa de forma clara. Não existe uma proposta teórica sobre reeleição. Tem que ter uma proposta muito concreta. Ninguém consegue fazer um governo efetivo em quatro anos.”

A presidenta participou na tarde de hoje de um ato de mobilização pela reforma política, bandeira do partido após as manifestações de junho de 2013. “Concordo com o fim do financiamento empresarial de campanha, o financiamento deve ser de pessoas físicas. É muito relevante o fim das coligações proporcionais. O mais relevante é o fato que não é possível reforma política sem apoio popular”, defendeu a petista para completar: “Considero que a reforma política é a condição para um efetivo combate à corrupção”.

“Não posso me posicionar sobre uma Assembleia Constituinte porque represento uma coligação, tenho que consultá-la. O centro pra mim é um plebiscito. Quem tem que votar é o povo brasileiro”, ponderou Dilma.

Questionada sobre a declaração de Marina Silva (PSB), que comparou Aécio Neves a Lula, quando o Presidente assinou a Carta aos Brasileiros, Dilma opinou: “A comparação  é infeliz, seja pela trajetória, seja pelo que realizaram. O que Lula fez pelo Brasil foi crescer, empregar. O que Aécio fez foi deixar uma dívida monstruosa no Estado. Lula fez uma revolução. Aécio deixou um estado endividado, sem investir 7 bilhões na saúde e R$ 8 bilhões na educação”, disse.

Dilma também foi perguntada sobre uma carta, que ela enviou a Fernando Henrique Cardoso, em 2011. “Eu mandei mesmo uma carta ao Fernando Henrique Cardoso. A estabilização da moeda é um ganho, mas não significou estabilização da economia. Estabilizar a moeda não é estabilizar a economia. Eles quebraram o país três vezes. Ele deixou o país com desemprego elevado. Vamos separar os cumprimentos, não foi pelo mandato geral dele. Eu não concordo em proibir escolas públicas federais. Os tucanos proibiram”, esclareceu a Presidenta.

Por fim, Dilma afirmou que não divulgará sua equipe econômica do segundo mandato e comentou a atual conjuntura no setor. “Eu não tenho que dar sinal para o mercado, como fez o Aécio, eu tenho que dar sinal para o povo. Nós teremos uma política duríssima contra a inflação, como já tivemos e vamos ter ainda mais. Não tem mágica a fazer. Querer que a gente tenha como impedir que haja flutuação de preços está descartado”, encerrou.


A seguir, outras frases da Presidenta:



Eu concordo com financiamento público de campanha

Não haverá reforma política sem o povo pressionando

Tenho interesse em receber manifestação das diferentes entidades

O Lula tentou três eu tentei uma (vez passar a reforma). É difícil porque essa é uma estão q divide. Só quem pode decidir isso é o povo.

Em parte, o que garante que o brasileiro possa colocar carne, ovo, leite na mesa é que nós criamos empregos

Eles sempre desempregaram. No meu governo foram criados 5 milhões de empregos

É importante lembrar como era antes: a fila dobrava o quarteirão por uma vaga de emprego

Antes de Lula passou por um momento em que as crianças não tinham o que comer

A campanha em questão era composta pelo PSB e pela Rede. O PSB não apóia totalmente uma ou outra. O Coutinho está com a gente

A eleição é algo democrático. Todo mundo tem direito de escolher quem vai apoiar

Todos os debates são importantes para dar uma métrica e esclarecer o eleito

Só tem um jeito de saber quem teve mais apoio, é no dia 26 de outubro

Eu não tenho nenhuma manifestação sobre pesquisa. Não é papel de presidente da república se manifestar sobre isso

Acho que pesquisa é importante. Mas todo mundo que conhece estatística sabe que varia

Eu já cumprimentei o Evo Morales e vou falar com ele amanhã. Ele é um grande presidente

tem muita demagogia em eleição. A imprensa é muito compreensiva com a crise de abastecimento de água de SP

Havendo seca, afeta o preço dos alimentos aqui, nos EUA, em todos os lugares. É temporário. E não tem mágica





Em tempo:


Logo após, a Presidenta Dilma Rousseff recebeu os oito milhões de votos obtidos em plebiscito sobre a reforma política no Brasil. No evento, a petista apontou o que considera diferenças entre o modelo defendido pelo PT e o tutelado pelo PSDB. 

“Eles tentam dizer que farão um governo para os pobres. São 2 projetos de país, que dizem respeito a questões fundamentais. A primeira dessas questões é a prioridade. A nossa prioridade é o social. Nós não achamos que é possível crescer se o nosso povo não crescer junto. Por isso, ao contrário deles, nós empregamos. Eles desempregam. Nós não aceitamos que o salário-mínimo é razão de inflação”, afirmou a candidata à reeleição para a plateia.

No discurso, Dilma enalteceu os programas sociais de seu governo e criticou a ausência deles na gestão de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).  “Eles dizem que vão fazer um governo para os pobres. Como, se eles tiraram o pobre do orçamento? Eles não gostam de uma palavra: gratuito. Se o Pronatec não fosse gratuito, você faria a velha seleção: só quem tivesse dinheiro, poderia fazer o curso. Outra palavra que eles odeiam: subsídio”.

E continuou: “A faixa maior do MCMV é de famílias que ganham 1600 reais e hoje pagam 5% da renda na prestação. Se a família for comprar no mercado, sem subsídio, paga R$ 940. Se ela ganha mil reais, como vai viver? As pessoas moram em área de risco porque não tinham onde morar”.

Aos gritos de “Segura, segura, imperialista, a América Latina será toda socialista”, a Presidenta falou sobre a importância das parcerias com os vizinhos. “Eles fingem que não viram os Brics. Viraram as costas para o Mercosul  .A proposta deles é virar as costas pra América Latina”, disse.

Abaixo, outras frases da Presidenta:


Vocês conseguiram quase 8 milhões de votos. Feitos pela espontânea ação de consulta

Hoje, aqui, a gente reconhece uma atividade que mobilizou 8 milhões de pessoas votando pela força de mudanças

Não serão aqueles no exercício do mandato que reformarão as estruturas do país, mas com a mobilização popular

Acho que tem que expandir essa unidade. 8 milhões é suficiente pra aproximar mais pessoas

Tem que ter paridade homem e mulher nas eleições proporcionais

Eu acho que tem que fazer uma unidade entre pontos fundamentais e levar isso pra frente

Não é possível um combate efeito à corrupção sem reforma política

No dia 26, diante das urnas, temos que pensar qual é o futuro desse país

Em 1998, eles proibiram o governo federal em investir em escolas técnicas

Aí, o Lula acabou com essa proibição, em 2005. O Lula fez 214 escolas técnicas e eu fiz 208

Foi por causa dessas 422 escolas a mais, feitas por Lula e por mim, que nós pudemos fazer o Pronatec




Alisson Matos, editor do Conversa Afiada.

Piketty: Democracia precisa de classe média forte E ainda há quem leve o Naufraga e o Haras Resende a sério …

                                            Cena no Morumbi, SP: os da direita votam no PSDB (Imagem do Twitter da Rede Brasil Atual)

No Conversa Afiada de PHA

As controversas teses em “O capital no século 21″, do economista francês, provocaram críticas, mas também elogios entusiásticos. Em entrevista à DW – e publicada pelo Diário do Centro do Mundo – Thomas Piketty explica algumas das ideias contidas no best-seller.

“Os ricos ficarão sempre cada vez mais rapidamente mais ricos, pois dispõem de um estoque de rendimentos de capital que traz significativamente mais rendimentos do que o trabalho.” “Para a maioria da população, em contrapartida, os rendimentos dos salários não são mais suficientes para que criem reservas.”

Com tais teses, o francês Thomas Piketty vem gerando furor internacional. Ele é professor de economia da Paris School of Economics e da École des Hautes Études en Science Sociales (EHESS), e vive na capital francesa, com a esposa e três filhas. Tendo lecionado no Massachusetts Institute of Technology (MIT), entre outros, há 20 anos ele se ocupa dos temas renda, capital e justiça social.

Seu best-seller Le capital au 21e siècle (O capital no século 21), publicado em 2013, está sendo lançado este mês na Alemanha.


DW: Seu livro é um sucesso de público. Quantas cópias foram vendidas, até agora?

Thomas Piketty: Em inglês e francês, juntos, 800 mil. Em inglês, foram 600 mil.



O senhor acredita que vai conseguir influenciar algo com seu livro?

Minha intenção era convencer o leitor de que os temas renda e prosperidade são importantes demais para serem simplesmente relegados aos estatísticos e economistas. Meu objetivo foi fornecer fundamentos históricos aos leitores, para que possam fazer seus próprios julgamentos. Porém se trata de ciências sociais, no sentido mais amplo, que não são uma ciência exata. Por isso, também não espero que todos os leitores concordem comigo.



Como o sistema econômico deve ser melhorado, para que os assalariados voltem a ter maiores rendimentos com seu trabalho?

Há diferentes soluções. A longo prazo, investindo na educação. Universidades são um instrumento muito poderoso para reduzir a desigualdade. Um dos principais problemas da Europa é que investimos mais dinheiro na redução das nossas dívidas públicas do que na formação universitária. Isso não é bom presságio para o futuro. Deveríamos investir mais nas universidades.



Que outras soluções existem, para que o valor do trabalho cresça?

A tributação progressiva dos altos salários e rendimentos de capital também é importante. Precisamos, portanto, de um sistema tributário que tribute menos aqueles que só vivem de seus salários e entram na vida sem capital nem prosperidade.



Com isso, chegamos à sua declaração central, de que hoje em dia muitos assalariados só conseguem sobreviver com os seus salários. Por que é assim?

No início da geração dos baby boomers[os nascidos no pós-guerra, entre 1946 e 1968], também era possível reservar poupanças, a partir do salário. Pois, com as altas taxas de crescimento econômico, era possível partir do zero e depois, trabalhando, chegar a uma relativa prosperidade e acumular reservas.


No entanto, para as atuais gerações, se você quiser poupar numa cidade grande, então precisa ter um salário muito bom. No entanto, quando se tem uma taxa de crescimento de apenas 1,5%, isso significa que os rendimentos com capital ainda são de 4% a 5% – ou mais, nos investimentos de risco, cerca de 7%, no caso das ações. Com isso, as desigualdades iniciais são reforçadas.



Com que consequências?

Esse estado de coisas reduz a mobilidade social numa sociedade. E, no entanto, a chance de subir à classe rica é uma boa coisa para a eficiência da economia e para o empreendedorismo. A esse respeito, Warren Buffet disse certa vez: ninguém quer que, dos Jogos Olímpicos de 2030, só participem os filhos das equipes de 2000.



O senhor colheu dados dos principais países industrializados e emergentes. São, em maioria, estatísticas de órgãos fiscais. Mas na Alemanha, a riqueza sequer é registrada nas estatísticas.

Precisamos de mais transparência sobre rendimentos e riqueza. E o resultado de uma tributação progressiva do capital e rendas também seria podermos exigir informações confiáveis sobre os grupos de renda.



O senhor defende que haja impostos internacionais. Mas como isso funcionaria? Afinal, os países da União Europeia competem entre si por investidores e capital, com os menores impostos possíveis.

O senhor está certo com esta suposição. Se cada país mantiver seu próprio sistema fiscal, vai ser muito difícil. O resultado é que, já agora, as multinacionais pagam relativamente menos impostos do que empresas pequenas e médias. A Alemanha, França e Itália competem para atrair investidores. Isso permite que os grandes conglomerados joguem com os diferentes sistemas fiscais, conseguindo, no final, pagar impostos relativamente mais baixos. Isso não é ruim somente para o tratamento igualitário, mas também para o crescimento e a eficiência da economia.



Então, o que sugere?

A solução é muito simples: precisamos de uma política fiscal comunitária. Não é possível, com uma moeda única, como o euro, que mantenhamos simultaneamente 18 sistemas fiscais diferentes, que competem uns com os outros, com 18 diferentes dívidas públicas e 18 diferentes taxas de juros dos títulos estatais. Precisamos, portanto, uma união fiscal e política muito mais coesa na Europa, começando com um pequeno grupo de países e depois, com vários.



De onde o senhor tira o otimismo de que isso venha a funcionar?

Durante a coleta de informações sobre depósitos de capital dos bancos, conseguimos obter essas informações, mas isso leva tempo e exige uma disposição para se implementar sanções. Não podemos pedir educadamente que os paraísos fiscais deixem, finalmente, de ser paraísos fiscais. Na Europa, fomos extremamente ingênuos em nossa abordagem. A Suíça agora fornece automaticamente informações bancárias sobre seus clientes. E isso apenas porque os Estados Unidos impuseram sanções contra os bancos suíços.



Quais são as consequências para a classe média do acúmulo de capital nas mãos dos mais ricos?

Precisamos de uma classe média forte, para o crescimento e para o funcionamento da democracia. Europa ainda é estruturada de forma mais igualitária do que um século atrás, e mais igualitária ainda do que os Estados Unidos. Mas nos EUA, a concentração de renda e riqueza é tão forte que muitos acreditam que isso poderia comprometer a democracia. Grupos individuais poderiam dominar a política. Nos EUA, há dinheiro privado ilimitado na política. Esse é um problema real.



Como o senhor avalia a situação econômica na Europa e nos EUA?

Em Paris e na zona do euro, a economia está estagnada, as taxas de crescimento tendem a zero, assim como a inflação. O desemprego está aumentando. O que acho particularmente triste é que nossa dívida pública inicial não era mais dramática do que nos EUA, no Reino Unido ou no Japão. Mas aqui permitimos com que a grande crise da dívida desembocasse numa crise de confiança, esse é o nosso principal problema.



Como esses problemas se manifestam para as pessoas na rua?

Em alguns países europeus, um quarto da geração jovem está desempregado. E mesmo quando as pessoas têm uma renda, é extremamente difícil formar capital. O grande perigo na Europa é que cada vez mais gente tem a impressão de que a globalização não está funcionando para elas ou de que os ganhos dos donos do capital são desproporcionalmente grandes. Acho isso perigoso, pois favorece aos movimentos extremistas.


Os adeptos de uma ordem econômica liberal dizem que no momento dinheiro suficiente está sendo impresso e distribuído de forma justa, e que os altos lucros do capital não são simplesmente tomados dos trabalhadores.


Mas a questão é: será que é bom para a eficiência do sistema econômico os executivos ganharem 10 milhões de dólares? Eu estudei os dados de cuidadosamente e não encontrei nenhuma prova de que isso faça sentido. Afinal de contas, são os custos com que o resto da economia arca, e que incidem sobre os salários baixos e médios.



Em tempo: sobre artigo de Andre Haras Resende – na precisa definição de Ricardo Melo – em que tenta se opor a Piketty, leia aqui.  Sobre o Armínio Naufraga, que se opõe ao salário mínimo e quer fechar o Banco do Brasil, seria bom ver como o Mantega o massacrou, segundo o Financial Times.

Em tempo2: a Historiografia Econômica Mundial aguarda ansiosa o momento inesquecível em que a Urubóloga – o melhor pensador neolibelês que o Brasil produziu – desconstruirá as teses de Piketty. O francês não perde por esperar…

Em tempo3: Não deixe de ver que outro francês, o Nobel Tirole, vai pra cima da Globo.


Paulo Henrique Amorim