sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Ibope: Dilma dispara no voto masculino

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Por que temos que nos sujeitar ao controle manipulatório da "grande" mídia?
A matéria abaixo, de Miguel do Rosário, extraída do Tijolaço, além de trazer sugestões de mudança na questão da relação Globo/Ibope, pode nos ajudar a entender melhor as pesquisas eleitorais.
Insisto, o que acontece na eleição brasileira, o financiamento privado, a ligação estreita de parte da  mídia com os institutos de pesquisa - que é o caso Globo/Ibope - o grupo Globo é o principal financiador do instituto etc., é cópia do modelo dos EUA.
Por que insisto nesse tema?
Por diversos motivos, um deles é o fato de lá, as elites terem historicamente criado um grupo pequeno de anglo-saxões (brancos ricos), que controlam o poder, principalmente o central, impedindo que qualquer outro grupo se aproxime do poder. Isso provocou, ao longo do século XX grandes perdas à sociedade e aos trabalhadores daquele país, entre outras coisas.
Aqui, a elite conservadora, orientada pelos ideias do DEM e, principalmente do PSDB, vem tentando implantar um modelo de desenvolvimento econômico social que, nos últimos doze anos tinha sido deixado no segundo plano.
Não defendo rompimento nenhum com os EUA, comercialmente são importantes para nossas relações econômicas internacionais, mas para por aí.
Precisamos continuar nossa trajetória, criada e impulsionada no início dos anos 2000, autônoma e independente, que nos coloca no cenário de nações que sempre deveríamos estar.
Imitar os EUA em quase tudo, principalmente na questão das campanhas eleitorais pode ser um tiro no pé, além desse modelo priorizar os grandes partidos políticos, a maioria ligados diretamente aos interesses dos conservadores.

por José Gilbert Arruda Martins (Professor)


por Miguel do Rosário
Tenho uma novidade bem instigante para contar, mas antes um preâmbulo.
O Ibope divulgou hoje a íntegra do relatório de sua última pesquisa. Vamos lá fazer nossa tradicional análise comparativa entre a última pesquisa, do dia 08 de setembro e esta mais recente, do dia 15.
Com algumas referências para a pesquisa anterior, do dia 02 de setembro.
Alguns leitores, céticos em relação ao Ibope, sobretudo depois que descobriram que a Globo é patrocinadora de quase todas as pesquisas do instituto, reclamam que eu não deveria nem analisar esses dados, para não “legitimá-los”.
Caros amigos e belas amigas, não posso agir assim.
Concordo que devemos manter o desconfiômetro ligado em intensidade máxima, porque de fato é um desequilíbrio democrático que ao problema da concentração midiática se some o problema da concentração de pesquisas.
Os mesmos donos da mídia bancam as pesquisas, ou, o que é muito pior, o mesmo dono da mídia – a Globo – banca “a” pesquisa.
Ibope/Datafolha, bancados pelo mesmo patrocinador, tornam-se um só. E isso é o fim da picada.
Eu posso até conceder, e por isso lhes dou atenção, que as principais pesquisas no Brasil são sérias e feitas com profissionalismo.
Mas as perguntas são escolhidas pelo patrocinador.
A data em que é divulgada é escolhida pelo patrocinador.
Com isso, a mídia controla a agenda política, e isso constitui, na doutrina democrática, uma agressão à soberania popular, pois a agenda política deveria ser livre e plural.
Numa reforma política, podia-se aprovar o aporte de recursos públicos para que órgãos mais imparciais, como as universidades, assumissem a linha de frente na produção de pesquisas no Brasil. Cada pesquisa contaria com auditoria externa e independente, inclusive internacional.
Que houvesse regras para não transferirmos o monopólio da mídia para o monopólio do mercado de pesquisas.
Que houvesse um calendário pré-definido de divulgação e perguntas sugeridas pelos diferentes campos políticos.
Enfim, regras que pudessem nos acalmar, para nos concentrarmos no debate político propriamente dito.
Enquanto isso não acontece, permita-me continuar fazendo minhas análises. Mesmo que se desconfie de seus resultados finais, é preciso compreender que as pesquisas oferecem lógicas internas que nos permitem examinar as entranhas da formação do voto.
Há várias eleições que analiso pesquisas de intenção de voto. É um hábito que herdei do jornalismo econômico, no qual trabalhei por muitos anos.
Há uma poesia tranquila nos números, e há sempre segredos ávidos por serem desvelados.
Por exemplo, eu descobri uma fórmula que me permite, através da pesquisa de agora, antever o resultado da próxima.
É o voto masculino.
O voto masculino antecede o voto feminino. Não sei bem porque. Pelo número de votos em branco e indecisos, suponho que a mulher é um pouco mais prudente e criteriosa na escolha de seu candidato. Ela costuma demorar um pouco mais a tomar sua decisão eleitoral.
Mas a tendência é o voto geral assumir a feição do voto masculino. Não porque a mulher imite o homem. Hoje em dia, acreditaria antes no contrário, como inclusive ironiza a propaganda do Tiririca, na qual a mulher manda o marido votar no deputado.
A razão é mais prosaica. A formação do voto não segue parâmetro de gênero sexual, e sim de renda, instrução, idade e região. E em qualquer faixa de renda, instrução, idade ou região, há sempre o mesmo número de homens e mulheres. O que ditará o voto será a tendência psicossocial de um desses setores do eleitorado. E o voto masculino aponta essa tendência.
Não é de hoje que eu defendo essa teoria. Desde 2010 que venho fazendo exercícios de análise neste sentido, e comprovando-a empiricamente.
Por exemplo, no Ibope do dia 02 de setembro, Marina tinha 33% das intenções de voto, sendo 31% entre homens e 35% entre mulheres. Na pesquisa seguinte, do dia 08 do mesmo mês, a sua média de votos cai para 31%, ou seja, para o mesmo nível do voto masculino da pesquisa anterior.
Outro exemplo: Dilma tinha 37% na pesquisa Ibope feita no início de setembro, sendo 39% entre homens e 35% entre mulheres. Na pesquisa seguinte, ela marca… 39% na média geral.
E como está Marina hoje, na pesquisa feita no dia 15 de setembro? A candidata do PSB tem 30%, sendo 28% entre homens e 31% entre mulheres.
Se eu estiver certo, na próxima pesquisa Ibope, Marina terá em torno de 28%.
E Dilma? Ela tem 36% na média, sendo 39% entre homens e 34% entre mulheres.
Se eu estiver certo, na próxima pesquisa ela voltará aos 39% na média.
Considerando apenas o público masculino, que tem índices menores de indecisos, Dilma ampliou sua vantagem sobre Marina, na última pesquisa Ibope, de 8 para 11 pontos. A petista tem 39%, contra 28% de Marina, entre os votos masculinos.
Se a minha teoria estiver correta, portanto, Dilma ampliará a vantagem sobre Marina na próxima pesquisa.
Cálculo parecido se faz para o segundo turno: entre os homens, Dilma e Marina estão empatadas com 42%. A vantagem de Marina entre homens, no segundo turno, que era de 6 pontos no início do mês, caiu para 1 pontos no dia 08 e agora é zero.
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TSE, sob pedido de Marina Silva, censura Muda Mais

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Essa é a pior baixaria numa campanha eleitoral.
Silenciar o adversário através de artifícios judiciais é o fim da picada.
A decisão do ministro Herman Benjamin, do TSE, afeta a liberdade de expressão no país.
Aécio Neves processa tuiteiros, aciona Ministério Público para prender críticos e apreender seus computadores.
Marina Silva segue a mesma linha. Depois do coitadismo, tentando criminalizar a necessária crítica às suas posições, sua campanha agora assume a tática de substituir o debate pelo tapetão.
O tecnicismo antidemocrático de setores do judiciário, desatento ao espírito da liberdade que preside a nossa Constituição, favorece esse tipo de estratégia.
Triste será ver a nossa mídia, que sempre faz críticas duras à judicialização absolutamente desregulamentada da contestação do poder político ao jornalismo de denúncia, perder a oportunidade de defender a liberdade.
Se há algum problema apenas puramente jurídico no site Muda Mais, o TSE deveria lhe dar tempo para regularizar a situação, e não tentar silenciar o debate através de uma truculência judicial descomprometida com a questão da liberdade e da democracia.
É incrível ainda que o TSE tenha aprovado a circulação da propaganda do Empiricus, que fazia propaganda negativa descarada contra Dilma, e agora pretenda, através da decisão monocrática de um ministro, proibir um site político absolutamente transparente.
*Texto publicado no site do TSE.
TSE determina retirada do ar de site ilegal com propaganda de Dilma Rousseff
O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Herman Benjamin deferiu liminar pedida por Marina Silva e a coligação Unidos pelo Brasil, que a apoia para o cargo de presidente da República, contra a coligação Com a Força do Povo, que apoia Dilma Rousseff. A medida atinge também Franklin Martins e a empresa Polis Propaganda & Marketing Ltda por suposta utilização, na campanha eleitoral, de site de internet ilegal e não registrado. A decisão é para que se retire o site do ar, sob pena de multa diária.
Marina Silva e sua coligação afirmam que a campanha eleitoral da candidata Dilma Rousseff foi iniciada por meio de dois sites na internet: www.dilma.com.br e www.mudamais.com. Este último, sob o comando do ex-ministro Franklin Martins, seria um dos sites oficiais da candidata até ser “desvinculado”.
Alegam que, apesar de o site www.mudamais.com ter sido substituído no registro de candidatura de Dilma Rousseff o site continua sendo usando como portal de campanha.
Sustentam que a empresa Digital Polis, detentora do registro do site www.dilma.com.br, é o braço de internet da Polis Propaganda, “empresa em cujo nome está o www.mudamais.com” , e, ainda, que os dois endereços eletrônicos “são mantidos e alimentados pela mesma equipe com o mesmo grau de sofisticação e com conteúdos exclusivos e semelhantes entre si”.
O pedido de liminar sustenta que houve violação ao artigo 20 da Resolução do TSE 23.404, pois “o mudamais não é registrado pela candidata na Justiça Eleitoral, não é registrado pelo partido ou pela coligação e não é blog, rede social, sítio de mensagens instantâneas ou assemelhados”.
Na decisão, o ministro afirma que a propaganda eleitoral na internet, permitida após o dia 5 de julho do ano da eleição, pode ser realizada em sítio do candidato, do partido ou da coligação, com endereço eletrônico comunicado à Justiça Eleitoral e hospedado, direta ou indiretamente, em provedor de serviço de internet estabelecido no país.
No caso, justificou o ministro, o endereço eletrônico referente à página www.mudamais.com não está registrado na Justiça Eleitoral como sítio da candidata Dilma Rousseff ou da coligação Com a Força do Povo.
De acordo com a Lei das Eleições (Lei 9504/1997), na internet, é vedada, ainda que gratuitamente, a veiculação de propaganda em sítios de “pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos”. O responsável pela divulgação da propaganda e, quando comprovado seu prévio conhecimento, o beneficiário sujeitam-se à multa de R$ 5 mil a R$ 30 mil.
O ministro disse entender que o sítio www.mudamais.com transgride a proibição conferida pela legislação “pois, apesar de estar desvinculado da campanha da candidata Dilma Rousseff e registrado em nome de pessoa jurídica (Polis Propaganda & Marketing Ltda.), continua veiculando propaganda eleitoral (irregular) em favor daquela”.
Afirmou ainda que a manutenção da referida página na internet, “por pessoa jurídica não identificada como personagem do pleito, com forte conteúdo eleitoral favorável a um dos candidatos, poderá provocar desequilíbrio na disputa eleitoral”.
BB/FP
Processo relacionado: Rp 128704

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

1° Feira do Livro e da Arte Setor Leste



PROJETO FEIRA DO LIVRO E MOSTRA ARTÍSTICA



PROFESSORES COORDENADORES/ORGANIZADORES:
Alexandre (Filosofia), Gilbert (História) Rosana (Artes)

“Ser culto para ser livre” José Martí


APRESENTAÇÃO

Com o objetivo de celebrar e promover a leitura junto aos estudantes, foi pensada a FLACSL – Feira do livro e da arte do Cem Setor Leste -, o livro pode ser caminhos para uma vida mais digna, portanto deve ser incentivado a leitura. A arte é “forma de expressão subjetiva do ser humano”, para entendermos melhor a arte é preciso compreendê-la dentro de um contexto de sua produção cultural, por isso a importância de enxergar o que nossos alunos e alunas estão produzindo.
O Projeto Feira do Livro e da arte hora apresentado à comunidade escolar, vem ao encontro de um cenário repleto de projetos e produção de ideias que fazem do Cem Setor Leste uma das mais importantes escolas de Ensino Médio do Distrito Federal.
Aqui é centro catalisador de novas experiências. A escola produz ensino-aprendizagem nas aulas de sala, nas quadras, nas piscinas, no auditório em todos os cantos.
A ideia de criar mais um espaço de homenagem ao livro e a arte surgiu da necessidade de complementar o que o corpo docente e discente já vêm produzindo nas aulas. E, como a escola respira projetos – (Re) vivendo êxodos, Festival de Teatro, Curtas, Gastronomia, Horta, Click Humano etc. -, acreditamos que o Projeto Feira do Livro e da arte, vem para somar, para impulsionar o amor à leitura.
Alunos e alunas das primeiras séries do colégio, terão a oportunidade de ver, manusear, ler, emprestar, trocar...os mais variados livros, de autores e títulos diversos.
O livro é porta de entrada para uma vida mais plena de beleza, de novas experiências, de viagens ao imaginário, de preparação para novas conquistas. O livro é caminho para a construção de jovens mais cultos, felizes, esperançosos, politizados. O livro é roteiro de construção de uma sociedade mais justa, humana e democrática.

OBJETIVOS
·        Celebrar, promover e incentivar a importância do livro, da leitura e da arte na escola e na vida dos estudantes.
JUSTIFICATIVA
O Cem Setor Leste recebe todos os anos jovens de todo o Distrito Federal. Em sua maioria, oriundos de famílias de trabalhadores onde o livro e a arte, infelizmente, não fazem parte de suas vidas. Muitos desses estudantes nunca entraram em contato com um livro, a não ser o didático, o livro de sala de aula, e esse livro pode também ser o único. A maioria chega à escola sem nenhum hábito de leitura, por isso mesmo leem mal, e, por isso mesmo não conseguem escrever de forma correta.
A feira pode ser um espaço de pensar como a leitura e a arte podem fazer a diferença na vida desses jovens. Talvez possamos despertar neles a percepção do prazer em ler, em curtir uma pintura, uma escultura e que isso entre no seu cotidiano como o pão, o arroz e o feijão.
POPULAÇÃO ALVO
Estudantes e Educadores do Cem Setor Leste.
LOCAL
Pátio interno da escola (frente às salas de aula)
DATAS DO EVENTO/CRONOGRAMA
Dias 1°, 2 e 3 de outubro de 2014 (quarta, quinta e sexta-feira)
ENCERRAMENTO
Dia 3 de outubro (Sexta-feira), as 18h.
HORÁRIO
Das 13h30 às 18h30
HORÁRIO DE VISITAÇÃO DOS ESTUDANTES DAS 1ª. SÉRIES
Nos intervalos (haverá aula normal todos os dias)
REGRAS DO EVENTO
·        Cada aluno/aluna deverá trazer um livro, revista, gibi – que deverão estar em perfeito estado de conservação.
·        Cada livro ou gibi deverá constar: Nome completo do estudante, série, turma e se o livro/gibi será para: Apenas exposição, Empréstimo ou Troca.
·        O livro/gibi deverá ser entregue a um dos professores coordenadores para anotação da em ficha de participação do aluno (a) no evento.
·        Todos os alunos e alunas que participarem com um ou mais livros/gibis, receberá 0,5 (zero vírgula cinco pontos) extra na composição da nora do quarto bimestre no corrente ano letivo (2014) em cada uma das disciplinas dos professores e professoras que concordaram em participar.
·        A escola Cem Setor Leste e os Educadores não se responsabilizarão por quaisquer problemas que possam porventura acontecer ao (s) livro (s) ou gibis expostos na feira. A responsabilidade é única e exclusiva do aluno (a) participante.
·        Os livros e gibis serão expostos presos nas árvores na parte interna da escola – próximo às salas de aula por três dias.
·        No último dia do evento, 3 de outubro, sexta-feira, haverá sorteios de livros.
·        Os professores responsáveis ou a escola providenciarão o nylon para dependurar os livros nas árvores.

ANEXOS

Cartaz para divulgação:


1ª. FEIRA DO LIVRO e da ARTE do CEM SETOR LESTE
Você pode participar, traga para a escola até dia 30/09 um ou mais Livros ou Gibis para apenas expor, emprestar ou trocar.
Procure os professores (as) organizadores.
LOCAL: Pátio Interno da escola.
DATA: de 1° a 3 de outubro/2014
HORÁRIO: Intervalo das aulas.
QUEM PODE PARTICIPAR: Estudantes e Educadores do Setor Leste

“Ser culto para ser livre” José Martí




Por um BRICS para os povos


Chefes de Estado dos BRICS, posam para foto, após 6ª reunião de cúpula do grupo, em julho, em Fortaleza
                   Chefes de Estado dos BRICS, posam para foto, após 6ª reunião de cúpula do grupo, em julho, em Fortaleza


Bloco parece de fato disposto a questionar hegemonia das potências ocidentais. Mas será possível levá-lo a considerar nova ordem mundial? 
Por Fátima Melo
Os resultados da VI Cúpula dos BRICS, expressos na Declaração de Fortaleza, evidenciam que o bloco passou a dar passos concretos em iniciativas de grande importância na disputa por uma nova ordem global que encontra-se em um longo processo de reconfiguração desde o fim da Guerra Fria.
A criação do Novo Banco de Desenvolvimento e do Arranjo Contingente de Reservas dão concretude à demanda por democratização da arquitetura financeira internacional e pela reforma das instituições de Bretton Woods. Mas a Declaração de Fortaleza não para por aí e afirma a disposição do bloco em atuar em uma ampla gama de temas estratégicos em disputa na arena global: sempre reiterando a centralidade das Nações Unidas, os BRICS se posicionam claramente em relação aos conflitos na Síria, no Irã e a questão nuclear, Afeganistão, Iraque, Ucrânia, Palestina, e reafirmam “a necessidade de uma reforma abrangente das Nações Unidas, incluindo seu Conselho de Segurança, com vistas a torná-lo mais representativo, eficaz e eficiente, de modo que possa responder adequadamente a desafios globais. China e Rússia reiteram a importância que atribuem ao status e papel de Brasil, Índia e África do Sul em assuntos internacionais e apoiam sua aspiração de desempenhar um papel maior nas Nações Unidas” (parágrafo 25). Somada à ênfase no reforço ao multilateralismo, a VI Cúpula dos BRICS deu clara sinalização de interesse no fortalecimento da articulação com a UNASUL, dando continuidade ao movimento feito na V Cúpula, realizada em Durban, quando também houve reunião com países africanos.
Não há dúvida que os BRICS incomodam as potências tradicionais. A população dos cinco países chega a quase metade da população e força de trabalho mundial; o território somado entre os membros do bloco ocupa um quarto da área do planeta; seus membros têm um papel central em suas respectivas regiões; o PIB do bloco tem peso percentual expressivo e crescente no PIB mundial; e o bloco começa a fazer movimentos concretos de disputa nas arenas econômica, financeira e estratégica. Um sinal evidente de que os BRICS estão incomodando foi o anúncio de novas sanções contra a Rússia feito pelo governo dos EUA no mesmo dia da reunião do bloco com a UNASUL.

A VI Cúpula escolheu como tema o “Crescimento Inclusivo: Soluções Sustentáveis”, e é precisamente no tema escolhido como principal que se encontram os maiores bloqueios e desafios a serem enfrentados pelo bloco. Se por um lado há que se louvar o destaque e frequência conferidos ao desenvolvimento sustentável na Declaração de Fortaleza, por outro não é possível encontrar nenhuma definição sobre o significado do termo ao longo do documento, o que dificulta a compreensão do sentido dado pelo bloco aos parágrafos dedicados à agenda das Nações Unidas sobre diversidade biológica, mudanças climáticas, energia, agenda pós-2015, Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, educação, direitos reprodutivos e agricultura familiar. O Novo Banco de Desenvolvimento também foi criado para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, mas nas resoluções da VI Cúpula sobre o banco não existe qualquer definição ou qualificação do significado do termo.
Apesar do destaque dado à narrativa do desenvolvimento sustentável, os bloqueios relacionados à inclusão social com sustentabilidade são o problema central e estratégico para o futuro do bloco pois expõem a natureza do modelo de desenvolvimento dos países membros, baseado em fortes desigualdades sociais e na exploração intensiva de recursos naturais. Todos os membros dos BRICS possuem taxas elevadíssimas e crescentes de concentração da renda, exceto o Brasil cuja valorização do salário mínimo e programas de inclusão social realizados na última década resultaram em redução das desigualdades, embora o país continue sendo um dos mais desiguais na América Latina, que por sua vez é a região mais desigual do mundo.
Diálogos sobre Desenvolvimento: os BRICS na perspectiva dos Povos – Os países do bloco e seus entornos regionais encontram-se em acelerado processo de reprimarização de suas exportações em resposta a demanda da China por recursos naturais, que importa dos países do bloco e de seus vizinhos minérios, combustíveis fósseis, soja e outros produtos agrícolas produzidos em amplas extensões de monocultivos intensivos no uso de pesticidas e agrotóxicos e de baixo emprego de força de trabalho, ao mesmo tempo em que a importação de manufaturas chinesas produzidas em condições de trabalho aviltantes empurra nossas economias para a desindustrialização e pressiona pelo rebaixamento de direitos dos trabalhadores. Produtos primários e manufaturas baseadas em recursos naturais representam mais de 85% das exportações da América Latina para a China (*). A contrapartida da intensificação de um modelo baseado na extração de recursos naturais são os frequentes conflitos de terra e violações de direitos territoriais por parte de empresas do agronegócio e da extração mineral contra camponeses, indígenas, pescadores e quilombolas. No caso do Brasil, a especialização primário-exportadora se viabiliza contando com a elevada concentração da propriedade da terra e com a fragilização e flexibilização da legislação de defesa de direitos duramente conquistados. No caso da África do Sul, a economia centrada na extração mineral é acompanhada de elevadas taxas de emissões de gases do efeito estufa e graves violações de direitos humanos de trabalhadores, cujo símbolo mais gritante é o conhecido massacre de Marikana.
Em paralelo a VI Cúpula dos BRICS, foi realizada a IIIa Cúpula Sindical dos BRICS cuja ênfase foi a defesa dos direitos dos trabalhadores do bloco contra a pressão por rebaixamento e precarização, e a tentativa de harmonização destes direitos pelos mais altos padrões. Foram realizados também os “Diálogos sobre Desenvolvimento – Os BRICS na Perspectiva dos Povos”, onde organizações e movimentos sociais dos países do bloco e de países que serão atingidos pelos projetos do Novo Banco de Desenvolvimento debateram e articularam suas lutas por direitos frente ao avanço dos investimentos e empresas extrativas sobre seus territórios. Os temores de que o Novo Banco reproduza o padrão de injustiças socioambientais dos investimentos de bancos nacionais de desenvolvimento de alguns de seus membros, como é o caso do BNDES, se somaram a decisão de que os povos dos países membros passarão a articular de forma mais intensa suas lutas por direitos. Frente ao avanço da mineração, da usurpação de terras, da precarização das condições de trabalho, da exploração de combustíveis fósseis e expulsão de camponeses e populações tradicionais de suas terras, é preciso articular lutas locais, nacionais e entre os países do bloco.
Diante da indefinição por parte dos governos sobre o que se entende por desenvolvimento sustentável, os povos dos BRICS deverão demandar que o bloco priorize um novo caminho de desenvolvimento com ênfase na distribuição da renda e riqueza, valorização do trabalho e dos salários, fortalecimento dos direitos das maiorias, que defina limites à voracidade das empresas dos países do bloco que avançam sobre os territórios e usurpam direitos, que estabeleça formas de regulação social e ambiental para os financiamentos do Novo Banco. Os projetos de infraestrutura a serem financiados pelo Novo Banco, ao invés de repetirem os desastres socioambientais cometidos pelos bancos nacionais de desenvolvimento, devem dar prioridade a infraestrutura de moradia, saneamento, saúde, educação, apoio a sistemas de produção de alimentos camponeses e familiares, entre tantas outras necessidades urgentes para a conquista de direitos para as maiorias nos cinco países.
Durante a VI Cúpula dos BRICS os trabalhadores, organizações e movimentos sociais demonstraram de forma contundente que não apenas o Fórum Empresarial e o Fórum Acadêmico devem ser considerados. Os povos dos países do bloco, suas lutas e demandas, precisam ser ouvidos. Embora haja resistências de outros membros do bloco, espera-se que o Brasil acolha a demanda pela criação do Conselho Nacional sobre Política Externa, pois este será o espaço institucional adequado de consulta e diálogo sobre os BRICS e demais temas da agenda de política externa no país.



Desinformação e enganação. - Fraude sobre o Programa Bolsa Família - PBF

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Revoltante!

Sem dúvida. A desinformação faz com que pessoas, às vezes até bem intencionadas, se revoltem contra coisas que, de fato, não ocorrem.

A contra-propaganda é usada desde tempos imemoriais e tem por finalidade exatamente isso: iludir e enganar as pessoas. É uma espécie de conto do vigário em que o vigarista não leva dinheiro da vítima, mas leva a sua mente.

Neste caso, imagem de suposto contra-cheque mostra ganhos de R$2.600,00 de participante do bolsa-família. Mas é uma montagem. Uma fraude.

Uma das versões do documento forjado informa os valores de 166,00 e 38,00. Outra versão contêm os valores de 660,00 e 138,00. Seriam dois participantes diferentes, igualmente sem nome?

Fraude primária e os valores do "contracheque" podem ser facilmente alterados. Se eu achar que os valores são muito baixos, posso criar um novo documento aumentando a renda do beneficiário. Que tal suposto participante do bolsa família que recebe R$22.600,00 por mês? Nada mal!

Extrato falso do Programa Bolsa Família

Não é necessário ser um exímio usuário do Photoshop. Basta usar os comandos Ctrl C + Ctrl V e pronto. Você mesmo escolhe o valor da farsa. A soma não corresponde aos valores das parcelas? Não importa. Tudo é falso mesmo.

De qualquer forma, nenhum dos documentos possui o nome do recebedor, o que confirma a fraude.

Um dos comentários encontrados exala preconceito, ódio e desinformação. Para o seu autor, é preciso fazer faculdade, e faculdade pública, fazer concurso, certamente concurso público, para pagar a conta desse peso morto. E acrescenta: tive que ...ser inteligente pra gerenciar a minha vida.
Teve que ser inteligente?

Vejamos:

Fraude sobre o Programa Bolsa Família - PBF o documento não possui o nome do recebedor;

Fraude sobre o Programa Bolsa Família - PBF o valor máximo possível do Bolsa Família é de R$ 336,00 por família.


Conclusão: mais uma fraude na linha 
mentiras, desinformação e contra-informação. Lembre-se de que em ano de eleições as mentiras aumentam e vêm de todos os lados.

"O valor do benefício básico do Bolsa Família foi reajustado em 10%, passando de R$ 70 para R$ 77 mensais... A correção também vale para os benefícios variáveis do programa, pagos a famílias que tenham crianças ou adolescentes até 15 anos, gestantes ou bebês de até 6 meses. Nesses casos, o valor subiu de R$ 32 para R$ 35. Esses benefícios variáveis são limitados a cinco por família, atingido o valor máximo de R$ 175..."

Maranhão.

"... 60% da população do Maranhão só come porque recebe os 150 reais (no maximo) do Bolsa Família. E não é só o Maranhão. No Piauí, são 59%. Em Alagoas, 58%. Na Paraíba, 55%. No Ceará e Pernambuco, 53%. Abaixo de 50%, a Bahia e Roraima com mais de 49%. Rio Grande do Norte, 48%. Acre, 47%. Sergipe, 46%. Tocantins, 45%. Pará, 42% (sem data)....

"Junco do Maranhão: 95,7% de sua população vivem do Bolsa Família. Em Brejo de Areia, no Maranhão, são 95,3%. Em Poção de Pedras, também no Maranhão, 88,4%. Em São Raimundo do Doca Bezerra, sempre no Maranhão, 86,1%. Em São Luis Gonzaga do Maranhão, 86,1%. Em Paulo Ramos, mais uma vez no Maranhão, 83,9%. É a maior concentração de miséria do país."

O benefício é pago para 14 milhões de famílias; valor básico é de 70 reais.

"O valor pago por gestante, nutriz, criança ou adolescente de até 15 anos de idade sobe de R$ 32 para R$ 35, até o limite de R$ 175 mensais por família. O benefício para o adolescente de até 17 anos passa de R$ 38 para R$ 42 mensais, até o limite de R$ 84 mensais por família. O valor médio do benefício das famílias em situação de extrema pobreza sobe de R$ 216 para R$ 242."

Veja o Documentário DR. Melgaço - Diário do Centro do Mundo. Melgaço - PA é a cidade de IDH mais baixo do Brasil.

As discretas Invasões da Burguesia

Uma das seis magníficas piscinas do Clube Pinheiros, onde título de sócio custa cerca de R$ 100 mil. Revista Época considerou-o "o melhor de S.Paulo", mas não informou que ocupa irregularmente área pública
Uma das seis magníficas piscinas do Clube Pinheiros, onde título de sócio custa cerca de R$ 100 mil. Revista Época considerou-o “o melhor de S.Paulo”, mas omitiu que ocupa irregularmente área pública.

Fonte: Outras Palavras

A matéria abaixo do colunista Guilherme Boulos é ratificação de um poder que tomou conta do Estado e do melhor que esse país já produziu e produz.
A elite e os conservadores desse país sempre se disseram contra a intervenção do Estado, sempre foram contra a interferência do poder público mas, sempre, historicamente, usufruíram das benesses que o Estado brasileiro e o poder puderam lhes proporcionar. 
É pura e singela ilusão achar que esses caras são adeptos do "livre" mercado. Podem até divulgar que são, mas na realidade esse discurso esconde uma fome profunda das elites pelas coisas públicas.
Sempre foi assim. As elites se apoderaram da vida pública do Estado brasileiro e ganharam com isso.
A lorota do "livre" mercado é fala aos cabeças de parafusos.
É esse tipo de visão que o PSDB quer levar com o candidato Aécio ao país como um todo?
A sociedade brasileira vai enxergar e diferenciar esse tipo de modelo de administração?
O PSDB ganha eleição há mais de 20 anos em São Paulo por que tem o apoio político e financeiro da elite paulistana.
Alkmin, defendendo interesses desse grupo, ataca os trabalhadores, jovens e os pobres.

por José Gilbert Arruda Martins (Professor)

Clubes seletos. Bancos. Faculdades privadas. Associação de Magistrados. Em S.Paulo, organizações privadas surrupiam áreas públicas, mas mídia silencia e governador tolera
Por Guilherme Boulos
Não vamos falar aqui de Pedro Álvares Cabral, muito embora a origem das escrituras de imóveis privados sobre áreas públicas esteja nas capitanias hereditárias dos portugueses. Já faz muito tempo e ninguém mais se interessa pelo assunto.
O que gera furor é quando os sem-teto descamisados ocupam áreas ou edifícios ociosos para poderem ali morar. É um ataque ao direito e à lei. Onde já se viu, invadir o que é dos outros? Forma-se então uma “Santa Aliança” entre promotores, o Judiciário e políticos de plantão em defesa do Direito à Propriedade.
“Invadiu, tem que ‘desinvadir’!”, disse certa vez o governador de São Paulo para delírio da elite paulista.
Pois bem, é preciso ser coerente. Invadiu, tem que “desinvadir”? Vamos lá. Apenas na cidade de São Paulo, as áreas públicas invadidas ou com concessão de uso irregular para a iniciativa privada representam mais de R$600 milhões de prejuízo anual para o poder público. A CPI das áreas públicas de 2001 mostrou que as 40 maiores invasões privadas representavam na época 731 mil m² de área.
E quem são os invasores?
Comecemos pelo setor de divertimentos. Os clubes Pinheiros, Ipê, Espéria, Paineiras do Morumby e Alto de Pinheiros estão total ou parcialmente em áreas públicas e com cessão de uso irregular. Invadiu, tem que “desinvadir”! Cadê a bomba de gás na piscina do Morumbi?

Ah sim, isso sem falar no Clube Círculo Militar de São Paulo e no Clube dos Oficiais da Polícia Militar. E aí, quem topa despejar?
E os shoppings então… Os shoppings Continental, Eldorado e Center Norte invadiram expressamente áreas públicas, especialmente em suas zonas de estacionamento. No caso do Center Norte, o abuso é gritante. A invasão foi legitimada pelo Judiciário, o que segundo o Relatório da CPI configurou uma “decisão inusitada, inédita e revestida de ilegalidades que prejudicam o Município”.
Ué, o Judiciário legitimou invasão?! Cadê o direito à propriedade? No caso, ainda mais grave, trata-se de propriedade pública.
Compreensível, na medida em que a Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis) está sediada numa área pública, com irregularidades na cessão de uso, no bairro nobre do Ibirapuera. E aí, não vai ter bala de borracha nos ilustríssimos juízes?
Querem mais? As agências do Bradesco na praça Panamericana e no Butantã invadiram áreas públicas em seus empreendimentos. O mercado Pão de Açucar, na mesma praça Panamericana, e o Extra da Avenida Jucelino Kubitschek fizeram o mesmo. Assim como as faculdades privadas Unisa e Unip Anchieta.
Por sua vez, o Itaú Seguros e a Colgate-Palmolive foram denunciados pela CPI de 2001 por concessão de uso irregular de áreas públicas.
Outro caso escandaloso é o da Casa de Cultura de Israel, ao lado do metrô Sumaré. Não satisfeitos em invadir o território palestino, os israelenses resolveram também tomar área pública em São Paulo. Tiveram concessão de uso de área pública e não cumpriram com termos e prazos.
E aí, Governador: Invadiu, tem que “desinvadir”! Cadê a tropa de choque para despejar essa turma toda?
E ao Judiciário paulista – tão rápido em conceder liminar de reintegração de posse contra as ocupações de sem-teto – pergunta-se: onde está o mandado contra os clubes, os shoppings e os bancos?
Neste momento, há mais de 25 ordens de despejo contra ocupações de sem-teto só no centro de São Paulo. Nas periferias são outras tantas. Várias foram cumpridas nas últimas semanas, normalmente com truculência policial, como a da Rua Aurora, quando o advogado Benedito Barbosa da Central de Movimentos Populares foi agredido e preso abusivamente.
Também neste momento mais de 8 mil famílias sem-teto, de ocupações da região do Isidoro, em Belo Horizonte, estão à beira de serem jogadas violentamente na rua. A PM mineira está preparando uma operação de guerra, que poder vir a ter conseqüências trágicas nos próximos dias.
E então? Querem defender o direito à propriedade acima do direito à vida? Defendam, mas sejam ao menos coerentes. Despejem primeiro os bancos, mercados, shoppings e clubes em áreas públicas para depois virem falar da legitimidade de despejar trabalhadores sem-teto.