Você sabe o que é o PIG - Partido da Imprensa Golpista?
Você sabia que a "grande" mídia no Brasil é dominada por cerca de 5 famílias?
Você sabia que é manipulado diariamente por essa mídia golpista?
Leia abaixo o texto extraído da Wikipédia e entenda mais, muito mais.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Partido da
Imprensa Golpista (comumente abreviado
para PIG ou PiG) é uma expressão usada por órgãos
de imprensa e blogspolíticos de
orientação de esquerda para se
referir a órgãos de imprensa e jornalistas por
eles considerados tendenciosos, que se utilizariam do que chamam grande
mídia como meio de propagar suas ideias e tentar
desestabilizar governos de orientação
políticacontrária.1
Uso do termo
A expressão foi popularizada
pelo jornalista Paulo Henrique Amorim em
seu blog Conversa
Afiada, mas, segundo ele, foi inspirada em um discurso do
deputado petista Fernando
Ferro.2 Amorim,
quando utiliza o termo, escreve com um i minúsculo, em alusão
ao portal iG,
do qual foi demitido em 18 de março de 2008, no que descreve como um processo
de "limpeza ideológica". De acordo com ele, até políticos teriam
passado a fazer parte do PIG: "O partido deixou de ser um instrumento de
golpe para se tornar o próprio golpe. Com o discurso de jornalismo objetivo,
fazem o trabalho não de imprensa que omite; mas que mente, deforma e frauda.3
O termo também é
utilizado pelos jornalistas Luiz Carlos Azenha e Rodrigo
Vianna em seus blogs, em referência a eventos
ocorridos no Brasil e no exterior.4 5 De
maneira geral, hoje a expressão é bastante usada em parte dos sites e blogs de
esquerda no Brasil.6
O próprio
presidente Luiz Inácio Lula
da Silva dá respaldo à ideia contida no termo quando
reclama: "Quem faz oposição nesse país é determinado tipo de imprensa.
Ahhh, como inventam coisa contra o Lula. Se eu dependesse deles para ter 80% de
aprovação, teria zero."7
Definição e contextualização
O termo é
utilizado para se referir à qualidade do jornalismo praticado pelos grandes
veículos de comunicação do Brasil,
que seria, segundo seus criadores e utilizadores, demasiadamente conservador e
que teria o intuito de prejudicar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
membros de seu governo de forma constante.
De acordo com
Amorim, o termo PIG pode ser definido da seguinte forma:
Em
nenhuma democracia séria do mundo jornais conservadores, de baixa qualidade
técnica e até sensacionalistas, e uma única rede de televisão têm a
importância que têm no Brasil. Eles se transformaram num partido político — o
PiG, Partido da Imprensa Golpista8
—Paulo
Henrique Amorim
|
Amorim afirma
ainda que a imprensa brasileira seria golpista sempre que o presidente da
república é de origem trabalhista, ao mesmo tempo a imprensa nunca publicaria
absolutamente nada contra presidentes de origem não trabalhista. O PIG, segundo
ele, teria sua origem com Carlos
Lacerda, que ajudou a "matar Getúlio
Vargas"; teria continuado travando sua luta contraJuscelino Kubitschek e João
Goulart, até se aliar à ditadura militar;
teria perseguido o governo Brizola;
e agora conspiraria contra o governo
Lula.3
O cientista
político Wanderley
Guilherme dos Santos declarou, em entrevista
à revista Carta Capital em
2005: "A grande imprensa levou Getúlio ao suicídio com base em nada; quase
impediu Juscelino de tomar posse, com base em nada; levou Jânio à renúncia,
aproveitando-se da maluquice dele, com base em nada; a tentativa de impedir a
posse de Goulart com base em nada."9 .
Na opinião de Santos o papel da imprensa livre é o de "tomar conta, sim.
Desestabilizar, não. A estabilidade não pode depender de militar, nem da
Igreja, nem da imprensa".9 .
A expressão também
fez parte de um discurso do deputado federal pernambucano Fernando
Ferro, do Partido dos
Trabalhadores (PT), em que sugeriu que Arnaldo
Jaborassumisse o cargo de presidente do PIG.10
Na opinião de
Marcus Figueiredo, cientista político ligado ao Instituto
Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro (IUPERJ)
os grandes jornais de circulação nacional do Brasil "adotam um híbrido
entre dois modelos de pluralismo: formalmente, no discurso ético de
autoqualificação diante dos leitores, procuram associar-se aos conceitos e
rituais de objetividade do jornalismo americano, como é possível constatar
nos slogans, diretrizes oficiais, manuais de redação, cursos de
jornalismo. No entanto, na produção do impresso diário, o que vimos são
diferenças no tratamento conferido aos candidatos, de amplificação de certos
temas negativamente associados a Lula, contraposto à benevolência no tratamento
de temas espinhosos relacionados aos seus adversários".11
O jornalista Maurício
Dias, colunista de Carta Capital, expressa opinião semelhante ao
dizer, traçando um paralelo entre a grande imprensa brasileira e a FOX
News (acusada pela diretora de Comunicações
da Casa Branca de
operar "como um setor de comunicações do Partido
Republicano") que a mídia brasileira é dirigida por uma
única orientação: "o candidato do PT não pode vencer".11
"A imprensa
brasileira está podre. Os grandes jornais, as coisas que são consideradas
grande imprensa no Brasil, como Folha de S. Paulo, Globo, Estadão,
Jornal Nacional, Veja, para mim são
piadas. Todos esses que eu citei têm ódio do Lula, é um ódio doentio, é uma
coisa que me dá medo. Outro dia peguei o Estadão e tinha oito
chamadas na capa falando mal do governo, algumas coisas que ocorreram há sete
anos. Meu filho casou-se agora com uma repórter da editoria de política
do Estadão, e o Serra ligou para ela antes do casamento.
"Julia, eu soube que você vai se casar, mas você não vai ter lua de mel,
né? Você não pode ter lua de mel agora." Por aí você vê como Serra está
dentro do jornal."12
Em entrevista
concedida ao portal Terra, Cláudio
Lembo, vice-governador de São Paulo eleito pela coligação PSDB-DEM e
governador desse estado entre março e dezembro de 2006 (após a renúncia
de Geraldo Alckmin para
concorrer à presidência), também criticou o engajamento político da imprensa no
contexto da eleição
presidencial brasileira de 2010:
"A mídia está
engajada, tem um candidato que é o Serra e com isso se perdeu o equilíbrio, vem
o desequilíbrio, é desse embate que nasce a intranquilidade... mas ela é
transitória. Havendo só um grande vencedor no pleito, que é o movimento social,
e estando a mídia engajada como que está... disso nasce essa
intranquilidade."13
Em 30 de setembro
de 2010 o periódico francês Courrier
International publicou uma matéria sob
o título "Une presse très remontée contre Lula", em que opina que o
presidente Lula enfrentaria uma oposição por parte da imprensa liderada por
quatro grupos: Folha de S. Paulo, Grupo Abril, O Globo e O
Estado de S. Paulo.14 No
artigo, o autor Paul Jürgens chega a acusar o tom da oposição de caricatural.
Levantamento nos três jornais mais vendidos do
Brasil, de 28/8 a 27/9.15 Realizado
por um portal de esquerda, estudo concluiu que: das 90 capas publicadas, 61
eram negativas para candidatura presidencial do PT, enquanto apenas 3 eram
positivas.
O portal de
orientação de esquerda Brasil de Fato realizou um levantamento
sobre o comportamento dos três jornais de maior circulação no Brasil ante a
campanha de Dilma Rousseff,
candidata do PT para a Presidência da República em 2010.15 O
estudo foi feito a partir das manchetes de primeira página publicadas em 30
dias que antecederam a votação de primeiro turno, (entre os dias 28 de agosto e
27 de setembro). Constatou-se que a maior parte dos temas abordados foram
ligados às eleições, com a grande maioria das manchetes adotando um enfoque desfavorável
para a candidata do PT.
No período
analisado, O Globo não teria publicado nenhuma manchete
positiva à candidata do PT, contra 21 manchetes negativas. Foram ainda três
neutras e seis tratando de outros assuntos, como Economia ou Internacional. Já
a Folha de S. Paulo teria veiculado duas manchetes positivas à
campanha petista ("Lula vai à TV e afirma que Serra partiu para
baixaria", no dia 8, e "Desemprego é o menor, e renda é a maior em 8
anos", no dia 24). No entanto, foram dezoito manchetes negativas, além de
uma neutra e nove sobre temas diversos. O Estado de S. Paulo,
(único dos três a declarar, em editorial, apoio ao candidato José Serra), teria
sido o campeão em negativas com relação a Dilma: foram 22 capas negativas em
apenas um mês. O Estado trouxe uma manchete positiva à petista
("Inquérito da PF esvazia tese de crime político na receita", no dia
16), três neutras e quatro abordando outros assuntos.
Após relutar em
aceitar a ideia de termos como o "PIG",16 o
jornalista Luís Nassif hoje
defende que parte da mídia brasileira vem atuando, sim, de forma a alcançar o
protagonismo político-partidário. Nassif enxerga essa atuação política mais
incisiva como parte de uma tendência mundial, iniciada por Rupert
Murdoch, fundador da emissora americana FOX News.
O jornalista afirma que, no Brasil, esse movimento se manifestou num pacto
entre quatro grandes grupos de mídia para fazer oposição ao governo trabalhista
do PT. Para Nassif, são esses quatro conglomerados - Globo, Abril, Estadão e
Folha – que vêm comandando a oposição política brasileira de 2005 até hoje.17 18
Ato
"Em defesa da democracia e contra o golpismo midiático"
Em 23 de setembro
de 2010 representantes de partidos políticos e entidades de esquerda fizeram,
em São Paulo, um ato intitulado "Em defesa da democracia e contra o
golpismo midiático". Nessa ocasião, o presidente do Centro
de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé,
Altamiro Borges, leu o documento "Pela ampla liberdade de expressão",
em que defende a mídia alternativa e propõe solicitar a abertura dos contratos
e contas de publicidade de grandes empresas de comunicação.
O presidente do
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e
secretário-geral da Federação
Nacional dos Jornalistas (Fenaj),
José Augusto Camargo, também leu uma nota, intitulada "Em defesa dos
jornalistas, da ética e do direito à informação".
Distorcer,
selecionar, divulgar opiniões como se fossem fatos não é exercer o
jornalismo, mas, sim, manipular o noticiário cotidiano segundo interesses
outros que não os de informar com veracidade. Se esses recursos são usados
para influenciar ou determinar o resultado de uma eleição configura-se golpe
com o objetivo de interferir na vontade popular. Não se trata aqui do uso da
força, mas sim de técnicas de manipulação da opinião pública. Neste contexto,
o uso do conceito “golpe midiático” é perfeitamente compreensível.
|
Composição
Conforme a opinião
daqueles que se utilizam do termo, seriam três as famílias que manipulariam
a opinião pública,
dominariam e condicionariam o noticiário de todo o país, através dos seus
órgãos de imprensa: os Marinho (Organizações Globo),
os Frias (Grupo
Folha) e os Mesquita (Grupo Estado).3 .
Estas três famílias controlam alguns dos principais orgãos da impressa no
Brasil, tais como os jornais O Globo, Folha de S.Paulo e O
Estado de S. Paulo, e o portal UOL.
Também são incluídos os Civita (Grupo
Abril), que publicam a revista Veja. Paulo
Henrique Amorim também limitou a esses quatro grupos a composição do
"PIG" em entrevista à revista Imprensa em junho de
2011.2
Em artigo de março
de 2010, o jornalista Gilberto Maringoni, colaborador da agência de
esquerda Carta Maior,
sugeriu que o Fórum Democracia e Liberdade de Expressão, promovido pelo Instituto Millenium,
entidade brasileira que afirma defender o "Estado de Direito, liberdades
individuais, responsabilidade individual, meritocracia, propriedade
privada" como valores,20 reuniria
a imprensa golpista.21
A
internet e o PIG
Para o jornalista
e escritor Fernando Soares Campos,22 "sem
a internet, dificilmente Lula teria sido eleito; se fosse, não assumiria; se
assumisse, teria sido golpeado com muita facilidade. O PIG é forte, é Golias,
mas a internet [está] assim de Davi!".1 Para
Campos, a existência da Internet interferiria com o monopólio da informação por
parte dos grandes grupos midiáticos, e essa interferência dificultaria os
golpes.1
Segundo o Observatório da
Imprensa, a Internet teria
criado dificuldades para a grande mídia brasileira dar o suposto golpe no
Governo Lula[carece de
fontes],
como ocorreu com Jango (presidente da República entre 1961 e 1964, quando
começou a ditadura militar).
Na atualidade, com múltiplos meios de comunicação — muitos baseados em livre
troca de informações entre as pessoas — controle da informação teria se tornado
mais complexo, devido à grande facilidade de se buscar informações de fontes
diversas sobre o assunto.
O jornalista Luís
Nassif afirma que existe um pacto entre quatro grandes grupos de mídia – Globo,
Abril, Estadão e Folha – que tem comandado a oposição política brasileira desde
2005. Ele defende que o reverso desse movimento é o desabrochar da sociedade
civil na Internet. Para Nassif, estruturas como blogs, ONGs, OSCIPs, sindicatos
e movimentos sociais, estão entrando na rede e passando a disputar, com os
grandes grupos midiáticos, pela audiência e pelas opiniões políticas.17
Episódios
Os que apóiam o
termo "mídia golpista" costumam relatar certos eventos que, segundo
eles, confirmariam a forma tendenciosa com que os meios de comunicação
brasileiros tratam os governos mais à esquerda. Seguem alguns desses exemplos.
Eleições
de 1989
A Rede Globo é
acusada de ter ajudado a eleger o candidato Fernando Collor
de Mello nas eleições de 1989, especialmente através
da manipulação de trechos do último debate de Collor contra Lula. A edição
polêmica foi apresentada no Jornal Nacional, na véspera da votação e num
momento em que não poderia haver mais propaganda partidária na TV.2324 Em
2009, Fernando Collor admitiu que foi favorecido, pela Globo, na disputa.25 .
Eleições
de 2006
Luiz Carlos
Azenha, que então trabalhava na Globo e era o repórter destacado para cobrir a
campanha presidencial do candidato tucano Geraldo Alckmin, confirma que havia
intenção de prejudicar o PT na cobertura. Nesse contexto, Azenha relata:
Ouvi, na redação
de São Paulo, diretamente do então editor de economia do Jornal Nacional, Marco
Aurélio Mello, que tinha sido determinado desde o Rio que as reportagens de
economia deveriam ser "esquecidas" – tirar o pé, foi a frase — porque
supostamente poderiam beneficiar a reeleição de Lula.27
Entre outros
acontecimentos, Azenha ainda conta que teve uma reportagem potencialmente
danosa para o então candidato a governador de São Paulo, José Serra, censurada
pela Globo. "A reportagem dava conta de que Serra, enquanto ministro,
tinha autorizado a maior parte das doações irregulares de ambulâncias a
prefeituras", afirma.27
O evento mais
comentado pelos críticos foi quando, na véspera da votação do primeiro turno, a
Rede Globo e certos jornais impressos, como a Folha, o Estado,
e O Globo deram enorme destaque à imagem do dinheiro que havia
sido apreendido no contexto do Escândalo do Dossiê.28 29
Hoje, é sabido que
o delegado da PF que havia comandado a operação convidou quatro jornalistas
para uma conversa reservada e repassou os CDs com as fotos. A conversa foi
inteiramente gravada e nela se pode ouvir os apelos do delegado para que as
imagens fossem parar na edição do Jornal Nacional do mesmo dia, 29 de setembro.28 29
Argumenta-se que o
uso político das fotos ficou ainda mais evidente pelo fato de todas as matérias
omitirem a conversa com o delegado, (em que ele condiciona a divulgação das
fotos para atingir a candidatura petista). Os jornais também difundiram a
informação falsa de que as fotos teriam sido roubadas, quando, na verdade,
tinham sido repassadas a eles pelo delegado.28 29
Destroços do Voo Gol 1907 - o Jornal Nacional não
informou sobre a tragédia, mas focou toda a sua edição no "Escândalo do
Dossiê".28 29
No caso da Rede
Globo, ressalta-se que, na mesma noite em que exibiu as fotos (sem a
contextualização de como foram obtidas), o Jornal Nacional se absteve de
informar sobre a tragédia do Voo
Gol 1907, em que morreram 154 passageiros no choque aéreo
com o jato executivo Legacy, comandado por dois pilotos norte-americanos.
Assim, ao mesmo tempo em que a notícia do desastre já repercutia no mundo
inteiro, a edição ao vivo do jornal se dedicava somente a dar destaque à
divulgação do escândalo político.28 29
Eleições
de 2010
Também houve
várias críricas à cobertura da campanha presidencial de 2010. O próprio, então
presidente, Lula afirmou que parte da imprensa estaria sendo parcial e se
comportando como um partido político de oposição.30 Seguem
alguns exemplos.
Apesar de
declarar-se "neutro",31 o
jornal Folha de S. Paulo teve sua cobertura criticada
duramente, inclusive, por sua própriaombudsman,
Suzana Singer. Segundo ela, o jornal estaria "se dedicando a revirar vida
e obra" da candidata à presidência Dilma
Roussef, do PT, e noticiando estas informações de forma
parcial.32 Comentou
ainda a reação de leitores no Twitter,
onde a hashtag#DilmaFactsByFolha - uma série de piadas e
críticas à Folha de usuários da rede social - chegou ao
primeiro lugar dentre os temas mais comentados.32 33
Em agosto de 2010,
o Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) concedeu, ao
Partido dos Trabalhadores, direito de resposta contra o semanário Veja.
A decisão do TSE se deve à publicação da reportagem "Indio acertou no
Alvo", sobre declarações do deputado Índio
da Costa acerca de supostas ligações entre o PT e
as FARC e
o narcotráfico.34 Para
a maioria dos ministros do TSE, a revista não se limitou a reportar os fatos,
mas reforçou o argumento do deputado, julgado como ofensivo ao partido pelo
próprio tribunal.35
Por sua vez, o
jornal Estado de S. Paulo foi o único veículo, entre os
considerados "integrantes do PIG", que declarou abertamente apoio à
candidatura oposicionista de José Serra. Em editorial, o jornal afirmou que
Serra seria "o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o
País". Também criticou Lula por ter afirmado que a imprensa brasileira
estaria se comportando "como um partido político" e pelo que o jornal
chamou de "escandalosa deterioração moral" de seu governo.36
Críticas ao termo
Como um dos
maiores divulgadores do termo "PIG", Paulo Henrique Amorim é acusado
por um colunista da revista Veja, Reinaldo
Azevedo, de promover duas campanhas eternas: uma seria
eleitoral, a outra seria contra a Folha
de S. Paulo e seu diretor de
redação. Azevedo afirma que tudo isso seria feito com o patrocínio do Governo,
através da Caixa Econômica Federal.37
Segundo os
oponentes do termo, a imprensa apenas denunciaria irregularidades nas
administrações públicas. J.R. Guzzo, colunista de Veja, questionou
o termo "PIG", afirmando que quando a imprensa publica denúncias é
acusada por governistas de "desestabilizar" o Brasil.38 A
revista, em editorial de agosto de 2004 criticando a tentativa de criação do
Conselho Federal de Jornalismo (classificado pela publicação como um
"ataque à liberdade de imprensa" por parte do Governo Lula39 ),
escreveu que "a qualidade da imprensa deve ser sempre medida por seu grau
de independência nas relações com os governos", que seriam "tanto
melhores quanto mais [preservassem] a liberdade de seus críticos".40
Para o
jornalista Pedro Doria,
editor-chefe do jornal O Estado de S. Paulo, a manifestação de uma
polaridade ideológica intolerante é incapaz de explicar a realidade social
complexa.41 42
Por sua vez, Sergio
Leo julga que a grande imprensa é excessivamente
complexa para poder ser rotulada desta maneira, pois abarcaria opiniões e
pautas muito variadas.43
Para Roberto
Romano, filósofo da Unicamp, "toda vez que é cobrado e criticado, [o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva] volta à cantilena das elites golpistas,
da imprensa golpista e apela para a sustentação entre as massas e os movimentos
sociais".44
Jânio de Freitas,
em coluna na Folha de S. Paulo, afirma que "os meios de
comunicação brasileiros nunca deixaram de ser parte ativa nos esforços de
conduzir o eleitorado. Sua origem e sua tradição são de ligações políticas,
como agentes de facções ou partidos, tanto de direita quanto de esquerda. Só em
meado do século passado dá-se a primeira e derrotada tentativa, no Jornal
do Brasil, de prática desconectada de segmentos políticos."45
Declaração
de Maria Judith Brito
Em entrevista ao
jornal O Globo a presidente da Associação
Nacional de Jornais e executiva da Folha
de S. Paulo, Maria Judith Brito,
afirmou que o governo se incomoda com a imprensa, criticou fortemente o
terceiro Programa
Nacional de Direitos Humanos e fez a
seguinte declaração:
A
liberdade de imprensa é um bem maior que não deve ser limitado. A esse
direito geral, o contraponto é sempre a questão da responsabilidade dos meios
de comunicação. E, obviamente, esses meios de comunicação estão fazendo de
fato a posição oposicionista deste país, já que a oposição está profundamente
fragilizada. E esse papel de oposição, de investigação, sem dúvida nenhuma
incomoda sobremaneira o governo.
|
A declaração de
Maria Judith Brito foi bastante criticada por repórteres e intelectuais, bem
como por autoridades ligadas ao governo. As críticas focaram no aparente
reconhecimento de que a imprensa estaria, de fato, assumindo um papel de
oposição. Em artigo publicado na Carta
Maior, Jorge
Furtado afirmou que a presidente da associação teria
assumido que a grande imprensa do país "virou um partido político" e
a criticou por não questionar a "moralidade de seus filiados [ao]
assumirem a 'posição oposicionista deste país' enquanto, aos seus leitores,
alegam praticar jornalismo"47 .
Luciano Martins Costa, do Observatório da
Imprensa, fez crítica semelhante, afirmando que "o
risco maior para a imprensa vem da própria imprensa, quando os jornais se
associam para agir como um partido político".48 O
ministro Paulo Vannuchi,
titular da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, também criticou a
declaração, afirmando que a imprensa "vem confundindo um papel que é dela
— informar, cobrar e denunciar — com o papel do protagonismo partidário".49 Washington
Araújo, no Observatório da Imprensa, questiona: "será papel
dos meios de comunicação substituir a ação dos partidos políticos no Brasil,
seja de situação ou de oposição? (...) Em isso acontecendo... não estaremos às
voltas com clássica usurpação de função típica de partido político? E não seria
esta uma gigantesca deformação do rito democrático?".50
Opinião
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
No contexto da
campanha eleitoral de 2010, o então presidente da república Luiz Inácio Lula da
Silva havia tecido várias críticas à atuação de parte da imprensa brasileira
que, segundo ele, estaria agindo como um partido político de oposição.
No dia 18 de
setembro, logo após as primeiras declarações de Lula, a Associação
Nacional de Jornais havia lançado nota que
afirmava:51 "É
lamentável e preocupante que o Presidente da República se aproxime do final de
seu segundo mandato manifestando desconhecimento em relação ao papel da
imprensa nas sociedades democráticas."
Manifesto
"Pela democracia e liberdade de imprensa”
Poucos dias
depois, em 22 de setembro de 2010, num ato em frente à faculdade de Direito da
Universidade de São Paulo (USP), no Largo de São Francisco, juristas, artistas
e intelectuais lançaram um documento que proclamava ser "um manifesto em
defesa da democracia e da liberdade de imprensa e de expressão". A
manifestação, iniciativa de intelectuais ligados à oposição, contou com a
presença do ex-ministro do Supremo Tribunal
Federal, Carlos
Veloso, e de juristas como Miguel Reale Júnior,
ex-ministro de FHC, eHélio
Bicudo.52
Hélio Bicudo fora vice-prefeito
da cidade de São Paulo na gestão de Marta
Suplicy, tendo se afastado do Partido dos Trabalhadores em
2005.53 Foi
ele quem leu, ao microfone, o texto do manifesto, que fala em riscos de
autoritarismo:
É inconcebível que
uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de
autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais
em valorizar a honestidade54
Há também crítica
à ação de grupos acusados de atuar contra a imprensa:
"É aviltante que
o governo estimule e financie a ação de grupos que pedem abertamente restrições
à liberdade de imprensa, propondo mecanismos autoritários de submissão de
jornalistas e de empresas de comunicação às determinações de um partido
político e de seus interesses."
O ex-ministro da
Justiça Miguel Reale Júnior disse que jornalistas estão sendo ameaçados:
Basta entrar nos
sites do PT para ver as ameaças que estão sendo feitas a jornalistas, para
saber qual o órgão de imprensa que tem que ser empastelado primeiro. Ou seja,
há um clima de radicalização.52
Não existe mais
liberdade de se denunciar aquilo que envergonha o país, que é a maracutaia
dentro do Palácio do Planalto55
Na opinião dele, o
ato que iria acontecer em 23 de setembro de 2010, promovido por centrais
sindicais e pelo PT, de crítica à imprensa, é "um processo imensamente
perigoso de radicalização". Reale Júnior afirmou:
Na medida em que
ele passou a denunciar a imprensa, a dizer que não precisa de formador de
opinião, a dizer que a opinião somos nós, esta é uma ideia substancialmente fascista.
Ele com sua posição de presidente da República, sai de sua cadeira da
presidência para ser insuflador contra a imprensa. Isto é perigoso55
Hélio Bicudo
também disse que Lula é presidente em horário integral e criticou o presidente
por supostamente usar seguranças da Presidência em comícios:
Ele tenta
desmoralizar a imprensa, tenta desmoralizar todos que se opõe ao seu poder
pessoal. Ele (Lula) tem opinião, mas não pode usar a máquina governamental para
exercer essa opinião — disse Bicudo, para quem o Brasil está à beira do risco
de um governo autoritário56
O candidato do
PSDB à Presidência, José
Serra, afirmou em 22 de setembro de 2010, em entrevista,
que há no país hoje "uma chantagem sobre a imprensa brasileira".
Segundo ele, a liberdade de imprensa "é a condição para a existência da
democracia".57
Em matéria na
revista IstoÉ, os repórteres
Octávio Costa e Sérgio Pardellas criticaram as acusações do ato e afirmaram que
seria o manifesto, e não o presidente, que teria inclinação antidemocrática:
O que parece ter
sido esquecido no manifesto oposicionista de tendências golpistas é que a
democracia é exercida pelo voto. O temor de uma vaga autoritária por parte do
governo é deslocado da realidade. Não reflete o momento que o Brasil vive. Não
há sinais concretos de que o presidente Lula tenha atentado contra a liberdade
de imprensa. Ele vem fazendo apenas críticas pontuais, direito que não pode ser
negado a qualquer cidadão, muito menos ao presidente. De resto, desde a luta
contra a ditadura, Lula mostrou-se defensor intransigente das liberdades
democráticas.58
Considerando esse
acirramento dos ânimos com a proximidade da votação em primeiro turno, Bresser
Pereira (PSDB), ex-ministro nos governos de Fernando
Henrique Cardoso e de José
Sarney, afirmou que argumentos como o desse manifesto não
tinham base na realidade.59 Após
o resultado das urnas, Bresser voltou ao tema. O cientista político afirmou que
falar em riscos à democracia durante as eleições de 2010 foi atitude
"profundamente antipolítica e antidemocrática":
Quando setores da
sociedade e militantes partidários afirmaram que a candidata eleita
representava uma ameaça para a democracia, para a Constituição e para a
moralidade pública, estavam retomando uma prática política que caracterizou a
UDN (União Democrática Nacional), o partido político moralista e golpista que
derrubou Getulio Vargas em 1954.60
Em resposta ao
manifesto supramencionado, foi também elaborado outro manifesto, intitulado
"Carta ao Povo Brasileiro", assinado por juristas de renome
como Celso Antônio
Bandeira de Mello e Dalmo de Abreu Dallari,
bem como por vários presidentes regionais da OAB. A carta afirma que o governo
Lula vem preservando a democracia e também promovendo a consolidação dos
valores democráticos. Quanto ao tema específico da liberdade de pensamento, o
manifesto afirma:
Nos últimos anos,
com vigor, a liberdade de manifestação de ideias fluiu no País. Não houve um
ato sequer do governo que limitasse a expressão do pensamento em sua plenitude.
Não se pode cunhar de autoritário um governo por fazer críticas a setores da
imprensa ou a seus adversários, já que a própria crítica é direito de qualquer
cidadão, inclusive do Presidente da República.61
Referências
↑ Ir para:a b Igor
Ribeiro e Flávio Costa. (junho de 2011). "O amolador". Imprensa (número
268): 26-31. São Paulo: Imprensa Editorial Ltda..
↑ Ir para:a b c UCB. Paulo Henrique Amorim fala sobre “PIG” e jornalismo
na Internet. Brasília: Oficina de Produção de Notícias, Curso de
Comunicação Social, Universidade Católica de Brasília, 27 de outubro de 2009
Ir para
cima↑ Rodrigo
Vianna. Imprensa golpista ontem e hoje: como enfrentar o
PIG?. Página visitada em 30-01-2010.
Ir para
cima↑ Azenha, Luiz
Carlos (26 de abril de 2009). O PIG apanha nas urnas. Desta vez no Equador. Vi o Mundo. Página visitada em 29 de abril de
2009.
Ir para
cima↑ Josias de
Sousa (17 de setembro de 2010). Lula sobre mínimo de Serra: ‘Pensa que povo é
tonto’. Folha Online. Página visitada em 18 de setembro
de 2010.
Ir para
cima↑ Amorim,
Paulo Henrique (28 de abril de 2009). O
PiG a caminho do túmulo. Conversa Afiada.
Página visitada em 29 de abril de 2009.
↑ Ir para:a b Dias, Mauricio. FHC
apoiaria “Golpe Branco.: Wanderley
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cima↑ Serra, José
(22 de setembro de 2010). Serra critica chantagem sobre a imprensa. O Globo. Página visitada em 22 de setembro de
2010
Ir para
cima↑ "Nestas
eleições, não posso deixar de ver com perplexidade, de um lado, a tese de que
tudo começou no governo Lula, que jamais em tempo algum houve um governo como
esse, e, do outro lado, o renascimento do udenismo liberal-autoritário segundo
o qual o governo atual desrespeita a Constituição e a candidatura Dilma
Rousseff é uma ameaça para a democracia brasileira. Manifestações partidárias e
apaixonadas desse tipo, sem base na realidade, não honram quem as faz. Não
contribuem para a democracia
brasileira." [5]