Redes de controle = opacidade, classificação, predição e outros bichos cibernéticos
Prof/Pr Lenon Andrade – Campina Grande /PB
A gente vive numa sociedade controlada por coorporações que utilizam tecnologias digitais para impor a lógica do acúmulo instrumentalizada pelo controle cibernético sobre os usuários de computador (aqui o computador é também o tablet e o celular, além de qualquer dispositivo que tenha um processador imbutido). Como diz o professor Sergio Amadeu da UFABC, a internet é uma rede de controle, mas, também é uma rede ambivalente, explico!
Percebam que falei uma ruma de coisas não triviais, porém plenamente explicáveis. OK, vamos iniciar de trás pra frente:
1) Ambivalência → do ponto de vistas das redes digitais é a possibilidade de aplicá-las em sentidos opostos, exemplo: as redes podem e são usadas para o bem ou para o mal, portanto, podem e são usadas pelas corporações (bigTecs) para controlar seus usuários, mas, também podem ser usadas em senitdo contrário, para liberar os usuários para o uso livre da rede ou, digamos, uso democrático da internet, como era a TecnoUtopia dos anos 90 até meados dos anos 2000. Assim, a característica ambivalente das redes AINDA permitem o estabelecimento de uma resistência tecnopolítica a serviço da democracia e do processo civilitório.
2) Algoritmo → Vamo logo desmistificar o monstro. Algorítmo nada mais é do o CÓDIGO ESCRITO pelo programador de computador...pensem numa receita de bolo (conjunto de passos/instruções para se montar, misturar os ingredientes, definir tempo de forno etc). Todo conjunto de instruções lógimente ordenadas é umALGORÍTMO. E, se é logicamente ordenado, então também é inteligível, portanto, nada do outro mundo. O problema é quando o algorítmo é COMPILADO e os donos do código não pérmitem a sua auditagem. É, pois, neste contexto cibernético que ocorre o controle porque, o algoritmo compilado é linguagem de máquina, não dá para fiscalizar, é absolutamente OPACO!
3) Opacidade → Vejam a seguinte fórmula: =se(nota do aluno >= 7, então, “aprovado”, senão, “reprovado”), fim-se; Fácil de entender, não? Agora, imaginem se a mesma fórmula fosse escrita assim: ■▓$%▓$)▓(&■%%■$■$@%&■▓$%▓$)▓(&■%%■$■$@%&... A opacidade impede qualquer possibilidade de auditoria, fisclização e controle por parte das instituições sobre as atividades cibernéticas das BigTecs. Há um lema na TecnoUtopia Hacker que diz o seguinte: “Na rede, quem controla o código, controla o poder!” O problema não é o algoritmo ou a inteligência artificial, que nada mais é do que algorítmo complexo escrito pelo ser humano com a ajuda das máquinas. O verdadeiro perigo está nas REGRAS OPACAS, sem transparência alguma, de quem controla o código! Por isso que, corretamente, o ministro Flávio Dino falou ao Twitter, “danem-se” seus TERMOS De USO..! O Estado, a população e a Democracia não podem permanecer a mercê do controle cibernético das BigTecs!
Para terminar esta pequena contribuição sobre um assunto tão “complexo” e delicado para a manutenção da Democracia e a permanência da civilidade, afirmo que a opacidade algorítmica das corporações são deletérias ao processo civilitório porque suas configurações são carregadas de intecionalidade mercantilista, com vies idelógicos e político partidário que podem descambar para vieses xenofóbicos, racistas, regioso/fundamentalistas, aporofóbicos (ódio ao pobre), misóginos, homofóbicos, etc. Tudo isso porque é possível configurar essas máquinas e softwares para classificar e predizer tendências, comportamentos e escolhas dos seus usuários.
Nosso lema, portanto, deve ser, controle e transparência para os poderosos (BigTecs e corporações)!
Liberdade (direito de ir e vir nas redes) e garantia da inviolabilidade da intimidade (opacidade plena) para o cidadão!
Prof/Pr Lenon Andrade – Campina Grande /PB